Correio de Coimbra

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19 de julho de 2007

Projecto (único) para monumento a Nunes Pereira foi rejeitado


As comemorações do Centenário do Nascimento de Monsenhor Nunes Pereira – evocação que decorre ao longo do ano de 2007, através de um vasto programa cultural, com incidência nas Exposições, atendendo ao facto de Nunes Pereira ter sido um multifacetado artista, que dedicou grande parte da sua obra às artes plásticas, destacando-se na vertente da Xilogravura – integraram, na sua programação um Concurso de Ideias para um Monumento a Monsenhor Nunes Pereira.
O concurso decorreu de Janeiro a 15 de Março do ano em curso, tendo sido apresentado a Concurso apenas um Projecto escultórico, de autoria de Elisabete Oliveira, que o Júri do Concurso (constituído por Mário Nunes, vereador da Cultura, Cónego Aurélio Campos, reitor do Seminário de Coimbra, António Pedro Pita, delegado Regional da Cultura do Centro, Augusto Alfaiate, presidente do Movimento Artístico de Coimbra, Virgínia Gomes, técnica superior do Museu Machado de Castro, Vítor Manuel Bairrada Murtinho, professor do departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra), ponderadas as suas qualidades e as características deliberou, por unanimidade, não acolher a candidatura, pela sua "dimensão exagerada, que dificultaria a respectiva colocação"; pela "diversidade de elementos na composição, logo prejudicando a indispensável unidade que a obra exige"; e pela "inadequação de alguns elementos ao objectivo essencial do monumento, ou seja, uma síntese artística que abranja a figura multifacetada do homem, do artista e do padre".
A autora propôs um "círculo arrelvado", um memorial, paralelepípedo de calcário branco, a implantar em rotunda vasta ou parque-jardim. E tendo Augusto Nunes Pereira escrito que "a vida é como um rio..." ideal seria se pudesse ser à vista do Mondego, se possível, na confluência com o seu rio natal, Ceira, pela Portela onde viveu.
Uma vez constar do regulamento do referido concurso que a Câmara Municipal de Coimbra assegura a divulgação da decisão final, promovendo a realização de uma exposição pública de todos os trabalhos seleccionados, na Casa Municipal da Cultura o projecto estará exposto de 23 de Julho a 19 de Agosto, de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 18h30.

S. José de Coimbra:paróquia há 75 anos




Criada a 16 de Julho de 1932, por D. Manuel Coelho da Silva, então no arrabalde da cidade, e contando cinco mil habitantes, a paróquia de S. José abrange hoje uma vasta zona habitacional, e promove um vasto leque de actividades pastorais. O Bispo de Coimbra presidiu à celebração comemorativa e inaugurou uma exposição histórica, que estará patente ao público, no salão polivalente, até 16 de Julho de 2008.



S. José de Coimbra:
paróquia há 75 anos
O mau tempo não fez desanimar, no passado domingo, os paroquianos de S. José que quiseram participar nas comemorações dos 75 anos da sua paróquia. As comemorações começaram com a celebração da Eucaristia, presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto e concelebrada por uma dúzia de sacerdotes. O Cónego João Castelhano, pároco de S. José, também esteve presente. De seguida, o Bispo de Coimbra inaugurou a exposição evocativa dos 75 anos da paróquia, que se encontra patente no Salão Polivalente. Um almoço/convívio marcou também a efeméride.


