Correio de Coimbra

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14 de março de 2007

Estudantes de Coimbra rezaram com o Papa via satélite



A Capela da Universidade de Coimbra esteve, no passado Sábado, em rede com as Universidades mais antigas da Europa e com estudantes da Ásia, numa oração presidida pelo Santo Padre. A Jornada Europeia dos Universitários Católicos juntou alunos de 11 universidades de nove países que se uniram, pela oração, a Bento XVI, através do satélite, tendo a participação portuguesa ficado a cargo dos estudantes da Universidade de Coimbra.
No discurso dirigido aos universitários europeus e asiáticos Bento XVI começou por se referir ao tema da vigília de oração, a "caridade intelectual, uma renovada cooperação entre Europa e Ásia", afirmando que esta caridade é uma força do espírito que pode unir o caminho existencial de jovens que, embora vivendo a grande distância uns dos outros, conseguem sentir-se ligados no plano da procura interior e do testemunho. Para o Papa, a iniciativa construiu "uma ponte ideal entre a Europa e a Ásia, continente de riquíssimas tradições espirituais, onde se desenvolveram algumas das mais antigas e nobres tradições culturais da humanidade".
Bento XVI dirigiu depois uma breve saudação aos universitários em ligação, de varias cidades e nações. As palavras em português foram para os universitários de Coimbra: "Queridos estudantes da Universidade de Coimbra, que a Virgem Maria, Sede da Sabedoria, seja a vossa guia para vos tornardes verdadeiros discípulos e testemunhas da Sabedoria cristã". Na saudação aos alunos italianos, o Sumo Pontífice afirmou ainda que esta vigília de oração, segundo a tradição das Jornadas Mundiais da Juventude, pode ser considerada uma etapa da peregrinação espiritual guiada pela Cruz. Explicou também que o mistério da Cruz não está separado do tema da caridade intelectual mas, pelo contrário, ilumina-o.
Para Rui Pedro Bento, finalista do curso de Farmácia, iniciativas como esta contribuem para combater um "distanciamento progressivo" que se vê na relação dos jovens com a Igreja. D. Albino Cleto, bispo de Coimbra, entende que esta corrente de oração serviu também para mostrar que a academia de Coimbra é mais do que a contestação às políticas educativas e sabe dar testemunho da Fé.

As (minhas) notas da semana


1. Vamos ter aí, daqui a oito dias, as jornadas de Teologia do ISET, este ano debatendo o tema da Mulher na Igreja e perspectivando as linhas de reflexão para o século que estamos a iniciar. Como tenho as mãos metidas na massa, muita gente conhecida me tem perguntado se vamos debruçar-nos, e sobretudo tomar posição, sobre a possibilidade de a mulher vir a ser inserida no quadro dos ministérios ordenados da Igreja. Houve mesmo agentes qualificados da estrutura eclesiástica que, como quem não quer a coisa, foram pretendendo saber se estas jornadas ("com um tema escaldante" – segundo dizem) não vão ser palco de debate sobre este assunto, ultimamente tão discutido e objecto de opiniões contrastantes. Há que serenar o debate e reafirmar aquilo que disse, na qualidade de director do ISET de Coimbra, em entrevista ao "Correio". O importante, agora e aqui, não é sabermos se a mulher pode, alguma vez, no âmbito da Igreja Católica, vir a ser admitida ao ministério ordenado, mesmo partindo do princípio que, no século II, tenha havido não apenas "virgens chamadas viúvas" (como lhes chamou Santo Inácio), mas verdadeiras diaconisas, com a missão especifica de evangelizarem as mulheres e de participarem na unção baptismal daquelas que recebiam este sacramento de iniciação.
2. Nesta, como em muitas outras matérias, somos todos demasiado apressados. Queremos a solução das nossas preocupações no dia imediato ao nosso pensamento, sem termos em atenção que a história é lenta, e que a História da Igreja o é ainda muito mais. Há movimentos de mudança acalentados ao longo de séculos e alguns dos quais ainda não foram, nem serão tão depressa, concretizados. Recordo aqui, e apenas a título de exemplo, o que se passou , com a utilização da língua vernácula na liturgia. Todos sabemos que foi o Concílio Vaticano II que permitiu (e, mais do que isso, que incentivou) o uso das línguas faladas na celebração dos sacramentos, nomeadamente na Eucaristia. Mas as tentativas para que isso se concretizasse vinham de muito longe, pelo menos do século IX, quando os apóstolos dos eslavos, S. Cirilo e S. Metódio, pediram ao Papa (a vários papas, a começar por Nicolau I e Adriano II, e insistindo com João VIII) que autorizasse a celebração na língua dos povos que evangelizavam. Foi nesse âmbito que, depois de algumas recusas, conseguiram de João VIII a célebre bula "Industriae Tuae" (do ano 880) em que o papa declara: "Não é contrário à doutrina e à fé cantar missa ou ler o Santo Evangelho ou as lições divinas do Novo e do Antigo Testamento, bem traduzidas e interpretadas, ou mesmo cantar os outros ofícios das horas em língua eslava, porque Aquele que fez as três línguas principais – o hebraico, o grego e o latim – criou também todas as outras para sua glória e seu louvor". Nem o Vaticano II disse melhor, cerca de onze séculos depois.
3. Daí que me pareça, em relação ao papel da mulher na Igreja que o mais importante não seja agora estarmos a preocupar-nos se o ministério ordenado deve ou não, já ou amanhã, ser-lhes atribuído. O que nos compete, neste início do século XXI, é fazer uma séria reflexão antropológica, social, teológica e canónica sobre o papel da mulher no mundo do nosso tempo, em que a Igreja se insere sem qualquer relutância. É, aliás, nesse sentido, e dentro destes parâmetros, que o Instituto Superior de Estudos Teológicos de Coimbra se propõe organizar umas jornadas de reflexão, abertas a todos aqueles e aquelas que queiram participar. Não nos esquecemos, de resto, que quem dirige a Igreja, quem marca os tempos e as oportunidades, é o Espírito Santo de Deus. Sem Ele, nada vale a pena, quer antes quer depois!
A. Jesus Ramos

