Correio de Coimbra

Jornal informativo da Diocese de Coimbra. Assine e divulgue o nosso semanário. 239 718 167. fax: 239 701 798. correiodecoimbra@mail.telepac.pt

A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

17 de março de 2009

Faleceu o Cónego Dr. António Brito Cardoso


"Nele a delicadeza era irmã gémea da simplicidade" - referiu o Bispo D. Albino Cleto

"A vida do Cónego António Brito Cardoso foi um contínuo serviço à Igreja na Diocese de Coimbra" - afirmou D. Albino Cleto nas exéquias celebradas na Catedral de Coimbra, antes do funeral daquele ilustre sacerdote, no passado dia 16. O Bispo diocesano referiu, de modo particular, o serviço prestado no Seminário, como membro da equipa educadora e sobretudo como professor. "Sempre com desprendimento e humildade, que nele a delicadeza era irmã gémea da simplicidade". Recordou ainda os muitos trabalhos que escreveu e que são "leitura muito útil para a história da nossa diocese".
O cónego António Brito Cardoso faleceu na madrugada de 14 de Março nos Hospitais da Universidade, para onde fora transportado de urgência. Na tarde de sábado, o seu corpo foi colocado em câmara ardente na igreja do Seminário, por onde passaram muitos dos seus antigos alunos e amigos. Os seminaristas cantaram a oração de Vésperas.
Na segunda-feira, dia 14, o féretro foi transferido para a catedral, de que o defunho foi cónego titular, ali sendo concelebrada a Missa Exequial, sobre a presidência de D. Albino Cleto, ladeado por D. Eurico Dias Nogueira, arcebispo emérito de Braga, por D. João Alves, bispo emérito de Coimbra pela quase totalidade do Cabido e por cerca de trinta sacerdotes, muitos deles antigos alunos do Dr. Brito Cardoso.
Terminada a Eucaristia, o cortejo fúnebre dirigiu-se para a aldeia de Esteiro, freguesia de Janeiro de Baixo onde, depois da celebração da Missa de corpo presente, o seu corpo foi sepultado em campa da família.

Um padre de grande cultura
O cónego António Brito Cardoso nasceu em 1913, na pequena aldeia de Castanheira da Serra, freguesia de Fajão. Como ele próprio nos relatou, por várias vezes, poucos anos depois, por razões familiares, os seus pais deslocaram-se para o Esteiro, na freguesia de Janeiro de Baixo, onde cresceu e frequentou a escola móvel, tendo concluído o ensino primário na escola oficial da vizinha freguesia de Janeiro de Cima.
Em Outubro de 1927, orientado pelo pároco José da Natividade Serra, entrou no Seminário de Coimbra, onde fez os estudos preparatórios para o curso de Teologia. Dadas as suas capacidades intelectuais e o seu carácter bondoso, em 1934, D. Manuel Luís Coelho da Silva enviou-o, juntamente com outros dois seminaristas (Urbano Duarte e Manuel de Almeida Trindade), para frequentar a faculdade de Teologia da Universidade Gregoriana em Roma, onde se licenciou em Julho de 1938. Foi em Roma e nesse mesmo ano que foi ordenado sacerdote.
Regressado a Coimbra, ainda nesse mesmo ano de 1978 iniciou a sua carreira de professor no Seminário (e depois no ISET), leccionando as cadeiras de Grego Clássico, Hebraico, Grego Bíblico e Sagrada Escritura (Exegese). Durante vários anos foi prefeito de estudos dos seminaristas.
Em 1948, já nomeado Cónego da Catedral, entrou nos serviços administrativos da Cúria, tendo desempenhado sucessivamente as funções de Secretário, Tesoureiro e Arquivista.
Como ele próprio escreveu, foi "aproveitando o tempo que as diversas ocupações lhe deixaram livre, e sobretudo durante as férias", que se dedicou à investigação, vindo a publicar vários manuais que serviram não apenas os alunos do Seminário de Coimbra, mas os de outras escolas de formação teológica do País. Assim, em 1952 saíu a primeira edição da Sinopse dos Quatro Evangelhos (que seria reeditada em 1969). Seguiram-se, em 1957, o Atlas Histórico do Novo Testamento, em 1961, a Gramática Grega do Novo Testamento e, em 1965, a Selecta de Grego Bíblico. Entretanto publicava artigos de investigação sobretudo na revista "Lumen", de que se podem citar, apenas a título de exemplo, "A Comunidade de Qumrân e S. João Baptista" (1959); "Possíveis influências da Comunidade do Qumrân no Cristianismo nascente (1962); "Notas sobre a origem dos salmos"; "A comunidade de Jerusalém e a formação da Tradição Sinóptica" (1963); e "Hinos Cristológicos do Novo Testamento" (1965).

