Foi uma bela experiência de comunhão diocesana, aquela que vivemos no Luso, neste passado fim-de-semana de 17 e 18 de Maio. Para além da multiplicidade de actividades, de propostas de reflexão, de partilhas diversas de vivências e experiências, o facto de nos congregarmos como uma realidade só, em experiência de comunhão e de unidade, é, por si, uma riqueza inesgotável. Necessitamos, cada vez mais, de nos abrir à partilha e à capacidade de construir projectos comuns. Bem o disse o nosso bispo, na homilia da celebração. Mas agora, como semente, o encontro – como tantos outros! - Tem de dar fruto! E julgo que o modo de o fazer frutificar é, precisamente, agregando em comunhão quem está mais próximo. A definição de trabalho em Arciprestado não pode continuar a ser simples afirmação teórica; tem de ser uma realidade a implementar. Esta festa das famílias e dos jovens, pese embora não tenha envolvido todo o arciprestado, como eu pessoalmente gostaria, foi, também, uma vez mais uma experiência rica de trabalho comum. Aqui estiveram a maior parte das paróquias do arciprestado, preparando e realizando este trabalho em conjunto.
Mas esta grande festa ultrapassou os limites do arciprestado e foi, inequivocamente, uma grande festa da diocese. A multiplicidade de voluntários, provenientes das mais diversas comunidades, são disso um belo exemplo. Foi com muita alegria que vi aqui, nesta paróquia que me está confiada, a diocese reunida, assumindo em comum o desafio que lhe fora lançado. Para tal é necessário encontrarmos gente com visão e com perspectivas alargadas. Saúdo, por isso, o Pe. João Paulo Vaz que nos deu um bom exemplo de coordenação, congregando muita gente no mesmo esforço. Pude acompanhar o seu trabalho ao longo destes últimos meses, e apreciei muito a sua capacidade mobilizadora e de responsabilização. Também este é o futuro a viver a outros níveis.
Foi mais uma bela página de vivência diocesana, que espero dê fruto abundante no futuro que se aproxima.
De todas as actividades, e pese embora não ser a mais imponente na sua grandiosidade, como o foi a celebração da Eucaristia, com o Pavilhão Gimnodesportivo completamente cheio, a experiência de subir a Serra do Buçaco, em vigília nocturna, com cerca de quinhentos jovens, e a oração, com o Grupo de Taizé, na Cruz Alta, foi uma experiência cheio de uma imensa mística. Muitas vezes subi já àquela cruz - sozinho, com jovens, com adultos, em convívio, em solidão, em reflexão... Mas subi-la para me deixar iluminar pela cruz que brilhava no meio do nevoeiro, à luz das velas e tochas, cantando os louvores de Deus, foi uma experiência espiritual profunda, que me permitiu vivenciar o mais importante - tema agregador para todos os momentos - o Amor do Pai. Sim, o Amor do Pai, que «naquela» cruz nos amou tanto, ao ponto de se entregar por nós. Que este Pai permita que o seu amor lançado nos nossos corações possa agora frutificar - no amor para com Ele e no amor de irmãos, construindo, aqui e agora, a Igreja que Ele deseja.
Carlos Alberto Godinho