Correio de Coimbra
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20 de janeiro de 2009
Semana da Unidade dos Cristãos
Há mais de 100 anos, Igrejas Cristãs realizam Celebrações Litúrgicas, integradas na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Este Oitavário decorre de 18 a 25 de Janeiro todos os anos, e os cristãos das várias Igrejas pedem a Deus o dom da Paz e da Unidade. A Celebração deste ano foi preparada para todo o mundo pelas Igrejas Cristãs das Coreias (Norte e Sul) e inspiradas num texto do Profeta Ezequiel que diz: "Serão um, em tuas mãos". Tal como os coreanos anseiam por um País unificado também os cristãos anseiam pela Unidade. Na Diocese de Coimbra, as Celebrações de 2009 serão nas seguintes Igrejas: 19 de Janeiro: Paroquial de Santa Cruz - Coimbra; 21 de Janeiro: Presbiteriana - Bebedouro; 22 de Janeiro: Paroquial - Cadima; 23 de Janeiro: Paroquial de S. Julião - Figueira da Foz; Vão estar presentes as Igrejas: Presbiteriana, Ortodoxa Grega e Católica.
Bispos do Centro reflectem sobre o Baptismo
O Baptismo foi o tema central da reunião mensal que os Bispos do Centro realizaram a 16 de Janeiro no Centro Apostólico D. João de Oliveira Matos, na cidade da Guarda. Em declarações ao Jornal da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício sublinhou que "também falámos no apoio que nos merecem os nossos sacerdotes e como é que os Presbitérios podem ser mais cuidados para estarmos na frente da nova evangelização das Comunidades Paroquiais". "Também reflectimos, em geral, como é que a Igreja deve estar mais presente na sociedade, em contacto e na procura de soluções para os problemas sociais que hoje estão a aparecer, nomeadamente nestes tempos de crise" - afirmou o Bispo da Diocese da Guarda, no final do encontro.
Encontrar o Espírito Santo na Internet
O Secretariado da Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra realiza, dia 23 de Janeiro, o 4º Net-Paper. Subordinado ao tema "O Espírito Santo" e desenvolvido através do sistema de pergunta e resposta.
No início do Net-Paper, os concorrentes serão agrupados em equipas, aleatoriamente (dentro do mesmo Grupo de Jovens poderá haver vários concorrentes). "Aqueles que entrarem no Net-Paper mais tarde ou durante a noite serão integrados numa das equipas existentes ou será criada uma nova equipa" - sublinha o regulamento. Mais Informações em http://www.sdpjcoimbra.net/documentos/Regulamento%20Net-Paper.pdf . Para além desta iniciativa, o referido secretariado organiza também uma peregrinação a Taizé, de 21 de Fevereiro a 2 de Março.
Sociedade de São Vicente de Paulo: novo presidente tomou posse
No passado dia 10 de Janeiro, na Sé Nova de Coimbra, após celebração da Eucaristia, presidida pelo cónego Sertório Martins, e na presença de vicentinos de grande parte das Conferências da Diocese de Coimbra, Luís Subtil tomou posse como presidente do Conselho Central de Coimbra da Sociedade de São Vicente de Paulo. Após leitura do auto de posse, na presença do presidente nacional, Armando Rocha, o novo presidente fez o seu compromisso público de servir diligentemente a Sociedade Vicentina nos próximos três anos. Durante a homilia, o presidente da celebração recordou o bem-fazer vicentino, mas lembrou também o quanto é preciso renovar as Conferências. Ao dirigir-se à assembleia, logo após a tomada de posse, Luís Subtil disse que é preciso fazer um discernimento objectivo, mas orante, da realidade vicentina na Diocese de Coimbra. Aos membros das Conferências, pediu fidelidade ao carisma vicentino, enquanto aos párocos, a quem pensa escrever em breve, deixou um pedido: "acreditai na bondade do bem-fazer vicentino!" Quanto às suas disposições, disse estar para servir com prudência, mas também com criatividade, já que é preciso que a actividade vicentina se faça ao largo para conquistar novos elementos. O Conselho Central de Coimbra dinamiza a actividade vicentina na diocese de Coimbra e reúne, mensalmente, na cidade de Coimbra. Na primeira reunião, Luís Subtil dará posse à nova Mesa do Conselho, constituída por mais sete vicentinas: Fernanda Cordeiro e Manuela Coutinho (Santa Cruz), Teresa Martins e Beatriz Silva (São Bartolomeu), Maria dos Prazeres (São José), Maria Helena (Poiares) e Sara Rocha (Celas).