A "memória viva" da Diocese
Durante o seu tempo de professorado e sobretudo depois da jubilação, o Dr. Brito Cardoso dedicou especial atenção à história da Diocese e do Seminário de Coimbra, podendo dizer-se que ele foi, durante várias décadas, a memória viva dos acontecimentos do nosso passado eclesial. O seu grande amor à Igreja manifestava-se sobretudo no carinho que nutria pela Diocese e pelo Seminário - os dois grandes amores da sua vida. E como só se pode amar o que verdadeiramente se conhece, o cónego Brito passou meses e anos seguidos a investigar, sobretudo nos arquivos diocesanos e do seu Seminário. Daí nasceram várias obras, de que cito apenas meia dúzia, também a título de exemplo: "D. Miguel da Anunciação e a fundação do Seminário de Coimbra" (1959); "O Seminário de Coimbra, colégio e residência universitária" (1966); "A filosofia neo-escolástica no Seminário de Coimbra" (1967); "Súmula da História da Diocese de Coimbra" (1980); "A Diocese de Coimbra. Esboço Histórico" (1995).
Publicou igualmente cerca de uma dúzia de pequenas biografias, com o título geral de "Figuras da Igreja na Diocese de Coimbra", onde se incluem, entre outros, os nomes dos Bispos D. José Manuel de Lemos, D. Manuel Bastos Pina, D. Manuel Luís Coelho da Silva, D. António Antunes, D. Ernesto Sena de Oliveira e D. João António Saraiva; e dos padres Américo Aguiar, Tiago Sinibaldi e Manuel Fernandes Nogueira.

Colaboração no "Correio de Coimbra"
Além de colaborar em revistas e enciclopédias (onde assinou vários artigos), o cónego Brito Cardoso ilustrou as páginas do "Correio" com vários textos relativos ainda à história do Seminário e da Diocese, ou evocando sacerdotes distintos. Assim, recordo as notas "in memoriam" dos cónegos Prudêncio Garcia, Adelino Gaito, Liberato Tomé, Júlio António dos Santos, José Augusto Amado; e dos padres José Natividade Serra (o pároco que o guiou para o Seminário) e Alírio Gomes de Melo (que foi seu professor em Coimbra), De referir são vários artigos de índole histórica, como "A Diocese de Coimbra e o Grande Cisma do Ocidente" (1990); "O Seminário de Coimbra e as invasões francesas" (1987), "O Dr. António de Vasconcelos e a Biblioteca do Seminário de Coimbra", "Luta pela posse dos edifícios do Seminário durante o regime republicano", e tantos outros.
Sendo um homem de grande saber e vastíssima cultura, o cónego Dr. António Brito Cardoso era de uma afabilidade extrema, cativando pelo seu bom humor e pela simplicidade com que se relacionava quer com os colegas, quer com os alunos, quer com todos os que o procurassem no seu gabinete de estudo, que era o Arquivo do Seminário.
Por tudo o que fica dito, e pelo muito que não é possível referir num curto artigo de jornal, a memória do cónego Brito Cardoso deve figurar em letras de bronze nos anais do Seminário e da Diocese.
A. Jesus Ramos

Alunos das escolas católicas convivem com doentes



Mais uma vez, um grupo alunos do 9º ano dos Colégios S. José, CAIC (Cernache), Rainha Santa Isabel e S. Teotónio se deslocou à Casa de Saúde Rainha Santa Isabel, em Condeixa, pertencente à comunidade das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.
O ponto de encontro decorreu no salão de festas da instituição, onde houve oportunidade para conviver com muitas das trezentas e cinquenta e cinco utentes e participar num programa cultural oferecido pelas doentes e funcionárias da Casa de Saúde.
Estes jovens e os respectivos professores tiveram ocasião de observar o requinte das instalações e, sobretudo, a forma carinhosa e estimulante como as pessoas internadas – maioritariamente atingidas por doenças do foro psiquiátrico – são acompanhadas, tanto pelas irmãs como pela centena e meia de leigos colaboradores.
A Casa de Saúde Rainha Santa Isabel é uma das instituições contempladas no projecto Vida Sã do programa SOLNEC, visando o incremento do voluntariado dos alunos das Escolas Católicas da diocese de Coimbra junto das pessoas doentes.

