Correio de Coimbra

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8 de abril de 2009

Grupo Missionário JP2 à conquista da cidade

- Missão: “Intromissão”

O Grupo Missionário João Paulo II (JP2), da nossa diocese, na continuidade do trabalho que tem vindo a desenvolver, quer no nordeste do Brasil, quer na preparação da partida de novos jovens para a missão já no próximo mês de Agosto, vai realizar na cidade de Coimbra, na nova paróquia de S. João Baptista durante o Tríduo Pascal uma missão.
O desafio chama-se “intromissão”, isto é, fazer uma missão por dentro (do coração e da cidade!) em contexto de ano Paulino, e na simplicidade de quem é missionário não só longe mas também cá, os jovens da Missão JP2 partem para este desafio inspirados no apóstolo e têm como lema para estes dias: "Com Cristo, minha Vida, fiz-me tudo para todos!" (1 Cor 9, 16-23).
Para tal, o Grupo Missionário JP2 organiza visitas a famílias, doentes e animação das celebrações de quinta-feira às 19h na capela do areeiro. Na sexta-feira às 15h na capela da casa de formação cristã Rainha santa Isabel. No sábado a vigília pascal na capela do areeiro as 22h e também no domingo as 10h30 a eucaristia do dia da ressurreição. Uma experiência de compromisso evangelizador na cidade e que fortalece também o desejo de rasgar novos horizontes á missão.
Participam nesta missão 12 jovens acompanhados pelo coordenador do Grupo, o Padre Luís Miranda.
Na esteira do congresso missionário nacional este é um passo deste grupo da nossa diocese com o intuito de colocar na agenda dos cristãos esta necessidade tão premente de anunciar a todos o evangelho de Cristo…um desafio…uma intromissão…porque é por dentro que o evangelho converte e faz amar.

Dia Mundial da Juventude assinalado na Tocha e na Aldeia do Vale (Pombal)


Mais de 300 jovens em Febres…


Com o tema “Pomos a nossa esperança no Deus vivo”, o 4.º Encontro Arciprestal de Jovens de Cantanhede e Mira (EAJ-CM) reuniu, entre os dias 3 e 5 de Abril, 305 jovens dos 14 aos 25 anos. A Lagoa dos Cedros, em Febres, foi o local escolhido para este encontro, que se realizou em regime de acampamento, e onde não faltaram jogos, workshops, caminhadas e momentos de reflexão e oração.
Segundo a porta-voz do EAJ-CM, Carla Manco, o balanço não poderia ser melhor. “O número de participantes ter ultrapassado os 300 foi logo um sinal positivo”, revelou, depois de assegurar que a adesão “foi total em todas as actividades”. Para Carla Manco “os trabalhos desenvolvidos nos workshops, as caminhadas bem como os jogos nocturnos” foram algumas das actividades de eleição. “Houve o cuidado de que os tempos fossem cumpridos e de que as actividades fossem realizadas nos lugares definidos, para não existirem contratempos”, esclareceu, satisfeita pelo bom trabalho feito por parte dos elementos da organização.
O momento alto ficou reservado para o último dia, domingo de Ramos, data em que se celebrou o Dia Mundial da Juventude. Cerca de 600 pessoas, entre jovens e familiares, participaram nas celebrações religiosas. A eucaristia foi presidida pelo padre João Paulo Vaz, padre responsável pelo Secretariado da Pastoral Juvenil do Arciprestado de Cantanhede e Mira, depois da bênção dos ramos e da encenação ao vivo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. “Foi uma eucaristia bem vivida e muito animada, com a presença de tantos jovens”, confirmou o pároco.
Durante a missa campal realizou-se a passagem de testemunho, no momento da acção de graças: a organização entregou uma imagem representativa da próxima edição do EAJ-CM à paróquia da Tocha, que acolherá os jovens na Praia da Tocha em 2010.



… e 250 na Aldeia do Vale

“A Juventude é tempo de esperança, porque olha para o futuro com várias expectativas”, diz-nos o Papa.
Unidos a ele, e impelidos pelo Espírito renovador, cerca de 250 jovens reuniram-se no passado dia 4 de Abril, na Aldeia do Vale, na Serra de Sicó, para celebrar a alegria de ser jovem em Cristo.
Provenientes do arciprestado de Pombal, aceitaram meditar nesse sobre a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude e comprometeram-se a anunciar a Esperança, que é Jesus, com a alegria e juventude.
Segundo um testemunho enviado à redacção deste jornal, “foi um dia em cheio, onde houve tempo para brincar, cantar, caminhar, descansar, escutar e rezar”. O momento mais alto desta actividade foi a Eucaristia. Numa caminhada efectuada desde da Serra do Sicó até Pombal, os jovens participantes, colheram ramos e iniciaram a celebração do Dia de Ramos. A entrada na Praça Marquês de Pombal simbolizou a entrada triunfante e gloriosa de Jesus em Jerusalém.
No texto, a jovem, evidencia a sua vivência intensa nesta actividade, como “um grande dia de partilha”. Para além da caminhada e da celebração eucarística, ainda houve espaço para teatro e um concerto do “Kyrios”

