Igreja de Nossa Senhora de Lurdes tem que vender o actual edifício para custear o novo
O Conselho Económico/Fábrica da Igreja de Nossa Senhora de Lurdes manifestou, recentemente, a intenção de vender o edifício actualmente existente para angariar verbas que permitam terminar o novo espaço de culto, cujas obras estão incompletas.
Trata-se de uma decisão que tem a oposição do Centro Sócio-Cultural de Nossa Senhora de Lurdes (“Casa Cor-de-Rosa”), que diz ter abdicado do espaço onde seria construída a sua sede em troca de vir a usufruir do actual edifício polivalente.
Muito embora a instituição – que presta serviços a 286 pessoas por dia, em actividades que vão do berçário, ATL e pré-escolar a Centro de Dia e apoio domiciliário, para além do Clube Sénior – não assuma, desde já uma posição pública, é sabida a oposição à intenção da Fábrica da Igreja.Neste sentido, uma carta a contestar a medida, enviada à entidade responsável pela igreja, começou a chegar às caixas de correio dos paroquianos, como anexo de uma convocatória para uma assembleia-geral, no início deste mês, onde este assunto será debatido.
Em causa estará um acordo antigo, que visava a permuta de espaços, aquando da construção da nova igreja. O falecido Jorge Anjinho, paroquiano de Nossa Senhora de Lurdes, realizou, para o Centro Sócio-Cultural, o projecto para um edifício polivalente, onde a instituição poderia ter sede e desenvolver as suas actividades. De acordo com fonte do Centro, quando foi colocada a hipótese de ser construído o novo templo, tendo em conta que já existia um edifício de características semelhantes, ficou acordado que o actual imóvel seria entregue a esta instituição, que desta forma abdicava do terreno.
Este compromisso, assumido desde 1993, por proposta do então pároco cónego Jaime Cunha, viria ser rompido recentemente, quando foi tornado público que, face à dificuldades financeiras para terminar a obra da nova igreja, havia a hipótese do edifício existente vir a ser vendido.
O Centro Sócio-Cultural admite contrair um empréstimo para a conclusão da nova igreja, em troca de ficar com o edifício para manter as actividades que já dinamiza, poupando na renda da sede provisória, num prédio da rua António José de Almeida.
O pároco de Nossa Senhora de Lurdes, Padre Luís Ribeiro de Oliveira, não quis comentar o caso ao Diário de Coimbra, sustentando que se trata de um assunto interno da comunidade cristã, onde tem que ser resolvida.
A paroquiana Maria Teresa disse-nos, após receber a carta enviada pelo Centro, ter ficado “um bocadinho indignada”. “Aquilo [o actual edifício], quando foi feito, já foi para centro paroquial”, disse, lembrando que “a sala que era para festas foi adaptada para igreja”. Ela própria utente de aulas de ginástica, às terças e quintas-feiras, confirmou discordar “que se deite aquilo abaixo para fazer prédios de arrendamento”.
Fonte: Diário de Coimbra