Escritora espanhola escreve sobre as memórias da Rainha Santa



Maria Pilar Queralt del Hierro escreve a obra "Memórias da Rainha Santa" que tem o selo da "Esfera dos Livros". Ao longo de mais de duzentas páginas, a autora mostra a história de uma rainha, tornada santa, mas também de uma mulher que assistiu às constantes traições do marido. Um romance empolgante sobre a história da Rainha Santa Isabel de Portugal, mulher de D. Dinis, mãe do futuro rei D. Afonso IV. No final da obra, a historiadora oferece ao leitor alguns dados cronológicos dos séculos XIII a XV.

4.º Congresso Nacional da ACEGE


O 4.º Congresso Nacional da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) vai realizar-se nos próximos dias 17 e 18 Abril, sob o tema "Empresários e Gestores: Missão e Valores perante os desafios de hoje".
Segundo os seus organizadores, o Congresso será um espaço de reflexão sério e inspirador para a acção empresarial de cada um e para a necessidade de sermos um sinal firme de confiança e de esperança neste período tão adverso.
Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso ou D. José Policarpo são nomes de um conjunto de palestrantes "de excepcional qualidade".

Carapinheira: Procissão do Senhor dos Passos



Cumprindo uma centenária tradição religiosa, a Paróquia de Santa Susana da Carapinheira revive, dia 22 de Março, a "Procissão do Senhor dos Passos".


Através dos séculos, na época quaresmal, os cristãos souberam traduzir, por diferentes formas, os mistérios principais da nossa Fé na Ressurreição do Senhor. A Procissão dos Passos é uma maneira visível e silenciosa de proclamar o Mistério da Paixão e Morte de Jesus Cristo. A comunidade cristã da Carapinheira, gozando a felicidade de acolher no seu seio algumas das mais antigas manifestações de religiosidade popular, tem por tradição reconstituir os momentos mais marcantes alusivos à morte de Cristo, com a realização da soleníssima procissão do "Senhor dos Passos", no Domingo IV da Quaresma.
A "Procissão dos Passos" inicia-se no sábado à noite, na igreja matriz, com a celebração da Eucaristia, seguindo-se uma procissão de velas, conduzindo a imagem de Nossa Senhora das Dores para a capela de Santo Amaro, no Alhastro, onde fica até domingo, assim como algumas alfaias, regressando a procissão à igreja. No domingo, ao início da tarde, na Igreja Matriz, é celebrada a Eucaristia, na qual um ministro sagrado, especialmente convidado para o efeito, faz o "Sermão do Pretório", aludindo aos diferentes momentos que culminaram com a condenação de Jesus. Após o Sermão do Pretório, que simboliza a primeira "Estação dos Passos", a Verónica entoa, pela primeira vez, a sua antífona, em latim, "O vos omnes, qui transitis per viam, attendite, et videte si est dolor imilis sicut dolor meus. (Ó vós todos que passais por este caminho, vede se há dor igual à minha dor)", que se repete em todas as estações.
A segunda estação - Jesus toma a cruz aos ombros - é invocada num painel pintado, na Capela de Santo Cristo; a terceira estação - Jesus cai pela primeira vez - é contemplada num painel pintado, em frente à Igreja, próximo da Junta de Freguesia; a quarta estação - Jesus encontra sua Mãe - é celebrada no Largo do Alhastro, com o Sermão do Encontro (os andores com as Imagens de Cristo e Maria Mãe são colocados frente a frente); a quinta estação (a sexta na via-sacra) - Verónica limpa o rosto de Jesus - é evocada num painel pintado, na Capela de Santo Amaro; a sexta estação (oitava na via-sacra) - Jesus exorta as filhas de Jerusalém - é meditada num painel pintado, na Casa Paroquial; a sétima estação (a décima segunda na via-sacra) - Jesus morre na Cruz - é exaltada na Igreja Matriz, com o cenário do Calvário e o Sermão do Calvário. O Calvário, já armado e encimado com Cristo Crucificado, é composto pelas figuras bíblicas que integraram a procissão. Antigamente era a Imagem do Senhor Morto que presidia ao Calvário.


