Correio de Coimbra

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30 de outubro de 2007

Coimbra recebe Encontro Nacional de Jovens

“Contempla o mundo com os olhos de Deus”

Vai realizar-se o 3º Encontro Nacional de Jovens, por iniciativa da Federação Nacional dos Institutos Seculares (FNIS), sob o tema “CONTEMPLA O MUNDO COM OS OLHOS DE DEUS”, no dia 3 de Novembro, na Casa da Sagrada Família em Coimbra, entre as 9,30 e as 17,00 horas.
O nosso mundo é interiormente árido. Tem necessidade de um suplemento de alma.
VEM E ABRE A JANELA DO TEU CORAÇÃO AO MUNDO!
Convida outros jovens a participarem e a enviarem a sua inscrição para:

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS INSTITUTOS SECULARES
Rua Dr Fernando de Melo, 9 – 3000-169 COIMBRA
Telefone 239718768 – Fax 239781711 / fnis@sapo.pt

IX FÓRUM ECUMÉNICO JOVEM EM VIANA DO CASTELO


Quem Te ilumina o caminho?

Mais de duas centenas e meia de jovens participaram no IX Fórum Ecuménico Jovem (FEJ 2008), realizado no Centro Paroquial de S. Maria, em Viana do Castelo, a 27 de Outubro. Foram organizadores do evento os departamentos de pastoral juvenil das Igrejas Católica Romana, Lusitana, Metodista e Presbiteriana. Participou ainda a Igreja Ortodoxa. O apoio logístico foi garantido pelo Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil (SDPJ) de Viana do Castelo.
O tema, ‘Quem Te ilumina o caminho?’ remetia para a III Assembleia Ecuménica Europeia, realizada em Sibiu, Roménia, em Setembro, com a participação de alguns jovens presentes em Viana.
De Lamego chegaram os símbolos ecuménicos que percorreram o país na ‘Peregrinação da Esperança’. O círio, a cruz e o livro de bordo saíram do VIII FEJ na Guarda e deram a volta a Portugal, proporcionando momentos de encontro, reflexão e oração pela unidade.
D. José Pedreira, Bispo Católico de Viana, abriu o FEJ com as palavras de boas vindas e de incentivo: ‘é preciso acabar com a tentação de caminharmos sozinhos. Parabéns pelo caminho feito. Mesmo que haja escolhos não há que parar’.
A parte de reflexão levou os jovens até Sibiu: o Cónego António Rego produziu um vídeo com depoimentos de alguns dos participantes portugueses na III Assembleia Ecuménica e três dos congressistas partilharam a sua experiência na Roménia: a Irene Moreira, do SDPJ Porto, a Lúcia Pedrosa, dos Jovens Sem Fronteiras e o Pedro Brito, pastor da Igreja Presbiteriana.
A manhã terminou com uma celebração ecuménica no auditório do centro paroquial de Santa Maria, com uma reflexões sobre ‘olhares bíblicos’. Foi um tempo forte de oração pela comunhão entre as pessoas e as Igrejas.
Com uma excelente tarde de sol, o FEJ continuou nas ruas de Viana, a ‘caminhar com Jesus’. Os 20 grupos de campo, saíram de mapa na mão à procura dos espaços que já foram iluminados pelo Evangelho e daqueles que ainda precisam da luz de Cristo. Monumentos, instituições, estátuas, paisagens...tudo serviu de proposta. Ao fim da caminhada, os diferentes grupos reflectiram o tema a partir das luzes e sombras presentes na vida da Zaqueu e prepararam uma petição para a celebração final.
Os mais jovens tiveram um peddy-paper, partindo, com máquinas fotográficas, á procura dos espaços de luz e sombra da cidade. E semearam alegria e festa por onde passaram, não deixando ninguém indiferente, como o provaram as fotos que foram projectadas na Celebração de Envio.
O momento mais alto (e conclusivo) aconteceu no Largo da Sé com uma Celebração de Envio, preparada pelo SDPJ de Viana do Castelo. Ali todos os grupos chegaram e dali todos os jovens foram enviados com a Missão de construir mais unidade, iluminados por Cristo. O Círio Ecuménico Jovem recebeu 20 fitas com outras tantas preces feitas e ditas por cada um dos grupos de campo. Depois das palavras de estímulo do Bispo Sifredo Teixeira, da Igreja Metodista, os jovens permaneceram ainda largo tempo a cantar e dançar na Praça da Sé, fazendo de Viana, por um dia, a ‘capital portuguesa do Ecumenismo’.