O Pré-Seminário voltou a reunir
Neste primeiro mês do ano tivemos mais um encontro do Pré-Seminário. Foi no fim-de-semana de 17 e 18 de Janeiro no Seminário da Figueira da Foz. Era o grupo dos mais velhos e estiveram 11 adolescentes e jovens, desde o 9º ano ao 12º ano. Tem sido este mais ou menos o número de participantes nos nossos encontros mensais. Desta vez, foi uma oportunidade, em consonância com o ano Paulino, para falarmos da profissão de Paulo - fazedor de tendas. Oportunidade para reflectirmos sobre esta actividade considerada desprezível na sociedade de então. E esta não era uma actividade esporádica, mas habitual. Ele próprio faz questão de o dizer muitas vezes: "pregando o Evangelho, faço-o gratuitamente" (1 Cor. 9, 18). Rezámos também a tensão entre a "tenda terrestre" e a "habitação eterna" (2 Cor 5, 1) que nos habita. Foi um encontro diferente porque construímos mesmo uma tenda que serviu para as nossas orações e para os tempos pessoais. Um espaço especial de encontro (como a tenda do Povo de Israel). Entre oração, reflexão, convívio, formação e muita alegria… quisemos celebrar mais um encontro desta caminhada em Pré-Seminário que conta com a ajuda de muitos e com a oração de todos. Continuemos a convidar mais jovens para esta experiência de encontro com Jesus Cristo.
CAF - Coimbra: dez anos a ajudar a Família
Foi há cerca de dez anos que, numa salinha acolhedora da Casa de Santa Zita, em Coimbra, o Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, numa feliz parceria com o Instituto Secular das Cooperadoras da Família, fez surgir o Centro de Aconselhamento Familiar - o CAF Coimbra.
Desde então para cá, (in)felizmente mais de 2200 pessoas foram atendidas, quase 4000 encontros foram realizados, continuando a crescer de ano para ano o número de solicitações, embora se mantenham as principais motivações: conflitos conjugais e geracionais.
Para assinalar este aniversário, o SDPF vai promover uma sessão solene no próximo dia 30 de Janeiro, pelas 21h e 30 minutos, na Casa Municipal da Cultura, com a presença do Bispo de Coimbra, D. Albino Mamede Cleto, e de prestigiadas individualidades da região, assim como de todas as pessoas que se queiram associar a este acto. Depois de uma conferência sobre "Família, garantia de futuro", proferida pelo Eng. Fernando Castro, presidente da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, haverá oportunidade para se fazer o lançamento de um caderno alusivo aos dez anos de funcionamento deste serviço, bem como de dois outros projectos associados ao CAF - o "Porto Solidão", uma valência que procurará atender os casos cada vez mais frequentes de solidão, e o "CAF-Jovem", um serviço de aconselhamento mais dirigido aos namorados e casais novos.