"Todos nós somos caminhantes neste estrada" – referiu D. Albino Cleto, ao fazer referência à liturgia do dia durante a homilia. "Coimbra tem a sua história e também percorre o caminho do tempo – Há 75 anos, neste mesmo local, (Calhabé), um grupo de leigos sentiu a necessidade de constituir uma paróquia", referiu o prelado nas comemorações solenes dos 75 anos da paróquia de S. José.
"Para onde vai esta estrada? Para onde vamos? Para onde temos que caminhar? – interpelou o Bispo de Coimbra. "A primeira tarefa de uma paróquia, muito antes da construção do seu templo, é caminhar para junto de Deus", afirmou, para seguidamente explicar que numa paróquia ninguém pode caminhar sozinho. "Temos que procurar estar atentos a quem vai ao nosso lado", disse, exemplificando com o Evangelho de S. Lucas acerca da parábola do "Bom Samaritano".
Depois da celebração eucarística, D. Albino Cleto inaugurou a exposição sobre a história da paróquia de S. José. Sobre esta efemeridade que se prolongará até ao próximo dia 16 de Julho de 2008, organizada pelo Conselho Pastoral, D. Albino Cleto revelou ser "impressionante ver que uma paróquia cresce como uma família".
A paróquia de S. José foi criada por decreto do Bispo de Coimbra, D. Manuel Luís Coelho da Silva, datado de 16 de Julho de 1932, com o nome de S. José do Calhabé. A 16 de Outubro foi benzida a igreja, hoje desaparecida e tomou posse o primeiro pároco, padre Ricardo Gonçalves. À época situava-se nos arrabaldes da cidade com uma população de 5000 pessoas. Mas o seu crescimento populacional foi tão rápido que, passados sete anos, em 15 de Junho de 1939, a Comissão da Fábrica da Igreja decidiu promover a construção de uma nova igreja. A bênção da primeira pedra da "nova" (actual) igreja teve lugar a 19 de Março de 1954 e a sua sagração ocorreu a 19 de Março de 1962. Em 2 de Fevereiro de 1980 foi inaugurado o Salão Polivalente, a nova capela funerária e o arranjo urbanístico do adro.
"Neste momento, sentimos que a paróquia de S. José é um corpo feito não só pelas dimensões das suas estruturas, mas, sobretudo, pela vitalidade, acolhendo serviços litúrgicos, catequéticos, sociais e caritativos e promovendo espírito comunitário", realçou o Bispo de Coimbra.
D. Albino Cleto reconhece que S. José é uma das paróquias mais importantes da cidade, principalmente, pela sua dimensão populacional e juvenil e que terá de continuar a atrair muitos à Igreja, apesar de se debater com problemas de espaço.
Razão pela qual defende a criação de uma nova comunidade paroquial para a zona do Vale das Flores. Há uns anos atrás foi prometido um terreno pela Câmara Municipal de Coimbra para a construção de uma nova igreja. Na altura foi "negociado" entre o presidente da Câmara, Manuel Machado e o Bispo de Coimbra, D. João Alves. Depois, foi opção do executivo a construção do quartel dos Bombeiros Sapadores para o local que tinha sido destinado à Igreja.
Entretanto, D. Albino Cleto, mostra-se prudente sobre este assunto. O prelado não quer começar "a casa pelo telhado", mas sim, pelas pessoas. O objectivo, é para já, encontrar um espaço, uma garagem ou uma loja, para as pessoas se encontrarem, conviverem e tomarem consciência, de forma a mais tarde serem o embrião de uma paróquia. D. Albino garantiu ao nosso jornal que "a primeira actividade a desenvolver o mais cedo possível, talvez dentro de meses, será o lançamento do grupo embrião de uma futura comunidade cristã do Vale das Flores".
Também surgiu há pouco tempo a promessa de um espaço para a construção de uma futura igreja, na zona da Portela. Tudo indica que a estrutura física da futura paróquia do Vale das Flores nascerá na Quinta da Portela.

Associada às comemorações dos 75 anos da criação da paróquia de S. José, o Cónego João Castelhano, pároco de S. José, celebra também este ano 50 anos de sacerdócio. Acontecimento que será assinalado no próximo dia 15 de Agosto com uma grande festa. O Cónego João Castelhano encontra-se em S. José desde 1974. São 33 anos que serão celebrados no dia 6 de Outubro com uma missa de acção de graças.
"Os 75 anos da paróquia, como de qualquer colectividade ou pessoa, são sempre um marco importante", disse na ocasião, o pároco, ao ser interpelado pelos jornalistas.
"É sempre uma responsabilidade acrescida", afirmou, ainda o pároco, "porque permite reflectir sobre àquilo que se fez ao longo de todos estes anos, de modo, a preparar o futuro". "Em relação ao passado é necessário dar graças à Deus por tudo àquilo que se fez".
O Cónego João Castelhano passou em memória àquilo que se fez, desde da construção da igreja até à edificação do Centro Social e a construção do Centro de Acolhimento, salientou.
Ao concluir, o pároco de S. José não quis deixar de enaltecer o trabalho realizado ao nível de orgânica da paróquia que dirige há cerca de 33 anos. "Esta organização não nasceu agora por acaso. Quando cheguei da aldeia tinha uma paróquia organizada", revelou, elogiando o trabalho dos seus antecessores.