Aldo Aveiro

Tentúgal: o tempo marcado pelo Relógio da Torre




Conferência e descerramento de uma lápide na Torre do Relógio marcaram uma tarde cultural em Tentúgal.

"Aqui existe uma das mais emblemáticas torres de relógio que deve ser preservada; sem relógio…não é "torre de relógio". Palavras de José Mota Tavares, na conferência dedicada ao conceito "Tempo", realizada no passado sábado, na Junta de Freguesia de Tentúgal. Fazendo referência que " em 1721 já existia relógio na torre de Tentúgal que marcava o tempo, num dos sinos, e anunciava os toques cívicos no outro sino", sublinhou que "o relógio mecânico figura entre as supremas invenções da humanidade, sendo da mesma ordem de grandeza da imprensa, por suas consequências revolucionárias em relação aos valores culturais, às mudanças técnicas, à organização política e social e à personalidade".
A este respeito, o conferencista referiu os relógios mecânicos portugueses, sublinhando, neste sentido, o contributo dado por frei João da Comenda (Frei João da Póvoa), em 1487, provavelmente o pioneiro do relógio mecânico da Torre de Tentúgal, a importância dos caminhos-de-ferro na uniformização do tempo, a ligação dos relógios à religião, a evolução dos vários mecanismos desde os relógios de sol até aos relógios mecânicos, e mostrou alguns exemplos de relógios e o fole que dá "voz" aos conhecidos relógios de cuco.
José Mota Tavares, especialista em relojoaria mecânica e estudioso dos conceitos do tempo, continuou a embevecer as dezenas de pessoas que tiveram oportunidade de assistir a esta magnífica tarde cultural, que numa breve explicação, marcada por dezenas de histórias, dissertando pelo tema "O Relógio, a máquina que divide o tempo". O especialista, enquanto cerca de 150 tipos de relógios da exposição, minuto a minuto, soavam o tic-tac dos diversos mecanismos de várias épocas e com diferentes graus de complexidade, lembravam que o tempo tem muitos tempos, disse que "os relógios pessoais só chegaram ao cidadão comum por volta de 1850, em grande parte devido aos transportes, sobretudo devido ao comboio, passou a ser necessário andar a horas e em função dos horários", salientando que "em Portugal, até passou a haver um dito popular quando se via alguém a correr pela rua abaixo, dizia-se "aquele vai apanhar o comboio!"
Segundo Mota Tavares, "os relógios de bolso mais famosos em Portugal eram os "Roskoff", que apresentavam um comboio no emblema, tornando-se também conhecidos, em todo o país, os (relógios) "Roskofes", cujo termo era aplicado a tudo o que era mecânico e trabalhava mal: rádios, motores, etc"...


Aldo Aveiro

Arganil: escuteiros organizam Jamboree das Beiras


Contando já com mais de 1.900 escuteiros inscritos, Arganil vai acolher o maior JamBeiras de sempre.
Agora na sua 6ª edição, o Jamboree das Beiras (JamBeiras), vai realizar-se de 3 a 9 de Agosto próximo, na Quinta da Ribalta, na freguesia de Arganil, gentilmente cedida para o efeito pelos seus proprietários, particularmente José Matias, que quando contactado para o efeito de imediato se disponibilizou para falar com outros membros da família no sentido dos escuteiros poderem vir a ocupar o magnífico espaço da sua Quinta, à beira Alva plantada.
Organizado pela Junta Regional de Coimbra do Corpo Nacional de Escutas, este grande acampamento vai trazer, além dos da região de Coimbra, escuteiros de outras regiões do país e do estrangeiro, que durante uma semana vão ter a oportunidade de participar nas diversas actividades que estão a ser programadas e ao mesmo tempo descobrir as belezas de Arganil e da região.
As equipas responsáveis das várias áreas da organização do JamBeiras estão a trabalhar para que tudo venha a decorrer pelo melhor, como aconteceu recentemente durante numa reunião realizada em Arganil, com o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Pereira Alves, que acolheu de braços abertos e manifestou toda a disponibilidade da autarquia no sentido de colaborar em tudo o que fosse necessário para o êxito do 6º Jamboree das Beiras.
Nesta reunião com o presidente da Câmara solicitada pela Junta Regional, além do Chefe Regional Vitor Fernandes, estiveram outros dirigentes regionais, o dirigente da ZAP Nordeste e representantes do Agrupamento de Escuteiros de Arganil, estes desde o 1º JamBeiras (realizado na Barragem da Aguieira e em que participou também como lobito Ricardo Pereira Alves), a manifestar o desejo de um dia vir a ser realizado em Arganil. Um desejo que agora vai ser concretizado, depois dos primeiros contactos, da visita ao local que para o efeito oferece magníficas condições, das reuniões realizadas e a realizar pelas equipas responsáveis pelos vários sectores da organização desta grande actividade escutista.
Sob o tema "Trilhos de Aventura", o JamBeiras, além dos escuteiros vai trazer consigo muitos familiares e visitantes e Arganil vai ficar ainda mais conhecida, como já está a acontecer pelo mundo através da Internet, no site da Junta Regional (www.coimbra.cne-escutismo.pt), onde são dadas a conhecer as informações sobre esta actividade, o logotipo vencedor e ainda a frase vencedora "Eu podia ir à Jamaica, aos Alpes ou plantar batatas, mas EU VOU AO JAMBEIRAS!".

