Correio de Coimbra
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30 de janeiro de 2009
Jornadas de Teologia do ISET
COLÓQUIO NACIONAL DE PARÓQUIAS – Fátima 6 e 7 de Fevereiro
O Dia do Consagrado na Diocese de Coimbra
Na véspera, sábado dia 31 de Janeiro, haverá uma Vigília de Oração, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, às 21,00h, também presidida pelo Senhor D. Albino.
O Bispo de Aveiro, enquanto presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, escreveu uma mensagem para o Dia do Consagrado, celebrado no contexto da festa litúrgica da apresentação do Senhor no Templo (2 de Fevereiro), em que interroga: “Quem, melhor do que Paulo, discípulo chamado por Cristo e seduzido pelo Reino, conseguirá dizer com esta verdade e clareza: «para mim, viver é Cristo»? Quem, melhor do que os consagrados(as) entregues a Deus para servir a humanidade, afirmará diariamente com igual coerência e com a mesma autenticidade: “para mim, viver é Cristo”? Que melhor escola de vocação, de perseverança e de santidade encontraremos do que esta em que Cristo é o nosso mestre e modelo?”
“O consagrado encontra, ao jeito dos discípulos de Jesus na escola do mestre, no silêncio contemplativo, na escuta atenta e orante da Palavra e na experiência intensa da missão a sua razão de ser e de viver”, realça o Bispo de Aveiro.
Etiquetas: Vocações
CENTRO DE ACOLHIMENTO JOÃO PAULO II
Mensagem para o Dia do Consagrado 1 de Fevereiro de 2009
O Evangelho deste dia coloca-nos diante de uma singular Família de Nazaré. Maria e José decididos a cumprir as prescrições religiosas da sua terra preparavam-se para apresentar Jesus no templo de Jerusalém.
Nesse momento marcado do tempo são surpreendidos por duas pessoas, de idade avançada, que aguardavam esta hora: um homem e uma mulher idosos, de olhar voltado para o futuro, capazes de perceber os sinais de Deus na vida e na história e disponíveis para testemunhar a presença libertadora de Deus na humanidade.
2. Naquele momento e naquele lugar, ainda que de forma discreta e silenciosa, é Deus o protagonista da história e o centro do acontecimento. Simeão e Ana apenas realçam o valor desta presença, o significado existencial e histórico da promessa divina cumprida e o sentido deste gesto de apresentação e de consagração de Jesus no templo santo de Deus.
Na génese e no coração de vidas oferecidas e dadas a Deus está sempre a consagração nas suas mais diversas formas. Também aqui a iniciativa divina tem sempre o seu lugar primordial.
Lembremos o que nos diz João Paulo II: “Na tradição da Igreja a vida consagrada é considerada como um singular e fecundo aprofundamento da consagração baptismal, visto que nela a união íntima com Cristo, já inaugurada no Baptismo, evolui para o dom de uma conformação expressa e realizada mais perfeitamente” … e é o Espírito “que forma e plasma o espírito dos que são chamados, configurando-os a Cristo”. Como Jesus, o consagrado(a) não tem outro bem além do Reino, outra família além da de Deus, outro projecto que não seja o do Pai.
3. Quem, melhor do que Paulo, discípulo chamado por Cristo e seduzido pelo Reino, conseguirá dizer com esta verdade e clareza: “para mim, viver é Cristo”?
Quem, melhor do que os consagrados(as) entregues a Deus para servir humanidade, afirmará diariamente com igual coerência e com a mesma autenticidade: “para mim, viver é Cristo”?
Que melhor escola de vocação, de perseverança e de santidade encontraremos do que esta em que Cristo é o nosso mestre e modelo?
O consagrado encontra, ao jeito dos discípulos de Jesus na escola do mestre, no silêncio contemplativo, na escuta atenta e orante da Palavra e na experiência intensa da missão a sua razão de ser e de viver.
Por outro lado, continua sempre um permanente inquieto na busca do mistério eterno de Deus que o ama e o escolheu desde sempre e para sempre.
O Ano Paulino convida-nos a ir ao coração deste mistério inesgotável de Deus, fonte de vocação, de consagração e de fidelidade e lugar de bênção e de graça donde nascem e florescem as novas vocações.
Sem esta dimensão contemplativa do mistério santo de Deus e da escuta atenta da Sua Palavra, origem do conhecimento e da vida em Cristo, força mobilizadora para a missão e dinamismo inspirador do amor à Igreja, como poderemos nós traduzir o Evangelho nas novas linguagens da cultura com “novo ardor, novo entusiasmo e novos métodos”?
Ao mergulhar no mistério de Deus, o consagrado(a) reencontra e refaz diariamente na sua vida e missão este amor original de Deus que o escolheu. Daí emerge igualmente no(a) consagrado(a) em cada manhã a liberdade, a disponibilidade e a abertura para a compreensão dos caminhos que urge percorrer para que “o Evangelho seja colocado na vanguarda do tempo” e na universalidade das culturas, como tão bem o soube fazer S. Paulo.
Que S. Paulo nos ajude a perceber e a viver nesta certeza de fé a alegria e a generosidade de consagrados(as) e a descobrir o sentido permanente de vidas dadas por amor onde o rosto da Igreja se faz mais belo e se torna mais eficaz a sua missão .
D. António Francisco dos Santos,
29 de janeiro de 2009
Estudantes de Enfermagem ensinam “hábitos de vida saudáveis” às meninas da Casa de Infância Dr. Elísio de Moura
Os estudantes que se deslocarem, em regime de voluntariado, a este lar de crianças e jovens em Coimbra, vão poder explicar, por exemplo, a importância da sopa e da fruta numa alimentação equilibrada, vão falar do papel do exercício físico para o bem-estar do indivíduo e, também, dos cuidados a ter na higiene diária.