Miguel Cotrim

Cónego João Veríssimo homenageado pelos Rotários da Figueira da Foz


O Rotary Clube da Figueira da Foz distinguiu na passada semana o cónego João Veríssimo com o prémio "Paul Harris", pela sua dedicação à comunidade de S. Julião, onde é pároco.
Para o antigo presidente dos rotários da Figueira da Foz "todos conhecem bem o cónego João Veríssimo assim como a sua acção dedicada aos outros, que lhe permite somar admiração, respeito e amizades".

Louriçal


Dados os primeiros passos para
reabertura do processo de beatificação da Madre Maria do Lado

Foram dados os primeiros passos para a reabertura do processo de beatificação da Madre Maria do Lado. O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto constituiu um tribunal eclesiástico para presidir aos actos previstos e convenientes do solicitado processo. No passado dia 13 de Julho, no mosteiro do Santíssimo Sacramento, das Irmãs Clarrissas do Desagravo, situado na vila do Louriçal, tomaram posse o Juiz Delegado: Cónego Alfredo Ferreira Dionísio; o Promotor de Justiça Cónego Manuel Leal Pedrosa; o Notário Padre Manuel de Almeida Alves e a Notária Adjunta Dr.ª Maria Manuel Torrinha Alves Barreiros. Tomou ainda posse o vice-postulador da causa o cónego Fernando Sousa e Silva, da Arquidiocese de Braga. A Comissão Histórica será presidida pelo padre Doutor António J. Ramos.
O Bispo de Coimbra anunciou ainda que em Outubro próximo será feita uma cerimónia de abertura oficial do processo.

Quem foi Maria do Lado?
O seu nome de baptismo era Maria de Brito. Uma mulher de ascendência nobre nasceu no Louriçal a 24 de Junho de 1605. Educada na fé católica, manteve durante a sua vida um desejo ardente de se unir a Jesus.Aos 16 anos ficou órfã de mãe e, como filha mais velha assumiu a educação dos irmãos. Instituiu as Religiosas Escravas do Santíssimo Sacramento que, em 1709, se uniram à Ordem de St.ª Clara. O nome pelo qual ficou conhecida foi escolhido por ela própria quando se declinou sobre o Coração Eucarístico de Cristo e tomou esse nome.
Maria do Lado era conhecida pelas suas visões. A mais célebre ocorreu em Janeiro de 1630. Na noite de 15 para 16 a igreja de St.ª Engrácia, em Lisboa, foi assaltada por homens sem escrúpulos que arrombaram o sacrário, rasgaram toalhas, levaram hóstias que pregaram em madeiros. Naquela noite, Maria do Lado recolheu–se muito cedo em oração, submersa em contemplação, a jovem viu a imagem de Cristo com uma corda ao pescoço derramando muito sangue e com os olhos nela disse: "Filha compadece-te de mim que agora me tornaram a crucificar em Portugal".
Passados alguns dias, Frei Bernardino veio ao Louriçal. Ao ter conhecimento da visão de Maria do Lado concluiu que correspondia ao dia e hora em que ocorreu o desacato na igreja de St.ª Engrácia. A partir daí, Maria teve consciência da sua missão na Terra. A jovem faleceu a 28 de Abril de 1632. A memória daquela mulher continua viva no Convento que foi edificado sobre a casa onde viveu Maria do Lado. A sua mensagem continua ainda viva e presente na vida das 17 Clarissas que residem actualmente no Mosteiro.

