Correio de Coimbra
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20 de março de 2008
Celebrar o gesto e a palavra em tempo pascal
A relação que somos revela-se na palavra e no gesto que comunicamos. Dois pilares essenciais que nos dizem e nos comprometem na história que fazemos nossa. Protagonismos da existência que nos ultrapassam e nos exigem processos constantes de humildade. Nunca realizamos plenamente aquilo que somos… somos projecto e construção sonhada por Deus.
Neste dizer quotidiano assumimos a tensão entre a palavra e o gesto. Uns dirão que pelas palavras é que vamos. Falarão da importância e da força da comunicação… dirão no limite que uma palavra vale mil imagens. Têm razão!
Mas, nesta mesma tensão que cada passo revela, há espaço para os que dizem que faltam gestos e acções concretas. Estes falarão da força de cada gesto e de gestos que fazem toda a diferença… no limite dirão que uma imagem vale mil palavras. Têm razão!
Talvez a razão não termine aqui… Interessa percorrer outro caminho, dar outros passos. Sair da divisão e chegar a uma complementaridade. Perceber que nada pode caminhar com uma só perna… Nem só palavra, nem só gesto. Porque uma afirmação assim será sempre limitada… e descomprometida!
Talvez este outro caminho perceba que «o maior pecado da humanidade» (de cada um de nós) está quando separamos a Palavra do Gesto e o Gesto da Palavra. Sem gestos as nossas palavras mal se ouvem e sem palavras os nossos gestos perdem força profética.
Escutemos de novo as palavras de Jesus na Última Ceia: “Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo. 13, 14). Um novo estilo de vida surge neste gesto de Jesus: “Eu vos dei o exemplo, para que, assim como vos fiz, vós também façais” (Jo. 13, 15). “Nisto conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros”. É a grandeza dos que sabem tornar-se pequenos… Quando eu for grande… gostava de ser pequeno (assim)!
Trata-se de assumir a coerência entre a palavra e o gesto… Uma coerência que se faz força porque une… a vida à fé, o interior ao exterior, a sociedade à igreja, o religioso ao civil… Não tenhamos medo da comunhão… Unir não é confundir. Unir é unir diferenças que se distinguem.
Que na nossa vida o gesto ilumine a palavra e a palavra explicite o gesto.
Padre Nuno Santos
Em dia de aniversário
As minhas notas da semana
1. Provecta idade! Com este número, o "Correio" entra no octogésimo sétimo ano de publicação. Ninguém estranhará, pois, que aproveite esta ocasião para tecer algumas considerações sobre o papel desempenhado por este semanário na vida da comunidade que serve há oitenta e seis anos e que pretende continuar a servir pelo menos por outros tantos. Já em anos anteriores, em data semelhante, tendo reflectido sobre a realidade deste meio de comunicação, que tem atrás de si uma história carregada de brilhantismo; que tenta desempenhar honestamente a sua missão no tempo presente; e que alonga o seu olhar para as margens do futuro. Volto hoje, se me dão licença, a uma recapitulação da matéria.
2. Se olharmos para o passado do "Correio", a palavra que espontaneamente nos assoma aos lábios para exprimir o que sentimos é orgulho. Folheando as milhares de páginas, relendo artigos de fundo e colaborações de opinião, relembrando a noticia de factos e acontecimentos que, com o passar do tempo, ganharam maior dimensão, não podemos deixar de sentir até uma pontinha de vaidade pela forma como se foi construíndo a história deste semanário.
