Correio de Coimbra

Jornal informativo da Diocese de Coimbra. Assine e divulgue o nosso semanário. 239 718 167. fax: 239 701 798. correiodecoimbra@mail.telepac.pt

A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

29 de maio de 2008

Igreja de Nossa Senhora de Lurdes tem que vender o actual edifício para custear o novo


O Conselho Económico/Fábrica da Igreja de Nossa Senhora de Lurdes manifestou, recentemente, a intenção de vender o edifício actualmente existente para angariar verbas que permitam terminar o novo espaço de culto, cujas obras estão incompletas.
Trata-se de uma decisão que tem a oposição do Centro Sócio-Cultural de Nossa Senhora de Lurdes (“Casa Cor-de-Rosa”), que diz ter abdicado do espaço onde seria construída a sua sede em troca de vir a usufruir do actual edifício polivalente.
Muito embora a instituição – que presta serviços a 286 pessoas por dia, em actividades que vão do berçário, ATL e pré-escolar a Centro de Dia e apoio domiciliário, para além do Clube Sénior – não assuma, desde já uma posição pública, é sabida a oposição à intenção da Fábrica da Igreja.Neste sentido, uma carta a contestar a medida, enviada à entidade responsável pela igreja, começou a chegar às caixas de correio dos paroquianos, como anexo de uma convocatória para uma assembleia-geral, no início deste mês, onde este assunto será debatido.
Em causa estará um acordo antigo, que visava a permuta de espaços, aquando da construção da nova igreja. O falecido Jorge Anjinho, paroquiano de Nossa Senhora de Lurdes, realizou, para o Centro Sócio-Cultural, o projecto para um edifício polivalente, onde a instituição poderia ter sede e desenvolver as suas actividades. De acordo com fonte do Centro, quando foi colocada a hipótese de ser construído o novo templo, tendo em conta que já existia um edifício de características semelhantes, ficou acordado que o actual imóvel seria entregue a esta instituição, que desta forma abdicava do terreno.
Este compromisso, assumido desde 1993, por proposta do então pároco cónego Jaime Cunha, viria ser rompido recentemente, quando foi tornado público que, face à dificuldades financeiras para terminar a obra da nova igreja, havia a hipótese do edifício existente vir a ser vendido.
O Centro Sócio-Cultural admite contrair um empréstimo para a conclusão da nova igreja, em troca de ficar com o edifício para manter as actividades que já dinamiza, poupando na renda da sede provisória, num prédio da rua António José de Almeida.
O pároco de Nossa Senhora de Lurdes, Padre Luís Ribeiro de Oliveira, não quis comentar o caso ao Diário de Coimbra, sustentando que se trata de um assunto interno da comunidade cristã, onde tem que ser resolvida.
A paroquiana Maria Teresa disse-nos, após receber a carta enviada pelo Centro, ter ficado “um bocadinho indignada”. “Aquilo [o actual edifício], quando foi feito, já foi para centro paroquial”, disse, lembrando que “a sala que era para festas foi adaptada para igreja”. Ela própria utente de aulas de ginástica, às terças e quintas-feiras, confirmou discordar “que se deite aquilo abaixo para fazer prédios de arrendamento”.

Fonte: Diário de Coimbra

António Pinto Leite: “A Associação Cristã de Empresários não se pode reduzir a um clube de almoços e jantares!”


“Se a ACEGE se reduzir a um clube de almoços e jantares, se vierem procurar um interesse pessoal, trocar cartões e fazer negócios, então não faz sentido”, começou por realçar o vice-presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores, no jantar-debate promovido no passado dia 26 de Maio por esta associação. O objectivo foi dar a conhecer melhor a ACEGE aos associados do Clube de Empresários de Coimbra.
“A ACEGE não é um clube de almoços e jantares”, é uma associação “composta por um conjunto de pessoas que vive permanentemente em stress porque para além dos seus problemas, estão atentos aos problemas que cabe aos outros resolver”, explicou António Pinto Leite, realçando que “a aceleração da associação está a atingir níveis que não são do conhecimento das pessoas em geral”.
“A responsabilidade social é um pilar de reflexão da ACEGE e um tema que não é só cristão. Todas as empresas por mais pequenas que sejam, devem ter o seu plano de responsabilidade social. Portugal é um país com milhares de PME’S (pequenas e médias empresas) o que confere um sentido enorme às práticas de responsabilidade social no nosso país”, destacou o vice-presidente da associação, que dirige também uma sociedade com cerca de 150 advogados.
“A ética é um elemento crucial da nossa actividade, é o melhor investimento de longo prazo”, afirmou, fazendo referência ao Código de Ética lançado pela ACEGE “que conta já com as assinaturas de mais de mil empresários e gestores”, como mais um instrumento nesse sentido.
Outro problema focado passou pela necessidade de alterar o “desprezo por pagar a horas quando o compromisso em pagar no devido tempo aos fornecedores é elementar”. A ACEGE no último mandato e início deste “procurou ter uma política de responsabilidade social”. Exemplo disso mesmo é o fundo “Bem comum” criado pela associação e que serve para financiar projectos de desempregados com mais de 40 anos que tenham capacidade empresarial. Este fundo conseguiu reunir “cerca de meio milhão de contos”, destacou.
Neste encontro que teve lugar no Clube de Empresários de Coimbra marcaram também presença, entre outros, o presidente do núcleo de Coimbra da ACEGE, João Paulo Craveiro e Monsenhor João Evangelista.

O REINO DE DEUS AINDA ESTÁ ENTRE NÓS?