>Tony Neves

Seixo (Montemor-o-Velho)



Maria das Dores Marques comemorou
cem anos




A crença religiosa e o apoio da família, aliando a boa disposição, são alguns dos segredos da vivacidade e lucidez de Maria das Dores Marques, residente no lugar de Lavegada, freguesia do Seixo, no concelho de Montemor-o-Velho, que, no dia 26, celebrou 100 anos de idade.

“Nunca pensei ser merecedora de um bem tão grande; se acordo todos os dias é porque Jesus me acorda, é matemático”, disse-nos a centenária senhora, com ar sorridente e bem disposto.
A festa de aniversário foi comemorada, sábado, dia 27. Em casa, rodeada pela família e amigos, teve lugar um almoço de confraternização, com bolo de aniversário, cujas três velas, D. Maria apagou de um só sopro, acabando, no entanto, por contrariar a neta no desejo formulado: “peça mais um ano, avó”, indicou Maria Delminda, tendo por resposta imediata: “Só mais um não, é pouco”, disse, bastante risonha.
À tarde foi celebrada uma missa de acção de graças pela aniversariante, a cuja “festa da liturgia” também se associou o padre Isildo Costa pelos 22 anos de assistência social e pastoral na freguesia do Seixo.
No final da missa, quando recebia os parabéns, Maria das Dores disse com entusiasmo “agora vou dançar, pois vou”, desafiando o bisneto, Nuno, com a mesma desenvoltura que exibe nos dias em que resolve visitar amigos e vizinhos, saindo de casa “sozinha e pelo próprio pé”.
A terceira parte da festa de aniversário foi promovida pelo Rancho Regional do Seixo, numa homenagem “a uma pessoa que ajudou o grupo na recolha de costumes e tradições, músicas e danças”.
Maria das Dores Marques, viúva há 15 anos, é filha de José de Jesus, homem dos trabalhos agrícolas, de grande instrução e bem reconhecido na sua comunidade, e de Maria Rosa Marques, sendo a mais velha de quatro irmãs, duas já falecidas, demonstrando uma enorme vitalidade, como sua irmã Maria da Conceição, de 86 anos, até pela maneira como sobe, sozinha e sem ajuda, as escadas da casa da filha, onde reside, em Lavegada.
Apesar de seu pai ter sido um “mestre-escola” na freguesia, Maria das Dores nunca aprendeu a ler. “Não sei uma letra, mas sempre fui amiga do saber”, disse-nos, referindo que “isso não impediu de arranjar marido, num bailarico de uma adiafa”.
Tem uma filha, Floripes de 76 anos, uma neta, Delminda, de 56, e dois bisnetos, o Nuno de 28, e a Inês de 17. Muito amiga da família, Maria das Dores disse que “colocando a filha e a neta nos pratos de uma balança, o peso da gratidão é igual, porque tenho muito amor pelas duas”.
Dançando a moda da “Amendoeira”, Maria das Dores, demonstrando bom sentido de humor, reclama que lhe arranjem um noivo, “mas sem barba”.
A esta efeméride juntou-se o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho que, desejando felicidades à aniversariante e cumprimentando os familiares e amigos, fez questão de oferecer uma prenda a Maria das Dores, em nome do Município. De referir que o autarca Montemorense faz questão de felicitar todos os munícipes de idade mais avançada pelos seus aniversários, mas de forma especial os que completam e ultrapassam o centenário.

Aldo Aveiro

Carapinheira grata à missão dos novos párocos


Completaram-se, dia 16 de Outubro, dois anos que os padres José Luís Ferreira e António Joaquim Domingues assumiram, “in solidum”, a assistência social e pastoral desta freguesia. Durante estes dois anos de paroquialidade, foi notória a crescente participação da comunidade nas diferentes manifestações e obras da Igreja.