3. Basta, a este propósito, folhear os jornais de arquivo, e ir assinalando a plêiade de nomes que assinaram muitos dos textos aqui publicados, desde o primeiro editorial, escrito pelo então ilustre professor e depois eminentíssimo cardeal Gonçalves Cerejeira, até aos conhecidos "Sintomas" de Urbano Duarte que, durante três décadas, foram um referencial na escrita de opinião dos jornais católicos portugueses. Mas o "Correio" arquiva vasta colaboração de outros nomes ilustres, a começar pelo Doutor António Garcia Ribeiro de Vasconcelos, com dezenas de títulos felizmente reunidos em volume, há poucos anos atrás, pelo Arquivo da Universidade, de que foi director. Igualmente publicados estão os textos do Padre Américo que, nas décadas de trinta e quarenta do século passado, fez do "Correio" o seu púlpito preferido para falar do Evangelho da pobreza e para despertar as consciências adormecidas perante os problemas sociais de Coimbra e do país. Mereciam igualmente tratamento adequado as colaborações, por exemplo, do grande historiador de arte Padre Nogueira Gonçalves, que nas paginas deste semanário deixou muitas notas sobre alguns dos monumentos que ia estudando; ou de Mons. Nunes Pereira, com centenas de textos aqui inseridos, alguns já publicados e outros a necessitarem de quem os busque e os traga à luz do dia; ou do Cónego Brito Cardoso, felizmente ainda entre nós, cujas pequenas notas continuam a ser um repositório a consultar para quem se queira debruçar sobre a história da diocese de Coimbra em geral, e do seu clero em particular.
4. Alongando os olhos pelo passado, não é difícil encontrar nas nossas páginas outras colaborações de grande valor. Embora correndo o risco de deixar na sombra algumas delas, penso que é de justiça recordar D. Maria Espiñal, com o seu "Miradouro"; o Dr. Manuel Paulo, com o seu "Purgatório"; e Mons. Duarte de Almeida com o "Arame Farpado". A par destes, que escreviam regularmente, outros deixaram colaboração mais esporádica, mas igualmente valiosa, como D. Manuel Almeida Trindade, Doutor Oliveira Branco, Doutor Manuel Augusto Rodrigues (que continua a colaborar ainda). Não é possível citar, sequer o nome de todos, embora todos mereçam, por parte de quem faça uma consulta, mesmo breve, ao arquivo dos jornais publicados desde 1922, um aceno de justo reconhecimento.
5. Mas o passado, que nos orgulha, não nos pode fazer esquecer o presente. Todos os que vamos conseguindo o "milagre" de, semana após semana, colocar na praça da opinião pública este semanário, nos questionamos sobre a qualidade do serviço que pretendemos fazer à comunidade em geral, e especificamente à comunidade cristã da Diocese de Coimbra. Entre algumas dúvidas, temos uma certeza: a de que nos empenhamos e nos vamos continuar a empenhar para que o presente e o futuro não deslustrem o que, no passado, tantos ajudaram a construir.
A. Jesus Ramos
19 de março de 2008
Anjos com uma asa…
Jorge Cotovio
Num dos seus livros sobre educação, Miguel dos Santos Guerra cita a seguinte frase, inscrita numa parede da cidade de S. Salvador de Jujuy: «Somos anjos com uma asa. Precisamos de nos abraçar para poder voar…».
Pelo que julgo (e julgo pelo que leio), este pedagogo não deve saber de cor quais são os pecados capitais e também não deve frequentar muito as sacristias das igrejas espanholas. Mas, não há dúvida, Guerra é um "humanista", ou seja, põe a pessoa que mora dentro de cada um de nós em primeiríssimo lugar. E defende os (grandes) valores universais que estão associados à pessoa humana – aqueles valores que são tão importantes que até têm sobrevivido à corrosão natural do tempo e às mutações políticas, sociais e culturais que tanto têm abalado a humanidade.
Mas como é tão difícil "abraçarmo-nos", meu Deus! Porque não há tempo (?), porque somos uns egoístas, porque ainda estamos convencidos que nós é que somos bons e fazemos melhor as coisas sozinhos que (mal) acompanhados, porque temos receio de perder protagonismo, porque é difícil aceitar a opinião dos outros, quando é diferente da nossa.