O Relatório da União Europeia sobre a situação social em 2007 mostra que o índice de desigualdade social de Portugal não só é o mais alto entre os nossos parceiros comunitários como continua a aumentar. Mas traz um outro dado extremamente preocupante: quase um milhão de portugueses vive com menos de 10 euros por dia e 230 mil com menos de cinco. Outros indicadores mostram que há mesmo fome e não fora o Banco Alimentar possivelmente mais de 200 mil portugueses não teriam uma refeição "decente" por dia.
Todos sabemos isso. Estranha humanidade esta que continua a permitir que tais situações aconteçam a um número tão elevado de pessoas! Mais estranho ainda se recordarmos antepassados nossos que viveram há muitas dezenas de milhares de anos. Escavações arqueológicas numa caverna de Shanidar, no norte do Iraque, desenterraram um esqueleto de um homem cego de um olho, sofrendo de artrite e cujo braço direito fora amputado ao nível do cotovelo, portanto, incapaz de se alimentar e de tratar de si. Sabe-se que este homem viveu até aos quarenta anos, o que significa que ele foi cuidado e acarinhado pelos que com ele viviam. Isto é, hoje conseguimos ser mais bárbaros do que os "selvagens" que nos antecederam muitos milhares de anos. Uma sociedade que não é capaz de cuidar dos seus pobres é uma sociedade injusta e moralmente doente. Uma comunidade mundial, que produz 48 300 000 000 000 euros e deixa morrer à fome um só que seja dos seus membros, não é uma comunidade de irmãos; é objectivamente um bando de assassinos!
Mas passemos da sociedade para a comunidade cristã. Se o reino dos homens é o reino (dos especuladores) do petróleo, o Reino de Deus é o reino da justiça, da paz e do amor. Portanto, os cristãos, que dizem acreditar no Evangelho de Jesus Cristo que veio pregar o Reino de Deus, deviam ter uma resposta muito diferente. Marcos diz logo a abrir: "Convertei-vos e acreditai porque o Reino de Deis está próximo" (1,15). Sabemos que com Jesus irrompeu na história o Reino de Deus que se manifestava sempre que Ele cuidava dos mais necessitados. "Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciada a Boa Nova da salvação" (Mt 11,5) foi a resposta de Jesus aos enviados de João. São estas atitudes e gestos que tornam presente entre nós o Reino de Deus. Além disso, só têm acesso ao Reino de Deus os que, por amor, dão pão a quem tem fome, água aos que têm sede, roupa os que estão esfarrapados (Mt 25,35-36), ou, numa versão moderna, os que, por amor, dão pão aos que têm fome, ouvem os que estão em solidão, criam emprego para os desempregados, cuidam dos que não têm saúde, acolhem os que ninguém quer receber, amam os que "não merecem" ser amados.
Estes é que são os seguidores de Cristo, pois seguir Cristo é repetir os seus gestos libertadores. L. Boff tem uma expressão muito feliz: "seguir Jesus é pro-seguir a sua obra, per-seguir a sua causa e com-seguir a sua plenitude". Esta expressão pode traduzir-se deste modo, o seguimento de Cristo exprime o imperativo ético de chegar à plenitude de Cristo, de comprometer-se na sua própria causa, que é a causa dos pobres, e de anunciar o Reino de Deus (E. Alburquerque). Portanto o projecto de Jesus não se resume a uma região formal e ritualista: "Não é o que diz Senhor, Senhor, que entrará no Reino dos céus, mas o que cumpre a vontade de meu Pai" (Mt7,21). Seguir Jesus é mergulhar num amor absoluto e transformador, que nasce da relação com o nosso Deus, que é amor, e que só pode ser conhecido e amado mediante um amor activo aos irmãos: "Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus". Por isso, "o amor torna-se o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade de uma vida humana. Jesus identifica-se com os necessitados: famintos, sedentos, estrangeiros, nus, enfermos, encarcerados" (DCE 15). É, portanto, neste contexto que Jesus situa o específico dos que querem ser seus seguidores: "Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" (Jo. 13, 34 -35).
Sendo assim, o seguimento de Cristo implica uma dimensão sócio-política, já que se situa na vivência efectiva do amor, concretizada no compromisso pela justiça e na luta por uma sociedade mais digna do homem. É por estas mediações sócio-políticas que tem de passar obrigatoriamente a santidade hoje, conforme nos dizem os bispos reunidos em Sínodo em 1987, na sua mensagem ao povo de Deus: "Somos todos chamados a ser santos como o Pai que está no Céu, segundo a nossa vocação específica. No nosso tempo, a sede de santidade cresce cada vez mais no coração dos fiéis, na medida em que eles escutam o chamamento de Deus que os convida a viver com Cristo e a transformar o mundo. O Espírito faz-nos descobrir, cada vez com mais clareza, que a santidade não é hoje possível sem o compromisso com a justiça e sem a solidariedade com os pobres e oprimidos. O modelo de santidade dos fiéis leigos deve integrar a dimensão social da transformação do mundo segundo o plano de Deus" (4).
Se continuamos a ter milhões de pobres, abandonados, marginalizados, temos de obrigatoriamente nos perguntar se o Reino de Deus está realmente entre nós? E se não somos, como comunidade cristã, capazes de testemunhar a presença visível do Reino de Deus neste mundo tão desnorteado, o que anda a Igreja portuguesa a fazer?