Recensionalidade Consignativa


José Eduardo R. Coutinho

Por força de circunstâncias pluricondicionadas, parece estar em curso um silencioso programa de desculturização, sub-repticiamente dirigido a todo o País e infiltrado, até, nos sectores que, pela diferenciada natureza, deviam permanecer imunes à onda contagiante dessa reprovável implementação, polivalente, permissiva, corrosiva e iníqua.
Os problemas da realidade presente permanecem, infinitamente, arrastados e acrescidos, em gravosos adiamentos, enquanto a tagarelice estéril, o secundarismo enfatuado, as banalidades distractivas e o culminar dos alheamentos, absolutamente aparentados à estupidez viciante da inércia nacional, e estão consorciados com o pior espírito berber: deixar correr e seja o que Deus quiser!
Sob as prerrogativas ditas democráticas, aliadas às prodigiosas cientificidades da psicologia moderna – uma empolgante combinação parafílica – a capacidade natural e o treino educacional para o sadio exercício do diálogo, aliciante, compreensivo, fecundo e promotor da continuada dinamização do agir pessoal, tendente e consonante na gradual descoberta do bem maior, sempre faltor do bem comum e vislumbrando o bem supremo, é substituído pela volubilidade das pseudo–opiniões epidérmicas, das simpatias sorridentes, dos aplausos fugazes e dos egoísmos interesseiros.
Alienada nas diversões circenses – tal qual outra pérfida Roma paganizante –, na vil futebolância e na ignóbil coscuvilhice depravada, repetidas vezes solidária com as comezainas e os refastelamentos próprios de sibaritas sialorreicos, que nem o tempo quaresmal atenuara, visto estarem, intrinsecamente, afeitos à similitude suína frente a gamelas de bagaço, aquilo que mais importa é manter o movimento natatório, no chafurdo das futilidades, e cuidar da pança, abarrotada.
Daqui resulta o inevitável consequente lógico, ininterruptamente propagado na generalidade das conversas tidas e na vulgaridade dos empreendimentos efectuados, visto quem embarca na acefalia anti-civilizacional e vegeta na mastigação do vómito alheio, ao pensar com o ventre, dessas obscuras circunvoluções intestinais só podem sair ideias desse pentagrama feminino, precisamente contemplado nos dicionaristas latinos e enunciado segundo a primeira declinação.
Isso significa um estádio de dissolução omnipropagada, onde impera o simples imediatismo sôfrego, a trapacice, a corrupção, a desresponsabilização dos implicados na criminalidade, na desonestidade, na catástrofe nacional, na adulteração dos bens e dos autênticos serviços públicos. O banditismo ganha corpo, robusto, sendo arriscado permanecer íntegro, defender a verdade, respeitar a tradição dos maiores, militar pela fé, agir em correcção de carácter e promover a glória patrimonial de que somos depositários, num incontestável legado dignificado, dignificante e dignificador. As declarações do Santo Padre requerem comentários explanadores?
Nesse mesmo sentido, a maneira expedita de acentuar a debilidade colectiva e anestesiar a grei vai doseando leves estupefacientes, quase imperceptíveis, inoculados numa discreta imagem higienizante, tendente à subtracção das energias vitais, à diminuição das defesas orgânicas e à imperceptibilidade da frequência cardíaca: o pretenso banimento do sal está no referido circuito, por ser prejudicial à saúde pública, como o foi o mel, o azeite, a cortiça, o vinho…, tudo o que é da consagrada cultura mediterrânica e prestigiado nos escritos bíblicos.
Um sensabor globalizante satisfaz os recônditos apetites desses filhos da perdição, para, depois, até tornarem a venda de garrafas de água, com alguma pitada de cloreto de sódio, outro exclusivo monopólio do Estado, o qual, a breve prazo, só permitirá o acesso às praias marítimas mediante superior receituário terapêutico, com excepcionais medidas de segurança e risco de contaminação radioactiva, salvo a nomenclatura do aparelho directivo, sempre imune.
Custa tanto perceber que o mal, em vez de ser imputado a uma criatura de Deus, que Ele declarou muito boa (Gn 1, 32 a), radica nos excessos ingeridos pelos galifões amanjedourados, obtusos, omnívoros, e revela o deplorável situacionismo de quem é vítima de despedimentos laborais, tem família a sustentar, possui encargos económicos, inadiáveis, e permanece privado de concretizar as justas aspirações de ser pessoa, num mundo que o destroça e aniquila, pelos agentes indicados?
Em vésperas da solene canonização do magnificentíssimo heroísmo, vivencial e ontológico, de Dom Nuno Álvares Pereira, o ânimo da Nação tem de assumir igual dose concentrada de virtude, principalmente de fortaleza cardeal (Os Lusíadas, I, 40), promover o incondicional respeito do que nos pertence e prosseguir a firmeza de militar pela exaltação do humanismo cristão, implantar a soberana estabilidade dos valores identitários portugueses e levantar a frescura esplendorosa da História, mesmo que seja conveniente esperá-los em campo aberto e, aí, dar sobre eles (Fernão Lopes, Crónica de D. João I, I, 327).