Que os ateus "desumanos" e violentos assim pensem e actuem, é pena, mas ainda se compreende. Agora nós, "religiosos", católicos, católicos "praticantes", consagrados, empenhados nesta "Igreja santa mas sempre necessitada de purificação", temos a gravíssima obrigação de pensar e actuar de forma diferente, porque até acreditamos em Anjos…
Daqui a uns dois mesitos vamos celebrar o Dia da Igreja Diocesana. À volta do nosso Bispo, reúne-se a família dos crentes desta Igreja particular de Coimbra. Desta vez, como sinal de "comunhão", celebramos mais um Grande Encontro de Jovens e mais uma Festa das Famílias. Dois secretariados, duas (?) pastorais (será que não há uma só pastoral?) unem esforços, sinergias e fazem festa, em conjunto, não excluindo ninguém. Pelo contrário. Estas duas estruturas diocesanas querem congregar todos, não só para "assistir", mas, sobretudo, para participar activamente. "A mesma família, o mesmo Pai" é o mote para esta caminhada que culmina em 18 de Maio – na Festa da Santíssima Trindade, precisamente o ícone da "comunhão". Todos são chamados – filhitos ao colo dos pais, crianças, adolescentes, jovens, adultos e "seniores" – e para todos haverá actividades e espaços próprios. Mas nas refeições juntamo-nos: na refeição comummente entendida, e na "refeição Eucarística" - o culminar de toda a Festa, porque é no "partir do Pão" que nos reconhecemos como irmãos, como filhos do mesmo Pai, como seres (quase) divinos.
Para que estes salpicos doutrinais molhem e fecundem a terra que pisamos, precisamos que as paróquias estejam presentes (e há locais próprios onde elas podem expor símbolos e cartazes), que os movimentos, secretariados e outras estruturas diocesanas participem (e há possibilidade de exporem as suas actividades e divulgarem os seus carismas em stands montados para o efeito), que os Lares de terceira idade e Centros de dia levem os seus utentes (e haverá espaços próprios para eles se sentarem e até possibilidade de exporem pequenos trabalhos por eles realizados). Precisamos que os cristãos estejam presentes e tragam os amigos, sobretudo aqueles amigos que (ainda) associam a Igreja só aos padres, freiras e bispos, às ideias conservadores, à tristeza e ao sofrimento, às proibições, à submissão. E se esses amigos não forem, então que os presentes não se esqueçam de transmitir, depois, aos amigos e colegas de trabalho que a Igreja é a comunhão de bispos, padres, religiosos e leigos, que a Igreja é alegria, é esperança, é festa, é Vida. E que a vida é Páscoa. Mas também lhes digam que não há Páscoa sem Sexta-feira Santa, sem Paixão, para eles perceberem que a vida intensamente vivida integra o sacrifício, o sofrimento, a renúncia, não como fim mas como "percurso quaresmal" até à meta – a Páscoa, agora vivida de forma efusiva, e que em cada Eucaristia celebramos de modo particular.
Com estes propósitos de comunhão – expressa em pequenos gestos –, preparemo-nos para mais este momento marcante da nossa Igreja particular. Associemo-nos à Cadeia de Oração, que vai unir quase meia centena de movimentos, institutos religiosos, organismos diocesanos e, se pudermos, não faltemos à vigília nocturna, no dia 17 de Maio, na Mata do Buçaco. É que na base da comunhão, na base da vida quotidiana, na base da vida da Igreja, está a oração. E é a oração que nos ajuda a abraçar o outro, para juntos podermos voar. Estaremos convictos disto?
Como (não) aproveitámos
Manuel Brandão
I
Neste início do ano de 2008 que temos a graça de viver demo-nos conta de que, entre o Natal de 2007 e a Páscoa de 2008, decorreu um período de tempo relativamente curto. Com efeito, por força do calendário que rege o nosso viver quotidiano e também porque a idade não perdoa, ainda aos cristãos ressoavam os cânticos de Natal e já se iniciava o período quaresmal, preparatório da grande festa da Páscoa, porque centrada na ressurreição de Jesus Cristo, penhor de vida nova.
II
Para os cristãos da Diocese de Coimbra, foram tempos cheios de oportunidades para cada um se valorizar através de acções comunitárias de formação, eminentemente orientadas para a acção cristã, nos variados campos da Pastoral Diocesana. Na verdade um manancial de acções, umas de carácter diocesano outras a nível mais restrito, a saber:
Jornadas de Teologia para leigos e por leigos.
Ordenações sacerdotais.
Cursos para o serviço da Comunhão e leitores.
Reciclagens para catequistas.
Conferências quaresmais orientadas especialmente para jovens.
Visitas Pastorais com encontros de reflexão e orientação pastoral.