A comunidade de Carapinheira está eternamente grata a D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra que, “iluminado com a luz do Espírito Santo”, procedeu à nomeação destes jovens párocos que abraçaram com entusiasmo e dedicação o serviço pastoral nesta grande paróquia. Pode, até, afirmar-se “com espírito de missão”.
“Construindo pontes”, promovendo o diálogo com os diferentes movimentos litúrgicos e imprimindo um novo estilo de proclamação da liturgia, cativante e entusiástico, estes jovens párocos, desde 16 de Outubro de 2005 a paroquiar a freguesia da Carapinheira, fomentaram um novo dinamismo na comunidade, verificando-se mais união entre paroquianos e uma maior participação nos actos litúrgicos e nas diferentes manifestações e obras da Igreja.
Esta “missão” significa proclamação, Igreja em movimento, em transformação, crescendo, amadurecendo, desenvolvendo-se। É que, nos dias de hoje, a proclamação do Evangelho é particularmente exigente. Porque não está em causa apenas um indivíduo, mas um grupo humano que, como Igreja, precisa de ser actual, dinâmica e solidária.


Aldo Aveiro

Carapinheira assinalou Dia das Missões


Em todo o mundo, o mês de Outubro é para a Igreja Católica um período em que são intensificadas as iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal. Trata-se de, com especial empenho, despertar a consciência e vida missionária cristã, as vocações missionárias, bem como promover o peditório anual mundial para as Missões, para o sustento de actividades de promoção humana e evangelização nos cinco continentes, sobretudo, em países onde os cristãos são ainda minoria e as necessidades materiais são mais urgentes. A mensagem do Papa Bento XVI, para este ano, veio recordar-nos, ao evocar os cinquenta anos da encíclica de Pio XII, “Fidei Donum”, que a missão diz respeito a todas as Igrejas, destinando-se a todo o mundo.
Em diversas paróquias, durante as celebrações da Eucaristia, por iniciativa dos párocos e catequistas, crianças e adolescentes também evocaram e festejaram o Dia Mundial das Missões, com diferentes iniciativas para testemunhar uma jornada de fé, uma festa de catolicidade e solidariedade em favor da missão universal da Igreja.
Na comunidade da Carapinheira foi um momento único para os cristãos que, estimulados pela criatividade da juventude, exaltaram o renovado convite para agradecer a Deus o dom da fé e um apelo à corresponsabilidade na evangelização hoje e sempre, aqui e em todo o mundo.

Aldo Aveiro

29 de outubro de 2007

Mensagem de D. Albino Cleto antes da sua viagem a Roma para a “visita ad limina”



Estimados irmãos,


No início deste mês de Novembro, do dia 2 até ao dia 12, o vosso Bispo estará em Roma, cumprindo de boa mente um dever episcopal que tem por nome "Visita ad limina Apostolorum", isto é, visita aos tumúlo dos Apóstolos Pedro e Paulo e encontro com o Pastor de toda a Igreja, o Santo Padre Bento XVI.
Esta antiquíssima tradição torna presente ao Bispo e à Diocese que lhe foi entregue a consciência de que ele é um continuador dos Apóstolos, Pastor de uma Igreja particular, porção da Igreja Universal, Igreja de Jesus que proclama o mesmo Credo e cultiva a unidade no amor recíproco e na celebração dos mesmos mistérios sagrados.
Por isso, o Bispo de Coimbra, integrado no grupo dos Bispos de Portugal, proclamará junto da sepultura de S. Pedro e também na de S. Paulo a fé que ele mesmo ensina na sua catedral coimbrã e nas visitas pastorais, a fé que vós, seus padres, diáconos e catequistas, sobretudo vós, famílias cristãs da sua Diocese, viveis e transmitis aos que vos cercam.
Na sua permanência em Roma o vosso Bispo encontrar-se-á repetidamente com o Santo Padre e com os principais colaboradores e serviços que ajudam Bento XVI a orientar o povo de Deus por rumos acertados de esperança e entre-ajuda. Será esta mais uma oportunidade de avaliação dos caminhos por nós percorridos, com acertos e falhas, bem como ocasião privilegiada para recolher orientações seguras e estimulantes.
Durante estes dias o Bispo terá bem presente, no seu espírito e na oração, a amada Igreja de Coimbra que lhe foi confiada e sente bem unida à Igreja una, santa, católica e apostólica, presidida por Pedro.
Peço-vos, estimados irmãos, que nestes dias me acompanheis, em pensamento e oração, particularmente nas preces da Eucaristia dominical, rogando a Deus pela nossa Diocese, a fim de que ela, sempre unida à Igreja dos Apóstolos e ao seu Pastor universal, seja uma comunidade viva, iluminada pelo Espírito Santo e generosa no serviço dos homens e mulheres que vivem nestas abençoadas terras de Coimbra.