As destinatárias desta sessão de esclarecimento são 27 meninas com idades compreendidas entre os 7 e os 20 anos, que residem naquela instituição de solidariedade social.
Além das estudantes da ESEnfC, as meninas da Casa de Infância Dr. Elísio de Moura vão receber a visita de algumas alunas que frequentam o 11.º ano na Escola Secundária Infanta Dona Maria, que lhes levarão algumas ofertas, como roupas e livros.
A sessão de esclarecimento sobre “Hábitos de Vida Saudáveis” está marcada para as 16h00.
A Casa de Infância Dr. Elísio de Moura está situada na Rua Dr. Guilherme Moreira, nº 24, em Coimbra.
Paróquia de S. José promove “Um olhar sobre os sem-abrigo”
A primeira sessão realiza-se a 28 de Fevereiro, na sede do Centro João Paulo II, na paróquia de S. José e destina-se sobretudo a profissionais e estudantes das áreas da acção social, saúde e educação. As outras sessões decorrem a 14 de Março e 28 de Março e o valor das inscrições é de 30 euros para estudantes e de 40 euros para profissionais.
A formação estará a cargo do Dr. Bruno Correia Lourenço, licenciado em Serviço Social pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Este profissional trabalha há quatro anos com os sem-abrigo através da Equipa de Rua da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
As inscrições deverão ser enviadas até ao dia 19 de Fevereiro para a seguinte morada: Rua dos Combatentes da Grande Guerra, S/n. – 3030 – Coimbra ou por e.mail: c.acolhe-joaopaulo@sapo.pt ou pelos telefones 239 718001; 96 21 46365.
O Centro de Acolhimento João Paulo II é um serviço de Acção Social integrado na paróquia de S. José. O Centro presta apoio, a diversos níveis, a famílias ou pessoas desfavorecidas, imigrantes, visando a promoção da sua dignidade e garantia dos mais elementares direitos enquanto pessoas.
Movimento da Mensagem de Fátima
Quem reunir as condições e estiver interessado deverá inscrever-se nos Secretariados paroquiais do Movimento da Mensagem de Fátima, naquelas paróquias onde este movimento já está estruturado.
Para mais informações, poderão contactar a Srª. Isilda Lages – 91 9275043 ou através de e-mail: isildalages@hotmail.com.
A data de limite da entrega das inscrições é a 15 de Fevereiro.
28 de janeiro de 2009
O sonho de Luther King
Por Teresa Martins
"Tenho Um Sonho" era o título do grandioso discurso de Luther King, proferido na maior manifestação a favor dos direitos cívicos, em 1963, uma manifestação que reuniu 250.000 pessoas, das quais 60.000 de raça branca. Esse sonho foi agora reivindicado por Obama, que o considera como uma nobre herança. "Não há uma América negra, uma América branca e uma América hispânica: há os Estados Unidos da América"!… Que Deus o ajude e o acompanhe! Bento XVI, ao enviar felicitações, quer na sua eleição (5/Novembro/2008), quer na tomada de posse (20/Janeiro/2009), encorajou Obama a ser construtor de um mundo mais justo. Juntemos, todos nós, as nossas orações. O director da "Sala de imprensa" da Santa Sé disse aos jornalistas que, na sua mensagem, o Papa destacava "a tarefa de imensa e altíssima responsabilidade, não somente perante o seu país, mas também para com todo o mundo, levando em consideração o peso que os EUA têm em todos os campos do cenário mundial…" Todos sabemos que, quanto maior é a responsabilidade e o empenhamento, maiores são os riscos que se correm e os perigos que espreitam, porque maior se tornam o ódio e a inveja… Assim o confirma o que leio: "Em 1963 a revista Time elege Luther King o "Homem do Ano"… Em 1964 soube que lhe tinha sido atribuído o "Prémio Nobel da Paz"", uma honra que Luther King não aceitou para a sua pessoa, mas sim como "homenagem para negros e brancos de boa vontade", cedendo inteiramente o dinheiro "para o financiamento da luta em favor dos direitos cívicos". Porém, J. Edgar Hoover, (na altura director do FBI) chama-lhe "o maior mentiroso do país"!
Neste momento, e por associação de ideias, recordo o jornalista que foi de Lisboa à África do Sul, expressamente para entrevistar Nelson Mandela, homem livre após vinte e sete anos de cativeiro, João Paulo Diniz, que, por não ter encontrado no entrevistado "o mais pequeno indício de ressentimento ou de ódio", nos afirma: "…estou em crer que é com pessoas desta elevação que a sociedade se enriquece, enaltecendo a tolerância e a fraternidade, valores tantas vezes apregoados, tantas ou mais vezes esquecidos".
"Quem dizem os homens que Eu sou?"
João Caetano*
Pouco depois estava Jesus a falar-lhes "abertamente" de muitas coisas. O advérbio "abertamente" está no Evangelho, onde também se diz que Jesus ensinava muitas coisas aos discípulos, embora estes não O entendessem, a ponto de Pedro O ter repreendido. Jesus não se amedrontou. Depois de olhar para os discípulos, Ele próprio repreendeu Pedro, em termos que podemos considerar duros: "Afasta-te de mim, Satanás, porque os teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens" (Mc 8, 33). E Jesus não se fez rogado. Diz o Evangelho que, "convocando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém Me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor a Mim e do Evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida? Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de Mim e das Minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de Seu Pai com os Seus santos anjos" (Mc 8, 34-38).