Feira de trocas em Soure


- Uma cabeça de alho por uma aula de ginástica

Uma aula de ginástica ao preço de uma cabeça de alho, ou um aconselhamento bancário pelo valor de um quilo de clementinas são algumas das trocas que se fazem num "mercado solidário" em expansão em Soure.
Iniciado de forma experimental em 2005 pela Acção para a Justiça e Paz (AJPaz), o mercado solidário cumpriu este fim-de-semana a 12.ª edição em Granja do Ulmeiro; até 2010, pretende ser uma rotina trimestral em cada uma das 12 freguesias daquele município.
A iniciativa, que já teve edições na sede do concelho, em Soure, e em Samuel, recorre a uma moeda virtual, a moeda local ou social, que cada comunidade inventa para fomentar a troca directa de produtos e serviços.
Tudo se pode trocar: batatas, cebolas, feijão, couves, colares, pegas de cozinha, aventais, fatias de bolo, ovos, vasos de manjerico, garrafas de jeropiga, serviços de manicure, costura e medição da tensão arterial, apoio informático, escrita e leitura de cartas.
Segundo Joana Pombo, dirigente da AJPaz, os mercados solidários têm como objectivo, por um lado, fomentar a sociabilidade das pessoas e, por outro, criar uma estratégia integrada de luta contra a pobreza e a exclusão social, bem como a troca de produtos endógenos. Como as trocas directas de produtos e serviços por vezes não funcionam por falta de interesse de algum dos detentores, elas são mediadas com recurso a uma "moeda" que cada comunidade inventou e que é "cambiada" para quem se desloca ao mercado de outra freguesia.
Os habitantes da Granja do Ulmeiro inventaram "as Granjas", os de Soure ,"os Saurius", em atenção à origem do topónimo, e os de Samuel, "as Diabitas", porque acreditam ser uma "terra do Diabo".
Ao trocarem produtos agrícolas excedentes, artesanato local e serviços prestados por membros da própria comunidade, as pessoas evitam gastar dinheiro.
"Aqui não há dinheiro, e torna-se muito engraçado. Eu trouxe um bolo e comprei um avental e hortaliça", confessou, com satisfação, Maria Helena Costa, uma adepta dos mercados solidários, que os encara também como uma forma de as pessoas da comunidade se conhecerem e conviverem.
Estes mercados, que atraem desde adolescentes a idosos, são também um meio de sensibilizar as pessoas para valores do comércio justo, do consumo responsável e para a aposta em produtos locais tradicionais. A ideia dos promotores é ajudarem a criar uma rede concelhia de mercados solidários e um circuito local para a troca de bens e serviços.

6 de abril de 2009

“Haverá recompensa e justiça para tanta maldade no mundo?”

– questionou D. Albino Cleto na Bênção dos Ramos


Em celebração transmitida pela RR, o Bispo de Coimbra referiu que "a Paixão de Cristo é um espelho em que se reflectem os nossos tempos. A cobardia, a injustiça, os jogos interesseiros, o desemprego pelos mais pequenos parece que não mudaram".

“Haverá recompensa e justiça para tanta maldade no mundo?”

– pergunta D. Albino Cleto na Bênção dos Ramos


O Bispo de Coimbra. D. Albino Cleto presidiu no passado domingo à celebração do Domingo de Ramos, na Sé Nova, marcando o início da Semana Santa. A celebração transmitida pela Rádio Renascença contou com a participação de uma centena de fiéis.
D. Albino Cleto benzeu os ramos à entrada da Sé Nova, recordando a entrada de Jesus em Jerusalém, consoante a descrição do Evangelho de S. Mateus (Mt 21, 1-10). Depois seguiu-se uma procissão à volta do Largo da Feira dos Estudantes, até à Sé, onde prosseguiu a celebração litúrgica.
Fazendo alusão às leituras e ao Evangelho, D. Albino Cleto procurou meditar sobre a paixão de Cristo. "Na paixão de Cristo reflecte-se sobretudo o amor de Deus: por nosso amor, Deus mandou à terra o seu Filho; por nosso amor Jesus aceitou a vida humana e sujeitou-se aos caminhos que os seus concidadãos lhe traçaram; por nosso amor e para nos ressuscitar com Ele, morreu e foi sepultado, como o grão de trigo que depois floresce numa espiga gerada. Nós, Igreja, somos essa espiga, nascida da morte e ressurreição de Jesus", salientou o prelado na sua homilia. Para D. Albino, S. Paulo contempla a humilhação do Senhor, "vendo-o a descer numa escada, para vir ter connosco, sempre por amor: Ele, que é Deus, fez-se homem; assumiu a condição de servo". Meditando sobre S. Paulo, D. Albino disse que o autor pretende que "contemplemos a segunda parte do mistério - «Por isso, Deus Pai o levantou, o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todos os nomes: a Ressurreição».
"Nunca meditaremos devidamente a Paixão de Cristo se não virmos nela o amor de Deus que nos quis ressuscitar com Jesus", referiu o prelado.
Para D. Albino, a Paixão do Senhor é um "espelho", reflectindo nela os nossos tempos. "Quanta maldade, quanta mentira, na infidelidade do casamento; quanta riqueza conseguida por maus caminhos, por vezes na humilhação de quem fica desempregado; quantos de vós, queridos doentes e também alguns idosos, deixados na solidão e no esquecimento!", afirmou o prelado. "Haverá recompensa e justiça?", questionou o Bispo de Coimbra. "Sim", respondeu logo de seguida o prelado, apontando a Ressurreição como sinal de esperança.
"Que Deus nos perdoe sermos tantas vezes outros cobardes como Pilatos, manhosamente interesseiros como os chefes dos sacerdotes, volúveis como a multidão", retorquiu.
Por fim, D. Albino Cleto pediu que nesta Páscoa fossemos ao encontro de Cristo, "presente naqueles que sofrem, visitando-os, amparando-os, ao menos estando presentes como a Mãe de Jesus e os poucos que estiveram presentes no Calvário".
Até ao próximo domingo, toda a Igreja irá debruçar-se sobre os mistérios da Paixão. Na Sé Nova, as celebrações serão presididas por D. Albino Cleto. Hoje, Quinta-feira Santa o Bispo de Coimbra preside à Missa Crismal (10,30 horas) e a Ceia do Senhor (18,30 horas). Amanhã, Sexta-feira Santa decorre o ofício de leituras e laudes (9,30 horas). D. Albino preside a Paixão do Senhor (18 horas) e a Via Sacra desde do Seminário até a Sé Nova (21,30 horas). No Sábado Santo será feito novamente o ofício das leituras e laudes (9,30 horas) e depois a vigília pascal presidida por D. Albino Cleto às 22 horas. No Domingo, D. Albino preside à celebração Eucarística do Domingo de Páscoa, às 11 horas.