+ Albino Cleto,
Bispo de Coimbra

28 de outubro de 2007

Inaugurada pelo Seminário e pelo ISET

Uma biblioteca ao serviço
da cultura cristã




No dia 25 de Outubro foi inaugurada, no edifício "Casa Novíssima" do Seminário de Coimbra, uma nova biblioteca que integra as obras existentes na biblioteca do Instituto Superior de Estudos Teológicos e na biblioteca do mesmo Seminário, num total de quase dez mil volumes. A este conjunto virão juntar-se os espólios de alguns sacerdotes que, entretanto, ofereceram os seus livros para benefício da cultura cristã em Coimbra e na Região Centro.
A inauguração da biblioteca ocorreu no dia da abertura solene das aulas do ISET, seguindo-se à da Eucaristia, presidida por D. Albino Cleto e concelebrada pelos bispos de Aveiro, Leiria-Fátima e Portalegre e Castelo Branco e por vários professores do Instituto, membros da equipa educadora do Seminário e párocos da cidade de Coimbra. Na homilia da missa, D. Albino pôs em relevo a humildade sempre necessária, como dom do Espírito, para quantos se dedicam ao estudo das ciências, e nomeadamente da ciência teológica. Com efeito, a Escritura que o Pai "escondeu estas verdades aos sábios e aos inteligentes, revelando-as aos pequeninos".
A cerimónia de abertura da biblioteca constou de dois momentos: a bênção das renovadas instalações, e as intervenções do Reitor do Seminário e do Director do Instituto. Perante os bispos acima mencionados, o vice-presidente da Câmara, Eng. João Rebelo, o vereador da Cultura, Dr. Mário Nunes, alguns antigos e actuais professores, muitos convidados e os alunos do ISET, D. Albino pediu a bênção de Deus para todos quantos, através deste nova estrutura, possam servir melhor a Igreja e a sociedade.
O cónego Aurélio Campos, reitor do Seminário, recordou depois os passos dados, ao longo de dez anos, para tornar este sonho numa realidade concreta, descrevendo as obras necessárias para transformar a cave da "Casa Novíssima", mandada construir em 1880 pelo grande e benemérito Bispo-Conde D. Manuel Correia de Bastos Pina, num espaço adequado para esta finalidade.
Depois, o director do Instituto, Doutor Jesus Ramos, a jeito da costumada "oração de sapiência", falou sobre "Mestres e alunos do Seminário e do ISET com obra publicada".
O âmbito do seu trabalho abrangeu uma larga época, iniciada em 1886, ano que definiu como o do começo da "romanização do estudo da teologia em Coimbra", e a terminar nos nossos dias. Dividiu a sua análise em quatro épocas: de 1886 à república; a renovação dos anos vinte e trinta com D. Manuel Luís Coelho da Silva; o período que antecedeu o Concílio; e do Concílio aos nossos dias. Em cada um destes períodos tentou caracterizar o estudo teológico, recordando os mestres e os livros que publicaram; bem como os contributos dos alunos que se lançaram, depois, na aventura da escrita.
No primeiro período destacou a obra de Santos Abranches, Lima Vidal, Tiago Simibaldi e José Matoso. No segundo, o destaque foi para Trindade Salgueiro, Nogueira Gonçalves e Américo Aguiar. Os anos que precederam o Concílio tiveram como professores e autores Brito Cardoso, Urbano Duarte e Almeida Trindade e Póvoa dos Reis. Depois, na época conciliar, distinguiram-se Ferreira Gomes e Encarnação Reis e Manuel Augusto Rodrigues a que se seguiram, depois da criação do ISET um bom número de autores, em que se destacam José de Oliveira Branco – "Um pensador de mão cheia", como lhe chamou Jesus Ramos – e José Dias da Silva, "possivelmente autor português que melhor conhece a doutrina social da Igreja".
A nova Biblioteca de Cultura Cristã vai, em breve, estar aberta não apenas aos alunos de teologia, mas a todos quantos pretendam ler obras de índole cultural religiosa, teológica e cristã.
Miguel Cotrim