José Moreira Castanheira
(Dirigente do Agrupamento 874/CNE - Arganil)

Colóquio Europeu de Paróquias


O Secretariado Nacional do COLÓQUIO EUROPEU DE PARÓQUIAS está a organizar a participação de portugueses no XXV Colóquio Europeu, a realizar em Mons - Bélgica de 5 a 10 de Julho de 2009. Há uma longa tradição da participação dos portugueses, que nos apraz continuar.
O Tema - "Porquê transmitir a Fé" - já foi desenvolvido no Colóquio Nacional do passado mês de Fevereiro. Pretende-se agora tratá-lo adentro da realidade europeia, mais abrangente do que a portuguesa. A apresentação e o desenvolvimento temático estão a cargo de peritos conceituados da Bélgica, Itália, Espanha e Alemanha, nas áreas da teologia pastoral, da sociologia e da catequética. Trabalho em grupos linguísticos, visitas a paróquias da região, intercâmbio com pessoas de dezoito países europeus com realidades e experiências diferentes, são uma fonte de enriquecimento para os participantes e para as suas comunidades.

Movimento da Mensagem de Fátima organiza Dia do Doente em Coimbra



O Secretariado Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima promove no próximo dia 28 de Março um dia dedicado a todos os doentes da Diocese de Coimbra que já tenham feito um Retiro para Doentes, em Fátima, extensivo a todas as pessoas que já colaboraram nas respectivas Equipas de Apoio. Decorrerá no salão polivalente da igreja de S. José, em Coimbra. O "Correio" aproveitou esta efemeridade para entrevista o assistente espiritual do movimento em Coimbra, o cónego João Castelhano.

O Secretariado Diocesano do Movimento da Mensagem de Fátima vai realizar no dia 28 de Março um dia dedicado a todos os doentes da Diocese de Coimbra … É uma iniciativa inédita na diocese o facto de se congregar centenas de doentes num determinado local?
De há muitos anos o Movimento da Mensagem de Fátima promove a participação de doentes em Retiros a eles destinados no Santuário de Fátima. Tem sido uma experiência de encontro com o Senhor crucificado, o Deus que assim nos mostra o seu amor; tem sido, mais ainda, a descoberta do sentido do sofrimento, vivido em união com a paixão de Cristo, como lembra S. Paulo: "Completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo no seu corpo que é a Igreja".

Qual é o objectivo desta iniciativa? Como está ser preparado e organizado?
Grande número de doentes que fizeram a experiência de um retiro em Fátima, gostariam de voltar. O que não é possível, dada o número sempre crescente dos que querem ir a primeira vez e que têm sempre prioridade. Decidiu então o Secretariado Diocesano, em seguimento de experiências semelhantes já realizadas noutras dioceses, organizar um DIA DIOCESANO DO DOENTE, aberto a todos os doentes, mas dando especial relevo aos que já fizeram a experiência do Retiro em Fátima.
O Encontro vai ter lugar no Salão Paroquial e Igreja de S. José. Começará com recitação do terço do Rosário, saudação de boas vindas e reflexão. Às 11,15h haverá uma hora de Adoração ao Santíssimo na Igreja, com confissões dos que desejarem, seguida de Missa presidida pelo Senhor D. Albino. Depois do almoço (partilhado), a Srª Drª Helena Ventura dará testemunho da sua experiência de Servita em Retiros de doentes e a Srª Drª Branca Paul falará sobre o modo como a Irmã Lúcia viveu o sofrimento. Para os que desejarem e puderem o dia terminará com a visita ao Memorial da Irmã Lúcia.