Luís Providência, vereador da Câmara de Coimbra, ao “Correio”



Não é fácil trabalhar em coligação




Luís Providência em longa entrevista ao "Correio", reconhece que não é fácil trabalhar em coligação. Segundo este jovem autarca, esta situação exige um grande esforço no modo de se articularem os projectos e as posições de dois, ou mais, partidos, num objectivo comum, neste caso o futuro de Coimbra.
Ao "Correio" revelou a necessidade de se criar infra-estruturas desportivas de lazer, nomeadamente um parque anglo-saxónico e uma ciclovia, há muito reclamado pela cidade. Quanto à problemática da sobrelotação dos cemitérios defende a construção de um novo espaço municipal.

Entrevista de Miguel Cotrim



Como está a decorrer o seu mandato como vereador do desporto, juventude e lazer na Câmara Municipal de Coimbra?
O mandato tem corrido bem, com normalidade, dentro dos condicionalismos que o país atravessa e, a que a Câmara Municipal de Coimbra não é alheia.
Já não estamos no tempo em que o país construía novos estádios de futebol para receber o campeonato da Europa; Estamos no país que, com dificuldade, os vai pagando.
Estamos no país que fecha escolas, serviços de urgência, maternidades… Coimbra, neste contexto, assegura infra-estruturas desportivas de qualidade, de que os complexos de piscinas (o complexo Olímpico em particular) e o Pavilhão Multidesportos, são bons exemplos.
A relação com os clubes tem sido sempre de grande transparência e abertura, sendo sempre explicadas as dificuldades que a CMC atravessa na sua capacidade financeira. Apesar de tudo, reafirmo que continuamos a prestar um serviço de elevada qualidade nos três complexos de piscinas, no Pavilhão Multidesportos e no Estádio Municipal Sérgio Conceição.


Coimbra possui hoje várias infra-estruturas desportivas. São suficientes para a prática desportiva?
Relativamente a saber se as infra-estruturas existentes são, ou não, suficientes, há duas realidades diferentes a considerar. Uma, é a da prática desportiva formal, enquadrada em clubes e associações, com quadros competitivos próprios, em que na maioria das modalidades as infra-estruturas são suficientes, embora com uma ou outra excepção identificadas, como seja o caso do Râguebi, que aproveitaria, seguramente, de um ou dois novos campos relvados. A outra, é a da prática desportiva informal, desporto-lazer, em que claramente faltam espaços informais para a prática desportiva, dirigidos a toda a população. Um parque Anglo-Saxónico (tipo Abadias na Figueira da Foz) é um exemplo claro de uma infra-estrutura em falta na cidade. O mesmo se pode dizer relativamente a ciclovias. A importância destes espaços é ainda maior, quando existe a noção de que com mais espaços destinados à prática desportiva, mais cidadãos passam a praticantes e, esse deve ser o maior objectivo: garantir as condições para que os conimbricenses se possam tornar melhores cidadãos.