Colóquio no centenário de nascimento


Nunes Pereira: a simplicidade de um grande padre e artista


Num colóquio realizado a 27 e 28 de Novembro, no Seminário, integrado nas comemorações do centenário de Mons. Nunes Pereira, aquele sacerdote foi recordado, como padre e como artista que marcou a sociedade em que viveu.


D. Albino Cleto afirmou na sessão de abertura do Colóquio sobre Monsenhor Nunes Pereira, que decorreu no passado fim-de-semana no Seminário de Coimbra que "é muito difícil o equilíbrio" para uma pessoa que queira ser padre e artista ao mesmo tempo. "Muitas vezes a arte encarece o padre que se pretende ser", disse o Prelado da diocese aos participantes deste colóquio. Reconhecendo que não foi isso que aconteceu com Monsenhor Nunes Pereira. D. Albino alegra-se pelo facto de um padre da sua diocese ser considerado um grande artista no seio de Coimbra e também, pelo facto "ter exercido os trabalhos pastorais mais humildes e alguns deles difíceis". Para o Bispo de Coimbra, Monsenhor Nunes Pereira "tinha um olhar de artista, que nunca descurou da sua função de padre". "A forma de ver o mundo a partir da Baixa, onde ele foi pároco e onde exerceu também a sua veia artística, só pode ser de um padre", concluiu D. Albino Cleto.
O Padre Doutor Jesus Ramos, que conviveu com ele durante muitos anos, reconheceu também as virtudes deste sacerdote falando dele na vertente pastoral. O director do ISET falou da influência que tiveram na formação da sua alma sacerdotal os seus pais, lendo alguns poemas que, a propósito, Nunes Pereira escreveu no seu livro "Pedra d´Ara". Recordou depois a sua passagem pelo Seminário, nos anos vinte, onde descobriu melhor a sua dupla vocação: de artista e de padre. Para ultrapassar o dilema, disse, foi "de capital importância o companheiro Américo Aguiar (o futuro Padre Américo) que o descansou quanto ao futuro". Afinal podia-se ser, ao mesmo tempo, como o foi Fra Angélico, padre e artista. O Padre Doutor Jesus Ramos acrescentou a influência que tiveram os mestres, nomeadamente o Padre Melo, o Dr. Trindade Salgueiro, Monsenhor Martins Madeira ,o Cónego Nogueira, entre outros, que "moldaram" a sua forma de ser padre.
O Professor Doutor Manuel Laranjeiro, docente da Universidade de Coimbra e grande amigo de Monsenhor Nunes Pereira defendeu que "todo o património deveria ser inventariado (não é recolher, é apenas para saber onde se encontra) para um dia mais tarde, ou quando necessário fazer-se exposições esporádicas". Quanto à Oficina de Nunes Pereira (hoje espécie de museu), o docente universitário, afirmou que deveria estar num museu, para que possa estar à disposição das pessoas.
Passaram ainda por este colóquio, a Professora Doutora Elisabete Oliveira, o Professor Doutor José Carlos Seabra Pereira, o Cónego Dr. José Bento Vieira, o Doutor Marco Daniel Duarte, O Professor António Bouça, o padre Nuno Miguel Santos, Engenheiro João Rebelo (em representação do presidente da Câmara Municipal de Coimbra), Dr. Mário Nunes, a Dr.ª Virgínia Gomes, a Dr.ª Ludovina Capelo, o Cónego Aurélio de Campos e D. João Alves, Bispo Emérito de Coimbra.

Texto e Foto: Miguel Cotrim