Correio de Coimbra

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12 de janeiro de 2007

Cantanhede acolheu o Curso de Introdução ao Escutismo


Realizou-se no passado dia 6 de Janeiro, na Sede do Agrupamento 382/CNE, sita na «Casa dos Bogalhos» – Cantanhede, o Curso de Introdução ao Escutismo, organizado pelo Departamento de Formação da Junta Regional de Coimbra do CNE – Escutismo Católico Português. Este Curso contou com a presença de 42 adultos, interessados em assumir daqui a algum tempo, a responsabilidade de ser Dirigente deste Movimento, que no ano de 2007, comemora o Centenário da sua criação. As paróquias que se fizerem representar foram: S. Julião e S. Pedro, da Figueira da Foz – Nª Srª de Lurdes (Montes Claros, Coimbra) - Cantanhede – Antanhol – Vila Nova de Poiares – Marinha das Ondas – Febres – Midões – Lamarosa – S. Paio de Gramaços e Seixo de Mira. A Equipa de Formação deste Curso foi constituída pelos Dirigentes do CNE: Ana Maria Rocha, Catarina Miranda Carlos, Calisto Oliveira, José Luís Araújo, Maria Manuela Rocha e Octávio Neves. Celebrando-se neste dia o «Dia de Reis», esta foi a «mística» adoptada para o desenvolvimento desta Acção de Formação.

CURSO ARCNEC
A Equipa da Assistência Regional de Coimbra do CNE – Escutismo Católico Português, realiza de 26 a 28 de Janeiro, no Centro de Formação de Dirigentes do CNE – Serpins, o 3º Curso ARCNEC (da Assistência Regional). Trata-se mais do que um Curso de Formação (e vivência) Humana, Espiritual e Eclesial, destinado a todos os Candidatos a Dirigentes do Escutismo da Diocese de Coimbra. Encontram-se ainda agendados até Julho a realização de mais dois Cursos com as mesmas características.

