Noite inaciana de oração vai juntar 400 pessoas
A primeira noite inaciana surgiu há nove anos e oferecia a oportunidade de reunir, numa peregrinação nocturna, a juventude que partilha a espiritualidade e inspiração inaciana, vindas dos centros universitários, de colégios, paróquias, movimentos, campos de férias. Habitualmente rumavam a Fátima, mas que este ano o destino é Coimbra.
Em anos anteriores, o cunho espiritual centrava-se em Santo Inácio de Loyola. Este ano, celebrando os 100 anos de nascimento, a organização centrou a caminhada na vida de Pedro Arrupe.
Com início às 23h, o primeiro momento da caminhada vai contar com uma evocação da “simpatia que Deus tem pelo mundo, partindo das palavras e vida do Pe. Arrupe”, explica à Agência ECCLESIA um dos responsáveis pela organização da caminhada, o Pe. Carlos Carneiro. A abertura da noite vai contar com palhaços de circo, fogo de artifício, coros “num grande espectáculo montado”.
Segue-se uma celebração eucarística, onde se “pretende mostrar a transformação do mundo”. Um terceiro momento vai proporcionar um momento de oração, “em silêncio ou conversando com alguém”, sobre os “mundos interiores”, conta o responsável.
O quarto momento quer “apresentar o lado positivo do mundo”, altura em que os participantes vão passar a ponte da cidade, dirigindo-se para a Sé Catedral de Coimbra, para o último momento, onde haverá uma celebração e um envio, “enchendo o mundo de esperança”. O percurso total compreende cerca de 12 quilómetros.
A adesão dos muitos jovens constituiu sempre um factor surpreendente. Se no princípio imperava a aventura, a organização foi percebendo que face à exigência da noite, que a opção é sobretudo pela “proposta de oração”, apesar de em caminhada, os jovens valorizam esta vertente. “É uma proposta espiritual de qualidade e inovadora”, aponta o Pe. Carlos Carneiro.
“O mundo caminha sem nós”, indica. A opção de caminhar com o mundo, “depende de nós”. O Pe. Carlos Carneiro relembra as palavras de Pedro Arrupe que dizia “não podemos dar ao presente, soluções do passado”. Esta proposta quer dar “uma ideia de fé e de Igreja que possa ser vivida no concreto, com novas linguagens, novas experiências afectivas mas também teológicas”. Este é o grande objectivo que quer dar às pessoas: oportunidade para essa reflexão.
Durante a noite será evocado o momento em que no Japão, caiu a bomba atómica, pois nessa altura o Pe. Arrupe estava no local. “Poderá ser um momento bastante intenso”. Na vida quotidiana “vão caindo «bombas atómicas» e não podemos desanimar”, acrescenta o responsável. Por isso, indica que a mensagem que gostaria de passar nesta noite, é que “quanto mais dificuldades temos na vida, mais alegria e mais esperança devemos ter”.