Como o mundo seria diferente se nós, os cristãos, fossemos sinceros, verdadeiros e arrojados nas nossas vidas, tomando como referência o Evangelho. Jesus fala-nos a nós e aos outros, o que só aumenta a nossa responsabilidade. Onde está a nossa palavra certa e acutilante, tantas vezes necessária? Estas são qualidades dos bons discursos, que eu vejo em muito boa gente que não é cristã, quando não abertamente anti-cristã, mas que não vejo muito frequentemente nos cristãos, nomeadamente na universidade e na política.
Dizia-me há dias um jovem cientista, por sinal, um dos mais brilhantes que conheci na minha vida, e que, além do mais, tem uma vastíssima formação filosófica, teológica e literária, que se habitou a ver a ver as igrejas nos Estados Unidos, onde trabalhou, cheias de jovens. E perguntou-me: "Sabes por que razão as igrejas em Portugal têm tão poucos jovens, nomeadamente universitários?" Como eu estivesse a ensaiar uma resposta, ele disse-me: "Porque os padres estão mal preparados teologicamente". Discurso duro. E acrescentou: "Os padres e os leigos não sabem discutir as posições da Igreja e até parece que Deus é incompatível com a ciência. Mas não é". E falámos, num registo filosófico, do círculo que une ciência e transcendência.
Este jovem cientista vai agora iniciar a sua colaboração com o CADC. E já na próxima semana teremos um novo rosto do CADC a escrever nesta coluna. Outros estão já comprometidos. Vejo neste facto uma expressão da amizade cívica, que almeja a fraternidade cristã com todos os homens, de que falava Maritain, que nos conduz de Cristo para o mundo, bem preparados e sem medo.
relvaocaetano@gmail.com)
Padre António Vieira - O Semeador de Palavras
Por Mário Nunes
O seu percurso vivencial afirmou-o como um dos mais lídimos e ilustres oradores e prosadores portugueses. Detentor de um invejável currículo, podemos apreender que a sua missão de missionário jesuíta se conjugou na realização das mais diferentes missões de solidariedade e ajuda aos homens e de patriota orgulhoso da sua Nação e da civilização herdada.
Figura síntese da sua época tornou-se um dos grandes valores do humanismo e da intelectualidade mundial, atendendo aos diferentes aspectos que povoam a sua vivência de 89 anos: Missionário; orador; diplomata; mestre da prosa portuguesa clássica; defensor dos negros africanos e dos índios do Brasil, envolvendo-se em polémicas que criaram situações desagradáveis aos grandes fazendeiros, porquanto criticou e promoveu a abolição da escravatura; envolveu-se no problema da perseguição aos judeus e cristãos novos contrariando a própria Igreja e os Monarcas; possuiu uma fé romântica típica do sebastianismo; manteve uma exemplar fidelidade ao absolutismo; adquiriu uma vasta formação escolástica; teve papel importante nas histórias portuguesa e brasileira; projectou-se com os seus Sermões (16 volumes), cartas (500 em 3 volumes) e papéis oficiais, documentos que constituem um extraordinário acervo bibliográfico, com conteúdo válido para a sua época e que permanece actualizado, na maioria, para os nossos dias.
Atendendo à grandeza da sua obra e à efeméride multissecular do seu nascimento, realizaram-se em Portugal, no Brasil e noutros países, iniciativas culturais e sociais de homenagem à sua memória e de enaltecimento ao sacerdote eloquente que escreveu a frase que perdura no tempo: " os portugueses têm um pequeno país para berço e o mundo todo para morrerem", numa clara e verdadeira alusão à universalidade de Portugal.
Em Coimbra, viveu na Quinta de Vila Franca (desaparecida pelas areias do Mondego) e que ficava na curva do rio, tendo à vista e em frente, o Mosteiro de S. Jorge de Milréus. Naquele espaço residiu, pelo menos em 1665, enquanto decorreu o processo ordenado pela Inquisição. Pode dizer-se que esteve, como se diz hoje, com residência fixa.
A Câmara Municipal - Departamento de Cultura promoveu algumas iniciativas ao longo do ano e que tiveram início no dia 6 de Fevereiro de 2008. Volvidos 365 dias encerra as homenagens a António Vieira com uma extraordinária exposição de pintura da autoria da artista plástica e docente de literatura, Dr.ª Maria Adélia Fernandes.
A mostra, original, e concebida, exclusivamente, para o evento, está patente ao público até 14 de Março na Casa Municipal da Cultura.
A artista, ao longo de meses debruçou-se, atenta e reflectidamente, ao estudo da obra do Pe. António Vieira com incidência especial nos Sermões. Escolheu para tema dos seus trabalhos, o Sermão de Santo António aos Peixes. E, na tela e em colagens oferece-nos um manancial expressivo e apelativo da essência do sermão. As composições retratam o pendor das palavras do prosador, com quadros repletos de autêntica força introspectiva. Neles se recolhem os ensinamentos, as críticas, as mensagens, os valores e a fecundidade de Vieira, em que os aspectos religiosos, sociais, culturais, económicos e humanísticos se projectam e transmitem, fielmente, o conteúdo dos textos.
Maria Adélia Fernandes engrandece as artes plásticas e proporciona, com a sua criatividade, sensibilidade e saber, uma leitura agradável, entusiasmante e sui generis, já que as composições afirmam que o Pe. António Vieira continua "vivo" e os seus Sermões integram-se, perfeitamente, na sociedade de exploração, de miséria, de corrupção, de fraude e até de escravatura que permanece activa no século XXI. Visite a exposição que tem orientação pedagógicas para os alunos das escolas secundárias.