Fé e Compromisso


O DOM DO AMOR

José Dias da Silva

No último comentário referi um dos pontos principais da encíclica de Bento XVI, Deus caritas est: Deus deu-se-nos para que nos demos, a nós próprios e não apenas os nossos bens!
Gostaria de abrir este ano, recordando outros dois aspectos da encíclica, que têm a ver com a vivência do amor que as comunidades cristãs e os seus membros são chamados a fazer. Estes aspectos foram assim enquadrados por uma palavra do Papa: "A essência do amor a Deus e ao próximo descrito na Bíblia é o centro da existência cristã e o fruto da fé".
Jesus veio unir os dois mandamentos, o amor a Deus e o amor ao próximo, que no AT aparecem em separado: "por um lado, o AT apresenta o amor a Deus sobre todas coisas (Dt 6,4-5) para indicar que a Aliança implica uma resposta total ao amor preferencial de Deus; enquanto que o amor ao próximo (Lev 19,18) aparece com um significado mais ambíguo, embora participe da resposta divina que suporta toda a Aliança" (D. Corral). Jesus, na resposta ao escriba que perguntava "qual é o primeiro de todos os mandamentos", afirma inequivocamente a identidade dos dois mandamentos: "O primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua lama, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior que estes" (Mc 12,29-31). Isto é, trata-se de um único mandamento com duas expressões, como explicita o Papa: "Amor a Deus e amor ao próximo são inseparáveis, constituem um único mandamento. Mas ambos vivem do amor proveniente com que Deus nos amou. Deste modo, já não se trata de um ‘mandamento’ que, do exterior, nos impõe o impossível, mas de uma experiência de amor proporcionada a partir do interior, um amor que, por sua natureza, deve ser ulteriormente comunicado aos outros. O amor cresce através do amor. O amor é ‘divino’, porque vem de Deus e nos une a Deus e, através deste processo unificador, transforma-nos em um Nós, que supera as nossas divisões e nos faz ser um só, até que, no fim, Deus seja tudo em todos" (18).
Este é o primeiro grande desafio que se coloca aos cristãos e às suas comunidades: amor ao próximo e amor a Deus é um único mandamento. Não podemos amar a Deus sem amar os irmãos, pois seríamos mentirosos (cf. 1Jo 4,20) nem amar os irmãos sem amar a Deus. Mas ouçamos as palavras exigentes do Papa: "um (amor) exige tão intimamente o outro que a afirmação do amor de Deus se torna uma mentira, se o ser humano se fecha ao próximo", enquanto "o amor ao próximo é um caminho para encontrar também Deus" pelo que fechar os olhos diante do próximo nos torna cegos também diante de Deus" (16). Conclusão terrível: se não aceitarmos este "mandamento único" de Jesus não passamos de mentirosos e de cegos!
A outra afirmação de Jesus é a sua identificação com os mais necessitados (cf. Mt 25,31-46). E o Papa assume esta passagem com muita intensidade: "É preciso recordar, de modo particular, a grande parábola do Juízo Final, onde (o amor) se torna o critério para a decisão definitiva sobre o valor ou a inutilidade da vida humana. Jesus identifica-se com os necessitados: famintos, sedentos, forasteiros, nus, enfermos, encarcerados. ‘Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos a Mim mesmo o fizestes’. Amor a Deus e amor ao próximo fundem-se num todo: no mais pequenino, encontramos o próprio Jesus e, em Jesus, encontramos Deus" (15).
Esta identificação plena entre o pobre - o que tem fome, o que está condenado ao analfabetismo, o que não tem casa, o que não tem cuidados médicos - e Jesus , apesar de tão marcante no Evangelho, não nos toca minimamente o coração e é perfeitamente ignorada na nossa prática eclesial e cristã. Que Jesus testemunhamos às nossas crianças? Que Jesus ouvimos pregar nas homilias? Será que alguma vez ensinamos às nossas crianças que Jesus está tão presente e real na Eucaristia como está no pobre, no pobre concreto que vive à nossa porta ou no meio da nossa comunidade? E não ensinamos porque não acreditamos nisso. Contudo, já S. João Crisóstomo proclamava: "O mesmo que disse ‘Este é o meu corpo’ e com a sua palavra firmou a nossa fé é o mesmo que disse ‘Vistes-me com fome e não me destes de comer’". Seremos capazes de aceitar esta convicção como eixo estruturador dos nossos planos pastorais?
Se não vivermos do coração esta identificação, nunca levaremos a sério o Evangelho. E, assim, de que valem as nossas catequeses, as nossa homilias, a nossa vivência da caridade?
Este amor de Deus, "o amor do próximo, radicado no amor de Deus, é um dever, antes de mais, para cada um dos fiéis, mas é-o também para a comunidade eclesial inteira" (20). Por isso a actividade caritativa da Igreja não pode ser apenas da responsabilidade de um qualquer grupo paroquial ou ser feita por mera filantropia, mas tem de ser a manifestação de um dever estruturante da Igreja. É que "para a Igreja, a caridade não é uma espécie de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza e é a expressão irrenunciável da sua própria essência" (25).

Doutora Matilde Sousa Franco em longa entrevista ao “Correio”

Cabeça de lista do PS por Coimbra é defensora do «Não» ao aborto
Matilde Sousa Franco, em entrevista ao “Correio”, diz que “moderno é votar não”.


Para a deputada socialista, cabeça de lista por Coimbra, o referendo “não é uma questão política nem religiosa”, mas sim uma questão de consciência. Para esta deputada por Coimbra ao Parlamento, o aborto não pode ser encarado como “única alternativa”.