Participantes privilegiados nesta sessão serão os colaboradores destes serviços: um leque alargado de voluntários, especialistas em diversas áreas (assistência social, médica, jurídica, psicológica, criminal, religiosa, conjugal, etc.) que, abnegadamente, dão (ou passarão a dar) do seu tempo livre, para ajudar os maridos, as esposas, os filhos, os avós, a terem uma carga menos pesada e a sentirem-se mais felizes. (Somos agora tentados a transcrever parte das páginas 37 e 38 do caderno "CAF -Uma história com dez anos", com casos reais que passaram por este serviço, dando, assim uma ideia da variedade dos dramas que encontram eco no CAF: "Uma filha de 12 anos com ciúmes do companheiro da mãe; um pai aflito com duas crianças pequenas e a mãe com depressão sem capacidade para cuidar delas; uma mãe com cancro, vitima de dois filhos alcoólicos e drogados; um pai aflito com dois filhos que nada fazem e roubam de casa ouro e dinheiro, talvez para comprar droga; uma mãe deprimida separada do marido, com um filho a viver com o pai e um tio, vítima de pedofilia; um cavalheiro muito esgotado, com uma esposa quase sempre doente e com dois filhos ainda menores; cônjuges em que ele ou ela abandonam o lar e deixam os filhos e as dívidas; um professor já reformado dizendo, a chorar, que é maltratado pela esposa de 25 anos; mulheres deprimidas porque fizeram intervenções cirúrgicas e foram abandonadas pelos maridos; tentativa de suicídio de uma jovem mãe que graças à chegada de um filho a casa nesse momento e à intervenção do CAF não concretizou a tentativa de suicídio; uma jovem estagiária que fazia os descontos para a segurança social (e sem ser necessário), vindo mais tarde a descobrir que o patrão não fazia os descontos; diversos relatos de infidelidades e violência doméstica; …").
Também continua a ser preocupação deste serviço, devido ao seu reconhecido sucesso a nível nacional, a contribuição para a criação de outros centros, quer na diocese, quer fora dela como já sucedeu no Porto, em Braga, em Viseu e em Portalegre.
O CAF Coimbra e a esta extensa equipa que lhe está afecta, é coordenada, desde o seu início, pela Emília Cardoso, do Instituto Secular das Cooperadoras da Família, também responsável pelos primeiros atendimentos e pela triagem, numa dedicação que se estende pelas 24 horas do dia.
Os contactos deste serviço são os seguintes:
Rua Gil Vicente, 2, 3000-202 Coimbra, Telef. 239 723989, Fax 239 401856, TM 969881159 E-mail cafcoimbra@sapo.pt.
Conferência Nacional Alpha recebeu cerca de 200 participantes
Oriundos de sete dioceses, cerca de duas centenas de participantes, incluindo padres e leigos, participaram na IX Conferência Nacional Alpha
"A Igreja tem que crescer no meio e através de vós (Alpha)". Palavras de D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, no início da IX Conferência Nacional do Curso Alpha. Comparando a conferência Alpha com o fogo do Espírito Santo, o prelado disse que "este instrumento de evangelização serve para iluminar, para aquecer o coração das pessoas e transformá-las em discípulos da Igreja", referindo que "vivemos um tempo em que a Igreja precisa de leigos de todas as idades, para partilhar e espalhar a fé, as verdades e os valores cristãos."
"A força do Espírito Santo, hoje, é recebida e manifestada de braço dado com o colega, porque a Igreja é família", sustentou D. Albino, enfatizando que "os diferentes cursos já realizados estão a ser uma bênção para a nossa Igreja Diocesana". "É com imenso júbilo que tenho recebido testemunhos do crescimento apostólico em várias paróquias", anotou. O Bispo de Coimbra aproveitou o momento para deixar um apelo às sete dioceses ali representadas, no sentido de "aproveitarem o Alpha como instrumento evangelizador ao serviço das paróquias", porque, acrescentou "a Igreja precisa de novos apóstolos para anunciarem os desígnios de Deus".
Aludindo ao cântico "O espírito de Deus está aqui", D. Albino referiu que "o Espírito Santo é a luz, o fogo, a causa, a força, o caminho que faz novos discípulos para evangelizar, dando a conhecer o amor de Deus, de Cristo e do Espírito Santo.".
Dirigido a párocos, responsáveis de unidades pastorais ou arciprestados que pretendem conhecer e implantar o Curso Alpha nas suas comunidades, e a responsáveis e animadores que já dinamizam o Curso Alpha, procurando aprimorar e revigorar talentos e motivação, através de novos saberes, da oração e do louvor, tornando ainda mais atractivo e eficiente este instrumento de evangelização, a IX Conferência Nacional Alpha realizou-se, dias 17 e 18, em Cantanhede.
Esta iniciativa teve ainda por objectivos "formar" diversas equipas paroquiais que, inspiradas e capacitadas a fomentar o Curso Alpha, vão procurar dinamizar este novo modelo de apostolado em diferentes comunidades cristãs no intuito de que estas possam receber a luz do Espírito Santo e serem impactadas pelo Evangelho.