José Dias da Silva

Inventariação da Paróquia de Portunhos


No passado dia 21 deste mês, concluiu-se a inventariação da paróquia de Portunhos, com um total de 67 fichas e respectivas fotografias, respeitantes às capelas e à igreja matriz. As tardes contaram, sempre, com a dedicada presença do pároco, o Padre João Paulo Francisco Ferreira Vaz.
Sendo, outrora, um curato dependente de Ançã, a actual sede paroquial data de 1785, ano em que obteve autonomia pastoral. Em contrapartida, a capela do lugar da Pena foi erigida em 1817, também um curato, dependente de Cantanhede, implantada num sítio dominante da povoação e dotada de pia baptismal, tal como a anterior.
A permanência humana está testemunhada, nesta circunscrição territorial, desde o Paleolítico Superior, como documentam os consecutivos achados arqueológicos, depois continuada e comprovada pelos materiais mesolíticos, neolíticos, calcolíticos, da Idade do Ferro e do domínio romano, especialmente testemunhado na villa e no castro romanizado da Pena.
Os recursos naturais (geológicos, florestais, hídricos, cinegéticos e agrícolas) catalisaram as comunidades humanas que, progressivamente, ocuparam o longo vale longitudinal, nele fundando povoados, estáveis e definitivos, incrementando uma economia de subsistência familiar.
Esse contexto agro-pastoril acabaria complementado pelas actividades em breve desenvolvidas, nos estratos calcários das imediações, que configuraram o principal centro de extracção de pedra, para construção e escultura, dadas as apreciáveis qualidades apresentadas nas pedreiras de Portunhos e Pena.
Provavelmente, aqui teriam oficinas alguns dos imaginários medievais, visto a inscrição da capela dos Ferreiros, em Oliveira do Hospital, afirmar, em letras capitais góticas, do século XIV, que ESTAS: PEDRA / S: DE: ESTAS: LI/MASIES: UEERO (N):/ DE: PORTUNAS.
Quanto lá ficara consignado, em tão sugestivo documento epigráfico, quere exprimir o facto de que aquelas referidas pedras limadas, ou seja, esculpidas, vieram de Portunhos. Por isso, o Doutor Nogueira Gonçalves transmitiu a razoabilidade suposta pelo Professor Virgílio Correia, ao pensar que o grande escultor Mestre Pero ali teria a oficina.
Com efeito, o quantitativo das imagens registadas, só em calcário, contabilizando 19, incorpora 10,5% do século XIV, 42% do século XV e os restantes 47,5% para as centúrias de Quinhentos e Seiscentos; as produções em terracota e madeira policromada são de valores mínimos.
Há, evidentemente, nos conjuntos mais antigos, um esclarecedor índice de óptima categoria, revelador da conceituada sensibilidade estética dos autores, os quais, mesmo permanecendo desconhecidos, em rigor, explicitam rara mestria, patente na delicadeza das formas e no elegante lançamento das indumentárias; na finura das expressões psicológicas e no esmerado tratamento dos pormenores ornamentais; na distinta beleza dos cabelos e barbas, e no gracioso volume dos drapeados, principalmente.
Um escasso número de peças de ourivesaria, de paramentaria, de missais, de frescos e de objectos metálicos, comuns e singelos, no geral, apesar de componentes dos bens existentes, todos datados a partir do século XVIII, atestam uma compreensível mediania.

José Eduardo R. Coutinho

A Verdade: Tesouro precioso sem dono


No julgamento de Cristo – o Homem Deus – o juiz Pilatos viu-se confrontado com esta difícil questão: o réu declarou-se culpado de dar testemunho da Verdade. Tal declaração, porém, em nada alterou para o desfecho do processo: a sua condenação à morte infame.
Será a verdade uma questão menor para os homens juízes? Terão os homens medo da Verdade? Fará algum sentido dizer que a verdade é só uma?
As crises do mundo adquirem mais ou menos importância conforme o seu contexto, a sua amplitude ou as consequências que acarretam. Poucos se dão conta que as crises humanas, todas sem excepção, têm todas que ver com a verdade ou a falta dela. É, no entanto, dificilmente se vislumbram, nos conflitos e nas guerras, nos assassínios e nas vinganças homicidas, vestígios de sensatez e de respeito pela VERDADE.
A sentença, maquiavélica que manda preparar a guerra para conseguir a paz, revela uma monstruosa aberração. A poderosa e rica indústria dos armamentos provoca e alimenta as guerras. A violência foi banida das escolas pela lei, mas a verdade é que ela está no coração das pessoas e reacende-se facilmente. A crise das famílias, a morte do amor, a exploração dos seres humanos, a fraude, a corrupção, surge todos os dias com evidentes sinais de desprezo pela verdade.
Estará a nossa geração condenada a ter de viver cada um com a sua verdade?
A verdade não está na proclamação dos direitos humanos sem referência aos deveres.
A verdade não está nas políticas anti pobreza de acabar com os pobres sem ter em conta os poderosos geradores de pobreza; os vícios, os ódios, a preguiça e os egoísmos.
A verdade não está nas políticas alinhadas, ideologias materialistas e edonistas que dificultam a liberdade religiosa e o culto de Deus.
Com estas e muitas outras situações semelhantes, a Verdade é substituída pela mentira ou pelo erro, pelas conveniências ou pela moda,
Como peregrinos da verdade, todos os homens deveriam empenhar-se na sua procura sem excluir à priori, como fazem alguns fanatizados as propostas da religião e do maior Bem da Humanidade toda. E saborear o poeta cristão que escreveu:
"Por isso, hei-de subir até à Vida,
Despedaçando o corpo na subida.
Por isso, hei-de gritar, de porta em porta,
A mentira das noites sem estrelas;
Hei-de fazer florir açucenas nos meus lábios;
Hei-de apertar a mão que me castiga;
E hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros,
A tua Cruz, Senhor!"