Que eventos têm sido proporcionados à população?
A CMC tem proporcionado um conjunto interessante de eventos desportivos de qualidade, que correspondem à estratégia pensada.
Coimbra, em nosso entender, deve estar vocacionada para receber eventos desportivos identificados com os pontos altos das modalidades, a que correspondem fases finais de campeonatos ou taças nacionais, de que são exemplo: a final da taça de Portugal em Futsal (que encheu o Pavilhão Multidesportos, com um SLB-SCP), os Campeonatos Nacionais Absolutos de Natação e, a final 4 da taça feminina de Basquetebol a realizar no próximo fim-de-semana.
Devemos ainda, conseguir receber eventos desportivos internacionais, que, promovendo uma determinada modalidade, dêem visibilidade a Coimbra e às infra-estruturas municipais, de que são exemplo os Campeonatos Europeu e Mundial em duas vertentes da ginástica (rítmica e acrobática) ou o Campeonato do Mundo de kickboxing, a realizar no final deste ano. Cabem ainda na estratégia definida nesta área dos eventos desportivos, organizações dirigidas (fundamentalmente) ao desporto informal, como sejam as provas de BTT ou, a partir deste ano, os Jogos do Século XXI, que pretendem recuperar o espírito dos Jogos de Coimbra.



É fácil trabalhar em coligação com o PSD?
Uma coligação pressupõe que se consigam articular os projectos e as posições de dois, ou mais, partidos, num objectivo comum de futuro, neste caso, o futuro do Concelho de Coimbra. As diferenças naturais e salutares que possam existir, têm de ser ultrapassadas com uma prática de lealdade e bom senso.



Coimbra é uma cidade suja. Que políticas tem sido aplicadas no decorrer da sua vereação para colmatar esta problemática?
Não concordo que Coimbra seja uma cidade suja, ou, se quiser, mais suja do que a generalidade das cidades. Há, no entanto, situações pontuais que foram identificadas. A baixa, que depende de um protocolo com terceiros, é um exemplo. Outro, é a praça Heróis do Ultramar e a envolvente do Estádio Cidade de Coimbra, que têm uma pressão particular pelo número de pessoas que frequentam diariamente estes espaços. Esta situação foi resolvida, afectando um funcionário em permanência, para fazer a limpeza destas áreas. No geral, esta problemática só se resolve com mais meios e com a sensibilização de todos para uma prática consciente e empenhada, em que cabe a todos e a cada um de nós, contribuir para a solução do problema. Não há limpeza que resista, se, por exemplo, os detritos resultantes de uma refeição "fast" forem parar ao chão, mesmo que existam uma série de papeleiras e caixotes do lixo à disposição dos cidadãos, como acontece frequentemente na Praça Heróis do Ultramar, entre o Centro Comercial e as escolas.



Os cemitérios de Coimbra registam neste momento um sobrelotamento. Como pretende a Câmara Municipal resolver o problema?
Ampliação, nos cemitérios em que esta solução seja possível.
Construção vertical de ossários e gavetões, como já foi feito na Conchada. A solução a médio-longo prazo, deverá passar, em meu entender, por construir um novo cemitério municipal, acompanhado de um forno crematório.



Como se caracteriza politicamente. É político por convicção?
Tenho a minha profissão (Director Comercial da empresa Guidant Aparelhos Médicos), que interrompi durante este período para me dedicar a Coimbra, assumindo um lugar político que me orgulha mas que não me ilude: a política é um estado transitório, não definitivo.
Se estar na política para" transformar o poder em serviço", como fazia o Engº Nuno Abecassis, é ser político por convicção, então sou político com uma convicção inabalável.