"Oração de integração", palestras de "explanação dos princípios" e "como animar um grupo de partilha", workshops de "organização prática" e de "formação de animadores e oradores", "A oração de intercessão", "Modelo de exposição Alpha", "A atitude pastoral do animador", "Integrar o Alpha na Igreja" foram alguns dos temas abordados na IX Conferência Nacional do Curso Alpha.
O padre Jorge Santos, do Secretariado Nacional, referiu que "o Curso Alpha é um modelo prático e flexível, que pode ser usado em grupos de qualquer dimensão, idade e contexto cultural", sustentando que "muitas igrejas e organizações cristãs estão a descobrir que este instrumento de evangelização se caracteriza pela sua clareza, simplicidade e eficácia na apresentação do Evangelho de Jesus Cristo, de uma forma divertida e amigável, num ambiente descontraído e acolhedor".
Aldo Aveiro
"As boas práticas do paizinho"
Por Luís Carlos Coelho Martins
A figura do P. Nogueira Gonçalves já foi largamente retratada e, diga-se em abono da verdade, que quem a retratou não só conhecia muito bem este homem, mas também sabia e sabe manejar de forma cuidada os instrumentos da escrita.
Resta-me portanto lançar aqui um pequeno contributo, uma leve pincelada, numa descrição tão bem feita. Oxalá não estrague a pintura!
Nos tempos em que vivemos fala-se muito de "boas práticas", embora não se especifiquem quais são e de que modo se concretizam. Muito menos se diz quem é o seu produtor, o seu depositário, o distribuidor autorizado, quem as certifica e onde se podem adquirir.
Uma das áreas mais sensíveis sempre foi e será a que diz respeito à avaliação. Muitas são as teorias e ainda mais os teóricos. Estes lá vão governando a sua vidinha, ainda que possam estragar as dos outros.
Ora o nosso P. Nogueira Gonçalves, de saudosa memória, sem alaridos e por mérito próprio, atingiu o lugar de Professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Foi no entanto no Seminário de Coimbra que, ao longo de dezenas de anos, foi transmitindo o seu saber a sucessivas gerações de jovens. As suas aulas de Literatura Portuguesa e de História de Arte não se apagam da mente e do coração de todos os que tiveram a felicidade de o ter como mestre.
Ao terminar o primeiro período lectivo, antes das férias do Natal, era habitual reunirem-se os professores para procederem à avaliação dos alunos. Ora reza a história que o nosso P. Nogueira Gonçalves, ao ditar as"notas", apenas se lhe ouviu repetir no mesmo tom monocórdico "doze","doze","doze"…. E daqui não saiu. Correu os alunos todos a "doze", assim, sem mais nem menos! E ninguém se atreveu a levantar a voz, nem a propor a alteração da nota, nem a exigir a votação de qualquer classificação alternativa e, por isso, os alunos foram todos taxados com a mesma tabela.
Já no exterior da sala de reuniões, um professor, um tanto a medo, abeirou-se do P. Nogueira Gonçalves e interpelou-o:
- Ó Sr. Padre, não haveria algum aluno que merecesse uma classificação superior a doze ou, eventualmente, um outro que não tivesse atingido este nível?
O "Paizinho" olhou-o de soslaio e prontamente retorquiu:
- Ó filho, ele haver há, mas vá-se lá saber quem é… nesta altura do ano.
“Provavelmente, Deus não existe. Agora, pare de se preocupar e aproveite a vida”
A famosa campanha ateísta que está a circular nos autocarros londrinos e espanhóis pode estender-se a várias cidades do nosso país. Quem o garante é o presidente da Associação Ateísta Portuguesa, Carlos Esperança ao Diário de Notícias de 12 de Janeiro último. A ideia nasceu em Londres, onde já produziu alguns efeitos como na atribuição de tempo de antena pelos média. Entretanto, no início deste ano, já chegou a Espanha, um país de tradição católica onde tem originado um debate aceso e até mesmo polémico com a participação activa dos cristãos.
Outra campanha, mas em terra transalpina, em Génova, foi anunciada para o mês de Fevereiro, com o slogan: “A má notícia é que Deus não existe, a boa é que não precisamos d´Ele”.