Mons. João Evangelista R. Jorge

Escolas Católicas preparam III Festival SOLNEC


Para anunciar a realização do III Festival SOLNEC, o Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra e a Casa dos Pobres convidaram os jornalistas para uma conferência de imprensa, efectuada nas actuais instalações, na Praça do Comércio.
Foi no meio dos utentes da instituição que o coordenador do NEC, Jorge Cotovio, fez um balanço das muitas actividades desenvolvidas pelos alunos das escolas católicas e apresentou o programa do III Festival SOLNEC – um evento que procura congregar os alunos dos colégios, os utentes da Casa dos Pobres, culminando, assim, a campanha de solidariedade para com esta instituição.
O presidente da direcção da Casa dos Pobres, Aníbal Duarte de Almeida, agradeceu a excelente colaboração que o NEC tem dado este ano e anunciou que o montante já entregue pelas escolas católicas ultrapassa os seis mil euros.
No dia 7 de Junho, o III Festival SOLNEC transformar-se-á numa grande tarde desportiva. Das 15 às 19 horas, no Estádio Cidade de Coimbra, vão ser proporcionadas às comunidades educativas das seis Escolas Católicas momentos de convívio entre elas, juntamente com os utentes da Casa dos Pobres e os utentes da APPACDM (instituição apoiada pelo NEC no ano transacto), mostrando, assim, que o valor da solidariedade é uma marca dos projectos educativos destas escolas católicas. São esperadas mais de três mil pessoas e tudo está a ser pensado de modo a proporcionar segurança e comodidade aos participantes.
O programa é extenso e variado, com actividades em simultâneo, tendo sempre em vista uma efectiva participação de todos: alunos, pais, professores e restantes funcionários, utentes da Casa dos Pobres e da APPACDM. Haverá torneios de futebol, voleibol e atletismo, assim como a possibilidade de participar em outras modalidades, tais como, andebol, ténis de mesa, badmington, xadrez, escalada, "hipismo", desportos de precisão, ginástica acrobática, jorkiball, judo, dança, capoeira, fitness, râguebi, matraquilhos humanos, bóccia, etc.
O festival é aberto a todas as pessoas e os bilhetes, ao custo de 3€, podem ser adquiridos junto da entrada 3A do Estádio.
Esta iniciativa insere-se no Projecto "Vida Plena" do Programa SOLNEC, do Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra, visando o incremento do voluntariado dos alunos destas escolas junto das pessoas idosas.

27 de maio de 2008

Padre Aníbal Castelhano nomeado capelão do Carmelo


O Bispo de Coimbra nomeou o Padre Aníbal Pimentel Castelhano capelão do Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, substituindo naquela missão D. João Lavrador. Agora eleito bispo auxiliar do Porto.
D. Albino nomeou, igualmente, pároco de Arega o Padre António Mendes Antunes, em substituição do Padre Manuel Francisco da Silva, e pároco da Graça o Padre Júlio Neves dos Santos.

Celebração ecuménica comemora centenário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


A Igreja de Santa Justa, em Coimbra, acolhe no próximo dia 5 de Junho, pelas 21,30 horas uma celebração ecuménica, organizada pelas Igrejas Católica, Ortodoxa Grega e Presbiteriana. Esta celebração procura comemorar o centenário da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Para mais informações poderão contactar o Frei Domingos: 239 713938; Frei César 239 851800 ou o Pastor Leite 93 8355375.

Escolas Católicas preparam III Festival SOLNEC


Para anunciar a realização do III Festival SOLNEC, o Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra e a Casa dos Pobres convidaram os jornalistas para uma conferência de imprensa, efectuada nas actuais instalações, na Praça do Comércio.
Foi no meio dos utentes da instituição que o coordenador do NEC, Jorge Cotovio, fez um balanço das muitas actividades desenvolvidas pelos alunos das escolas católicas e apresentou o programa do III Festival SOLNEC – um evento que procura congregar os alunos dos colégios, os utentes da Casa dos Pobres, culminando, assim, a campanha de solidariedade para com esta instituição.
O presidente da direcção da Casa dos Pobres, Aníbal Duarte de Almeida, agradeceu a excelente colaboração que o NEC tem dado este ano e anunciou que o montante já entregue pelas escolas católicas ultrapassa os seis mil euros.
No dia 7 de Junho, o III Festival SOLNEC transformar-se-á numa grande tarde desportiva. Das 15 às 19 horas, no Estádio Cidade de Coimbra, vão ser proporcionadas às comunidades educativas das seis Escolas Católicas momentos de convívio entre elas, juntamente com os utentes da Casa dos Pobres e os utentes da APPACDM (instituição apoiada pelo NEC no ano transacto), mostrando, assim, que o valor da solidariedade é uma marca dos projectos educativos destas escolas católicas. São esperadas mais de três mil pessoas e tudo está a ser pensado de modo a proporcionar segurança e comodidade aos participantes.
O programa é extenso e variado, com actividades em simultâneo, tendo sempre em vista uma efectiva participação de todos: alunos, pais, professores e restantes funcionários, utentes da Casa dos Pobres e da APPACDM. Haverá torneios de futebol, voleibol e atletismo, assim como a possibilidade de participar em outras modalidades, tais como, andebol, ténis de mesa, badmington, xadrez, escalada, "hipismo", desportos de precisão, ginástica acrobática, jorkiball, judo, dança, capoeira, fitness, râguebi, matraquilhos humanos, bóccia, etc.
O festival é aberto a todas as pessoas e os bilhetes, ao custo de 3€, podem ser adquiridos junto da entrada 3A do Estádio.
Esta iniciativa insere-se no Projecto "Vida Plena" do Programa SOLNEC, do Núcleo das Escolas Católicas da Diocese de Coimbra, visando o incremento do voluntariado dos alunos destas escolas junto das pessoas idosas.