O Luís Providência foi reeleito recentemente presidente da concelhia do CDS-PP. Que leituras faz desta crise provocada por Paulo Portas no partido?
A leitura que faço é a de uma crise, imposta ao partido por um ex-presidente, que o partido não queria e, seguramente, não precisava. Não é, do meu ponto de vista, aceitável que o Dr. Paulo Portas não se obrigue a respeitar os tempos do partido e, venha exigir eleições nas suas condições e nos termos exactos que entendeu exigir. O CDS é muito mais do que o Dr. Paulo Portas, que só demonstrou, com esta atitude, aquela que é a sua concepção de partido: ele próprio e as suas regras. Os militantes, a direcção do partido, não lhe mereceram qualquer respeito: deu um mau exemplo de (falta de) "lealdade institucional", que tanto apregoou.



A concelhia vai tomar alguma posição?
A concelhia aguardará as decisões do Conselho Nacional do partido, sendo que é posição largamente maioritária na concelhia que a resolução desta crise interna passe pela realização de um congresso.



Apoia Portas ou Ribeiro Castro?
Apoio Ribeiro e Castro sem dúvidas nem tibiezas. O seu modelo de partido é aquele em acredito.
Porque me revejo num partido democrata-cristão, assente em valores e princípios, com uma profunda inspiração personalista e de proximidade. Devemos trabalhar para um partido que está ao lado das pessoas, um partido ao serviço das pessoas. Acredito, como acredita Ribeiro e Castro, que somos um instrumento ao serviço do partido e, que o partido é um instrumento ao serviço de Portugal. Um partido que vê nas autarquias, na proximidade às pessoas, a fórmula para um sólido crescimento político.



O CDS-PP é um partido de democratas cristãos. Porquê que se assumem como cristãos? Em que diferem dos outros partidos?
O CDS tem na sua génese inspiração na Doutrina Social da Igreja. É pois um partido doutrinário, à semelhança do Partido Democrata Cristão Alemão criado por Konrad Adenauer em 1946. O CDS foi sempre um partido único no panorama político-partidário em Portugal: nunca defendeu a colectivização dos meios de produção, nem nunca caminhou para o socialismo. A solução para os problemas sociais foi sempre inspirada na Doutrina Social da Igreja Católica, a Rerum Novarum, a primeira encíclica social promulgada por Leão XIII, em resposta à primeira grande questão social, a questão operária e, de alguma forma em alternativa ao socialismo, que é excluído como remédio.

Jornadas de Teologia



O Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET) de Coimbra, organiza, nos dias 23 e 24 de Março, no auditório do Instituto Português da Juventude, mais uma edição das Jornadas de Teologia, sob o tema "A Mulher e a Igreja: perspectivas para o século XXI". As inscrições podem ser feitas através do telefone da secretaria do ISET (239 792 348), ou da redacção do Correio de Coimbra (239 701 785).

Confraria Rainha Santa Isabel junta-se numa Eucaristia uma vez por mês


À quinta-feira, a Eucaristia celebrada na Igreja da Rainha Santa é celebrada por intenção dos Irmãos e Irmãs da Confraria da Rainha Santa. Para dar "maior vida e participação a este acto litúrgico", o capelão da Confraria e pároco de Santa Clara, convida à participação na mesma, pelo menos, nas primeiras quintas-feiras de cada mês. As celebrações terão início às 18h, seguindo-se a Exposição Solene do Santíssimo, até às 19h. Durante a exposição, cantar-se-ão as Vésperas da festa da Rainha Santa. A primeira Eucaristia terá lugar no próximo dia 3 de Maio.
No dia 24 de Março, realiza-se também na Igreja da Rainha Santa Isabel, pelas 21h, uma celebração penitencial seguida da Eucaristia.

Campanha para construção de um telhado de uma igreja em Luau


No próximo dia 24 de Março, vai realizar-se, no Centro Social do Monte Formoso, uma noite de fados como forma de angariar fundos para a construção de um telhado da igreja de Luau, em Angola. Segundo os promotores da iniciativa, os missionários no local lutam diariamente para evangelizar e prestar apoio em áreas como a educação ou a saúde. O Centro Social de Monte Formoso espera poder contribuir, desta forma, para a reconstrução da igreja e criação de um espaço digno para a catequese, celebrações e encontros.