Inventariação da Paróquia de Lamas
Por José Eduardo R. Coutinho
Apesar de faltarem notícias documentais - por ter incorporado um senhorio dependente de Miranda do Corvo, de ser repovoamento tardio, ou, ter perdas sucessivas, no cartório dos eventuais possuidores - a ocupação humana é remota, como sugere o famoso achado de diversos bens de prestígio, em prata, do final da Idade do Ferro, recolhido em Chão de Lamas e, sem a mínima divulgação, vendido para Espanha, cujas autoridades culturais o adquiriram e fizeram expor numa destacada sala do Museu do Prado, propositadamente preparada para o receber e mostrar, recusando quaisquer outras informações acerca do achador, da data e do preço pago, na aquisição.
Este facto é, só por si, suficientemente esclarecedor da politiquice vigente no País: atendendo à psicologia da população e à infame sofreguidez dos estatizantes (pior do que a socialice comuna da caída ditadura soviética), através do contra-senso legislativo, o resultado está à vista; houvesse, antes, o integro reconhecimento do achador como proprietário desses objectos encontrados - como estipula o inigualável Direito Romano - e fosse homenageado, publicamente, pelas autarquias, no dia do município respectivo, pelo menos, e seria diferente a situação portuguesa. Em caso de notória peça, a juntar às colecções oficiais, por motivos de manifesta conveniência cultural, que ele seja remunerado no justo valor monetário, à maneira da honrosa prática seguida no mundo civilizado, como em Inglaterra, e tudo seria dignificado. Aqui prevalece a discutível vontade de um Estado inepto, incompetente, corrupto e ladrão, causa e efeito da desastrosa situação generalizada.
Os vestígios romanos, expressos no habitual aparecimento da dispersão tegular e das outras cerâmicas utilizadas nas construções, indiciam algumas estações arqueológicas dessas épocas, indicativas do aproveitamento agrário, nas cercanias e nas áreas de influência de Conímbriga, cujo território abrangia domínios geográficos até ao Trevim, o vocábulo designativo do Trifinium, lá situado, a demarcar as confinações desta civitas com a de Aeminium e de Bobadela, segundo parece.
Situados nos plainos, abaixo das declivosas vertentes dos empinados montes limítrofes, os terrenos de melhor aptidão agrícola tiveram acentuadas deflorestações e arroteamentos, na fase de maior ênfase do povoamento medieval, disperso pelos casais de colonos e de cultivadores anónimos, que habitaram os sítios dos actuais lugares, aproveitando recursos naturais, algumas linhas de água corrente, a reconhecida qualidade das terras e os incentivos da laboriosa prosperidade económica, na feliz esperança do gradual desafogo futuro. Nesta sadia panorâmica dos espaços rurais, a virtude do trabalho, a harmonia social, o alento da fé e a solidariedade humano-cristã organizavam o quotidiano das gentes, polarizado pelo campanário da sede matriz, o ponteiro sonante do curso solar.
Isso concorrera para o erguer de pequenas ermidas, das capelas da devoção local e, sob um agregado alargado, para a construção da igreja, nas quais a memória dos tempos passados está materializada, nas imagens de santos e de mártires, por vezes recordando a fundação dos povoadores iniciais, a voga desses cultos antigos e a transmissão da fé, como legado perene, vivenciado no decurso das eras infindáveis.
Uns tantos bens patrimoniais, acumulados desde começos da Idade Moderna, pautam as encomendas, os estilos, as matérias, os sentimentos transmitidos, acerca das esculturas singelas, das de madeiras estofadas; do latão, dos estanhos e do bronze; dos têxteis, aplicados em paramentos; das valências celebradas, para marcar as estações e reger o ano agrícola; do quanto asseguram identidades comunitárias e certificam costumes jamais desaparecidos.
CAF - Coimbra: dez anos a ajudar a Família
Desde então para cá, (in)felizmente mais de 2200 pessoas foram atendidas, quase 4000 encontros foram realizados, continuando a crescer de ano para ano o número de solicitações, embora se mantenham as principais motivações: conflitos conjugais e geracionais.
Para assinalar este aniversário, o SDPF vai promover uma sessão solene no próximo dia 30 de Janeiro, pelas 21h e 30 minutos, na Casa Municipal da Cultura, com a presença, entre outras individualidades, do Bispo de Coimbra, D. Albino Mamede Cleto, do Governador Civil (em representação da Subsecretária de Estado Adjunta da Reabilitação), da autarquia coimbrã e da Dra. Ana Cid Gonçalves, secretária-geral da APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas), que proferirá uma conferência subordinada ao tema “Família, garantia de futuro”, aberta a todas as pessoas.
Depois da conferência, haverá oportunidade para se fazer o lançamento de um caderno alusivo aos dez anos de funcionamento deste serviço, bem como de dois outros projectos associados ao CAF – o “Porto Solidão”, uma valência que procurará atender os casos cada vez mais frequentes de solidão, e o “CAF-Jovem”, um serviço de aconselhamento mais dirigido aos namorados e casais novos.