Actividades próprias da quaresma, algumas na via pública.
Actividades específicas de Movimentos e paroquiais.
Espectáculo para fins beneficentes.
Jornadas de Teologia para leigos e por leigos.
Ordenações sacerdotais.
Cursos para o serviço da Comunhão e leitores.
Reciclagens para catequistas.
Conferências quaresmais orientadas especialmente para jovens.
Visitas Pastorais com encontros de reflexão e orientação pastoral.
Actividades próprias da quaresma, algumas na via pública.
Actividades específicas de Movimentos e paroquiais.
Espectáculo para fins beneficentes.
III
Todas estas actividades resultam de um louvável esforço de sacerdotes e leigos que lhes deram corpo e que proporcionam a todos os não só, a sã vivência e convivência destes tempos fortes, mas especialmente uma oportunidade duma valorização do Ser cristão, já que o cristianismo não deve ser apenas um modo de acreditar, mas deve ser sobretudo um modo de viver. Se alguém viveu estes acontecimentos sem este estado de espírito, perdeu uma oportunidade importante de se valorizar no campo da sapiência e da prática do amor fraterno, porque cristão.
IV
Para os que, voluntariamente ficaram à margem, poderão ainda aproveitar algo deste actos, se cada um de nós se fizer eco dos seus valores. Para todos os crentes, é tempo de dar graças a Deus por tudo o que a Igreja de Coimbra nos proporcionou e elevar uma prece ao Senhor da Messe para que sejamos capazes dum esforço sério de ser no nosso mundo fermento fecundo na construção duma sociedade mais justa e na confirmação da fé, da caridade e da esperança cristãs. Esta é que dão à vida o verdadeiro sentido e a felicidade que ambicionamos.
Num acto preparatório da celebração da Páscoa em Montemor-o-Velho
Procissão dos Passos reviveu os mistérios da fé cristã
A celebração da Eucaristia, os sermões e a procissão do encontro do Senhor dos Passos com Sua Mãe, a Virgem Nossa Senhora, actos religiosos realizados domingo, 16 de Março, foram o ponto alto da festa de preparação para a celebração da Páscoa, organizada pela irmandade da Misericórdia de Montemor-o-Velho, a mais antiga instituição de carácter religioso desta vila. A festividade iniciou-se com a bênção dos Ramos, seguida da celebração da missa e sermão do Pretório, na igreja de Santa Maria de Alcáçova, no Castelo. O cortejo litúrgico, saindo pela porta do Rosário, passou pelo Largo Alves de Sousa, Largo de D. João de Alarcão, Largo D. Luís de Alarcão, Praça da República (onde decorreu o Sermão de Encontro) e Rua Dr. José Galvão, recolhendo à Igreja dos Anjos.
A procissão, na qual se incorporaram elementos das capelanias de Quinhendros, Moinho da Mata, Casal do Raposo e Torre, e acompanhada pela Filarmónica 25 de Setembro de Montemor-o-Velho, foi presidida pelo padre José Luís Ferreira (prior da Carapinheira, pároco de Abrunheira, Reveles, Verride e Vila Nova da Braça), acolitado pelo diácono Augusto Lusitano, enquanto os sermões foram proferidos pelo padre Luís Bairrada, pároco de Vila Viçosa (S. Bartolomeu), Bencatel e Pardais, da diocese de Évora, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, como o padre José Luís.
A Verónica, na sua oração cantada em latim “O vós omnes qui transitis per viam atendite, atendite et videte si est dolor sicut dolor meus”(Ó vós todos que passais pela via (caminho) olhai, olhai e vede se há dor igual à minha dor), respondendo a Banda Filarmónica com os Mutetos, causou alguma emoção aos mais sensíveis. Esta manifestação de fé e reconciliação terminou na igreja do Convento dos Anjos, com o sermão do Calvário e representação do Gólgota.
No dia anterior também houve uma procissão de velas, da Igreja dos Anjos para a Igreja do Castelo, em que diversas pessoas, de joelhos ou “de gatas” pagaram as suas promessas, numa verdadeira demonstração de fé e reconciliação.