Entrevista de Miguel Cotrim (Correio de Coimbra)

O aborto voltou infelizmente à ordem do dia. A Dr.ª Matilde Sousa Franco, deputada pelo Partido Socialista (PS) na Assembleia da República foi cabeça de lista por Coimbra nas últimas eleições legislativas. É actualmente um dos rostos mais visíveis na campanha pelo «não» à despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas. Nesta longa entrevista, fala-nos essencialmente da vida. Diz-nos que a vida não deve ser referendada. Deve ser defendida desde o seu início até à morte natural. Faz parte da Comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e é presidente do Grupo de Trabalho dos Assuntos Culturais. Foi professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Universidade Católica. Em Coimbra, cidade pela qual se apaixonou foi durante alguns anos directora do Museu Nacional Machado de Castro e actualmente defende esta mesma cidade e o seu distrito na Assembleia da República.
A vida pode ser referendada?
A vida não deve ser referendada. Deve ser defendida desde o seu início, ou seja, desde a sua concepção até à morte natural. No entanto a ideia do referendo em Portugal surgiu já há bastantes anos, perante uma situação de impasse nesta respectiva matéria e por iniciativa do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, como ele ainda há dias fez questão de acentuar . Julgo que a vida deveria ter sido defendida antes desta iniciativa e através da Assembleia da República.
A Madre Teresa de Calcutá sob o título “Viva a vida” escreveu: “a vida é uma oportunidade, aproveite-a, a vida é beleza, admire-a… a vida é felicidade, mereça. A vida é a vida, defende-a”. Gostei tanto deste verdadeiro hino à vida que quando o conheci há cerca de 15 anos, mandei fazer uma série de cópias do texto e ofereci a imensas pessoas para como eu o trazerem sempre na carteira. Acho que é uma meditação quotidiana essencial.

Tem sido alvo de críticas pelo facto de ter assumido a sua posição na Assembleia da República?
Não. A minha posição, apesar de difícil, como sabe, foi tomada desde a primeira hora. Quando fui convidada pelo Senhor Eng. José Sócrates, como cabeça de lista por Coimbra, fiz questão de o alertar para esse facto. Era uma questão de lealdade. Sempre fui contra a liberalização do aborto. Sou por uma cultura de afectos, dou grande importância aos problemas da maternidade e julgo ser essencial dar efectivo apoio às mulheres e a natalidade e isso é que é moderno.
O que está em causa neste referendo é a liberalização do aborto. E eu de maneira nenhuma posso aceitar isso… Temos que preservar aquilo que é fundamentalíssimo, a vida. Por isso é que eu estou empenhada em fazer uma campanha muito esclarecedora. A vida é um bem inestimável não devemos destruí-la.
“Espero que Coimbra já internacionalmente conhecida como Capital da Saúde, se torne também agora, com o referendo, Capital da Vida”
Tem feito sucessivos apelos à participação na campanha do referendo pelo «não» à despenalização da interrupção voluntária da gravidez até as 10 semanas…Coimbra parece estar muito silenciada…
Aquando da votação do referendo do aborto na Assembleia da República em 19 de Outubro, votei não com a única companhia de um deputado do partido da terra e de facto tenho feito numerosos apelos do voto “Não”, na sequência do que fiz por ocasião do referendo do ano de 1998 e noutras situações. Agora tenho estado em vários pontos do país onde me têm chamado. Claro que Coimbra está sempre primeiro e com muita honra sou mandatária do Movimento Aborto a Pedido? Não! com sede em Coimbra e de âmbito nacional. Coimbra está muito activa. Conseguiu-se o triplo das assinaturas para a constituição do grupo, há várias sedes, estratégias de campanha, um site na internet, etc…mas ainda não me chamaram a colaborar mais directamente, o que farei sempre, evidentemente com o maior gosto.
Espero que Coimbra já internacionalmente conhecida como Capital da Saúde, se torne também agora, com o referendo, Capital da Vida, dando grande impulso para que Portugal seja percursor mundial do Humanismo do século XXI.