Participantes privilegiados nesta sessão serão os colaboradores destes serviços: um leque alargado de voluntários, especialistas em diversas áreas (assistência social, médica, jurídica, psicológica, criminal, religiosa, conjugal, etc.) que, abnegadamente, dão (ou passarão a dar) do seu tempo livre, para ajudar os maridos, as esposas, os filhos, os avós, a terem uma carga menos pesada e a sentirem-se mais felizes. (Somos agora tentados a transcrever parte das páginas 37 e 38 do caderno “CAF -Uma história com dez anos”, com casos reais que passaram por este serviço, dando, assim uma ideia da variedade dos dramas que encontram eco no CAF: “Uma filha de 12 anos com ciúmes do companheiro da mãe; um pai aflito com duas crianças pequenas e a mãe com depressão sem capacidade para cuidar delas; uma mãe com cancro, vitima de dois filhos alcoólicos e drogados; um pai aflito com dois filhos que nada fazem e roubam de casa ouro e dinheiro, talvez para comprar droga; uma mãe deprimida separada do marido, com um filho a viver com o pai e um tio, vítima de pedofilia; um cavalheiro muito esgotado, com uma esposa quase sempre doente e com dois filhos ainda menores; cônjuges em que ele ou ela abandonam o lar e deixam os filhos e as dívidas; um professor já reformado dizendo, a chorar, que é maltratado pela esposa de 25 anos; mulheres deprimidas porque fizeram intervenções cirúrgicas e foram abandonadas pelos maridos; tentativa de suicídio de uma jovem mãe que graças à chegada de um filho a casa nesse momento e à intervenção do CAF não concretizou a tentativa de suicídio; uma jovem estagiária que fazia os descontos para a segurança social (e sem ser necessário), vindo mais tarde a descobrir que o patrão não fazia os descontos; diversos relatos de infidelidades e violência doméstica; …”).
Também continua a ser preocupação deste serviço, devido ao seu reconhecido sucesso a nível nacional, a contribuição para a criação de outros centros, quer na diocese, quer fora dela, como já sucedeu no Porto, em Braga, em Viseu e em Portalegre.
O CAF Coimbra e a esta extensa equipa que lhe está afecta, é coordenada, desde o seu início, pela Dra. Emília Cardoso, do ISCF, também responsável pelos primeiros atendimentos e pela triagem, numa dedicação que se estende pelas 24 horas do dia.
Os contactos deste serviço são os seguintes:
Rua Gil Vicente, 2, 3000-202 Coimbra, Telef. 239 723989, Fax 239 401856, TM 969881159 E-mail cafcoimbra@sapo.pt.
27 de janeiro de 2009
É tempo de ser esperança
Por José Dias da Silva
Mas sobretudo estou farto de só falarmos de "dinheiro", de crise económico-financeira. A crise é muito mais funda, mas como só agora começa a chegar aos bolsos das pessoas é que a crise é gravíssima. Subscrevo em absoluto o que Clara F. Alves escreveu no Expresso: "Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro". Aqui é que estão as raízes profundas da crise da nossa sociedade: uma crise cultural. O drama é que as crises culturais só se resolvem com novos hábitos e novos estilos de vida, novas perspectivas da realidade e formas novas de nela intervir.
Penso que a maior parte tem uma difusa percepção disto. Basta olhar para as reacções ao discurso de Obama. Quase todos retiveram a palavra esperança, embora ignorassem outras como responsabilidade, individual e colectiva, unidade nacional baseada no diálogo e não no confronto, solidariedade e liberdade.
Por isso, hoje gostaria de falar da esperança, começando por lembrar que ela carrega consigo dois perigos. O primeiro é confundi-la com a confiança total, que leva ao quietismo, ao esperar que o outro, o "salvador", faça tudo: quantos passam, hoje, a vida a sonhar com um qualquer messias que lhes resolva as coisas com uma varinha mágica? O outro perigo está em, perante a falta de resultados imediatos, descambar em desesperança, na descrença, num vazio de ideias e valores, que alimentam a vida e lhe dão sentido.
Ora a esperança não pode ser só expectativa. Tem de ser uma resposta activa e motivadora aos desafios e aos sofrimentos que a história nos vai trazendo. Tem de partir da consciência da nossa finitude: o ser humano não é imune ao erro; as nossas decisões são sempre imperfeitas, têm, muitas vezes, aspectos de "perversidade inevitável" a exigir sucessivas rectificações. A consciência desta realidade não pode ser limitadora mas antes estimuladora de um contínuo esforço de superação das nossas limitações. Por isso, a esperança, uma sábia esperança, é essencial para não cairmos no desespero ou na frustração, para aceitar que, embora nem sempre discirnamos os caminhos mais adequados, nós somos os construtores da história, que o futuro não está pré-determinado, é um caminho onde nada está já decidido.
É certo que há muitos factores envolvidos neste caminho árduo e difícil. Mas muitos, sobretudo os negativos, vão ganhando força porque nos demitimos com a nossa passividade e falta de dinamismo nesta caminhada. João Paulo II chamou-lhe "estruturas de pecado" e analisou-as assim: "Se a situação actual se deve atribuir a dificuldades de índole diversa, não será fora de propósito falar de "estruturas de pecado", as quais se radicam no pecado pessoal e, por consequência, estão sempre ligadas a actos concretos das pessoas que as fazem aparecer, as consolidam e tornam difícil removê-las. E assim, estas estruturas reforçam-se, expandem-se e tornam-se fontes de outros pecados, condicionando a conduta dos homens". E acrescenta: "A condição do homem é tal que torna difícil analisar profundamente as acções e omissões das pessoas, sem implicar, duma maneira ou doutra, juízos ou referências de ordem ética" (SRS 36).
É neste contexto natural e inevitável que a esperança tem um papel fundamental: ajuda-nos a assumir, para os superar, os fracassos como momentos inevitáveis da nossa vida; faz-nos perceber que somos criaturas com limitações, algumas insuperáveis; alerta-nos para o facto de o homem prometeico ser um mito que tanto pode estimular, enquanto empurra para lá dos horizontes imediatos ou fechados, como conduzir ao derrotismo e ao desespero, por alimentar uma ideia errada, porque exagerada, das nossas possibilidades.