“Rota Marítima do Caminho de Santiago” começou em Montemor-o-Velho




Montemor-o-Velho, foi ontem, dia 18 de Julho, o ponto de partida da peregrinação a Santiago de Compostela.
Com um total de 334 quilómetros, o itinerário, baseado em relatos históricos, está a ser feito por mar, entre os dias 18 e 25 de Julho.
Organizado pela Associação Intercéltica, em colaboração com a Região de Turismo do Alto Minho e a Associação Galega de Actividades Náuticas, o Raid "Rota Marítima do Caminho de Santiago" organizou a cerimónia de abertura em Montemor-o-Velho com uma missa na Igreja de Santa Maria da Alcáçova e um almoço no Castelo de Montemor-o-Velho.
A largada, a bordo dos veleiros Nauja e Zorba, está prevista para hoje, dia 19 de Julho, na Figueira da Foz. Com escalas em Ílhavo/Aveiro, Matosinhos, Póvoa de Varzim, Viana do Castelo, Baiona e Vilagarcia de Arousa. A chegada a Compostela terá lugar a 25 de Julho, o "dia do Apóstolo" que transformou esta cidade galega num dos principais centros de peregrinação cristã do mundo.
Esta ideia, teve por berço a Região de Turismo do Alto Minho, que já em 2004, "Ano Xacobeo", havia tentado instituir uma rota marítima de peregrinação a Santiago de Compostela, com o objectivo principal de dinamizar um novo itinerário sustentável como via de peregrinação e de intercâmbio cultural.
Este Raid alicerça-se em vários testemunhos que fazem alusão a uma tradição histórica de peregrinações marítimas a Santiago de Compostela, desde a ascensão do Império Romano. Estas peregrinações ter-se-ão intensificado a partir da Idade Média.
Segundo Francisco Sampaio, presidente da Região de Turismo do Alto Minho, "o percurso definido para este ano zero do Raid baseia-se, sobretudo, no itinerário de peregrinação por mar a Santiago de Compostela descrito por Edrici, geógrafo árabe do século XII, apesar de esta, nove séculos depois, ter sido adaptada na sua totalidade aos desafios levantados pelas ondas do mar".
A organização, que contou com o apoio de um vasto leque de entidades portuguesas e galegas, espera com esta iniciativa sensibilizar e mobilizar a população em geral, a classe piscatória e em particular a comunidade náutica para uma participação activa nas próximas edições da Rota.



À descoberta da tradição marítima
O Raid "Rota Marítima do Caminho de Santiago" encontra sustentação em relatos históricos, apesar de alguns deles poderem roçar o mundo das lendas.
"Existem vários relatos relacionados com o itinerário de Antonino (século III); sobre a Per Loca Marítima ou a via XX, que ligava Braga, a Lugo e a Astorga e que tinha trajectos realizados por terra, mar e rio. Existe também quem defenda que a Per Loca Marítima se baseava no itinerário realizado pelos discípulos Atanásio e Teodósio no transporte do corpo do Apóstolo, na barca da Pedra, desde Jafa (Palestina) até Padron (Galiza)", conta Francisco Sampaio.
Estes percursos marítimos eram feitos por portos de cabotagem. Entre estes estava o de Viana do Castelo, o que faz desta uma região, tradicionalmente, ligada aos itinerários marítimos rumo a Compostela.
O mar como opção surge, sobretudo, devido ao trajecto por terra ser para os viajantes sinónimo de muitas dificuldades.
Esta tradição de passagem de peregrinos por diversos portos portugueses deverá também ter contribuído para a emergência da necessidade de defesa desses espaços portuários.
A Organização do Raid "Rota Marítima do Caminho de Santiago", conta com o apoio do Xacobeo e Xunta de Galicia, das Câmaras Municipais de Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Ílhavo, Aveiro, Matosinhos, Póvoa de Varzim e Viana do Castelo, dos Ayuntamientos de Baiona e Vilagarcia de Arousa, da Grande Área Metropolitana do Porto, Valimar ComUrb e Diputación de Pontevedra, do Instituto de Turismo de Portugal, da Marinha Portuguesa e Armada de Espanha, da Federação Portuguesa de Vela, das Regiões de Turismo do Centro, Rota da Luz e Alto Minho, e acalenta o desejo de ver serem-lhe reconhecidos os critérios base da atribuição do "Certificado Compostela: a quem, de forma cristã, peregrina até ao túmulo do Apóstolo.