Uma mulher que aborte é considerada uma criminosa?
Não. Na actual lei já estão, e muito bem, considerados casos desculpabilizantes de aborto. No entanto, a lei precisa de ser revista porque tem permitido que mulheres vão a tribunal o que parece ser caso único na Europa. Não quero mulheres nos tribunais. Quero, de acordo, aliás com as normas comunitárias, do passado mês de Outubro, que seja feita legislação a favor da maternidade, apoiando efectivamente as mulheres. As mulheres portuguesas têm sido umas heroínas ao longo da História, tratando da casa e dos filhos enquanto os homens embarcavam para os Descobrimentos, para povoarem o Mundo e mais tarde partiam para a Guerra Colonial.
Recentemente, as mulheres portuguesas têm sido as mais sacrificadas da Europa com o esforço gigantesco para conciliarem família e trabalho, porque são as que mais horas trabalham fora de casa e dentro de casa.
As mulheres portuguesas merecem mais do que a opção entre o aborto clandestino e o aborto legal que é o que lhes é apenas proposto pelos defensores do «sim». Aliás, se eventualmente ganhasse o «sim», as mulheres que fizessem aborto às 10 semanas e um dia, já eram penalizadas. O que está em causa agora no referendo é apenas a liberalização do aborto, eliminando crianças saudáveis por única opção da mulher.
As mulheres que abortam, muitas vezes devido a dificuldades económicas, merecem grande apoio da sociedade porque está provado que cerca de 80 por cento abortam a contra-gosto e nunca o teriam feito se tivessem apoios. Além disso, as mulheres que abortam têm frequentemente perturbações psicológicas e irreversívis. E outros problemas…
Considero que se devem manter na lei os casos desculpabilizantes de aborto, por motivos de violação, mal formação do feto, perigo de vida para a mãe, devendo, a legislação ser profundamente alterada, de forma a haver mais solidariedade.

“Devido a haver muitas pessoas ainda confusas, devo acentuar que um crente verdadeiramente coerente não pode ir contra os alicerces da sua fé. Por exemplo, um católico não pode votar «sim»”

O referendo que aí vem é uma questão política?
Não é uma questão de política de esquerda ou de direita como os defensores do «não» insistiram no referendo de 1998 e conforme agora finalmente já se reconhece amplamente. É sobretudo uma questão de consciência, mas também com numerosos outros aspectos.
Por exemplo a ciência com o melhor planeamento familiar e com as recentes descobertas sobre a origem da vida reforçam profundamente a votação no «não». O coração já bate por volta do vigésimo dia, à sexta semana já há reflexos nervosos, à oitava semana os órgãos estão praticamente formados. O referendo também não é uma questão religiosa, conforme igualmente fiz questão afirmar na minha declaração de voto apresentada na Assembleia da República acima referida.
Sublinhe-se contudo que cristãos, islâmicos, budistas, hindus, etc são contra o aborto e o mesmo estipulam documentos também com milhares de anos, mas não religiosos e que são verdadeiros marcos civilizacionais, como o código de Hamurabi de Babilónia e o Juramento de Hipócrates. Este Juramento é aliás aquele que todos os médicos fazem para defenderem a vida, não se compreendendo como agora alguns o esquecem, demonstrando uma completa falta de fidelidade a esse compromisso ético essencial.
Devido a haver muitas pessoas ainda confusas, devo acentuar que um crente verdadeiramente coerente não pode ir contra os alicerces da sua fé. Por exemplo, um católico não pode votar «sim».

“Só com grande apoio à maternidade se pode começar de imediato a desactivar esta poderosíssima «bomba de relógio demográfica»”.