Estágio do Pré-Seminário:

experiência "dois dias com Cristo"



«Dois dias com Cristo» foi o tema do estágio do Pré-Seminário, que decorreu no Seminário da Figueira da Foz no último fim de semana. Foi uma oportunidade para conhecer melhor o que é e o que fazemos neste itinerário de descoberta vocacional.
Todas as actividades e encontros procuram responder à pergunta: «Afinal, o que é que Deus quer de mim?!»
Neste encontro, que contou com a presença de dois pré-seminaristas mais velhos, estiveram apenas seis adolescentes. Seis pessoas com muita vontade de caminhar e de crescer na fé, na partilha, na oração e no convívio. Contamos com cada um deles.
Uma palavra de apreço para com os párocos que convidaram estes adolescentes, porque são os principais responsáveis pelo sentido desta actividade.
Paulatinamente construimos um horizonte de esperança e de entrega ao Senhor, nesta Diocese onde continuam a faltar trabalhadores.


Nuno Santos

D. Francisco da Mata Mourisca homenageado na sua terra


D. Francisco da Mata Mourisca, bispo emérito do Uíge (Angola), presidiu no passado domingo à Eucaristia e procissão do Corpo de Deus, na igreja onde foi baptizado há oitenta anos.
No final das celebrações litúrgicas que decorreram com a participação de todas os movimentos e representantes das capelas, e num ambiente de festa e alegria foi feita uma celebração de louvor a Deus pela vida e testemunho do Sr. D. Francisco e uma sessão solene teve lugar na Igreja paroquial totalmente repleta de pessoas.
A Filarmónica da Ilha, tocou uma peça adequada ao momento. O Pároco de Mata Mourisca, fez uma apresentação de imagens da vida e obra do sr. Bispo.
De seguida, a presidente da Assembleia de Freguesia, Odete Ramos sublinhou, em breves palavras, o sentido e significado do gesto de gratidão que se ia fazer, dando o nome do Sr. D. Francisco, à rua principal desta terra, agora Avenida – "agradecer a Deus o dom da vida e a dedicação total como Missionário Capuchinho e Bispo do Uíge, no norte de Angola...pois nunca se afastou dos problemas reais do seu povo martirizado pela guerra e foi um dos mentores do processo "PRO PACE"-que trouxe finalmente a PAZ a Angola." " Tudo isto é fortemente valioso, e além disso e sempre, usou o nome que adoptou na sua profissão religiosa...o nome da sua e nossa terra «Francisco de Mata Mourisca»".
"Isto é para todos nós, orgulho, testemunho e exemplo de Serviço à Igreja, Homem de Fé e de Acção...Um Bispo que fala e de quem se fala... daí a necessidade de deixar assinalado para nós e para os nossos vindouros o seu nome e testemunho e também o ter engrandecido o nome da nossa humilde terra, nos quatro cantos do mundo..."
De seguida o presidente da Junta, António Fernandes manifestou o regozijo e a gratidão do povo destas terras.
Associou-se também o presidente da Câmara de Pombal, Eng. Narciso Mota que, depois de ter visto flashes da vida do
Senhor Bispo e de saber de toda a sua dedicação no processo da Paz em Angola, mereceria um Prémio Nobel da Paz.
Sublinhou ainda que, depois da atribuição da medalha de Ouro do Município, Pombal, a seu tempo, irá também deixar gravado o seu nome, numa das artérias da Cidade.
O senhor D. Francisco descerrou em seguida, na Igreja Matriz, uma bela fotografia sua, onde está acompanhado do Papa João Paulo II.
...E foi altura de vir à rua principal, lançar pombas brancas e inaugurar a nova Avenida com o Seu Nome.
OBRIGADO SENHOR D.FRANCISCO...de Mata Mourisca.


António Nogueira

Novo centro “Bébés à vista” vai apoiar pais e avós


A preparação de pais e avós para o nascimento e para os cuidados a ter com bebés é o principal objectivo de um novo centro de serviços a inaugurar no próximo dia 1 de Junho, em Coimbra.
"Havia várias necessidades e para as quais havia respostas insuficientes. Procuramos trazer respostas a alguns problemas nesta fase da vida", declarou à agência Lusa Filomena Correia, uma das promotoras do projecto "Bebés à Vista – Centro de Pré e Pós-Parto".
A "Bebés à Vista" pretende prestar apoio na preparação para o parto e recuperação pós-parto, bem como a cuidar do bebé, excluindo dos seus serviços a área da saúde materna, por ser entendimento de que na cidade de Coimbra "há um apoio bastante bom nos centros de saúde".
Na parte física, são ministradas sessões teóricas e práticas de ginástica e de yoga para grávidas, mães recentes e até oferecido para os mais velhos o programa "avós em movimento". Na vertente física serão ministradas ainda massagens a grávidas e ensinados os pais e avós a massajar o bebé.
Para preparar a chegada da criança sem ansiedades são ministrados cursos para pais e avós sobre as formas mais indicadas para cuidar do bebé no quotidiano: como lhe pegar, como o alimentar, como lhe cuidar da higiene.
Como esta fase é marcante para qualquer família, e para mais tarde recordar, a "Bebés à Vista" dispões ainda de serviços de fotografia profissional, e sem necessidade de se deslocarem a um estúdio os papás e avós podem obter um "book fotográfico" do acontecimento.
A oferta da "Bebés à Vista" engloba ainda a venda de produtos: de roupa para pré-mamãs e bebés, brinquedos, livros e outros materiais didácticos para o recém-nascido.
No futuro pretendem ainda disponibilizar serviços de cabeleireiro ao domicílio para grávidas e de babysitting para as famílias.