Faleceu o Professor Miguel Baptista Pereira, catedrático de Filosofia na Universidade de Coimbra

Miguel Baptista Pereira, uma das grandes referências do século XX português na área da Filosofia, professor jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, faleceu no dia 5 de Março, com 77 anos.
Natural de Vila do Conde, fez os seus primeiros estudos no Seminário de Braga, onde foi ordenado sacerdote em 1953. Ingressou, depois, na Universidade de Comillas, em Santander e concluiu a licenciatura em Filosofia, em Coimbra, tendo defendido a sua tese de doutoramento na Alemanha. João Maria André, seu discípulo e depois seu par no Instituto de Estudos Filosóficos da Faculdade de Letras, realça o seu afastamento das "grandes tribunas da fama pelas quais nutria um explícito e assumido desprezo".
Antes do 25 de Abril, esteve sempre do lado dos estudantes sem medo de represálias. Conselheiro da Gulbenkian, o professor deu também nome a um prémio anual da Fundação Engenheiro António de Almeida.
O funeral, depois de Missa de Corpo Presente na Capela da Universidade, realizou-se para o cemitério de Bagunte (Vila do Conde).

Combonianos propõem Páscoa Jovem


"Viver a Páscoa entre jovens e celebrá-la de maneira diferente" é a proposta feita pelos Missionários Combonianos a todos os que tiverem vontade de experimentar uma vivência especial da festa central da Igreja. Com o tema "Enxertados na árvore", o encontro acontecerá entre os dias 5 e 8 de Abril, realizando-se, portanto, nos dias que antecedem a Páscoa. Os participantes, que devem ter entre 15 e 30 anos, poderão regressar a casa depois da Vigília Pascal para celebrar o Domingo na sua paróquia de origem.
O custo de participação será de 20 euros. Para mais informações, pode ser utilizado o contacto do padre Leonel Claro (Missionários Combonianos, Areeiro – 3030-168 Coimbra; Tel.: 239 701 172; jovemissio@gmail.com).

Reunido em Mira, a 6 e 7 de Março

Pastoral da Caridade preocupa Conselho Presbiteral

O Conselho Presbiteral da Diocese de Coimbra, reunido nos passados dias 6 e 7 de Março, reflectiu sobre o Estatuto Económico do Clero e a Pastoral da Caridade na Diocese de Coimbra.
Terminados os cinco anos de experiência do Estatuto Económico do Clero, determinam os respectivos estatutos que se proceda à revisão do texto, em ordem à sua versão definitiva, e se promulgue com carácter permanente. Embora o texto não tenha sofrido alterações significativas, os padres do Conselho, tendo dialogado com os sacerdotes dos diversos Arciprestados, ofereceram importantes ajudas na implementação do mesmo. A reflexão debruçou-se sobre a comunhão presbiteral que está presente neste Estatuto, o seu carácter obrigatório para todo o clero e algumas questões relacionadas com o regulamentação práctica do mesmo Estatuto.
O Senhor Bispo, dentro de breve prazo, fará a promulgação definitiva do Estatuto Económico do Clero da Diocese de Coimbra.
O segundo tema, que se referia à organização da Pastoral da Caridade na Diocese de Coimbra, não sendo a primeira vez que vinha à reflexão do Conselho Presbiteral, motivou, desta vez, para além da sensibilização para a urgência da implementação desta área da pastoral da Igreja e da atenção às novas formas de pobreza, que se aprovasse uma proposta coerente de resposta diocesana na área da Caridade. Assim, aprovou-se a seguinte proposta a apresentar ao senhor Bispo:
a) A nível paroquial
A constituição de um serviço organizado que coordene, anime e desenvolva acções no domínio da pastoral da caridade. Os membros que compõem este serviço devem pautar-se pelo profissionalismo e amor cristão, integrados na comunidade cristã possuam a formação suficiente para saber ler os sinais na sociedade por onde passam as grandes carências humanas.
b) A nível diocesano
A constituição de um serviço que coordene as acções a realizar no âmbito diocesano; saiba ler, com amplitude, a realidade da pobreza na diocese; proponha acções de resolução envolvendo as instituições existentes ou a criar; oriente a formação dos agentes da pastoral da caridade.
c) A elaboração de um programa adequado e coerente de formação de agentes para a pastoral da caridade.
d) A criação de um Conselho Diocesano da Pastoral da Caridade que seja um espaço de diálogo entre todas as instituições que trabalham no âmbito da caridade na diocese.
e) Ajustar o trabalho pastoral da Caritas Diocesana para que seja ela, como serviço diocesano, a desempenhar a função que atrás se denomina de Serviço Diocesano da Pastoral da Caridade.
O Conselho foi de parecer que se deveria motivar toda a Diocese para uma iniciativa comum dentro do âmbito das pessoas idosas e que se sentem desamparadas. Toda a Diocese, através dos serviços paroquiais da pastoral da Caridade, irá estar atenta e promoverá acções de modo a que todos e cada um dos idosos não sinta que se encontra só na resolução dos problemas do dia a dia.