A esperança empurra-nos pois para a acção. O fracasso é sempre um atentado contra a esperança, mas pode, por isso mesmo, torná-la mais forte. Porque, apesar de só podermos ir alcançando realizações parciais, a esperança aponta sempre para mais além, para o mais perfeito e, portanto, para a mudança e para a renovação. Para ser produtiva, precisamos não só de uma esperança individual mas também de uma esperança colectiva: "Esperar é, portanto, um acto constitutivo tanto da pessoa como da comunidade, ou melhor, da pessoa em comunidade. A minha esperança implica esperar dos outros e com os outros. A esperança dos outros activa o meu esperar. A minha esperança sem a dos outros desemboca num egocentrismo fechado. O meu desesperar pode desembocar na desesperança dos outros. Numa palavra, esperamos e desesperamos em comunidade. A esperança e a desesperança são co-esperança e co-desesperança" (Tamayo).
Como povo, temos de viver colectivamente a esperança. Mais devemos praticar a "paciência da esperança". Não uma paciência resignada, mas activa e transformadora, pois, muitas vezes, como diz o Evangelho, "um é que o semeia e outro que colhe" (Jo 4,37).
Foi assim que se construíram as nações. É assim também que se vencem as crises.
Hoje é o tempo propício para vivermos e actuarmos a esperança.
Jornadas de Teologia do ISET
a Igreja e a Sociedade"
- Afirmou ao "Correio", em curta entrevista, o Doutor A. Jesus Ramos do Instituto Superior de Estudos Teológicos.
A. Jesus Ramos (J.R.) - É verdade! Com esta designação, começaram em 1986. Mas já desde 1975 o Instituto organizava uma "Semana de Estudos", com a mesma finalidade de proporcionar, não apenas aos nossos alunos, mas a todos os cristãos que queiram participar, uma visão mais aprofundada sobre um tema que esteja na ordem do dia, que tenha a ver com a vida da igreja e do mundo em que vivemos.
C.C. - Este ano a reflexão é sobre o Apóstolo Paulo…
J.R. - Quase necessariamente. O Papa Bento XVI, para comemorar os dois mil anos do nascimento de Paulo de Tarso, proclamou o ano Paulino, para que toda a Igreja faça uma leitura de si mesmo à luz da mensagem do grande Apóstolo. Não poderíamos, por isso, deixar de nos inserir nesta proposta global, porque estamos convencidos que Paulo continua, hoje, a desafiar a Igreja e a sociedade.
C.C. - Que desafios?
J.R. - Antes de mais, em relação à Igreja, o desafio de uma permanente atitude de evangelização. A exclamação de Paulo "Ai de mim se eu não pregar o Evangelho" tem de ser repetida, hoje, pela Igreja no seu conjunto e por cada um dos homens e mulheres que dela fazem parte. Depois o desafio que decorre da necessidade de passarmos de uma Igreja em tempos de cristandade para uma igreja constituída por pequenas comunidades orantes e celebrantes.
C.C. - Mas há também desafios à Sociedade.
J.R. - Claro! A Igreja pode ser marginal ao tecido social em que se insere. Através da mensagem Paulina, que outra coisa não é que a mensagem evangélica, a Igreja tem o dever de desafiar a sociedade actual a assumir comportamentos éticos em diversos campos, desde o da defesa da vida humana, ao da interculturalidade, ou mesmo ao da verdade que sempre deve estar presente nas relações entre os homens e entre os povos. Continua hoje a dever ser proclamado a todos que "não há judeu nem grego, não há homem nem mulher, não há escravos e homens livres". Repare-se na actualidade desta afirmação em relação, por exemplo, com os problemas étnicos, com as atitudes de marginalização ou com as tentativas de neocolonialismo em que o o nosso tempo ainda é fértil. A humanidade tem um longo caminho a percorrer, e eu estou convencido que a caminhada será mais segura se for iluminada pela luz de Cristo, seguindo o exemplo desse grande caminheiro e viajante que foi Paulo de Tarso.
C.C. - Quem pode participar nestas jornadas?
J.R. - As jornadas são abertas a todos os interessados, mediante uma inscrição. Este ano o ISET conta com a colaboração do Instituto Justiça e Paz (Pastoral Universitária), com a Escola Diocesana de Leigos e com a Escola Diocesana de Música Sacra. Estou convencido que os "estudantes" destas escolas participarão em grande número. Mas também os outros, os catequistas, os membros mais responsáveis das comunidades cristãs só terão a lucrar com a sua participação.
C.C. - Onde se podem entregar as inscrições?
J.R. - Junto de qualquer das instituições que referi. Podem ser enviadas por carta, por fax, por e-mail ou por telefone para a Secretaria do ISET do ISET, Rua Vandelli, 2; 3004-547 Coimbra, telefone/fax 239 792348, e-mail: iset.coimbra@mail.telepac.pt
Cristãos de Coimbra empenhados na semana de oração pela unidade
Na Diocese de Coimbra, as igrejas católica, presbiteriana e ortodoxa grega reuniram-se em oração pela unidade, em oração ecuménica titulada "Serão um só na Tua mão".
Na Diocese de Coimbra, as Celebrações de 2009, em que participaram as Igrejas Presbiteriana, Ortodoxa Grega e Católica, tiveram lugar, numa primeira fase, a 19 de Janeiro, na Paroquial de Santa Cruz - Coimbra; 21 de Janeiro, na Igreja Presbiteriana - Bebedouro; 22 de Janeiro, na Paroquial de Cadima; 23 de Janeiro, na Paroquial de S. Julião - Figueira da Foz, terminando, com a segunda fase, na época do Pentecostes, com mais quatro realizações.
A celebração, na Igreja Presbiteriana do Bebedouro, reunindo fiéis da Igreja Católica e Evangélica Presbiteriana, foi conduzida pelo Pastor Evangélico José Manuel Leite; o Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto e o Padre Isildo Costa, de Arazede.