Não deveriam existir políticas pró-natalidade para combater a diminuição da taxa de natalidade e o envelhecimento da nossa população?
No passado mês de Outubro, a Comissão Europeia reconheceu que “a bomba de relógio demográfica” está prestes a explodir e, assim, deu um plano de cinco medidas que deverão ser aplicadas em cada país, que prevêem, entre outras: “ajudar os cidadãos a equilibrar a vida profissional e privada para que possam ter os filhos que desejarem”, “agilizar a viabilidade das finanças públicas para contribuir para garantir uma produção social de longo termo”.
No passado dia 19 de Dezembro, na Assembleia da República, o Ministro de Estado e da Administração Interna, Dr. António Costa, resumiu muito bem este problema: “As sociedades europeias têm vindo a sofrer um impacto fortíssimo do declínio e envelhecimento demográfico, facto que tende a agravar-se. Mesmo com os fluxos migratórios anuais, o declínio da população activa da União a 25 implicará uma diminuição do número de trabalhadores em cerca de 20 milhões até 2030 e de 48 milhões até 2050…”. Assim, só com grande apoio à maternidade se pode começar de imediato a desactivar esta poderosíssima “bomba de relógio demográfica”.
A Alemanha, desde o passado dia 1 de Janeiro, foi o primeiro país a concretizar medidas pró-natalidade; sublinhe-se que tivera agora o mais baixo índice de natalidade desde a 2.ª Guerra Mundial.
Na Europa, a diminuição da natalidade terá um impacto mais grave em 6 dos 25 países: Portugal, República Checa, Hungria, Grécia, Chipre e Eslovénia, devido à conjugação de vários factores.
Em 2005 Portugal registou, pelo terceiro ano consecutivo, outra quebra de natalidade, mais de metade das novas famílias não têm descendência e 24% têm apenas um filho, estando a natalidade abaixo da média europeia. O Eurostat prevê que daqui a apenas onze anos comece a diminuição da população do nosso país, mesmo com a imigração, que nos ajuda com largas milhares de pessoas.
Em todos os países onde se liberalizou o aborto este aumentou (abortos legais+clandestinos): no Reino Unido triplicou, na Austrália ficou dez vezes maior, em Espanha o aumento foi de 75,3% entre 1993 e 2003. Este aumento está aliás de acordo com as regras mais básicas do raciocínio lógico; não se combate um fenómeno liberalizando-o e toda a política legislativa, como por exemplo o combate ao tabagismo, à poluição, à insegurança rodoviária, demonstra isto. A ideia da diminuição do número de abortos com a liberalização, surge porque se compara o número de abortos clandestinos anteriores e sem qualquer fiabilidade. Em Portugal, por exemplo, em 1998 referiam-se 200 mil e agora 20 mil abortos clandestinos, mas a Direcção-Geral de Saúde mostra reduzido número de internamentos por complicações fora do quadro legal: em 2004, ausência total de mortalidade e apenas 1426 internamentos.
Como vimos, o nosso país, mesmo sem liberalização do aborto, é um dos seis com maior impacto na diminuição da natalidade. Se, eventualmente o sim ganhasse, Portugal desapareceria por falta de população, conforme nos avisou o Filósofo José Gil e outros estudiosos poder acontecer, mesmo sem a liberalização.
Procuro defender as mulheres na sua essência e globalidade.
Com a liberalização, o aborto banaliza-se. Por exemplo, em França, o número de abortos mantém-se elevado (cerca de 200 mil/ano), apesar da maior prática do planeamento familiar, porque se recorre mais vezes ao aborto quando falham os métodos contraceptivos, para eliminar as gravidezes indesejadas.
Aceitar que o Estado e a sociedade só têm para oferecer à mulher com dificuldades em assumir a sua gravidez, as alternativas do aborto clandestino e do aborto legal, eliminando crianças saudáveis, é inclusivamente, aceitar que não se cumpram as recentes normas comunitárias de apoio à maternidade e é um verdadeiro retrocesso civilizacional. Como escreveu o meu falecido marido António de Sousa Franco em 1998, a propósito do anterior referendo: “a legalização do aborto livre, diferente de justificação ou desculpabilização de casos concretos – é a passagem de uma fronteira decisiva, representando um grosseiro recuo nessa protecção, que permite – como outrora na lei da selva – o domínio dos fortes sobre os fracos, dos que já estão na vida sobre os que vêm depois. Essa não é a sociedade humana que sempre idealizei”.

