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6 de abril de 2009

D. Albino, no IV Curso Alpha na Carapinheira

A Igreja está comprometida na defesa dos valores morais


“Não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”, disse D. Albino Cleto, na Carapinheira, dia 3 de Abril.
A decorrer com singular entusiasmo, o IV Curso Alpha da Carapinheira, alargado ao seu arciprestado, recebeu dia 3 de Abril, a convite do responsável do curso, diácono Lusitano Rainho, o eminente bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, que falou sobre o tema “O que é a Igreja”. Explicando que “a Igreja somos nós todos os baptizados”, o prelado aludiu à sua “paixão pela Igreja”, focando diversos aspectos da sua exímia experiência como pároco e bispo. Como instituição, D. Albino disse que “a Igreja é respeitada pelos valores que sempre fomentou e continua a defender, destacando, entre outros, a educação, a solidariedade, a arte e a moral”. Mas “é precisamente nos valores da moral que a Igreja é especialmente criticada”, denunciou, para reiterar que “essas críticas provêm daqueles que mais A amam”. Afirmando que “a Igreja é como uma Mãe que apesar das “rugas” deve ser amada e respeitada”, o bispo realçou “a importância dos seus ensinamentos e desígnios que emergem do Evangelho de Cristo”. “A participação dos cristãos na evangelização e na defesa dos valores morais tornam a Igreja viva”, sustentou.
D. Albino realçou “o papel dos jovens missionários que partem para a África e para o Brasil a relançar, com coragem e desprendimento, as mensagens do Evangelho onde ainda não se afirmou”, defendendo que “os desafios sociais e religiosos que a humanidade vive nos nossos tempos devem estimular os crentes a renovar o seu fervor missionário”. “Que os jovens missionários sejam peritos na celebração, adoração, contemplação da Eucaristia e semeadores dos valores morais e sociais da Igreja”, disse, enfatizando que “isto é a Igreja”.
D. Albino disse que “Igreja” e “Reino de Deus”, embora tendo alguma similitude, apresentam algumas diferenças. Para tanto, explicou que “Reino de Deus significa a presença de Deus em todos os homens”, sendo “um conceito fundamental nas 3 principais religiões: no Judaísmo, no Islamismo e, mais notavelmente, no Cristianismo”. O prelado ensinou que “o Reino de Deus, instituído na terra por Cristo, há cerca de 3.800 anos, foi destinado a acolher todos os homens; mais tarde, João Baptista exortou as pessoas a arrependerem-se, porque “está próximo o Reino dos Céus (Mt 3,2) ”, e, com o baptismo de Jesus, começa “o seu ministério”, que se centrou, necessariamente, em torno do Reino de Deus”; por conseguinte, o Reino de Deus, que é uma grande realidade misteriosa, tem um grande sentido profético e missionário na vida da Igreja Cristã”. Referindo-se à “Igreja” como reunião, amor, partilha e perdão”, o prelado esclareceu que “a Igreja é Povo, Família, Corpo, Noiva (Esposa) e Templo ”. Como Povo “é um conjunto de elementos e laços que liga os crentes”, objectivo do Papa que pretende “dar Deus à Europa, conseguir unir os cristãos do Mundo e dialogar com as outras religiões que acreditam em Deus; como Família tem um relacionamento de amor profundo; como Corpo “a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino”; como Noiva, o próprio Cristo definiu-se como o “Esposo” (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna; Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, “para a tornar santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus”; como Templo “estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo, porque Ele guia, toma conta e “edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas”.
Para D. Albino “a Igreja rege-se por determinados valores e estes têm durabilidade”. Por isso, afirmou, “não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”. Todavia, admitiu que “nem sempre as opiniões da Igreja ou as suas orientações são bem aceites ou são a favor da opinião comum; são de contradição, mas também é essa a sua função e missão”. “Os que são católicos praticantes são-no não só por irem à missa mas participarem na vida das comunidades”, informou, avançando que “estamos a criar condições para termos o tipo de Igreja delineada no Concílio do Vaticano II: no passado, tínhamos a igreja essencialmente clerical, alicerçada no padre, mas hoje temos muitos leigos comprometidos, um grupo de cristãos empenhados, embora o número não seja ainda o que gostaríamos de ter”. “Ao defender os valores morais da Igreja, verifica-se, com mais profundidade, a necessária universalidade do amor, da solidariedade, da partilha, de paz, que, no geral, traduzem a missão da Igreja”, concluiu D. Albino.


Aldo Aveiro

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