"A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, celebrada anualmente, é um período de intensas preces em que as Igrejas de todo o mundo exprimem a sua aspiração e a sua vontade de caminhar rumo à unidade dos cristãos", disse o Pastor José Leite, depois de agradecer a presença de D. Albino Cleto, entre outras individualidades.
"Esta celebração significa um compromisso na compreensão e respeito entre as igrejas cristãs, numa tentativa de procurar a unidade dos cristãos como Jesus Cristo queria: "um só rebanho e um só pastor", no esforço de confiança em Deus", destacou D. Albino Cleto, sublinhando o objectivo primordial que une os crentes: "Cristo, fundamento da nossa fé; É n'Ele que temos de caminhar confiadamente para nos reencontrarmos na unidade e sermos, por isso, instrumentos desta unidade querida por Deus".
Considerando que, apesar das barreiras que separam as várias denominações cristãs, existem pontos comuns que ajudam na aproximação, o prelado explicou que "são esses pontos que possibilitam o estreitamento entre as denominações", dando como exemplo encontros e iniciativas de oração.
Em cada ano, o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos surge como uma oportunidade para colocar, em debates, reflexões e na oração, as razões para a união entre os que professam a fé no mesmo Cristo.
Dia de formação para o percurso de casais "Ela e Ele"
Irá ter lugar, a 7 de Fevereiro, na casa das cooperadoras da Família, na rua Gil Vicente, em Coimbra, um dia de formação para casais que possam vir a ser os animadores de um percurso para casais que tem o nome de "Ela e Ele". Um desdobrável foi já mandado para muitos padres a nível nacional, onde explica alguma coisa do que é este percurso de oito semanas, testado há já vários anos em muitos países, e também em Portugal, há um ano para cá, com evidentes frutos na vida dos casais.
Este percurso não é um movimento de casais, mas somente uma caminhada de oito semanas, findo o qual o casal pode entrar, se quiser, num movimento de casais já existente, ou então em qualquer grupo eclesial, ou não entrar em nenhum. Estará a orientar a formação, o casal responsável do percurso "Ela e Ele" em França, e alguns casais que já fizeram, em Lisboa, este caminho, para poderem testemunhar os frutos que dá na vida do casal.
O programa do encontro será o seguinte: 9.30h: Louvor; 10.00h: Princípios e conteúdos do percurso Ela e Ele; 11.15h: café; 11.45h: Aspectos práticos do percurso; 12.45h: Fotografia de grupo; 14.00h: Louvor; 14.15h Sessão tipo: Amor em acção; 15.00h: Testemunhos de casais que fizeram o percurso Ela e Ele; 16.15h: Pausa para café; 16.30h: Oração; 17.00h: Perguntas e respostas; 17.30h: Fim.
Para fazer este percurso numa paróquia basta um ou dois casais formados na dinâmica do curso, que depois agreguem a si algumas pessoas para a organização prática, como a refeição e o acolhimento. Todos os subsídios para o percurso estão já publicados no livro Ela e Ele, e manuais do participante e do responsável, bem como power points para as apresentações que serão depois dispensados aos oradores.
O percurso Ela e Ele essencialmente de carácter prático, pretende dar a qualquer casal as chaves necessárias para construir uma boa relação conjugal para toda a vida. Durante oito encontros, à noite, passados juntos, os cônjuges falam de assuntos que deixam habitualmente de lado no stress da vida quotidiana.
Os assuntos abordados incluem: Reconhecer as necessidades do outro, aprender a comunicar mais eficazmente, resolver os conflitos, curar as feridas passadas, descobrir o que dá ao outro o sentimento de ser amado, as relações sexuais, tirar tempo para o outro e divertirem-se juntos.
A vida privada do casal é sempre respeitada. Não há discussões de grupos, e não é nunca pedido aos casais para falarem da sua relação a uma terceira pessoa.
Cada noite começa por uma refeição à luz da vela em que o casal está frente a frente. Nas exposições são tratados os diversos assuntos do percurso e são seguidos de tempos de discussão e de aplicação em privado em cada casal.
Para fazer este percurso numa paróquia basta que se envie um ou dois casais formados na dinâmica do curso, que depois agreguem a si algumas pessoas para a organização prática, como a refeição e o acolhimento. Todos os subsídios para o percurso estão já publicados no livro Ela e Ele, e manuais do participante e do responsável, bem como power points para as apresentações que serão depois dispensados aos oradores.
Será bem-vindo qualquer casal que a paróquia ou o movimento de casais ou o Secretariado de pastoral
familiar, achar por bem enviar, bastando, para isso inscrever-se com uma semana de antecedência. A inscrição, com a refeição incluída, e tudo o resto será de 30 Euros por casal.
Para qualquer esclarecimento e para o envio das inscrições escrever para contacto@alphaportugal.com ou telefonar para o 916598629 ou ainda o 231461270.
Milhares de crentes em Fátima na celebração nacional do Ano Paulino
Milhares de pessoas desafiaram a chuva e marcaram presença no passado domingo em Fátima, para a celebração nacional do Ano Paulino. O Santuário recebeu fiéis vindos das diversas dioceses para dois dias de celebração que teve o seu momento alto no passado domingo com a celebração da Eucaristia.
Da Diocese de Coimbra partiram cerca de oito autocarros, fora o transporte individual que muito utilizaram.
A missa foi presidida por D. Antoine Audo, Bispo de Alepo para os Caldeus, Síria, que se tem destacado pelo seu empenho no diálogo com o Islão, tendo referido na sua homilia a conversão de um jovem Curdo de origem muçulmana.