M.C.

Concerto-Prestígio para o Vigário-Geral da Diocese

Orquestra do Centro homenageia Mons. Leal Pedrosa



No ciclo dos "Concertos-Prestígios" da Orquestra Clássica do Centro, decorreu, no passado sábado, 4 de Abril, na Sé Nova de Coimbra uma actuação em homenagem a Mons. Cónego Leal Pedrosa, vigário-geral da Diocese de Coimbra há mais de trinta anos. Mário Nunes, vereador da Cultura, definiu-o como "uma figura extraordinária da cidade e da Igreja".

Concerto-Prestígio da Orquestra Clássica para Mons. Leal Pedros




O ciclo de concertos prestígio de 2009 arrancou no passado dia 4 de Abril com uma homenagem ao Monsenhor Leal Pedrosa, Vigário Geral da Diocese de Coimbra. O concerto realizou-se na Sé Nova e envolveu a Orquestra Clássica do Centro e o Orfeon Académico de Coimbra, que interpretaram excertos da obra "Messias", de G.F. Häendel. Ao Coro e Orquestra associaram-se os solistas Ângela Alves (Soprano), Joana Valente (Mezzo-soprano), João Miguel Gonçalves (Tenor) e o organista Rui Soares, sob direcção do maestro (convidado) Artur Pinho.
O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Mário Nunes enalteceu a pessoa de Monsenhor Leal Pedrosa como "figura extraordinária da cidade e da Igreja Católica". Na presença de D. Albino Cleto, Mário Nunes aproveitou para agradecer a disponibilidade e abertura de Monsenhor Leal Pedrosa a estas iniciativas.
Coube ao Professor Vilaça Ramos, na qualidade de presidente da Assembleia Geral da Orquestra Clássica do Centro, apresentar o homenageado. Para Vilaça Ramos, Monsenhor Leal Pedrosa é uma pessoa "humilde e cativante". Vigário Geral da Diocese de Coimbra é uma "pessoa que se preocupa muito com a cultura e a arte e tem acompanhado com muito carinho o trabalho da Orquestra Clássica do Centro".
No fim do concerto, Monsenhor Leal Pedrosa agradeceu a homenagem efectuada pela Orquestra Clássica do Centro e pela Câmara Municipal de Coimbra, nas pessoas do maestro Virgílio Caseiro, Emília Antunes e Mário Nunes, assim como a todos os músicos presentes.
Segundo, Mário Nunes, os "Concertos Prestígio" têm como finalidade prestigiar personalidades que se distinguiram nas artes, na cultura, na política, no ensino, na saúde, etc…
O primeiro deste ano coube a monsenhor Leal Pedrosa que levou muito amigos e apreciadores de música à Sé, esgotando quase a sua capacidade.


Miguel Cotrim

De 24 a 26 de Abril


Influência dos seminários em análise
Qual o papel dos seminários sobre as opções de vida e sobre a vocação? E na formação dos cidadãos? Estas e outras questões são levantadas a propósito do Congresso de Antigos Alunos dos Seminários, que se realiza de 24 a 26 de Abril em Fátima. O congresso visa "reflectir sobre a influência exercida por esta instituição na vida pessoal e familiar, profissional e social de quanto por lá passaram", adianta a comissão organizadora.
Além da vertente cultural e de convívio, bem como momentos de oração, os trabalhos propõem a reflexão sobre temáticas relacionadas com o desenvolvimento e o papel dos seminários sobre opções de vida e sobre a vocação. No último dia, o único conferencista deste congresso que não frequentou o seminário, Bagão Félix, apresentará a conferência "Valores cristãos para a sociedade e para o mundo".
Será ainda apresentado, na tarde de 24 de Abril, um inquérito que o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa está a realizar. Pretende retratar o percurso de vida dos antigos alunos dos seminários e institutos religiosos em Portugal. As inscrições para o congresso "Seminários: da memória à profecia", uma iniciativa do Santuário de Fátima em parceria com as associações de antigos alunos dos seminários, da Confederação Portuguesa dos antigos alunos do ensino católico e com a colaboração dos seminários portugueses, estão abertas até 10 de Abril. Mais informações junto do secretariado do congresso no Santuário de Fátima ou em www.fatima.pt.

Ordenação de mulheres na Igreja Católica?