Cónego João Lavrador

Obra de Santa Zita responde aos novos desafios sociais



A obra de Santa Zita celebrou no passado Domingo, dia 11, setenta e cinco anos, ao longo dos quais foi diversificando a sua actividade para dar resposta aos novos desafios sociais. Inicialmente vocacionada para fazer face a problemas de desrespeito pelas jovens mulheres, especialmente as que trabalhavam como empregadas domésticas, a Obra transformou-se numa instituição de solidariedade social, com valências como um Centro de acolhimento temporário para crianças em risco, apoio a idosos ou creches.
A directora da Casa de Santa Zita de Coimbra refere que, mantendo a fidelidade ao espírito fundacional, a Obra "enveredou pela resposta a diferentes necessidades que vão aparecendo, sem descurar o trabalho com as empregadas domésticas". "Se repararmos, a realidade não é assim tão diferente daquela que existia há 75 anos. Continuamos a ouvir os gritos que pedem auxílio, mas de outras pessoas e de outra forma", afirma Emília de Oliveira Cardoso.
A Obra de Santa Zita foi fundada em 1931-1932 por Monsenhor Joaquim Alves Brás, apostando na defesa e promoção das jovens mulheres, procurando elevar o seu nível de formação e preparação em todas as dimensões, para que pudessem ser boas donas de casa, boas esposas, boas mães e algumas boas consagradas. O fundador pretendia atingir a família desprovida de valores. "Salvando a família é todo o mundo que está salvo", dizia.
Emília de Oliveira Cardoso destaca que "trabalhar na prevenção, para remediar atempadamente certos desvios, foi a grande intuição do fundador" "A prevenção pela formação, a grande estratégia que mudou a vida de muitas jovens e que visava atingir as três famílias cruzadas na sua vida: a de origem, aquela onde trabalhava e aquela que viria a constituir", conta, acrescentando que, "formadas e preparadas, as jovens mulheres estavam em condições de assumir a defesa da sua dignidade e a das suas companheiras".
Esta cooperadora da família frisa que, "durante largos anos, a Obra de Santa Zita, dedicou-se incansavelmente a esta jovens", fazendo com que elas se tornassem pessoas "mais conscientes, da sua vocação e da sua missão na sociedade e na Igreja".
Em Coimbra, "a Obra procura acompanhar mulheres vítimas de violência doméstica, mulheres grávidas e desempregadas que precisam de auxílio", realça a sua directora.
Na cidade dos estudantes, a Obra auxilia cerca de duzentas famílias que necessitam de ajuda económica e espiritual. Auxiliam famílias que se encontram nos Hospitais da Universidade de Coimbra através de um programa de contrato de cooperação com os serviços sociais. As Cooperadoras da Família proporcionam ainda cursos de formação como culinária, tapeçaria, música, corte e costura.
Emília Cardoso realça ainda o problema da solidão vivido na sociedade. "Muito que procuram a Obra, procuram essencialmente abrirem o coração e partilharem os dramas vividos" na família, explica.
A Obra de Santa Zita criou outras valências como as creches, os jardins-de-infância e ATL´s, o serviço de apoio a idosos, a Escola Profissional de Agentes de Serviço e Apoio Social (actualmente em Lisboa e no Funchal), o Centro de Acolhimento Temporário para Crianças em Risco (Castelo Branco) e o atendimento às famílias. Em algumas cidades, mas muito poucas, a Obra tem ainda um serviço de acolhimento temporário para jovens estudantes e adultos.
A Obra tem 21 casas em Portugal e aproximadamente duas mil pessoas associadas. A obra é dinamizada pelo Instituto Secular das Cooperadoras das Famílias, criado em 1933, que conta actualmente com 315 leigas consagradas.
Miguel Cotrim (Texto e Foto)