"Jiwan, baptizado com o nome de João Baptista, chegado à idade de vinte anos, vivia num vazio total, na solidão que é o grande paradoxo da mundialização. Ao ver que um cristão foi excluído da sua escola e catalogado como infiel, encontrou o rosto de Cristo ao ler o Evangelho e tornou-se pouco a pouco o bom samaritano deste cristão perseguido. Jiwan viveu uma experiência de conversão", disse.
"De um jovem amargurado com a vida, sacudido pelos ventos dos fanatismos e dos medos, tornou se um jovem atento aos outros, membro vivo de uma comunidade cristã, testemunha da graça que o transformou. Doravante Jiwan usa o nome de João Baptista, caminhando no seguimento de Cristo e chamando outros jovens a encontrar Jesus", acrescentou.
Para o Bispo sírio, "numa Europa cada vez mais secularizada, e que exclui o próprio Cristo, a Igreja e os cristãos, fixemo-nos na coragem deste jovem que, por causa da exclusão e do ódio, acaba por encontrar o amor de Jesus, amor de comunhão e de liberdade".
São Paulo nasceu em Tarso, na Turquia, muito perto de Alepo, e a sua conversão, festa celebrada no passado domingo, aconteceu às portas de Damasco, capital da Síria.
"Nesta região tão provada do Médio Oriente, os cristãos vivem lado a lado com os muçulmanos, em diferentes países dilacerados por guerras: Israel e Palestina; Iraque ensanguentado por conflitos étnicos e religiosos e onde os cristãos, nomeadamente da Igreja dos Caldeus, estão ameaçados de desaparecer; enfim, o Líbano, assediado entre guerra e lutando pela paz", elencou D. Audo.
Aos peregrinos, o Bispo de Alepo exortou, também, para que se deixem "alcançar por esta graça de conversão".
No início da celebração, D. António Marto salientou a importância desta peregrinação "não só no sentido de um caminho exterior, em direcção aos lugares paulinos, mas sobretudo, do coração, com São Paulo até Jesus Cristo". O Bispo de Leiria-Fátima referiu que este é um momento de "peregrinação interior às fontes da fé e às origens do Cristianismo", particularmente manifestada no convite dirigido "a um Bispo da Síria e da Igreja dos Caldeus" para presidir a esta peregrinação.
Nas saudações que dirigiu aos presentes, D. António Marto destacou a presença do novo Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, que esteve oficialmente, pela primeira vez no Santuário de Fátima.
Todas as dioceses de Portugal estiveram representadas nesta peregrinação nacional convocada pela Conferência Episcopal Portuguesa, por ocasião do Ano Paulino, proclamado por Bento XVI. 25 Bispos e 200 padres concelebraram nesta missa presidida por D. Antoine Audo.
Basílio Simões fala de valores e desafios aos empresários cristãos
No dia 22 de Janeiro de 2009, realizou-se no Salão da Sé Velha em Coimbra mais um encontro-debate organizado pelo Núcleo de Coimbra da ACEGE (Associação Cristã de Empresários e Gestores integrado no ciclo do corrente ano destinado a empresas e serviços de excelência da nossa região, subordinado ao tema "Valores e Desafios para um novo Paradigma na Gestão".
O orador convidado foi o Engº Basílio Simões, co-fundador, presidente e CEO da ISA - Intelligent Sensing Anywhere, S.A.
O Engº José Basílio Simões é professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e doutorado em Física Tecnológica, contando com uma experiência de 20 anos nas áreas da electrónica, telemetria e gestão remota, sistemas embutidos, processamento de sinais digitais e instrumentação. É ainda autor e co-autor de várias dezenas de artigos científicos nos mais importantes jornais internacionais destas áreas, gere importantes projectos Europeus e desenvolveu e patenteou diversos sistemas inovadores de gestão remota.
A ISA é uma empresa global, especialista em Telemetria e Comunicações M2M (Machine-to-Machine), distinguida com vários prémios e líder em diferentes segmentos do mercado como o da gestão remota para as Utilities, incluindo soluções de telemetria e telecontagem dedicadas ao gás, aos combustíveis, à electricidade e à água.
Os produtos, soluções e serviços oferecidos pela ISA assentam em tecnologia e conhecimentos próprios nos campos da electrónica, do desenvolvimento de software, da telemetria e do controlo, acumulados ao longo dos últimos 20 anos.
O factor chave para o sucesso internacional da ISA é a sua capacidade de desenvolver e lançar no mercado produtos inovadores em tempo recorde.
De entre os muitos galardões recebidos, destaca-se o Innovation Award dos European Utility Awards, atribuído à ISA durante a Metering Europe 2006, em Copenhaga, premiando a sua solução inovadora iEyeMeter, a qual possibilita a telecontagem multi-utility sem fios e sem necessidade de troca de contadores. Mais recentemente a solução iMeter, uma linha completa de produtos inovadores para a eficiência energética integralmente desenvolvida pela ISA, foi galardoada com uma menção honrosa pelo Presidente da República no âmbito do Prémio Produto Inovação COTEC-Unicer tendo sido considerada um dos produtos portugueses do ano de 2008.
Após a apresentação do Eng. Basílio Simões seguiu-se uma animada troca de impressões sobre a experiência da ISA e ainda sobre o papel essencial que as tecnologias que desenvolve, designadamente na área da telemetria pode vir a desempenhar não só nas empresas, mas também no dia-a-dia de qualquer cidadão.
Este encontro-debate seguiu-se aos anteriormente realizados, com o Sr. Ernesto Vieira da Auto Sueco Coimbra e com o Dr. Paulo Barradas da Bluepharma.
Os próximos encontros-debate programados terão como convidados o Dr. Daniel Taborda da ESTAMINAL em Fevereiro e o Prof. Doutor Manuel Antunes em Março.
Para mais esclarecimentos, contactar o mail: acegecoimbra@gmail.com