O aborto nunca é a única alternativa?
O aborto nunca é a única alternativa. Nos casos mais extremos há ainda a adopção, a qual deve ser agilizada, pois em Portugal há muito mais pedidos do que crianças adoptáveis e os processos demoram 6 ou 7 anos. Tem também de haver maior protecção das crianças que nascem em famílias que as maltratam.
Devem-se conjugar todos os esforços para que a elevadíssima percentagem de mulheres que não queriam abortar, e que só o fizeram por falta de apoio de familiares e da sociedade tenham o amparo pelo qual anseiam.
Colectivamente há obrigação urgente de defender as mulheres , as crianças e os homens de forma a que a sociedade seja mais solidária, melhor e mais feliz.

O que tem sido o seu trabalho como deputada socialista nesta legislatura?
Tem sido muito interessante. Faço parte da Comissão dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas e sou presidente do Grupo de Trabalho dos Assuntos Culturais. Como profissional sempre fui da área da Cultura, mas por outro lado, sempre achei que é fundamental ter uma visão do que se passa no Mundo, para ajudar a que Portugal progrida. Por isso é com muito gosto que estou também na Comissão dos Negócios Estrangeiros.
Em relação a Coimbra, distrito que esteve sempre no meu coração, pois até fiz questão de me casar na Sé Velha, tenho feito uma série de trabalhos que me têm dado o maior prazer e estou sempre disponível para ajudar naquilo que eu puder.

10 de janeiro de 2007

Secretariado de Evangelização e Catequese em plena actividade

Cursos de Iniciação, dia 13 na Figueira da Foz e dia 14 em Mortágua; Curso Geral de Catequética, Nível II, dia 20 em Soure; reuniões com Catequistas Coodenadores: dia 27, na Figueira da Foz, para a Região Pastoral da Beira Mar, e em Chão de Couce, para a Região Pastoral Sul; dia 28, em Coimbra, para a Região Pastoral Centro, e em Arganil, para a Região Pastoral Nordeste; reunião com Equipa Formadora do Arciprestado de Poiares-Penacova, dia 31.
Também a paróquia de Santa Clara vai realizar no dia 21 um encontro destinado principalmente a Catequistas de Adolescentes, orientado pelo padre Rui Alberto, Salesiano, abrindo o mesmo à participação de catequistas de outras paróquias.

Centro de Espiritualidade de Santiago


No dia 17 de Janeiro, quarta-feira, inicia as suas actividades o “Centro de Espiritualidade de Santiago”.
Na velha igreja românica da Baixa Coimbrã, na Praça Velha, teremos um lugar de oração e formação espiritual com características novas. A presença permanente e disponível de um sacerdote, Padre Fernando Pascoal, torna possível a realização de tempos de oração, pessoal ou comunitária, bem como o atendimento personalizado, na igreja ou em gabinete, e ainda acções de formação em grupo.
Para melhor se conseguirem estes objectivos, procura-se, entretanto, melhorar as condições do ambiente.

O horário do Centro é o seguinte:

Segunda e sexta-feira:
12.30 - Eucaristia
- Adoração do Santíssimo Sacramento
18.00 – Oração da tarde

Terça, quarta e quinta-feira:
13.00 – Adoração do Santíssimo Sacramento
18.00 – Oração da tarde
19.15 – Eucaristia

A abertura do Centro será feita às 19.15 horas do dia 17, com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Sr. Bispo D. Albino Cleto.