Homenagem póstuma a Francisco Lucas Pires




O Presidente da República, Cavaco Silva, e o presidente do Parlamento Europeu, Hans-Gert Poettering, participam, no próximo dia 31 de Maio, pelas 18 horas, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, numa sessão de homenagem póstuma a Francisco Lucas Pires, antigo eurodeputado, falecido há 10 anos.
As comemorações estão a cargo de uma comissão presidida pelo catedrático da Faculdade de Direito Vieira de Andrade, da qual fazem parte Manuel Queiró, docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia, e Júlio Oliveira, presidente da Junta de Freguesia da Tocha.
Do programa destaca-se a apresentação do livro "A revolução europeia", editado pelo Gabinete do Parlamento Europeu onde reúne textos do antigo eurodeputado produzidos ao longo de vários anos. Também será apresentado um "blogue" com artigos recuperados pelos filhos.
O objectivo do blogue www.franciscolucaspires.blogspot.com é reavivar, através das suas próprias palavras, o pensamento político do antigo eurodeputado que "apesar de escritas e publicadas num contexto diferente mantêm hoje muita actualidade", defendeu Jacinto Lucas Pires, em declarações à Agência Lusa. "Dia 09 de Maio [Dia da Europa]: dia santo ou revolucionário?", "A mística do Benfica", "Os católicos e a política", "Escola do Estado ou Escola Pública" e "Futebol e Poder Local" são alguns dos artigos de opinião publicados e recuperados para o blogue.
A construção europeia foi uma das paixões de Lucas Pires e aquela que dedicou mais energias em doze anos como eurodeputado. Eleito primeiro pelo CDS e, depois, pelo PSD, Francisco chegou a presidir ao Parlamento Europeu. Muito antes, do Parlamento Europeu, Francisco Lucas Pires foi deputado na Assembleia da República e ministro da Cultura no Governo da AD, presidida por Pinto Balsemão.
Jorge Sampaio, recorda, que todos os deputados o escutavam "com o silêncio próprio dos grandes momentos". Ao contrário daquilo que sucede hoje, onde todos berram para se fazerem ouvir, o Francisco apenas utilizava a força da sua argumentação, fundada numa grande formação cívica e jurídica.
Francisco Lucas Pires morreu a 22 de Maio de 1998, aos 53 anos. Deixou quatro filhos a quem cabe, agora, cuidar desse legado.



Miguel Cotrim

Coimbra marcha contra a fome


Coimbra recebe este ano a marcha contra fome (Walk the world 2008), à semelhança de outras cidades portuguesas como Lisboa, Porto e Angra do Heroísmo. A prova realiza-se no próximo dia 1 de Junho.
Às 10 horas, e no mesmo fuso horário em cerca de 100 países, dezenas de milhares de pessoas juntam-se numa iniciativa idêntica.
O "Walk the world" é um projecto promovido pela TNT e pelo Wold Food Programe, das Nações Unidas, que tem como objectivo minimizar as carências alimentares e educacionais das crianças de todo o mundo.
Em Coimbra, Lisboa e Porto decorrem em simultâneo com as marchas, corridas, podendo os participantes optar por uma delas.
Para se juntarem a esta iniciativa os portugueses contribuem com 10 euros que revertem integralmente para o programe alimentar das Nações Unidas que fornece refeições escolares a cerca de 21 milhões de crianças em 74 países.
A TNT conta com a cooperação de um vasto conjunto de entidades, instituições de solidariedade social e empresas em Portugal no sentido de maximizar o apoio à iniciativa.
O projecto "Walk the world" iniciou-se em 2003, com a participação de 10 países asiáticos, tendo sido alargado a 70 países em todo o mundo no ano de 2004, com o objectivo de combater a fome de 30 mil crianças a nível mundial.
Em 2007 a iniciativa contou com a participação de 550 mil pessoas em 93 países e 300 cidades, permitindo alimentar 25 mil crianças durante um ano.

