Conferências Quaresmais em S. José
"Precisamos de um exército de missionários"
– afirmou o Bispo Auxiliar de Braga, D. António Couto.
"Cooperadores precisam-se para formar uma rede de evangelizadores. Já ouviste chamar pelo teu nome?" O apelo é de D. António Couto, Bispo Auxiliar de Braga na última conferência quaresmal da cidade realizada no dia 26 de Março no Salão Polivalente da Paróquia de S. José.
Para D. António Couto, "Cristo precisa de uma rede de missionários, não bastam os catequistas que temos, os movimentos que possuímos, precisamos de um exército que viva o Evangelho, que viva e morra por amor".
"Comunidades e capelinhas" foi o tema abordado por D. António Couto e que congregou centenas de fiéis provenientes das diversas paróquias da cidade. O Bispo Auxiliar de Braga, seguindo as cartas de S. Paulo aos Coríntios, deixou várias recomendações para construirmos verdadeiras comunidades cristãs e deixarmos de fazer "capelinhas", divisões ou cismas entre nós.
Para isso, D. António Couto, aconselha a sermos, à semelhança de Pedro, "remendadores de redes". Expressão que foi muito usada por S. Paulo. Na constituição das primeiras comunidades havia muitas divisões e cismas entre os cristãos – uns diziam que pertenciam a Paulo, outros a Apolo, outros a Ceifas, outros a Cristo pelo facto de terem sido baptizados por eles. Aqueles que baptizavam tornavam-se também uma espécie de "donos" dos novos cristãos. Segundo a reflexão de D. António Couto, Paulo insistiu muito junto das comunidades para não alimentarem as diferenças "porque Cristo é de todos e Ele não envia a baptizar, mas sim a evangelizar".
"O anúncio da morte de Jesus não é um memorial do luto, mas sim uma atitude de dar a vida, o amor pelos outros", afirmou o prelado da arquidiocese de Braga. E isso, é o verdadeiro sentido da Eucaristia, acrescentou.
Noutro ponto, D. António Couto pediu para anunciarmos Cristo para sempre, advertindo que pregar Cristo não é "argumentar, demonstrar com artes retóricas e malabarismos da linguagem, mas sim mostrar com vida, testemunho de modo a identificarmos com Cristo".
D. António Couto insistiu para não criarmos divisões nas nossas paróquias. "Cristo tem que estar sempre no meio dos nossos objectivos", advertiu. "Quando afirmamos que o padre ou o coro da nossa paróquia é melhor que o da paróquia ao lado já estamos a criar divisões entre nós", exemplificou.
D. António Couto afirmou ainda que "é necessário tocar no coração das pessoas, ir ao encontro, estar com elas, conhecê-las e não ficarmos apenas a pregar num monte". Segundo o prelado, "o grande sucesso de Paulo foi o facto de ele se ter tornado humilde e servo das comunidades. E isso demonstra como devemos ser hoje" – refere o bispo – "isto gera afectos e não cria capelinhas".
Ao concluir, D. António Couto disse que "podemos estar bem vestidos, mas podemos estar nus por dentro, então é preciso revestirmos de bondade, humildade, mansidão e magnanimidade". Mas, acima de todas estas coisas é preciso o amor…
O último conferencista do ciclo de conferências quaresmais em S. José, é o Padre Carreira da Neves, que apresentará logo à noite o tema "Desafios da Evangelização, hoje". O Padre Carreira das Neves é professor jubilado da Universidade Católica Portuguesa e é assídua presença no programa Ecclesia, transmitido de segunda a sexta-feira na RTP 2.
M.C.
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