Correio de Coimbra

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20 de março de 2008

Em dia de aniversário


As minhas notas da semana

1. Provecta idade! Com este número, o "Correio" entra no octogésimo sétimo ano de publicação. Ninguém estranhará, pois, que aproveite esta ocasião para tecer algumas considerações sobre o papel desempenhado por este semanário na vida da comunidade que serve há oitenta e seis anos e que pretende continuar a servir pelo menos por outros tantos. Já em anos anteriores, em data semelhante, tendo reflectido sobre a realidade deste meio de comunicação, que tem atrás de si uma história carregada de brilhantismo; que tenta desempenhar honestamente a sua missão no tempo presente; e que alonga o seu olhar para as margens do futuro. Volto hoje, se me dão licença, a uma recapitulação da matéria.
2. Se olharmos para o passado do "Correio", a palavra que espontaneamente nos assoma aos lábios para exprimir o que sentimos é orgulho. Folheando as milhares de páginas, relendo artigos de fundo e colaborações de opinião, relembrando a noticia de factos e acontecimentos que, com o passar do tempo, ganharam maior dimensão, não podemos deixar de sentir até uma pontinha de vaidade pela forma como se foi construíndo a história deste semanário.
3. Basta, a este propósito, folhear os jornais de arquivo, e ir assinalando a plêiade de nomes que assinaram muitos dos textos aqui publicados, desde o primeiro editorial, escrito pelo então ilustre professor e depois eminentíssimo cardeal Gonçalves Cerejeira, até aos conhecidos "Sintomas" de Urbano Duarte que, durante três décadas, foram um referencial na escrita de opinião dos jornais católicos portugueses. Mas o "Correio" arquiva vasta colaboração de outros nomes ilustres, a começar pelo Doutor António Garcia Ribeiro de Vasconcelos, com dezenas de títulos felizmente reunidos em volume, há poucos anos atrás, pelo Arquivo da Universidade, de que foi director. Igualmente publicados estão os textos do Padre Américo que, nas décadas de trinta e quarenta do século passado, fez do "Correio" o seu púlpito preferido para falar do Evangelho da pobreza e para despertar as consciências adormecidas perante os problemas sociais de Coimbra e do país. Mereciam igualmente tratamento adequado as colaborações, por exemplo, do grande historiador de arte Padre Nogueira Gonçalves, que nas paginas deste semanário deixou muitas notas sobre alguns dos monumentos que ia estudando; ou de Mons. Nunes Pereira, com centenas de textos aqui inseridos, alguns já publicados e outros a necessitarem de quem os busque e os traga à luz do dia; ou do Cónego Brito Cardoso, felizmente ainda entre nós, cujas pequenas notas continuam a ser um repositório a consultar para quem se queira debruçar sobre a história da diocese de Coimbra em geral, e do seu clero em particular.
4. Alongando os olhos pelo passado, não é difícil encontrar nas nossas páginas outras colaborações de grande valor. Embora correndo o risco de deixar na sombra algumas delas, penso que é de justiça recordar D. Maria Espiñal, com o seu "Miradouro"; o Dr. Manuel Paulo, com o seu "Purgatório"; e Mons. Duarte de Almeida com o "Arame Farpado". A par destes, que escreviam regularmente, outros deixaram colaboração mais esporádica, mas igualmente valiosa, como D. Manuel Almeida Trindade, Doutor Oliveira Branco, Doutor Manuel Augusto Rodrigues (que continua a colaborar ainda). Não é possível citar, sequer o nome de todos, embora todos mereçam, por parte de quem faça uma consulta, mesmo breve, ao arquivo dos jornais publicados desde 1922, um aceno de justo reconhecimento.
5. Mas o passado, que nos orgulha, não nos pode fazer esquecer o presente. Todos os que vamos conseguindo o "milagre" de, semana após semana, colocar na praça da opinião pública este semanário, nos questionamos sobre a qualidade do serviço que pretendemos fazer à comunidade em geral, e especificamente à comunidade cristã da Diocese de Coimbra. Entre algumas dúvidas, temos uma certeza: a de que nos empenhamos e nos vamos continuar a empenhar para que o presente e o futuro não deslustrem o que, no passado, tantos ajudaram a construir.

A. Jesus Ramos

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