O doente continua ser esquecido?
Os Pastorinhos de Fátima, Beatos Francisco e Jacinta deixaram um exemplo admirável de vivência do sofrimento, para "consolar Nosso Senhor, que está tão ofendido". O Movimento da Mensagem de Fátima tem a preocupação de acompanhar os doentes e de lhes prestar o alívio possível. Com a consciência de que não está sozinho neste campo, nem quer substituir ninguém. Apenas quer, em fidelidade à mensagem de Nossa Senhora, dar a mão aos que precisam.

Que importância tem para si MMF?
Todo o mundo vai a Fátima! Será que todo o mundo conhece a Mensagem da Virgem? É o principal objectivo do Movimento: Dar a conhecer e ajudar a viver a Mensagem. Depois há o trabalho com os doentes… As escolas de oração… os dias de deserto… as peregrinações… o apoio aos peregrinos a pé em Almaça e em Coimbra…

O SDMMF tem estado a organizar estruturas paroquiais na diocese. È importante estar presente em todas as paróquias? Não vai entrar em concorrência com outras estruturas já existentes, nomeadamente a Legião de Maria, os Casais de Santa Maria, etc…
Gostaríamos que em todas as paróquias houvesse um Secretariado Paroquial do Movimento. Não para fazer concorrência, mas para difundir a Mensagem e propor algumas das realizações que ajudam à sua vivência. Reunião mensal, com tema de estudo e oração, primeiros sábados, acompanhamento de doentes e sua inscrição para os retiros, difusão do Jornal Oficial do Movimento - VOZ DE FÁTIMA.
Dá-nos muito gosto trabalhar com outros Movimentos Marianos já existentes, de mãos dadas.
A Mãe é a mesma.

Para Informações: Telefone 239403175; Email: sdmmfatima_coimbra@live.com.pt

Semana Cáritas em Coimbra





De 8 a 15 de Março celebrou-se a Semana Cáritas, que na Diocese de Coimbra se abriu em três frentes: Assembleia Diocesana de Acção Social e Caritativa, no dia 8, no colégio Rainha santa Isabel, com cerca de 230 participantes; peditório público na cidade de Coimbra nos dias 12, 13 e 14; diferentes iniciativas ao nível das paróquias no último Domingo, Dia Nacional da Cáritas.
Com a realização da Assembleia Diocesana, a Cáritas lançou também uma campanha de sensibilização para a problemática das mulheres vítimas de violência, campanha esta que pretende desenvolver e aprofundar ao longo deste ano. O tema da Assembleia foi todo sobre esta problemática, com uma mesa redonda de manhã orientada por uma técnica do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra e por técnicas da Cáritas a trabalharem com mulheres em Equipamentos sociais (Comunidade de Inserção "Renascer" e Centro Social de Inserção, da Rua Direita), tendo havido depois do almoço um filme que retratou uma situação de violência doméstica e a actuação de um grupo de mulheres da Comunidade de Inserção "Renascer". Sublinha-se a presença durante a manhã do Sr. D. Albino Cleto, que também presidiu à Eucaristia; nas duas intervenções que fez, a abrir os trabalhos e na homilia, reforçou a necessidade de estarmos simultaneamente atentos à percepção e à compreensão deste tipo de violência. A Assembleia contou ainda com a participação de um grupo de jovens de S. Martinho do Bispo (coro da Missa), um grupo feminino de concertinas do Seixo da Beira e o Choral Polyphonico João Rodrigues Deus, de Penela.
O peditório público decorreu nos moldes tradicionais, sendo notória a dificuldade da sua renovação, apesar dos esforços encetados nesse sentido e da colaboração activa de alguns párocos da cidade. As celebrações paroquiais de que temos conhecimento centraram-se na sensibilização para a problemática da violência sobre as mulheres, conforme a proposta da Cáritas Diocesana, tendo sido distribuído largamente um "marcador de livro" com uma mensagem alusiva a esta causa.



