- Nunes Pereira, Manuel Antunes e Hospitaleiras
No passado fim-de-semana, o Bispo de Coimbra presidiu a três celebrações centenárias que assinalaram as seguintes efemérides: o centenário do nascimento de Mons. Nunes Pereira (Padre e Artista), o centenário do nascimento do Padre Manuel Antunes (fundador do Instituto da Sagrada Família) e a celebração jubilar (125 anos) da fundação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus (Condeixa).
Nunes Pereira evocado na Câmara, em Santa Cruz e em S. Bartolomeu
"Deus manifesta-se também através da beleza produzida pelos artistas". Esta expressão é do Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto e foi proferida durante a homilia que marcou o dia do centenário do nascimento de Mons. Nunes Pereira, no passado dia 3 de Dezembro.
Ao falar da recente viagem do Papa Bento XVI à Turquia, D. Albino Cleto falou das coisas boas e menos boas que são produzidos pelos meios de comunicação social, nomeadamente a televisão. "Temos que saber tirar proveito daquilo que nos oferecem os meios de comunicação social", disse o prelado perante uma centena de fiéis na igreja de Santa Cruz. "A arte também é sinal disso mesmo", disse ao referir-se às comemorações do centenário de nascimento de Mons. Nunes Pereira. O prelado recordou a vida deste sacerdote, pároco de S. Bartolomeu ao longo de 25 anos e vigário geral da diocese.
A anteceder a celebração litúrgica, decorreu uma sessão solene na Câmara Municipal de Coimbra, onde foi recordado a obra de monsenhor Nunes Pereira pela Professora Doutora Elizabete Oliveira, pelo Professor Doutor Aníbal Pinto de Castro e pelo Professor Doutor António Pedro Pita. A sessão que foi presidida pelo Professor Doutor Manuel Porto
(presidente da Assembleia Municipal), contou ainda com a presença de D. Albino Cleto (Bispo de Coimbra), Mário Nunes (vereador da Cultura) e por João Fernandes (delegado do Inatel).
O presidente da Assembleia Municipal considera que "a obra de monsenhor Nunes Pereira nunca estará totalmente descoberta". "Se calhar vão ser os meus filhos ou os meus netos que vão ter consciência do seu valor", considerou na sessão solene.
O Professor Aníbal Pinto Castro é, assumidamente, um "admirador" do "homem, do artista e do sacerdote". O actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Coimbra considera a obra de monsenhor Nunes Pereira "uma alma aberta a todas as formas de beleza, sempre vista pelos olhos do menino de Fajão", mas destaca o grande vitral da capela-mor da igreja de S. José como a que "coroa e sintetiza toda a produção do sacerdote artista".
"É chegado o momento de aqueles que conheceram e estiveram com ele passarem à prova mais difícil e mais exigente dessa admiração: situar o artista no tempo das artes portuguesas do século XX", afirmou Pedro Pita, delegado Regional da Cultura do Centro, justificando esta sua afirmação como uma obrigação da sua adesão às comemorações do centenário de mons. Nunes Pereira que se prolongarão por um ano, um pouco por toda a região.
A paróquia de S. Bartolomeu também assinalou o centenário do nascimento de Monsenhor Nunes Pereira com a celebração de uma missa, que contou com a presença de muitos fiéis.
As comemorações prolongar-se-ão até Dezembro de 2007, mas até final deste ano haverá mais dois momentos de homenagem a monsenhor Nunes Pereira. Um acontece já amanhã, com a abertura ao público da oficina-museu monsenhor Nunes Pereira, no Seminário Maior de Coimbra. A exposição estará patente até ao próximo dia 3 de Dezembro do próximo ano, aos Sábados das 15 às 17 horas.
No Sábado, às 21,30 horas a igreja de S. José acolherá um concerto de Natal com a presença do Coro dos Pequenos Cantores de Coimbra, do Choral Poliphonico de Coimbra e o Grupo de Instrumentos de Sopro de Coimbra.
Padre Manuel Antunes evocado na Sagrada Família
Os membros do Instituto da Sagrada Família comemoraram no passado dia 2 de Dezembro o centenário de nascimento do padre Manuel Antunes, fundador daquela obra. Esta efemeridade foi assinalada com uma missa presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, com a presença de alguns sacerdotes e várias famílias da diocese. Ao longo da tarde, decorreu uma partilha de testemunhos dos vários membros do instituto, assim como respectivos familiares e pessoas que o conheceram bem de perto.
Esta efemeridade foi assinalada com muita humildade e simplicidade ao jeito do seu fundador. Para a responsável do Instituto da Sagrada Família, Laura Fernandes, o objectivo "foi redescobrir a vida e obra do Padre Manuel Antunes e aprofundar a sua mensagem quer para os membros do instituto quer para as famílias que acompanhamos e apoiamos".
Neste momento, os membros do Instituto da Sagrada Família encontram-se empenhados na recolha de dados e testemunhos para completarem a bibliografia do seu fundador, para brevemente ser editado.
A obra do padre Manuel Antunes resume-se na assistência incansável que teve com as famílias da cidade e da diocese. Laura Fernandes, recordou "a sua acção que teve para com as raparigas que vinham servir para a cidade, e não tinham qualquer tipo de formação, eram muitas vezes exploradas e abusadas pelos patrões". Teve ainda uma acção louvável no bairro da Conchada, antigo bairro da lata de Coimbra onde se registava uma pobreza significativa.
A responsável pelo Instituto da Sagrada Família salientou ao Correio que ainda hoje continuam a apoiarem as famílias, apesar que o apoio "é hoje mais espiritual do que económico". Laura Fernandes salientou ainda o acompanhamento efectuado a muito doentes, vítimas de cancro, o apoio a várias famílias com encontros de formação, de convívio e ainda o trabalho de evangelização feito em várias paróquias.
Irmãs Hospitaleiras celebram 125 anos
As irmãs hospitaleiras de Condeixa também celebraram no passado domingo 125 anos de fundação com uma missa presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, pelas 15 horas na Sé Nova.
Foram muitos os colaboradores, familiares de doentes e voluntários que quiseram evocar a memória dos 125 anos de presença hospitaleira na sociedade.
"Dar Voz" é o nome da Associação de familiares e amigos dos doentes da Casa de saúde Rainha Santa Isabel (Condeixa), onde as Irmãs Hospitaleiras assistem doentes do foro psíquico.
A irmã Maria Isabel Santos escreveu há tempos, neste mesmo jornal, que pretende continuar a "cultivar o carisma e os valores hospitaleiros" da instituição.
A irmã Maria Isabel explicava como se podia ser voluntário nesta associação, servindo assim os que mais precisam.