Obrigado, Padre João Paulo!
Quando nasceu, tinha olhos azuis e começaram a chamar-lhe João Paulo (e Paulito, às vezes). Passados 24 anos, quando entrou no Colégio de São Teotónio, era conhecido pelo Diácono João Paulo. Passado um ano e tal, os alunos passaram a chamar-lhe Padre João Paulo. Até hoje, graças a Deus.
Nestes doze anos, vividos intensamente no Colégio, conheci-o com cabelo e sem cabelo, com pêra e sem bigode, com barba aparada e desa(m)parada. Também o conheci, volta e meia, contundido fisicamente, ora com perna entalada, ora com joelho engessado, ora com outras mazelas que me dispenso de referir. Poucas vezes o vi de gravata, mas muitas vezes o vi com túnica africana ou indiana, ou turbante árabe, ou samarra transmontana, ou boina alentejana.
Também o estou a ver nas peregrinações a pé a Fátima, a primeira das quais vestido de Abraão, com cajado numa mão e telemóvel na outra. Estou a vê-lo – entusiasmado – no dia da sua ordenação sacerdotal, ou quando celebrou a primeira missa no Colégio. Estou a vê-lo nos “Fins-de-semana Fora”, na Tocha ou em Quiaios, testemunhando, cantando, rezando, brincando, correndo e, até mesmo, gritando. Estou a vê-lo nas festas da solidariedade, nas veladas, nas (muitas) festas da catequese, nos campos de férias, nos preparativos para mais uma peregrinação a Taizé. Estou a vê-lo no bar, rodeado de alunos, ou no refeitório, a comer animadamente junto dos alunos internos. Estou a vê-lo a dirigir-se para as salas de aula, ou para o gabinete da Animação Religiosa, abraçado, carinhosamente, a dois ou três miúdos. Estou a vê-lo, torturado, em muitas das muitíssimas reuniões de professores, por ver aproximar-se o início de uma missa na paróquia ou no Justiça e Paz, ou de uma reunião do Secretariado da Juventude, ou do CNE. Estou a vê-lo a tocar e a cantar “Olh’ó Velho”no Grupo de Música Popular ou “Os três Reis do Oriente” nos claustros do Paço Episcopal. Estou a vê-lo, bem animado, a tocar e a cantar nos cafés-concerto ou nos jantares de professores, intercalando com piadas e anedotas a preceito… Estou a vê-lo a pedalar de Coimbra até à Figueira da Foz, numa bicicleta de dois lugares, ou a conduzir descontraidamente a sua mota até Outil. Estou a vê-lo a jogar futebol no Pavilhão, a marcar golos e, até mesmo, a cair no pavimento depois do choque frontal com o adversário, ou de uma rasteira marota.
Também o estou a ver, por vezes, de semblante carregado, triste, devido ao excesso de trabalho, ou ao sofrimento causado pelas muitas dores da perna e do joelho.
Estou a vê-lo a orientar momentos de oração em diversas reuniões, a confessar na capela do Colégio por alturas do Advento e da Quaresma, a interpretar magnificamente o papel de Jesus na ópera “Jesus Cristo superstar”.
Estou a vê-lo a preparar entusiasticamente o seu primeiro CD e a cantar, com profundidade, a “história de um sim”.
Sim, João Paulo, tu marcaste a comunidade educativa do Colégio de São Teotónio nestes doze anos… Foste padre, foste pedagogo, foste inovador, foste amigo, procuraste entender os sinais dos tempos. Os milhares de alunos que por ti passaram não te esquecem. Os colegas que contigo conviveram guardam-te num cantinho dos seus corações. Os funcionários (com quem tinhas uma relação tão próxima e peculiar) vão sentir a tua falta.
Mas tu és nómada, peregrino… Tinhas de sair! Porém, eu tenho a certeza que a tua fé, o teu amor a Jesus Cristo, a tua voz, a tua viola, as tuas canções, o teu talento vão continuar a fazer pequeninos milagres…
Padre João Paulo, obrigado pelo bem que espalhaste no meu caminho, pelo bem que espalhaste naquele espaço educativo que nunca te irá esquecer, e que tu também nunca deixarás de recordar.