A iniciativa inglesa partiu de um grupo de ateus que não aguentava mais ver nos flancos dos autocarros londrinos, campanhas de evangelização, sobretudo de confissões evangélicas, que, segundo eles, aterrorizam inutilmente as pessoas na perspectiva de uma vida após a morte e de um juízo divino
Por outro lado, foi uma forma encontrada para contrariar a crise ou para desviar a atenção dos tempos que se avizinham. A crise também está instalada em Inglaterra, coma libra a desvalorizar-se dia para dia. Quando não se consegue encontrar a causa para determinados problemas, não há nada mais fácil que questionar a cerca da existência Deus. Deus existe? Porque não estava Ele presente no 11 de Setembro? Porque não está Ele na Faixa de Gaza?
No meu ponto de vista, não deve haver motivo para indignação, mas sim uma abertura para um debate positivo que poderá enriquecer muito a nossa Igreja.
Eu creio que a existência de Deus não é motivo de preocupação, de entrave para aproveitar a vida na sua plenitude, antes pelo contrário. Deve ser uma mania da parte daqueles que se dizem ateus, pensar que os crentes acreditam em Deus por medo. Mas também reconheço que deve ser irritante para aqueles que não acreditam assistirem a manifestações de felicidade, mesmo quando estamos em crise…
Se o objectivo do movimento ateísta é provocar as religiões… provavelmente não conseguiram. A Igreja está hoje muito aberta ao diálogo. È mesmo isso que tem estado acontecer em Espanha: uma reflexão muito vivida e participada.
Por outro lado não há que ter medo do “bom combate”. Não vejo como Deus pode estar ameaçado. Entre Deus e nada, logo a partida, o combate é desigual.
E que a vida é bela com Deus e vazia sem ela, não vale a pena de nos convencer do contrário… as provas são muitas… Quem estará em Fátima no próximo dia 25 de Janeiro para participar na celebração nacional sobre o Ano Paulino?
Outra campanha, mas em terra transalpina, em Génova, foi anunciada para o mês de Fevereiro, com o slogan: “A má notícia é que Deus não existe, a boa é que não precisamos d´Ele”.
A iniciativa inglesa partiu de um grupo de ateus que não aguentava mais ver nos flancos dos autocarros londrinos, campanhas de evangelização, sobretudo de confissões evangélicas, que, segundo eles, aterrorizam inutilmente as pessoas na perspectiva de uma vida após a morte e de um juízo divino
Por outro lado, foi uma forma encontrada para contrariar a crise ou para desviar a atenção dos tempos que se avizinham. A crise também está instalada em Inglaterra, coma libra a desvalorizar-se dia para dia. Quando não se consegue encontrar a causa para determinados problemas, não há nada mais fácil que questionar a cerca da existência Deus. Deus existe? Porque não estava Ele presente no 11 de Setembro? Porque não está Ele na Faixa de Gaza?
No meu ponto de vista, não deve haver motivo para indignação, mas sim uma abertura para um debate positivo que poderá enriquecer muito a nossa Igreja.
Eu creio que a existência de Deus não é motivo de preocupação, de entrave para aproveitar a vida na sua plenitude, antes pelo contrário. Deve ser uma mania da parte daqueles que se dizem ateus, pensar que os crentes acreditam em Deus por medo. Mas também reconheço que deve ser irritante para aqueles que não acreditam assistirem a manifestações de felicidade, mesmo quando estamos em crise…
Se o objectivo do movimento ateísta é provocar as religiões… provavelmente não conseguiram. A Igreja está hoje muito aberta ao diálogo. È mesmo isso que tem estado acontecer em Espanha: uma reflexão muito vivida e participada.
Por outro lado não há que ter medo do “bom combate”. Não vejo como Deus pode estar ameaçado. Entre Deus e nada, logo a partida, o combate é desigual.
E que a vida é bela com Deus e vazia sem ela, não vale a pena de nos convencer do contrário… as provas são muitas… Quem estará em Fátima no próximo dia 25 de Janeiro para participar na celebração nacional sobre o Ano Paulino?
Miguel Cotrim