Miguel Cotrim


D. Januário Torgal Ferreira, sugeriu no passado dia 1 de Abril na RTP a possibilidade de a Igreja Católica abrir as portas à ordenação de mulheres. "Não me repugna que uma senhora seja sacerdotisa", afirmou o prelado. Esta é mais uma declaração pública de um responsável da hierarquia da Igreja que surge ao arrepio das orientações da Santa Sé.
Em Coimbra, O Padre Carreira das Neves também afirmou que está na hora da Igreja "dar o salto" (Ver notícia relacionada com este tema).
Sendo verdade que, e a Igreja reconhece-o, existe uma crise de vocações, sobretudo no ocidente, esta pode ter sido a formulação pública de uma sugestão para combater a falta de padres. Mas, por ora, não é mais do que uma posição individual de um responsável católico. A ordenação de mulheres, tal como a possibilidade de os padres se casarem, não são dogmas de fé e, por isso, hão-de ser questões em permanente debate no interior da Igreja Católica.
A posição assumida por D. Januário pode, pois, ser um sinal de que, após mais de 1500 anos de sexismo sacerdotal, a Igreja pode estar aberta à mudança. Hoje, o papel das mulheres na sociedade e no mundo mudou. São cada vez mais, e ainda bem, as mulheres que desempenham funções de relevo nas mais diversas áreas. Não haverá por isso, para além do respeito pela tradição, nenhuma razão para que o mesmo não aconteça no seio da Igreja. E a questão do celibato, que, repita-se, não é um dogma de fé, não deve também ser encarada como um obstáculo, já que os votos femininos já existem.
D. Januário Torgal Ferreira arrisca-se pois a ser uma voz isolada no interior da Igreja ou um pioneiro da modernidade católica. Seria bom que fosse a segunda hipótese.
O que diz o Vaticano sobre o assunto? Segundo a Igreja Católica, as mulheres não podem ser ordenadas porque Cristo só escolheu homens como apóstolos e a sucessão apostólica foi sempre assim. O facto de Jesus ser homem e de o padre, nos sacramentos, ser o seu representante, suportam esta posição e qualquer tentativa de ordenar uma mulher é punida com a excomunhão. Em 1994, para acabar com as dúvidas, João Paulo II emitiu uma carta apostólica, reafirmando a posição tradicional: "A Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".
Os movimentos progressistas apresentam a questão de outra forma: Jesus não exclui as mulheres do seu dia-a-dia e estas integram as primeiras comunidades cristãs. S. Paulo conferiu isso mesmo ao responsabilizar mulheres pelas primeiras comunidades cristãs. Não fez distinção entre o sexo. Até porque sabemos que existiram diáconas que presidiam às celebrações das comunidades pelas quais estavam responsabilizadas…
Alegro-me pelo facto destas vozes virem da hierarquia da Igreja Católica – bispos e padres – sentem a necessidade da mudança… Em vésperas de celebrarmos a Páscoa, temos estado inundados por várias reflexões, onde leigos, padres e bispos apelam a uma mudança de mentalidades dentro da Igreja…
Como é bom podermos celebrar S. Paulo…

Conferências Quaresmais de S. José

"Para Paulo não há diferenças entre homens e mulheres"


- a afirmação é do Padre Carreira das Neves


"Está na hora da Igreja receber mulheres com o sacramento da ordenação". A afirmação é do Padre Joaquim Carreira das Neves, na última sessão das Conferências Quaresmais, realizada no dia 2 de Abril no Salão Polivalente de S. José. O maior especialista em estudos bíblicos em Portugal, reconhece que o assunto é complexo, e a Igreja teria que aceitar em primeiro lugar os padres casados.
Segundo o sacerdote, "a mulher, desde cedo, foi "mal vista" pelos homens numa cultura patriarcal". Por outro lado, "o cristianismo desenvolve-se numa espécie de anti-feminismo por causa do novo Adão e da nova Eva".
Segundo o Padre Carreira das Neves, para S. Paulo, "não existe diferença entre homem e mulher baptizados em Jesus Cristo". "É um facto que cita mais homens do que mulheres e que, nos respectivos intróitos das cartas, apresenta colaboradores imediatos e nunca colaboradoras", explica o conferencista. "Mas sabemos que nas primeiras comunidades constituídas por S. Paulo, muitas vezes, eram mulheres que ficavam responsáveis por essas comunidades", explica. Para o antigo docente da Universidade Católica, S. Paulo foi o apóstolo mais aberto nessa matéria.
O Padre Carreira das Neves vai mais longe e afirma que a "Igreja não deve ter medo de discutir determinados assuntos, se não, corre o risco de se tornar uma seita". Com esta afirmação, o biblista vai em defesa de D. Ilídio que foi envolvido na polémica do preservativo. "Se um homem tem sida, acho muito bem que ele use o preservativo", advertiu. "Não devemos ter tabus".
O Padre Carreira das Neves diz ainda que enquanto tivermos este Papa que é um excelente pensador e teólogo, "não iremos ter mudanças nesse sentido". Agora, "é impossível continuarmos a este ritmo", desabafou. "Os padres em Portugal e na Europa estão sobrecarregados com paróquias e serviços pastorais, deixando de ter tempo para ouvir, escutar e estar com as pessoas. É evidente que a ordenação de homens casados ou de mulheres seria uma boa solução para os problemas da Igreja", concluiu o especialista em estudos bíblicos.
Sobre o tema "Desafios da Evangelização, hoje", o Padre Joaquim Carreira da Neves realçou que o trabalho apostólico de S. Paulo pode perfeitamente servir-nos de exemplo para as nossas comunidades cristãs. "Paulo não quis pregar um Evangelho de tradição à semelhança de Pedro e Barnabé, mas sim um Evangelho de liberdade", explicou o sacerdote. A lei de Paulo reside no Evangelho do Mistério Pascal, «Aí de mim se não evangelizar», exclamou, recordando a célebre afirmação de Paulo.
"Para Paulo, tudo era gratuito, vivia do seu trabalho, não pedia dinheiro pela sua pregação", explica o Padre Carreira das Neves que para além de prezar a sua liberdade, Paulo, tinha o dom da gratuidade. "Não queria que houvesse nenhum obstáculo à sua missão". "Paulo também não pregava pela glória ou por qualquer recompensa, faz disso uma obrigação porque segundo aquilo que ele edizia na Carta aos Coríntios, foi o Ressuscitado que foi ao seu encontro e não ele", explica o especialista nesta matéria.
Paulo procurou evangelizar através da paternidade e maternidade de Deus. Ele sabia que era através de Jesus Cristo que se chegava a Deus.
Ao concluir a sua reflexão, o Padre Carreira das Neves disse que a "cruz de Paulo é um paradoxo". "Nós (cristãos) somos filhos de mártires. "Morreram gratuitamente a pregarem o Evangelho. Não somos filhos de Prémios Nobel. É bom que possamos reflectir sobre essas coisas", disse o conferencista.