Na comemoração dos 75 anos da Obra de Santa Zita

Mons. Alves Brás dá nome a rua de Coimbra


O descerramento de uma placa toponímica no Tovim de Baixo, uma eucaristia, um almoço de confraternização e uma tarde cultural marcaram as comemorações da Obra de Santa Zita em Coimbra.
Monsenhor Alves Brás tem desde do passado Domingo, o nome associado a uma rua de Coimbra. A rua do fundador da Obra de Santa Zita fica situada no Tovim de Baixo, na primeira artéria à direita para quem sobre em direcção a Vale de Canas, só tem sentido ascendente. O acesso é feito pela rua Vitorino Nemésio para poente até à tua das Barreiras, paralela à Avenida Elísio de Moura.
Maria da Conceição Brites, presidente nacional da Obra de Santa Zita, que comemora 75 anos de actividade, lembrou que a atribuição do nome de uma rua em honra de monsenhor Alves Brás representa "um sinal de gratidão pelos seus gestos nobres".
Para além de considerar a homenagem uma medida "digna e justa", Maria da Conceição Brites acrescentou que o sacerdote diocesano, cujo processo de beatificação está em curso, foi "um homem que sobressaiu na sua época pela grande sementeira de amor que cultivou e pelas obras que fundou".
O "apóstolo da família" como foi designado por Maria da Conceição Brites, "não deixou ninguém indiferente", razão pela qual acredita que "a sua beatificação não deve demorar muito", desejando ainda que a rua sirva de "incentivo a todos os que nela passarem para irem mais além".
O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, conheceu pessoalmente monsenhor Alves Brás e mostrou-se agradecido por ver a autarquia "enaltecer alguém da igreja". "Viu, muito cedo, que Coimbra era o lugar para plantar mais uma das flores do grande jardim que era que era a sua obra", destacou.
Para o vice-presidente da Câmara de Coimbra, João Rebelo em representação de Carlos Encarnação, considerou ser "um dever da autarquia e cidade lembrar e perpetuar o nome daqueles que se distinguem no seu trabalho e vida". A rua escolhida par homenagear Joaquim Alves Brás não foi, segundo o autarca, planeada, embora tenha surgido por "necessidade" da construção da Circular Externa. Factor que mereceu uma comparação com a obra de monsenhor Alves Brás…
A inauguração da rua marcou o início de várias iniciativas que se prolongaram ao longo do dia e incluíram uma missa presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto na igreja de Santo António dos Olivais, um almoço convívio na sede da obra e uma tarde cultural com fados de Coimbra e a apresentação de um documentário sobre a evocação histórica da Obra de Santa Zita.
Miguel Cotrim

JOVENS DAS ESCOLAS CATÓLICAS CONVIVEM COM DOENTES



Mais uma vez, um grupo de alunos do 9º ano dos Colégios de Coimbra: S. José, CAIC (Cernache), Rainha Santa Isabel e S. Teotónio se deslocaram à Casa de Saúde Rainha Santa Isabel, em Condeixa, pertencente à comunidade das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.
O ponto de encontro decorreu no salão de festas da instituição, onde houve oportunidade para conviver com muitas das trezentas e cinquenta e cinco utentes e participar num programa de variedades, onde não faltou a música, a dança, o teatro e um número especial, deveras animado, executado por um grupo de dança constituído por doentes e funcionários da Casa de Saúde.
Estes jovens e os respectivos professores tiveram ocasião de observar o requinte das instalações e, sobretudo, a forma carinhosa e estimulante como as pessoas internadas – maioritariamente atingidas por doenças do foro psiquiátrico – são acompanhadas, tanto pelas irmãs como pela centena e meia de leigos colaboradores.
A Casa de Saúde Rainha Santa Isabel é uma das instituições contempladas no projecto Vida Sã do programa SOLNEC, visando o incremento do voluntariado dos alunos das Escolas Católicas da diocese de Coimbra junto das pessoas doentes.