A Procissão do Senhor dos Passos é, pela sua história e sobretudo pelo seu vincado cunho espiritual, um dos acontecimentos mais importantes do panorama religioso, mas também cultural, da vila de Montemor-o-Velho. Celebrando-se desde tempos longínquos, é a mais antiga tradição religiosa da comunidade de Montemor-o-Velho que ainda se mantém viva, revivendo, no tempo presente, os grandes Mistérios da Fé Cristã.
A devoção ao Senhor dos Passos está marcada na intimidade e recolhimento das casas montemorenses, em registos e gravuras com o verdadeiro retrato do Senhor dos Passos, em esculturas devocionais de sabor popular, ou em imponentes oratórios.
A celebração da Eucaristia, os sermões e a procissão do encontro do Senhor dos Passos com Sua Mãe, a Virgem Nossa Senhora, actos religiosos realizados domingo, 16 de Março, foram o ponto alto da festa de preparação para a celebração da Páscoa, organizada pela irmandade da Misericórdia de Montemor-o-Velho, a mais antiga instituição de carácter religioso desta vila. A festividade iniciou-se com a bênção dos Ramos, seguida da celebração da missa e sermão do Pretório, na igreja de Santa Maria de Alcáçova, no Castelo. O cortejo litúrgico, saindo pela porta do Rosário, passou pelo Largo Alves de Sousa, Largo de D. João de Alarcão, Largo D. Luís de Alarcão, Praça da República (onde decorreu o Sermão de Encontro) e Rua Dr. José Galvão, recolhendo à Igreja dos Anjos.
A procissão, na qual se incorporaram elementos das capelanias de Quinhendros, Moinho da Mata, Casal do Raposo e Torre, e acompanhada pela Filarmónica 25 de Setembro de Montemor-o-Velho, foi presidida pelo padre José Luís Ferreira (prior da Carapinheira, pároco de Abrunheira, Reveles, Verride e Vila Nova da Braça), acolitado pelo diácono Augusto Lusitano, enquanto os sermões foram proferidos pelo padre Luís Bairrada, pároco de Vila Viçosa (S. Bartolomeu), Bencatel e Pardais, da diocese de Évora, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, como o padre José Luís.
A Verónica, na sua oração cantada em latim “O vós omnes qui transitis per viam atendite, atendite et videte si est dolor sicut dolor meus”(Ó vós todos que passais pela via (caminho) olhai, olhai e vede se há dor igual à minha dor), respondendo a Banda Filarmónica com os Mutetos, causou alguma emoção aos mais sensíveis. Esta manifestação de fé e reconciliação terminou na igreja do Convento dos Anjos, com o sermão do Calvário e representação do Gólgota.
No dia anterior também houve uma procissão de velas, da Igreja dos Anjos para a Igreja do Castelo, em que diversas pessoas, de joelhos ou “de gatas” pagaram as suas promessas, numa verdadeira demonstração de fé e reconciliação.
A Procissão do Senhor dos Passos é, pela sua história e sobretudo pelo seu vincado cunho espiritual, um dos acontecimentos mais importantes do panorama religioso, mas também cultural, da vila de Montemor-o-Velho. Celebrando-se desde tempos longínquos, é a mais antiga tradição religiosa da comunidade de Montemor-o-Velho que ainda se mantém viva, revivendo, no tempo presente, os grandes Mistérios da Fé Cristã.
A devoção ao Senhor dos Passos está marcada na intimidade e recolhimento das casas montemorenses, em registos e gravuras com o verdadeiro retrato do Senhor dos Passos, em esculturas devocionais de sabor popular, ou em imponentes oratórios.
Aldo Aveiro
NO PASSADO FIM-DE-SEMANA
Jovens do arciprestado de Cantanhede e Mira realizaram encontro anual
Oração, reflexão e apresentação de temas dominaram a jornada
Cerca de 150 pessoas que fazem parte de grupos de jovens do arciprestado de Cantanhede e Mora reuniram-se, no passado fim-de-semana, para mais um encontro anual de oração e reflexão, e que foi um dos mais participados de sempre.
O início do convívio teve lugar na passada sexta-feira, em Portomar, com a montagem do campo e a apresentação dos grupos participantes, preparando assim o acolhimento aos jovens.