“Espera dos Reis” recriada em Coimbra


No passado dia 5 de Janeiro, os três Reis Magos, montados em cavalos, cruzaram as ruas de Coimbra, seguidos pelo povo de hoje e pelo de antigamente. Como acontece desde 2000, Coimbra assistiu à recriação da “Espera dos Reis”, uma tradição antiga retomada pela Associação de Folclore e Etnografia da Região do Mondego com os apoios da autarquia de Coimbra, do Inatel e das juntas de freguesia de Santo António dos Olivais, Santa Clara, Sé Nova, Santa Cruz e S. Bartolomeu.
Participaram elementos de 18 grupos folclóricos, trajados a rigor e carregados de ofertas para o Menino Deus nascido numa manjedoura. Às tricanas, damas antigas, tecedeiras, gaiteiros e até malabaristas, juntaram-se mais de 500 pessoas, de várias idades, que acompanharam o Cortejo desde o Portugal dos Pequenitos até à igreja de Santo António dos Olivais.
As vozes de alegria e os cânticos de louvor fizeram-se ouvir durante todo o percurso e junto ao presépio vivo, onde, no final, foram depositados os presentes reais (ouro, incenso e mirra) e as oferendas do povo. Nos conimbricenses fica a alegria de viver o Dia de Reis á maneira antiga, renovando, desta forma, a adoração a um Deus nascido no meio de nós.

Jovens de Coimbra solidários nas férias de Natal

Como início de caminhada de Crisma, um grupo de 32 jovens da Comunidade eclesial Sal e Luz (paróquias de Almalaguês, Antanhol, Assafarge, Cernache e S. Martinho do Bispo) aceitou o desafio de realizar uma Semana Solidária em vésperas de Natal. Após dois dias de preparação ainda no Concelho de Coimbra, o grupo dividiu-se por três locais onde a solidão e isolamento são “lugares comuns”. Assim, o primeiro grupo esteve em Fátima na Casa dos Silenciosos Operários da Cruz junto de crianças deficientes, o segundo em Penacova junto de idosos no Lar de São Pedro de Alva e, o último na Casa de Saúde do Telhal perto de Lisboa com doentes de psiquiatria.
Apesar de alguma ansiedade, esta actividade marcou o grupo neste tempo de Advento com o Sim a Cristo, e foi de coração aberto levar alegria e afecto a tantos rostos que transparecem sofrimento, solidão, mas ao mesmo tempo, uma beleza interior que nos esmaga.
Só neste espaço de entrega e acolhimento é possível preencher o vazio destas pessoas, tantas vezes silenciadas pelas vozes de uma sociedade de consumo que confunde o acessório com o que realmente é essencial – o amor ao próximo.
No final, eram muitos os sorrisos destes jovens adolescentes ao descobrirem a riqueza que se encerra em cada ser, e que só se revela através da partilha destes dons que Deus nos ofereceu. Por fim, foi muito mais o que se recebeu do que o que se levou inicialmente na bagagem. Todos vieram transformados.

Ana Cristina Loureiro

Cónego José Bento lança livro sobre os Mártires de Marrocos


Os Mártires de Marrocos – Vida e Martírio é o título da obra a ser lançada, em breve, pelo Cónego Dr. José Bento Vieira. Como é referido numa nota de abertura, o livro procura dar a conhecer aquilo de que “poucos ouviram falar”: a história dos cinco Mártires de Marrocos que São Francisco enviou na pregação da fé cristã aos infiéis e “a devoção que as suas relíquias suscitaram nas gentes de Coimbra e seus arredores”.
De um texto publicado por António Gomes Rocha Madahil, em 1928, contendo uma transcrição do Tratado da Vida e Martírio dos cinco Mártires de Marrocos (impresso em 1568), o Cónego José Bento Vieira faz uma leitura livre. A segunda parte do trabalho inclui testemunhos de devoção aos Santos, fotografias, peças de arte e documentos.
O projecto ligado ao livro surgiu, segundo o autor, na sequência de algumas iniciativas da paróquia de Santa Cruz, que fez publicar livros relacionados com a Instituição Crúzia e com os artistas de grande valor que lá foram trabalhando. O reconhecimento, na Coimbra de antes de 1800, da devoção aos Mártires, impulsionou a elaboração desta obra, devendo a sua apresentação acontecer ainda em Janeiro.