Homilia de D. Albino Cleto na Bênção das Pastas



24 e 25 de Maio de 2008


De novo este lugar sagrado da Catedral de Coimbra se alegra com a presença de tantos estudantes da nossa Universidade que, cheios de esperança, vêm agradecer a Deus o termo do seu curso e rogar a bênção do Senhor para o exercício de uma profissão!
É um gesto de fé, que só alcançam pleno significado na medida em que acreditarmos que Deus tece connosco a teia da vida. Por isso participa neste gesto quem livremente o deseja. Que cada um de vós, meus amigos, o tenha desejado por esses motivos de fé.
É a partir deles, concretamente, a partir daquilo que consideramos pensamento de Deus e verdade que Ele nos ensina que agora vos proponho alguma reflexão sobre “profissão e família”.
Que nos diz a esse respeito o Credo que professamos?
O texto evangélico que escutámos convida-nos a entregar o nosso futuro nas mãos de Deus, que Jesus apresenta como o melhor dos Pais: “Não vos preocupeis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer; nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir.”
Se o Pai que é Deus alimenta as aves do céu e veste de beleza os lírios do campo, como não há-de Ele cuidar dos homens e mulheres do mundo criados à sua imagem e semelhança?
Este o ensinamento de Jesu, que a 1.ª Leitura sublinha com insistência: “Ainda que a mulher esqueça a criança que amamenta, Eu não me esquecerei de ti”, diz o Senhor.
Ora o quadro social que antevedes para o exercício da vossa profissão parece contradizer estas certezas evangélicas. Será que Deus vos promete surgir por milagre uma colocação numa sociedade em crise, onde são tantos os que vos precederam e ainda não encontraram emprego?
Não. De certo Cristo não promete a protecção de Deus àqueles que confundirem confiança com boa sorte, muito menos com preguiça...
A confiança a que vos convido, em nome do mesmo Deus, supõe: a coerência de princípios e de vida. Assim, a chave para bem entendermos a promessa de Cristo está no início do seu discurso: “Ninguém pode servir a dois senhores”.
Como pode alguém pedir bênçãos de Deus para o exercício da sua profissão se nela for corrupto e egoísta? Será que tem direito a uma colocação bem remunerada quem a procurou através de mentiras e injustiças?
Conte com Deus quem servir a um só Senhor, a Ele, o Deus que é Pai de todos, que é Verdade, que é Amor.
É neste ponto que eu situo a minha reflexão sobre “profissão e família”.
O curso que agora completais, estimados finalistas, é, na perspectiva cristã, uma boa preparação para responder ao plano de Deus, enunciado nas primeiras páginas da Bíblia: “Cultivai a terra e dominai-a”. Plano que Deus justifica com o bem comum:
“Crescei e multiplicai-vos”.
Não se enquadra neste plano aquele que exercer o seu trabalho profissional tomado apenas pela ganância de ganhar muito, de suplantar os da sua Ordem de conseguir que o seu nome figure no cabeçalho dos jornais de economia, de poder gastar sem conta, rega1ando-se em prazeres sem medida…
Quem assim fizer já escolheu um outro senhor que não Deus. “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.”
Servir a Deus supõe, então, copiar o próprio Deus nos motivos do seu agir: o amor.
O amor aos outros com que haveis de exercer a vossa profissão há-de ter em mente o bem comum, a segurança da vossa empresa, o êxito do vosso hospital ou escola. Muitas vezes o amor no exercício do vosso trabalho há-de pedir-vos atenção e paciência para valer a um pobre ou a um doente...
Mas creio que irei ao encontro do coração de todos se disser: a primeira fonte de amor para a vossa realização profissional seja a felicidade da família que constituis.
Para que ela se tome nascente de alegria no trabalho e esteio para muitos sacrifícios, constitui essa família como Deus a propõe: homem e mulher, que fundem entre si a riqueza das diferenças na unidade de um mesmo propósito: dar felicidade. Dar felicidade ao outro, que esse é o melhor caminho para a experimentar em si mesmo. Dar reciprocamente felicidade ao marido, à esposa. Dar com generosidade e alegria,
generosidade que frutifica nos filhos que Deus concede e que serão, no vosso espírito e no vosso afecto, uma bela coluna de suporte para os dias de cansaço, filhos que poderão ser também um estímulo paro o progresso da vossa carreira profissional.
Com generosidade conjugo fidelidade. Deus é o húmus onde deita, raízes o amor fiel.
Na 2ª. Leitura S. Paulo chamava-nos “adminis1radores dos bens de Deus”. Naturalmente por “administrador” entendia não aquele que manda mas o que serve e nisso é o primeiro. E logo ajuntava que a primordial qualidade de um administrador é a fidelidade.
Que a vossa profissão tenha sempre como motivo forte de empenho a fidelidade à família.
Esta minha insistência em ligar profissão e família, irmãos e amigos, quero acentuá-la tanto mais quanto é certo que hoje se torna difícil consegui-la. Administrar as horas de um dia, as atenções do serão, os planos de um fim de semana, os gastos de uma conta, de tal modo que o amor da família esteja presente nas opções e se harmonize bem com as motivações da profissão supõe inteligência e luz de Deus. Que Ele vo-las conceda.
Infelizmente verificamos hoje que em bastantes casos as obrigações profissionais enfraquecem os laços da família. Pobres daqueles a quem isso acontece porque a estreiteza do ordenado mensal os obriga à duplicação de emprego. Muitos o fazem justamente por amor à família. Lamento que outros caíam em tal situação porque olham a profissão antes demais como carreira de prestígio ou fonte de chorudos vencimentos.
Que o amor da profissão não abafe mas sustente o amor da família Falei de “profissão e família”. Mas não haverá entre nós alguém que, sacrificando a realização de uma família de sangue, conclua agora um curso superior para servir sim, mas em família mais alargada? Não haverá na Academia de Coimbra quem se entregue a Deus e aos irmãos, para os servir como padre, religiosa, leigo consagrado, missionária em países de pobreza? Os Bispos de Portugal dão graças a Deus por verem que aumenta nas suas dioceses o número de universitários para quem a profissão se engrandece no serviço de uma vocação consagrada.
“Não podeis servir a dois senhores”. A vossa bênção de finalistas e do vosso futuro, simbolizado nas pastas que tendes nas mãos, pede-vos coerência. Servi um só Senhor: Deus e a sua justiça. Rezai-lhe para que Ele vos ajude a seguirdes na vida os critérios que vos propõe e são hoje certamente os vossos propósitos. São critérios para caminho de felicidade. Sentireis então que Deus vos acompanha, vos abençoa, vos ama mais do que às aves do céu e aos lírios do campo.