Carlos Neves

Bispo de Coimbra pede oração pela beatificação do Padre Américo



O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, exortou no passado domingo os fiéis a, através da oração, pedirem a Deus que "haja milagres" para que avance o processo de beatificação do Padre Américo, fundador das Casas do Gaiato.
"Que Deus o torne ainda mais exemplar, possibilitando um milagre que adiante a causa da sua canonização. Que nós sejamos capazes ao menos de, em comunidade, pedir a Deus que nos dê santos como este", disse D. Albino na Missa a que presidiu na igreja de Santa Cruz.
Segundo D. Albino Cleto, o processo visando a beatificação do fundador das Casas do Gaiato, de acolhimento de crianças e jovens, já se encontra no Vaticano, mas "é necessário que haja sinais para que o Papa diga "Vamos declará-lo bem-aventurado"".
"O caminho já não é o burocrático, que está feito. O caminho é o da oração, pedindo a Deus que haja milagres para que o Papa o declare bem-aventurado", afirmou o prelado à agência Lusa no final da missa.
Na homilia, D. Albino Cleto disse que "a Igreja o gostaria de ter nos altares, mas que o tem como exemplo e que, por isso, agradece a Deus".
"O Padre Américo percebeu o que era o Evangelho vivido a cem por cento", disse ainda, sublinhando o seu espírito de "desprendimento e sacrifício".

E tu? Já fizeste uma pergunta hoje?



Deus ouve-nos sempre? O que há para além da morte? Se Deus é invisível como nos podemos encontrar com Ele? Será que estas perguntas têm resposta? Estas foram algumas das muitas perguntas que ousámos colocar e ousámos tentar responder e compreender num fim-de-semana especial em Foz de Arouce nos dias 6, 7 e 8 de Março.
Foi de facto um fim-de-semana especial pelo encontro com as dúvidas da nossa fé, com os outros, com o cantar dos pássaros e com Deus que é Amor. Foram nestes dias, tão pequenos mas tão enriquecedores, que aprendemos que Deus não tem o nosso tamanho, que há falsas imagens de Deus (há o Deus das necessidades em que só recorremos a Ele quando precisamos, o Deus juiz em que Ele nos castiga, o Deus Comerciante cuja relação é como se de um negócio se tratasse, o Deus Pai-Natal que basta pedir e Ele dá…), que Deus só pode o que o Amor pode, que a morte não acaba com a vida, que o Céu é estar com Deus, que a Bíblia é fabulosa pelos poéticos e sentidos textos.
Os ensinamentos foram muitos, as concepções mentais às perguntas que trazíamos começaram a ser mais claras, mais delineadas e afinadas e o encontro com Deus e com o mais intrínseco de cada um de nós foi essencial para compreender o que nos move. Foram os momentos de oração que nos fizeram crer que o Amor é a inspiração de Deus, que há que descalçar as sandálias para sentir o caminho tal e qual ele nos é dado, que umas vezes somos pedra e outras "esponjas do mar", que tal como Moisés escondemos o rosto com medo de olhar para Deus, que o nosso caminho só faz sentido se o fizermos acompanhados de outros e do Pai.
Os laços que se criaram no grupo também foram relevantes, porque fomos naqueles dias uma pequena família que pouco a pouco se foi conhecendo e revelando. Nada como o tempo para fortalecer esses laços nas muitas actividades e convívios que todos esperamos participar.
O texto já vai longo e eu continuo coma certeza que novas perguntas surgirão, que novas respostas serão procuradas e que eu irei crescer com tudo o que tenho aprendido e que aprenderei. Resta-me dizer que sem perguntas a vida não faz sentido e sem respostas, mais ou menos argumentadas, o sonho de existir com Deus não se realiza…
Nós ousámos perguntar. E tu? Já fizeste uma pergunta hoje?..

D. Ximenes Belo afirma que Timor continua “escravo dos seus vícios ancestrais”


O bispo emérito de Dili, D. Ximenes Belo, defendeu no passado dia 13 de Março, que "os primeiros anos de independência de Timor não trouxeram paz efectiva e justiça". Pela frente ainda há um longo caminho a percorrer, que exige muito trabalho. "Somos independentes politicamente, mas permanecemos escravos dos nossos vícios ancestrais. Estamos dependentes do ódio, da falta de uma cultura de paz, cidadania, diálogo e perdão. Falta-nos ainda o gosto pelo trabalho e pelo estudo", afirmou D. Ximenes Belo, que discursou no anfiteatro V da Faculdade de Letras, num encontro de timorenses que juntou meia centena, maioria estudantes universitários. Na sua intervenção, o prémio Nobel da Paz não esqueceu as disparidades sociais. "Não se pode talhar um mundo onde vivem lado a lado super-ricos e miseráveis", frisou.