Jovens procuram Jesus na Internet


"Onde nasceu Jesus?"; "Onde viveu Jesus até iniciar o seu ministério público?"; "Jesus realiza a expectativa messiânica de Israel numa tríplice função. Quais as funções?" e "Onde Jesus realiza o verdadeiro sentido da sua realeza?" – foram algumas questões colocadas aos cerca de 40 jovens participantes no II Net-Paper promovido pelo Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra. Esta iniciativa, realizada no passado dia 9 de Março, foi "uma catequese on-line através do Messenger", disse à Agência Ecclesia o padre João Paulo Vaz, director Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra.
Aproveitando as actividades positivas lançadas, em anos anteriores, realizou-se novamente o Net-Paper. "Pretendíamos que os participantes soubessem mais sobre a pessoa de Jesus" – realça o sacerdote. Para participar, os jovens necessitavam apenas de estar ligados à Internet. Depois de reunidos em várias equipas, com jovens de todos os pontos da diocese, "houve uma inter-acção entre eles" e "respondiam como equipa".
Com três níveis distintos, conforme a dificuldade das questões, cada equipa tinha cinco minutos para encontrar a resposta. "O importante é o encontro" porque "Jesus também está na Internet e em todos os meios que utilizamos para viver", salientou o padre João Paulo Vaz. E acrescenta ainda: "temos a preocupação de estarmos atentos às novas realidades e promover a animação dos jovens através dos novos meios para fazer a formação. Se não formos por aí perdemos o barco".

Luís Santos (Agência Ecclesia)

Padre Luís Miranda publica livro sobre a espiritualidade dos portadores de deficiência



"Deus num Rosto Desfigurado" é o título de um livro publicado recentemente, da autoria do padre Luís Miranda, director espiritual no seminário de Leiria-Fátima. A obra resulta de uma tese de licenciatura e reúne estudos, apontamentos e reflexões sobre a "vocação, espiritualidade e missão da pessoa portadora de deficiência", como nos diz o subtítulo. Nas palavras do autor, o texto nasce também de uma "experiência pessoal de proximidade, partilha de vida e acompanhamento espiritual de algumas pessoas portadoras de uma deficiência".
No prefácio, o padre Dr. Virgílio Miranda Neves, que acompanhou a elaboração do trabalho e prefaciou a obra, sublinha a importância do livro que, "centrado em alicerces seguros oferecidos pela Sagrada Escritura, Antropologia Cristã, Vida da Igreja e trabalho pastoral directamente desenvolvido com pessoas concretas que são portadoras de deficiência, tem a ousadia de abrir caminhos novos e proféticos".
Mostrando como a fraqueza pode ser força, procura incutir a quem o lê uma nova imagem e entendimento das pessoas portadoras de deficiência. Porque, ainda nas palavras do padre Virgílio Neves, "um rosto desfigurado é sempre uma beleza a contemplar". A mensagem que atravessa as reflexões que nos são oferecidas é a de que a Igreja aponta os nossos caminhos para a busca de uma beleza não efémera, deixada em cada um de nós pelo Deus que nos marcou com o Amor.
A edição do livro é da responsabilidade das Edições CVS (Centro Voluntários do Sofrimento), revertendo a totalidade dos lucros para Silenciosos Operários da Cruz. A obra está já disponível na livraria Cultura e Fé.

Vaga de assaltos em igrejas e capelas


Os concelhos de Arganil e Oliveira do Hospital foram afectados por uma vaga de assaltos a templos da zona. Em duas semanas, vinte igrejas e capelas foram assaltadas. O pároco de Oliveira de Hospital, António Borges, queixou-se, em declarações à Renascença, desta "onda que vem caminhando" sem que ninguém lhe faça frente. Disse também que "deveria haver por parte dos serviços de segurança uma outra presença".
Também a igreja de S. Martinho do Bispo foi assaltada a semana passada. Vários prejuízos, sobretudo provocados pelo arrombamento de quatro portas, pelo furto de uma caixa de esmolas e de géneros alimentícios, foram o resultado do assalto á igreja e ao edifício contíguo, onde funciona um serviço de ATL. De acordo com Américo Pereira, tesoureiro da paróquia, só a reparação das portas custará "mais de mil euros" e, ainda que seja difícil calcular um valor em dinheiro para o conteúdo da caixa de esmolas, admite que este poderá andar perto dos 100 euros. O tesoureiro revelou ainda que não foram provocados estragos nos equipamentos e que uma brigada da PSP recolheu já impressões digitais no local. Há cerca de dois anos foi destruído o sacrário da igreja e, há perto de três meses, também o centro paroquial em Bencanta foi assaltado duas vezes.