No dia seguinte, a manhã começou com uma caminhada com destino à Praia de Mira. Durante o percurso foram realizadas várias paragens, que incluíram momentos de reflexão com base na mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude – este ano comemorado no domingo de Ramos – subordinado ao tema “O Espírito Santo”. Foram realizados vários jogos e diversos momentos de oração, partilhados em grupo. A noite terminou no Centro Cultural da Praia de Mira, onde foram apresentadas as reflexões dos diferentes grupos, havendo lugar ao debate de dias. A noite encerrou com um pequeno concerto oferecido pelo padre João Paulo Vaz, que recentemente editou um novo trabalho, intitulado “Notas de um Sonho”.
No domingo, o dia iniciou-se com uma breve catequese sobre o domingo de Ramos, ao que se seguiu uma nova peregrinação até ao largo da Biblioteca, em Mira, onde foi feita a bênção dos ramos dos jovens, seguida da celebração da missa campal.
O dia, que foi de festa, terminou com um almoço convívio em Portomar. Para Nelson Maltez, um dos elementos da organização, o balanço não poderia ser melhor. “Cada ano que passa a participação dos jovens é maior, e o balanço não poderia ser mais positivo. A reflexão de diversos de temas e os momentos de oração ajudam-nos no nosso crescimento pessoal e espiritual como católicos”, afirmou ao jornal Boa Nova.
Para próximo ano, o encontro dos jovens do arciprestado de Cantanhede e Mira terá lugar em Febres.
Oração, reflexão e apresentação de temas dominaram a jornada
Cerca de 150 pessoas que fazem parte de grupos de jovens do arciprestado de Cantanhede e Mora reuniram-se, no passado fim-de-semana, para mais um encontro anual de oração e reflexão, e que foi um dos mais participados de sempre.
O início do convívio teve lugar na passada sexta-feira, em Portomar, com a montagem do campo e a apresentação dos grupos participantes, preparando assim o acolhimento aos jovens.
No dia seguinte, a manhã começou com uma caminhada com destino à Praia de Mira. Durante o percurso foram realizadas várias paragens, que incluíram momentos de reflexão com base na mensagem do papa Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude – este ano comemorado no domingo de Ramos – subordinado ao tema “O Espírito Santo”. Foram realizados vários jogos e diversos momentos de oração, partilhados em grupo. A noite terminou no Centro Cultural da Praia de Mira, onde foram apresentadas as reflexões dos diferentes grupos, havendo lugar ao debate de dias. A noite encerrou com um pequeno concerto oferecido pelo padre João Paulo Vaz, que recentemente editou um novo trabalho, intitulado “Notas de um Sonho”.
No domingo, o dia iniciou-se com uma breve catequese sobre o domingo de Ramos, ao que se seguiu uma nova peregrinação até ao largo da Biblioteca, em Mira, onde foi feita a bênção dos ramos dos jovens, seguida da celebração da missa campal.
O dia, que foi de festa, terminou com um almoço convívio em Portomar. Para Nelson Maltez, um dos elementos da organização, o balanço não poderia ser melhor. “Cada ano que passa a participação dos jovens é maior, e o balanço não poderia ser mais positivo. A reflexão de diversos de temas e os momentos de oração ajudam-nos no nosso crescimento pessoal e espiritual como católicos”, afirmou ao jornal Boa Nova.
Para próximo ano, o encontro dos jovens do arciprestado de Cantanhede e Mira terá lugar em Febres.
Mirla Ferreira Rodrigues
17 de março de 2008
Visita Pascal na Paróquia de Santa Clara
Na sequência da visita do pároco de Santa Clara às famílias foi sugerido por muitos reiniciar-se a tradição da Visita Pascal. Assim, no próximo dia 23 de Abril, vários grupos de voluntários dispuseram-se a colaborar nessa iniciativa, dividida em seis zonas: Bordalo; Cruz de Morouços, Lages, Santa Isabel (Alto de Santa Clara); S. Francisco (Baixa de Santa Clara) e Vale Gemil.
Oficinas de Oração e Vida
Estão a decorrer nas paróquias de Sazes, Figueira de Lorvão e Lorvão, desde o dia 28 de Janeiro deste ano, três Oficinas de Oração e Vida em que participam cerca de 60 pessoas. Para mais informações poderão contactar através dos telefones 239 837746 e 239 820272.