Miguel Cotrim

D. Albino, no IV Curso Alpha na Carapinheira

A Igreja está comprometida na defesa dos valores morais


“Não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”, disse D. Albino Cleto, na Carapinheira, dia 3 de Abril.
A decorrer com singular entusiasmo, o IV Curso Alpha da Carapinheira, alargado ao seu arciprestado, recebeu dia 3 de Abril, a convite do responsável do curso, diácono Lusitano Rainho, o eminente bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, que falou sobre o tema “O que é a Igreja”. Explicando que “a Igreja somos nós todos os baptizados”, o prelado aludiu à sua “paixão pela Igreja”, focando diversos aspectos da sua exímia experiência como pároco e bispo. Como instituição, D. Albino disse que “a Igreja é respeitada pelos valores que sempre fomentou e continua a defender, destacando, entre outros, a educação, a solidariedade, a arte e a moral”. Mas “é precisamente nos valores da moral que a Igreja é especialmente criticada”, denunciou, para reiterar que “essas críticas provêm daqueles que mais A amam”. Afirmando que “a Igreja é como uma Mãe que apesar das “rugas” deve ser amada e respeitada”, o bispo realçou “a importância dos seus ensinamentos e desígnios que emergem do Evangelho de Cristo”. “A participação dos cristãos na evangelização e na defesa dos valores morais tornam a Igreja viva”, sustentou.
D. Albino realçou “o papel dos jovens missionários que partem para a África e para o Brasil a relançar, com coragem e desprendimento, as mensagens do Evangelho onde ainda não se afirmou”, defendendo que “os desafios sociais e religiosos que a humanidade vive nos nossos tempos devem estimular os crentes a renovar o seu fervor missionário”. “Que os jovens missionários sejam peritos na celebração, adoração, contemplação da Eucaristia e semeadores dos valores morais e sociais da Igreja”, disse, enfatizando que “isto é a Igreja”.
D. Albino disse que “Igreja” e “Reino de Deus”, embora tendo alguma similitude, apresentam algumas diferenças. Para tanto, explicou que “Reino de Deus significa a presença de Deus em todos os homens”, sendo “um conceito fundamental nas 3 principais religiões: no Judaísmo, no Islamismo e, mais notavelmente, no Cristianismo”. O prelado ensinou que “o Reino de Deus, instituído na terra por Cristo, há cerca de 3.800 anos, foi destinado a acolher todos os homens; mais tarde, João Baptista exortou as pessoas a arrependerem-se, porque “está próximo o Reino dos Céus (Mt 3,2) ”, e, com o baptismo de Jesus, começa “o seu ministério”, que se centrou, necessariamente, em torno do Reino de Deus”; por conseguinte, o Reino de Deus, que é uma grande realidade misteriosa, tem um grande sentido profético e missionário na vida da Igreja Cristã”. Referindo-se à “Igreja” como reunião, amor, partilha e perdão”, o prelado esclareceu que “a Igreja é Povo, Família, Corpo, Noiva (Esposa) e Templo ”. Como Povo “é um conjunto de elementos e laços que liga os crentes”, objectivo do Papa que pretende “dar Deus à Europa, conseguir unir os cristãos do Mundo e dialogar com as outras religiões que acreditam em Deus; como Família tem um relacionamento de amor profundo; como Corpo “a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino”; como Noiva, o próprio Cristo definiu-se como o “Esposo” (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna; Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, “para a tornar santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus”; como Templo “estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo, porque Ele guia, toma conta e “edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas”.
Para D. Albino “a Igreja rege-se por determinados valores e estes têm durabilidade”. Por isso, afirmou, “não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”. Todavia, admitiu que “nem sempre as opiniões da Igreja ou as suas orientações são bem aceites ou são a favor da opinião comum; são de contradição, mas também é essa a sua função e missão”. “Os que são católicos praticantes são-no não só por irem à missa mas participarem na vida das comunidades”, informou, avançando que “estamos a criar condições para termos o tipo de Igreja delineada no Concílio do Vaticano II: no passado, tínhamos a igreja essencialmente clerical, alicerçada no padre, mas hoje temos muitos leigos comprometidos, um grupo de cristãos empenhados, embora o número não seja ainda o que gostaríamos de ter”. “Ao defender os valores morais da Igreja, verifica-se, com mais profundidade, a necessária universalidade do amor, da solidariedade, da partilha, de paz, que, no geral, traduzem a missão da Igreja”, concluiu D. Albino.


Aldo Aveiro

O milagre virá?