+ Albino Cleto
Bispo de Coimbra

Sé Nova (demasiado) pequena para a Bênção das Pastas

A Bênção das Pastas, que assinala o fim da vida académica e a entrada no mercado de trabalho, foi presidida no passado fim-de-semana, na Sé Nova, em duas celebrações eucarísticas (uma no sábado para os alunos dos Institutos Politécnicos e outra no domingo para os alunos da Universidade) por D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra. O prelado partilhou com os estudantes algumas reflexões sobre a profissão e a família. No domingo, a falta de espaço no interior da Sé Nova, revoltou muitos familiares e amigos que se tinham deslocado de longe para participarem num momento marcante da vida do estudante. Só no largo da Sé Nova estiveram cerca de duas mil pessoas. Uma vez mais, questiona-se o espaço da Sé Nova para a realização desta cerimónia…
"Lamento que haja relações profissionais que enfraqueçam os laços de família. É que a família pode ser o suporte para a vossa carreira profissional", afirmou D. Albino Cleto na sua homilia. O bispo defendeu que os "bons princípios de vida" são a chave para o sucesso no trabalho. "Não queiram ganhar muito dinheiro e exercer a profissão com ganância. Deve-se antes trabalhar com amor pelos outros, porque dar felicidade ao outro é o melhor caminho para a experimentardes em vós próprios", aconselhou D. Albino Cleto, congratulando-se ainda pelo número de universitários nas dioceses estar a aumentar.
"A Bênção não é um gesto mágico, é bem dizer, ou seja, bendito seja o curso que termina", avisou o bispo.
No momento simbólico da Bênção das Pastas (momento em que o Bispo asperge as pastas e as fitas dos estudantes com água benta), muito emocionaram-se pela etapa concretizada. Lá fora, familiares e amigos esperavam impacientemente a saída dos estudantes, recebidos com abraços e lágrimas de alegria.
No domingo, a falta de espaço obrigou a que as pessoas mais chegadas aos estudantes visionassem a cerimónia no exterior da Sé Nova, através de um ecrã instalado propositadamente para o efeito. Cerca de duas mil pessoas encheram o largo.
O cenário não agradou principalmente aos familiares que se deslocaram de longe para não faltar a um momento marcante na vida dos estudantes. Várias pessoas queixaram-se ainda do tamanho reduzido do ecrã, que permitiu o visionamento da cerimónia apenas por um leque limitado de espectadores.
A Comissão Organizadora da Queima das Fitas tinha avisado previamente que este ano, devido ao número de fitados ser superior ao normal, o acesso ao interior da Sé Nova seria exclusivamente reservado aos estudantes, à organização e aos convidados especiais. Confrontado com as críticas lançadas à dimensão do ecrã, Gonçalo Ribeiro, comissário responsável pela organização dos eventos tradicionais da Queima das Fitas, garantiu que o ecrã "chegava para as pessoas verem perfeitamente". "Lamento é que algumas pessoas tenham tentado invadir a igreja. A cerimónia é para estudantes, reservada apenas a eles e devem estar todos juntos e isolados para que o espírito da cerimónia se mantenha", opinou.
O responsável defendeu que o evento "correu muito bem" e adiantou que, para este ano, "nunca foi equacionada a alteração do espaço da Bênção das Pastas". "A Sé Nova é um espaço religioso propício a esta cerimónia da Queima da Fitas", concluiu.


Texto: Miguel Cotrim / Fotos: Carlos Jorge Monteiro

Procissão do Corpo de Deus foi pouco participada



Promovida pelo Cabido da Sé Catedral, realizou-se no dia 22 de Maio, a tradicional Procissão do Corpo de Deus.
Houve um tempo em que as ruas de Coimbra se enchiam por causa desta procissão. Hoje será, para grande parte dos conimbricenses, apenas mais um feriado ou uma oportunidade para umas mini-férias.
Demonstrativo desse facto, foi a presença do número de fiéis que integraram a procissão pelas ruas da cidade. A confraria da Rainha Santa Isabel, umas das maiores da nossa diocese, apenas foi representada com dois elementos. A representação das autoridades civis limitou-se à presença da Junta de Freguesia da Sé Nova.
Normalmente, todos os anos, os Movimentos e as organizações religiosas são chamados a participar, com as suas insígnias e estandartes. Hoje, a Procissão do Corpo de Deus, mãe de todas as procissões, é uma manifestação despida do Povo de Deus. Onde estão as nossas irmandades? Onde estão os nossos Movimentos? Onde estão as nossas Ordens Religiosas? Onde estão as nossas crianças, sobretudo aquelas que por estes dias fazem a Primeira Comunhão?
Normalmente, as procissões são uma manifestação pública de fé. Eu acredito que os católicos que participam nestas manifestações querem anunciar a sua convicção de que Jesus Cristo é o seu único Salvador e que só na Eucaristia está o sinal da unidade, o vínculo do amor, a única força capaz de transformar a humanidade. E os outros? Aqueles que não participam? Que desejam eles anunciar?
Só faz sentido este género de manifestações se houver público. Uma procissão do Corpo de Deus, tal como a Eucaristia, não faz sentido se não for participada. Deveríamos repensar a Procissão do Corpo de Deus?



MC