Também, vai decorrer no Seminário do Verbo Divino, em Fátima, de 24 a 27 de Abril, a Assembleia Anual das Oficinas de Oração e Vida (TOV) com todas as coordenações do país, Madeira e Açores e com todos os guiais que possam estar presentes. Para mais informações contactar a coordenação das Oficinas de Oração e Vida (TOV) pelos telefones 239 837746 e 239 820272.
Dia de Ramos na Alta
O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto presidiu no passado dia 17 de Março, na Sé Nova e na Sé Velha, às celebrações do Domingo de Ramos e da Paixão.
Na Bênção dos Ramos que decorreu no adro da Sé Nova, o prelado da diocese recordou perante os fiéis que o Domingo de Ramos é também, para a Igreja, o Dia Mundial da Juventude. “Naquele tempo foram sobretudo os jovens que seguiram Jesus, lhe bateram palmas, o aclamaram. Hoje milhares de jovens estão reunidos por todo o mundo, rezando e cantando. Usemos os gestos daquele tempo e, de ramos na mão, cantemos movidos pela fé”.
À tarde, na Sé Velha, D. Albino Cleto repetiu a cerimónia, onde benzeu uma oliveira milenária recentemente colocada no jardim junto aos claustros. Oferta de um privado, Artur Rodrigues, em nome da paróquia de Pousaflores, em Ansião. A cerimónia foi concelebrada pelos padres Adriano Santo, pároco de Pousaflores e João Evangelista Ribeiro Jorge, pároco da Sé Velha.
Monsenhor João Evangelista disse que a oliveira foi “analisada com grande rigor científico e terá, no seu entender, mais de mil anos”. Para os cristãos, a oliveira é repleta de simbolismos, recordou o cónego Adriano Santo, momentos antes da bênção. Geralmente esta árvore é associada à vida e à paz. Segundo a Bíblia, depois da tragédia do dilúvio, era um ramo desta árvore que uma pomba branca transporta, e foi das oliveiras que os nossos antepassados usaram o azeite, resultado do fruto destas árvores, para ungir e alumiar à lenha. Foi também junto das oliveiras que Jesus Cristo rezou e esteve em agonia antes de morrer. “Junto desta Igreja também velhinha, que a oliveira milenária continue a proclamar que a morte que destrói a vida não destrói a vida que renasce todos os dias”, afirmara Monsenhor João Evangelista Ribeiro Jorge.
Foi ao som de “Verdes Anos” de Carlos Paredes, por elementos da Secção de Fados da Associação Académica de Coimbra, que os fiéis presentes repetiram palavras sobres o símbolo da paz e onde se fez uma largada de pombos, trazidos pelo columbófilo Pedro Vila Nova. D. Albino procedeu à bênção da oliveira e dos ramos para depois presidir à Eucaristia no interior da Sé.
Na Bênção dos Ramos que decorreu no adro da Sé Nova, o prelado da diocese recordou perante os fiéis que o Domingo de Ramos é também, para a Igreja, o Dia Mundial da Juventude. “Naquele tempo foram sobretudo os jovens que seguiram Jesus, lhe bateram palmas, o aclamaram. Hoje milhares de jovens estão reunidos por todo o mundo, rezando e cantando. Usemos os gestos daquele tempo e, de ramos na mão, cantemos movidos pela fé”.
À tarde, na Sé Velha, D. Albino Cleto repetiu a cerimónia, onde benzeu uma oliveira milenária recentemente colocada no jardim junto aos claustros. Oferta de um privado, Artur Rodrigues, em nome da paróquia de Pousaflores, em Ansião. A cerimónia foi concelebrada pelos padres Adriano Santo, pároco de Pousaflores e João Evangelista Ribeiro Jorge, pároco da Sé Velha.