Teresa Martins


Pede-nos o Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, que rezemos pela canonização de Padre Américo, pois «o processo do fundador das Casas do Gaiato já se encontra no Vaticano, mas são necessários milagres», diz o jornal.
Na sua «Doutrina», Padre Américo dá-nos a pista mais segura e eficaz na busca desse milagre, chamando-lhe “verdadeira Revolução Social”. A esse propósito, Padre Américo conta-nos a história de um dos seus rapazes, «na casa dos dezasseis», empregado «em uma das Casas mais antigas da cidade», o Porto, que, cheio de alegria e boa vontade lhe confessa ter recebido «uma notável gratificação na quadra de Natal» e mais… também «declarou ser desejo da Firma comercial dividir parte dos lucros pelos empregados…»
Firmas comerciais, empresários, donos de ordenados astronómicos e/ou bens acumulados de geração em geração, somas assustadoras em “sono pecador” e gastos desmedidos, sem pensar na fome e miséria dos que perdem o emprego ou não o conseguem, sequer… Quem dera fosse este, o milagre!… Que acabassem os lares sem pão, sem violência, onde o carinho e a compreensão dominassem e onde as crianças e os adolescentes pudessem crescer sem revolta, e com amor…
Parei aqui. Também o Padre Cruz, “canonizado” pelo povo anónimo, todos os dias realiza milagres que o mundo desconhece… Milagres verdadeiros que (acho eu…) ele se encarrega de manter no “segredo dos deuses”, porque assim prefere! Sabe-se lá se, com o Padre Américo, acontecerá o mesmo…
Como justíssima homenagem, o Padre Américo vai ter, em Coimbra, uma estátua, pois é preciso que os vindouros a olhem e perguntem quem foi aquele… E talvez haja, de geração em geração, quem lhes saiba responder… Desejamos que sim. A ideia da estátua ao Padre Américo não nasceu agora. Vem de há muito. Recordo uma grande amiga, que, felizmente, ainda hoje se cruza comigo nos caminhos da vida, e parece ainda ouvi-la: «O Padre Américo quer lá bem saber da estátua… Vamos mas é tentar fundar, com o nome dele, uma Casa para os Sem Abrigo…» E o sonho, com muito esforço, tornou-se realidade. Com a colaboração de muitos, a «Casa Abrigo Padre Américo» existe, e em pleno e óptimo funcionamento, como Valência da Ordem Terceira de S. Francisco, que lhe dedica muito carinho e atenção. O primeiro Sem Abrigo entrou nela num distante Natal, tomando ali, como primeira refeição, a ceia da Passagem de Ano. Mas não esteve sozinho… Fizeram-lhe companhia a dedicada senhora que lançou a semente (aliás, os manjares da ceia foram obra sua) e o marido, hoje de saudosa memória. Os três, em amigável e familiar conversa, esperaram que chegasse o primeiro guarda nocturno. Era meia noite.
Vamos todos pedir a Deus, em nome de Padre Américo, uma Sociedade mais justa?

Montemor-o-Velho:



Procissão dos Passos reviveu os mistérios da fé cristã




A procissão do encontro do Senhor dos Passos com Sua Mãe, a Virgem Nossa Senhora, realizada domingo, dia 4 de Abril, foi um dos pontos altos da festa religiosa organizada pela paróquia com a colaboração da irmandade da Misericórdia de Montemor-o-Velho, a mais antiga instituição de carácter religioso desta vila. Iniciado com missa e sermão do Pretório, na igreja de Santa Maria de Alcáçova, no Castelo, que também incluiu a tradicional bênção dos Ramos, o cortejo litúrgico, saindo pela porta do Rosário, passou pela Praça da República, onde se assistiu ao encontro do Senhor dos Passos com Nossa Senhora, que culminou com um eminente “Sermão do Encontro”, pelo padre Ilídio dos Santos Graça, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, com actividade pastoral em Peral, Proença-a-Nova e S. Pedro do Esteval, da diocese de Portalegre - Castelo Branco.
A Verónica, na sua oração cantada em latim “O vós omnes qui transitis per viam atendite, atendite et videte si est dolor sicut dolor meus”(Ó vós todos que passais pela via (caminho) olhai, olhai e vede se há dor igual à minha dor), causou alguma emoção aos mais sensíveis, nesta manifestação de fé e reconciliação que terminou na igreja do Convento dos Anjos, com a reconstituição do Calvário e “Sermão do Calvário”. Os actos litúrgicos, que incluíram a Procissão dos Passos de Montemor, foram presididos pelo padre António Domingues, acolitado pelo padre José Luís Ferreira e diácono Lusitano Rainho, sendo a procissão acompanhada pela banda da Associação Filarmónica 25 de Setembro. Luís Leal e Lídio Cristo, presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, respectivamente, seguraram “as borlas” do guião que abriu a procissão, materializando um costume com alguns anos.
A Procissão do Senhor dos Passos é, pela sua história e sobretudo pelo seu vincado cunho espiritual, um dos acontecimentos mais importantes do panorama litúrgico da freguesia de Montemor-o-Velho, quiçá a maior e mais insigne celebração religiosa que se realiza, na vila, e que ainda se mantém viva, revivendo, no tempo presente, os grandes Mistérios da Fé Cristã.
A devoção ao Senhor dos Passos está marcada na intimidade e recolhimento das casas montemorenses, em registos e gravuras com o verdadeiro retrato do Senhor dos Passos, em esculturas devocionais de sabor popular, ou em imponentes oratórios.
De realçar ainda a penitente “procissão nocturna”, ou “procissão dos archotes” realizada sábado, e incorporada pela irmandade da Misericórdia, cujos irmãos, com as tradicionais opas pretas, transportam os archotes acesos, iluminando os “passos do Senhor”, cuja Imagem, envolta por um pano roxo, é acompanhada por “pagadores de promessas”, ora de joelhos ora rastejando, durante o percurso da procissão, que tem início na Igreja do Convento dos Anjos e termina na Igreja de Santa Maria de Alcáçova.




