HUC comemoraram o dia do seu padroeiro, S. Jerónimo com protestos dos enfermeiros
Para além desta manifestação, a efemeridade foi assinalada com a celebração eucarística, na capela dos HUC, presidida pelo Bispo de Coimbra. D. Albino Cleto e concelebrada pelo actual capelão Alberto Lopes Gil e o seu sucessor Padre Pedro Manuel Quintas. Sobre a regulamentação da assistência religiosa também não foi dita nenhuma palavra, quer do bispo, quer do ministro… era de prever.
Segundo o semanário "Sol", o primeiro-ministro fez chegar uma mensagem à Conferência Episcopal, dizendo que o dossiê da assistência religiosa nos hospitais passou a ser da responsabilidade do seu gabinete. E porquê? Porque Sócrates não quer conflitos com a Igreja…
Segundo o mesmo jornal, o primeiro-ministro ficou surpreendido com as críticas feitas pelos bispos à proposta de regulamentação da assistência religiosa, sobretudo porque, dias antes dessa proposta ter sido enviada aos bispos, Sócrates recebera alguns representantes da Conferência Episcopal e prometera-lhes o maior consenso nessa matéria. Com esse "puxão de orelhas", o ministro da Saúde não quis ser confrontado pelos jornalistas
O titular da pasta da Saúde aproveitou também a ocasião para visitar alguns serviços com investimentos financiados pelo Programa Operacional Saúde – Saúde XXI. Hora e meia mais tarde, deu-se a sessão solene no auditório dos HUC, onde tomaram posse, os membros do Conselho de Administração, presidida pelo Professor Fernando Regateiro.
Para além dos discursos de Fernando Regateiro e de Correia de Campos, foi entregue medalhas a funcionários que completaram 25 anos de serviço da instituição.
Fernando Regateiro, no seu primeiro discurso oficial como presidente do Conselho de Administração dos HUC pretende preparar a instituição para servir "como hospital de futuro". O simples objectivo, um pouco à semelhança de Santo Agostinho é "servir cada vez melhor os doentes que recorrem a este hospital". Para isso, está empenhado em apostar na "qualidade e na inovação". Essa mudança, implica outro modelo de gestão que vai ser a passagem do hospital para EPE, de forma a "ganhar-se mais agilidade, eficácia e eficiência, sem contudo, comprometer a qualidade dos cuidados de saúde prestados, como hospital central e universitário".
Correia de Campos corroborou das palavras de Fernando Regateiro, "Os HUC vão sofrer uma transformação muito importante, vão deixar de depender unicamente do Ministério da Saúde, para virem a depender também do Ministério das Finanças – impõem-se, de facto, uma nova modalidade de gestão que é um desafio técnico, recomendado pela União Europeia". "O modelo anterior era insustentável, o objectivo é diminuir as despesas públicas na área da saúde", disse o ministro. Segundo o governante, "a transformação dos HUC em EPE vai exigir mais responsabilidade e mais qualidade"…
Ministro da Saúde em confronto com enfermeiros
O ministro da Saúde foi recebido, nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), por duas comitivas sindicais e um movimento de utentes.
Correia de Campos participou na celebrações do Dia de S. Jerónimo, padroeiro dos HUC, tendo sido abordado, antes da sessão solene, por responsáveis do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Centro (STFP-C) e Movimento Utentes pelos HUC.
"O despedimento de enfermeiros contratados, ao ser concretizado, aprofunda as dificuldades de acesso de milhares de utentes a cuidados de saúde, na quantidade e na qualidade necessárias", sustenta o SEP no texto em que critica o Decreto-Lei nº 276-A/2007.
Para o SEP, este diploma "veio agudizar ainda mais as situações de instabilidade e precariedade laboral existentes" entre estes profissionais.
"O ministro disse que ninguém ia ser despedido com a nova legislação, mas hoje estão aqui dez enfermeiros do Hospital do Lorvão e do Sobral Cid que foram despedidos", salientou o dirigente do SEP, Paulo Anacleto.
O dirigente considerou ainda que a atitude de Correia de Campos, "ao não querer responder, foi inadmissível". À entrada para o auditório dos HUC, o SEP estendeu perante o governante uma faixa em que se lia: "Enfermeiros/Emprego Precário = Exclusão Social".
Antes, o ministro da Saúde recebera também uma "carta aberta" do STFP-C em que é frisado que "não há trabalhadores a mais no SNS".
"Como é possível acreditar que os serviços de saúde podem dar resposta aos utentes do Serviço
Já o Movimento Utentes pelos HUC entregou a Correia de Campos uma exposição em que questiona o ministro sobre o possível encerramento de serviços no estabelecimento, no âmbito do processo de passagem a Entidade Pública Empresarial (EPE), e manifesta preocupação com a "asfixia financeira" da unidade.