Nestes doze anos, vividos intensamente no Colégio, conheci-o com cabelo e sem cabelo, com pêra e sem bigode, com barba aparada e desa(m)parada. Também o conheci, volta e meia, contundido fisicamente, ora com perna entalada, ora com joelho engessado, ora com outras mazelas que me dispenso de referir. Poucas vezes o vi de gravata, mas muitas vezes o vi com túnica africana ou indiana, ou turbante árabe, ou samarra transmontana, ou boina alentejana.
Também o estou a ver nas peregrinações a pé a Fátima, a primeira das quais vestido de Abraão, com cajado numa mão e telemóvel na outra. Estou a vê-lo – entusiasmado – no dia da sua ordenação sacerdotal, ou quando celebrou a primeira missa no Colégio. Estou a vê-lo nos “Fins-de-semana Fora”, na Tocha ou em Quiaios, testemunhando, cantando, rezando, brincando, correndo e, até mesmo, gritando. Estou a vê-lo nas festas da solidariedade, nas veladas, nas (muitas) festas da catequese, nos campos de férias, nos preparativos para mais uma peregrinação a Taizé. Estou a vê-lo no bar, rodeado de alunos, ou no refeitório, a comer animadamente junto dos alunos internos. Estou a vê-lo a dirigir-se para as salas de aula, ou para o gabinete da Animação Religiosa, abraçado, carinhosamente, a dois ou três miúdos. Estou a vê-lo, torturado, em muitas das muitíssimas reuniões de professores, por ver aproximar-se o início de uma missa na paróquia ou no Justiça e Paz, ou de uma reunião do Secretariado da Juventude, ou do CNE. Estou a vê-lo a tocar e a cantar “Olh’ó Velho”no Grupo de Música Popular ou “Os três Reis do Oriente” nos claustros do Paço Episcopal. Estou a vê-lo, bem animado, a tocar e a cantar nos cafés-concerto ou nos jantares de professores, intercalando com piadas e anedotas a preceito… Estou a vê-lo a pedalar de Coimbra até à Figueira da Foz, numa bicicleta de dois lugares, ou a conduzir descontraidamente a sua mota até Outil. Estou a vê-lo a jogar futebol no Pavilhão, a marcar golos e, até mesmo, a cair no pavimento depois do choque frontal com o adversário, ou de uma rasteira marota.
Também o estou a ver, por vezes, de semblante carregado, triste, devido ao excesso de trabalho, ou ao sofrimento causado pelas muitas dores da perna e do joelho.
Estou a vê-lo a orientar momentos de oração em diversas reuniões, a confessar na capela do Colégio por alturas do Advento e da Quaresma, a interpretar magnificamente o papel de Jesus na ópera “Jesus Cristo superstar”.
Estou a vê-lo a preparar entusiasticamente o seu primeiro CD e a cantar, com profundidade, a “história de um sim”.
Sim, João Paulo, tu marcaste a comunidade educativa do Colégio de São Teotónio nestes doze anos… Foste padre, foste pedagogo, foste inovador, foste amigo, procuraste entender os sinais dos tempos. Os milhares de alunos que por ti passaram não te esquecem. Os colegas que contigo conviveram guardam-te num cantinho dos seus corações. Os funcionários (com quem tinhas uma relação tão próxima e peculiar) vão sentir a tua falta.
Mas tu és nómada, peregrino… Tinhas de sair! Porém, eu tenho a certeza que a tua fé, o teu amor a Jesus Cristo, a tua voz, a tua viola, as tuas canções, o teu talento vão continuar a fazer pequeninos milagres…
Padre João Paulo, obrigado pelo bem que espalhaste no meu caminho, pelo bem que espalhaste naquele espaço educativo que nunca te irá esquecer, e que tu também nunca deixarás de recordar.
Jorge Cotovio