Aldo Aveiro

Faleceu o Padre Albino de Almeida Matos


Faleceu no dia 26 de Março, na sua casa de Felgueiras (Resende), o Professor Doutor Albino de Almeida Matos, muito conhecido em Coimbra. Nasceu a 14 de Março de 1925 e frequentou os seminários de Resende e Lamego, depois do que foi ordenado no dia dos seus 23 anos por D. Ernesto Sena de Oliveira, que pouco depois foi transferido para Coimbra.
Alguns anos após ter sido professor e prefeito no Seminário Menor de Resende, veio para Coimbra, em 1957, onde se licenciou em 1962 e doutorou em 1977 em Filologia Clássica.
Dedicou-se ao ensino em representação do Instituto de Alta Cultura na Faculdade de Letras de Zurique (Suíça) e após o doutoramento na Universidade de Aveiro, onde, anos depois, conseguiu aí a criação da licenciatura em Clássicas. Ao mesmo tempo, apoiou a iniciativa de D. José Pedro da Silva de criar em Viseu um pólo da Universidade Católica Portuguesa, de que foi professor e seu primeiro Director.
Após a jubilação, fixou-se em Coimbra, tendo continuado desde 1977 a 2004 a celebrar a Eucaristia, de semana à 8,30 horas e aos domingos às 11 horas na igreja de Santa Cruz.
Atingido pela doença de Alzheimer, passou em 2006 definitivamente para a sua terra, onde faleceu, na quinta-feira, sendo a missa exequial, no dia 27, sido celebrada pelo Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, que da Matriz o acompanhou ao cemitério da paróquia.
A toda a sua numerosa família, mas especialmente a suas irmãs D. Hermínia e D. Fernanda, que com ele conviveram até ao último dia, apresentamos as nossas sentidas condolências.
O seu condiscípulo,

J.G. Freire

A Igreja não abriu a boca


Nuno Santos

A frase é de Vasco Pulido Valente (Público, 22 de Março, a propósito do ‘contentor’ onde os funcionava uma turma de ciganos). Diz o texto que «Nem o primeiro-ministro, nem a Assembleia, nem o Presidente acharam oportuno comentar o caso. Também em nenhum partido, parlamentar ou não, se ouviu um protesto ou um simples sinal de preocupação. E a Igreja não abriu a boca. Vivemos num país simpático».
Falo hoje da Igreja Portuguesa. Continua em silêncio, sem denunciar casos (infelizmente são muito abundantes), sem alertar para o que está acontecer, sem apelar para a liberdade de opinião… parece que toda a gente tem medo de falar… e agora até a própria Igreja. Bispos não se ouvem e quando dizem alguma coisa é com tanto cuidado que nem chegamos a perceber bem de que lado estão…
O único lado possível para estar é o do Evangelho, é o de Jesus, é, por isso, preferencialmente o lado dos que são mais frágeis, dos que não têm voz, dos mais «pequenos». O único lado é o da denúncia do ‘clientelismo’, das ‘indemnizações chorudas’, dos prémios e gratificações que nunca mais acabam… Denúncia de reorganizações de serviços onde todas as pessoas ficam a perder… menos os gestores. Veja-se o que está a acontecer (de forma gritante) na saúde.
E isto não é uma questão de partidos… é muito mais grave. É uma mentalidade terceiro mundista… onde uns tantos se servem do poder e de alguns lugares para ‘pedir esforços’ a todos os outros… Mas eles… E todos continuam de ‘bem com todos’. E ninguém diz nada… parece que todos devem favores uns aos outros.Encontramos na política (desde as direitas às esquerdas… que cada vez menos sabemos o sentido e o conteúdo destas definições), dos gerentes de grandes empresas públicas ou com financiamento público… E assim, nos cargos públicos entram apenas (e cada vez mais) os amigos. São as ‘cunhas’, os ‘favores’, os de ‘avental’ e as ‘amizades’… que nos governam, nos gerem… Só há uma coisa que nunca nos tiram… os impostos.
E a Igreja continua sem abrir a boca. Os Bispos, numa Conferência Episcopal que pressinto cada vez mais centralista e a «uma só voz», não dizem nada. Sempre com medo… Mas com medo de quê? E de quem? Onde estão os nossos Bispos? Em que país estão a viver… Será que não lêem as notícias, será que não vêem os telejornais, será que não escutam as pessoas sérias que se confrontam diariamente com estas ‘coisas’?Não acredito. Eles sabem… mas não dizem. Eles ouvem… mas não comentam. Não querem fragilizar as relações! Quais?! Desde quando é que a Igreja se pode demitir de emitir a sua opinião ou deixar de defender a verdade e a justiça social. Por quê tanto «politicamente correcto»?! Talvez aqui o Papa, em África, tenha tido mais coragem e tenha dado um excelente exemplo (à Igreja Portuguesa) ao dizer: «perante a dor e a violência, a pobreza ou a fome, a corrupção ou o abuso de poder, os cristãos não podem permanecer em silêncio».
Não sou daqueles que defendo a crítica gratuita ou simplesmente para ‘ficar bem na fotografia’… Mas daí ao constante e permanente silêncio! E não nos queixemos que não nos ouvem ou que a nossa opinião não importa. Muitas pessoas sérias e honestas estão à espera dessa voz (mesmo sem serem cristãos). Por exemplo, onde está a RR (Rádio Renascença), a Ecclesia e muitos outros meios de comunicação (dentro e fora)?! Jesus morreu novo e numa cruz… não foi por acaso. Foi porque se colocou (sempre e só) do lado da Justiça e da Verdade… mesmo que isso significasse a denúncia e com isso corresse o risco de ‘não chegar à idade de reforma’.