Monsenhor João Evangelista disse que a oliveira foi “analisada com grande rigor científico e terá, no seu entender, mais de mil anos”. Para os cristãos, a oliveira é repleta de simbolismos, recordou o cónego Adriano Santo, momentos antes da bênção. Geralmente esta árvore é associada à vida e à paz. Segundo a Bíblia, depois da tragédia do dilúvio, era um ramo desta árvore que uma pomba branca transporta, e foi das oliveiras que os nossos antepassados usaram o azeite, resultado do fruto destas árvores, para ungir e alumiar à lenha. Foi também junto das oliveiras que Jesus Cristo rezou e esteve em agonia antes de morrer. “Junto desta Igreja também velhinha, que a oliveira milenária continue a proclamar que a morte que destrói a vida não destrói a vida que renasce todos os dias”, afirmara Monsenhor João Evangelista Ribeiro Jorge.
Foi ao som de “Verdes Anos” de Carlos Paredes, por elementos da Secção de Fados da Associação Académica de Coimbra, que os fiéis presentes repetiram palavras sobres o símbolo da paz e onde se fez uma largada de pombos, trazidos pelo columbófilo Pedro Vila Nova. D. Albino procedeu à bênção da oliveira e dos ramos para depois presidir à Eucaristia no interior da Sé.
Padre Luís Miranda nas Conferências Quaresmais:
A “vocação é um projecto de vida, com vida e para a vida de todos os dias”
“Vocações” foi o último tema debatido no passado dia 13 de Março, no Salão Polivalente da Igreja de S. José, em Coimbra, no âmbito do ciclo de conferências quaresmais levados a cabo pelas paróquias da cidade. O Padre Luís Miranda do Secretariado Pastoral das Vocações da Diocese de Coimbra, a Irmã Maria Leão do Movimento Servidores do Evangelho da Misericórdia de Deus e o médico Jorge L. de Almeida constituíram a mesa redonda que reuniu cerca de meia centena de pessoas.
Para o Padre Luís Miranda, a “vocação é um projecto de vida, com vida e para a vida de todos os dias”. Segundo este jovem sacerdote, a vocação “é um processo, uma descoberta, um aprofundamento, e não uma inclinação ou uma questão de jeito” como muitos julgam ser. “E também não é só para alguns”, alertou.
Para a Irmã Maria Leão, a vocação é “concretizar o desejo mais profundo do nosso coração. Temos que nos interpelar, sabendo aquilo que Deus quer para as nossas vidas”, explicou a conferencista. “Para poder escutar o nosso coração, é preciso, antes de mais, tempo e oração”, disse Maria Leão.
A Irmã Maria de Leão que descobriu a sua vocação através de retiros proporcionados pela sua paróquia, diz que muitas vezes “temos medos de escutar a profundidade do nosso coração”.
O médico Jorge Almeida reconhece, por seu lado, que há uma certa “descristianização no sector da saúde”. “Aí somos chamados, como leigos a termos uma vocação como cristãos”. Na sua área mais específica, procura prestar apoios, levando quase à letra, a parábola do Bom Samaritano.
O Padre Luís Miranda faz da sua vocação, uma relação constante de diálogo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Miguel Cotrim
Para o Padre Luís Miranda, a “vocação é um projecto de vida, com vida e para a vida de todos os dias”. Segundo este jovem sacerdote, a vocação “é um processo, uma descoberta, um aprofundamento, e não uma inclinação ou uma questão de jeito” como muitos julgam ser. “E também não é só para alguns”, alertou.
Para a Irmã Maria Leão, a vocação é “concretizar o desejo mais profundo do nosso coração. Temos que nos interpelar, sabendo aquilo que Deus quer para as nossas vidas”, explicou a conferencista. “Para poder escutar o nosso coração, é preciso, antes de mais, tempo e oração”, disse Maria Leão.
A Irmã Maria de Leão que descobriu a sua vocação através de retiros proporcionados pela sua paróquia, diz que muitas vezes “temos medos de escutar a profundidade do nosso coração”.
O médico Jorge Almeida reconhece, por seu lado, que há uma certa “descristianização no sector da saúde”. “Aí somos chamados, como leigos a termos uma vocação como cristãos”. Na sua área mais específica, procura prestar apoios, levando quase à letra, a parábola do Bom Samaritano.
O Padre Luís Miranda faz da sua vocação, uma relação constante de diálogo com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Miguel Cotrim