Semana de Formação Permanente do Clero

O clero da Diocese de Coimbra reúne-se, dos dias 22 a 26 de Janeiro, na Casa da Sagrada Família em Mira, para uma semana de formação sob o tema “Os desafios pastorais da Encíclica Deus Caritas Est à diocese de Coimbra”. O programa inclui, para além de momentos de oração e celebração em conjunto, a reflexão sobre vários assuntos, sob orientação de professores da Universidade Pontifícia de Salamanca.
“O fundamento bíblico de Deus Caritas Est”, “Se Deus é Amor, que é o homem?”, “O Deus Cristão no diálogo inter-religioso”, “A racionalidade no conhecimento do Deus da Revelação”, “Justiça e Caridade na Deus Caritas Est”, “Desafios pastorais de Deus Caritas Est no contexto eclesial e social actuais” e “Paróquia: que futuro?” são as temáticas em reflexão nestes dias. No dia 25, realiza-se uma mesa redonda, com a participação de intervenientes na área da acção social e caritativa, numa abordagem de “questões concretas da pastoral da caridade na diocese de Coimbra, a nível diocesano e paroquial”.
Ao Bispo de Coimbra, Dom Albino, cabem as últimas considerações da semana de formação, em resposta à pergunta “Para onde caminhamos na pastoral da Caridade?”.
O clero diocesano reúne várias vezes por ano para receber formação.

Dia Diocesano das Famílias em Coimbra

Para deixar sinais da importância das famílias como promotoras de valores fundamentais como a vida e o amor, o Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar propôs, para a diocese de Coimbra, a celebração do Dia Diocesano das Famílias.
No dia da Sagrada Família, as comunidades paroquiais organizaram uma celebração viva e participada com a presença de casais que celebraram este ano as bodas de ouro e prata e casais mais novos que celebraram o sacramento do matrimónio em 2006. Para Jorge Cotovio, do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, responsável pela iniciativa, o que se pretende é “imprimir uma dinâmica paroquial a uma celebração algo intima, mas simbólica, em cada comunidade,”.
Em altura de referendo, o trabalho com as famílias “adquire uma simbologia própria” ainda que, explica Jorge Cotovio, não se evoque directamente o aborto ou a eutanásia. Este responsável explica que estes valores não são promovidos só em ano de referendo e sublinha que “são valores pelos quais nos devemos bater em qualquer altura”.
O Secretariado tem multiplicado acções, nos últimos meses, com vista ao esclarecimento de todos, lançando argumentos sólidos e profundos para o debate nacional. Sessões em paróquias, em vigararias e vigílias de oração são algumas das acções promovidas por este organismo com o objectivo de sensibilizar os cristãos para o valor da vida, criando também uma sólida cadeia de oração diocesana a este propósito.

Vigília de Oração pela Vida


A Igreja de S. José acolheu, no dia 5 de Janeiro, pelas 21h30, uma vigília de oração que contou com a participação de muitos fiéis que quiseram rezar e manifestar o seu respeito pela vida. Este momento, aberto a todos, foi promovido pelo grupo Serviço da Vida, um organismo do Secretariado Diocesano da Pastoral Familiar, e assumiram-se como objectivos a sensibilização dos cristãos para o valor da vida e a criação de uma forte cadeia de oração na diocese.
No contexto da celebração da Epifania, os momentos da noite foram orientados a partir da citação bíblica “A vida manifestou-se!” (Jo 1,2). Durante a vigília quatro mulheres grávidas foram benzidas.
Luís Marques, em nota enviada ao “Correio de Coimbra”, explicou que a oração pela vida se deve manter “no dia-a-dia das pessoas e das comunidades”. Partindo de palavras presentes na Encíclica Evangelium Vitae, de João Paulo II, este elemento do grupo Serviço da Vida, exorta os cristãos a rezar “para conseguir que a força que vem do Alto faça ruir os muros de enganos e mentiras que escondem, aos olhos de muitos dos nossos irmãos e irmãs, a natureza perversa de comportamentos e de leis contrárias à vida e abra os seus corações a propósitos e desígnios inspirados na civilização da vida e do amor”.