Tentúgal celebrou Senhor dos Passos
Procissão nocturna de sábado, apresentando os tradicionais candeeiros de três bicos, confere originalidade à celebração dos Passos do Senhor.
Perdem-se nas brumas do tempo e no passado das memórias, as profundas tradições de Fé e Religiosidade das gentes de Tentúgal, de que ganham especial relevo as piedosas Celebrações Quaresmais. A Vila ganha uma ambiência especial, sobretudo com a realização da peculiar Procissão dos Candeeiros, a Celebração da Liturgia, e a Procissão dos Passos do Senhor, retrato de grande simbolismo e imponência, com o Sermão do Pretório, Sermão do Encontro, em plena Praça do Rossio, e Sermão do Calvário, registando uma verdadeira manifestação de fé.
A procissão nocturna, também designada "procissão dos candeeiros", realizada dia 28, à noite, confere à comunidade e à assistência um cenário de grande misticismo. Simboliza o caminho de Cristo que vai do Cenáculo, depois da ceia, para o Horto das Oliveiras, onde faz a sua "Oração da Agonia". Por tal motivo, o andor do "Senhor dos Passos" vai velado por um "véu" de tecido roxo. A Procissão dos Candeeiros, particularidade que, ao que tudo indica, apenas se verifica em Tentúgal, reside no facto das mulheres, em vez de levarem velas de cera, apresentam candeeiros de três bicos, os quais, eram um "instrumento de luz" muito utilizados no velório dos mortos. É esta tradição que distingue este cortejo litúrgico, quiçá um cenário original e único na região ou no país.
Os candeeiros são praticamente sempre os mesmos, pois vão ficando de pais para filhos, fazendo-se transportar pela mulher da família, a iluminar "os Passos do Senhor". Este rito também simboliza o desprendimento das "amigas de Cristo", pois as mulheres foram as únicas que não o abandonaram no seu sofrimento e representa, também, uma das luzes da casa, que aquece e ilumina os caminhos.
Segundo José Craveiro, "os candeeiros são peças vistosas, podendo apresentar tamanhos variados e adoptam uma magnífica confecção; são candeeiros de latão, que apresentam uma base de apoio, possuem espigão rematado por pega de mão e suporta uma bolsa cilíndrica, ao centro, para receptáculo do azeite, apresentando três orifícios de onde saem as torcidas de tecido, embebidas em azeite (símbolo de Luz Divina), para produzir a luz e iluminar; estes candeeiros apresentam ainda como acessórios, a pinça (para puxar o morrão, impedindo que saia fumo ou cheiro), o protector de vento, o espevitador e o apagador".
Nesta noite, os candeeiros acompanham todo o cortejo processional, dando luz e brilho ao mesmo, fazendo a trasladação da imagem do Senhor dos Passos da Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora da Assunção) para a Igreja da Misericórdia, numa lógica que personifica a caminho do Horto no Monte das Oliveiras. Porém, este ano, a forte ventania que se fez sentir impediu que os candeeiros prosseguissem "dando luz". Só mesmo junto da Igreja da Misericórdia alguns candeeiros se acenderam.
No domingo, após a Recitação do Terço e do Sermão do Pretório, na Igreja da Misericórdia, o pano caiu deixando a descoberto a imagem do "Senhor dos Passos", Verónica, Madalena e S. João Evangelista. Momento, em que a Verónica cantou, em latim: "O vós omnes qui transitis per viam atendite et videte si est dolor sicut dolor meus" (Ó Vós todos que passais pela via – caminho – Olhai e vede se há dor igual à minha dor), causando uma certa emoção aos mais sensíveis. Inicia-se a procissão que, percorrendo o trajecto habitual, vai celebrando alguns episódios da caminhada de Jesus até à sua Morte, onde se ouve o cântico da Verónica, destacando-se o Sermão do Encontro e o Sermão do Calvário. A festividade terminou com nova procissão, chamada "da Soledade" da Igreja Matriz para a Igreja do Convento da Natividade, transportando a Virgem Mãe, após a Morte de Cristo. Particularmente, na Procissão da Soledade, os Irmãos da Misericórdia que levam opas pretas, colocam a romeira sobre a cabeça, símbolo de luto e solidariedade para com a Mãe de Jesus. Os actos litúrgicos foram presididos pelo padre Élcio dos Santos, auxiliado pelos padres Martinho de Sousa e Lucas Pio, enquanto os sermões foram proferidos pelo padre Carlos Eduardo Cavallieri (com funções paroquiais em Itália), todos do Instituto Fraternidade Jesus Salvador, da Diocese de Santo Amaro-S.Paulo-Brasil. As procissões foram acompanhadas pela Filarmónica 25 de Setembro de Montemor-o-Velho.
A celebração do Senhor dos Passos resulta de uma parceria da Santa Casa da Misericórdia e da Comissão Fabriqueira da Igreja, em colaboração com os movimentos litúrgicos e apoio da comunidade.
A procissão nocturna, também designada "procissão dos candeeiros", realizada dia 28, à noite, confere à comunidade e à assistência um cenário de grande misticismo. Simboliza o caminho de Cristo que vai do Cenáculo, depois da ceia, para o Horto das Oliveiras, onde faz a sua "Oração da Agonia". Por tal motivo, o andor do "Senhor dos Passos" vai velado por um "véu" de tecido roxo. A Procissão dos Candeeiros, particularidade que, ao que tudo indica, apenas se verifica em Tentúgal, reside no facto das mulheres, em vez de levarem velas de cera, apresentam candeeiros de três bicos, os quais, eram um "instrumento de luz" muito utilizados no velório dos mortos. É esta tradição que distingue este cortejo litúrgico, quiçá um cenário original e único na região ou no país.
Os candeeiros são praticamente sempre os mesmos, pois vão ficando de pais para filhos, fazendo-se transportar pela mulher da família, a iluminar "os Passos do Senhor". Este rito também simboliza o desprendimento das "amigas de Cristo", pois as mulheres foram as únicas que não o abandonaram no seu sofrimento e representa, também, uma das luzes da casa, que aquece e ilumina os caminhos.
Segundo José Craveiro, "os candeeiros são peças vistosas, podendo apresentar tamanhos variados e adoptam uma magnífica confecção; são candeeiros de latão, que apresentam uma base de apoio, possuem espigão rematado por pega de mão e suporta uma bolsa cilíndrica, ao centro, para receptáculo do azeite, apresentando três orifícios de onde saem as torcidas de tecido, embebidas em azeite (símbolo de Luz Divina), para produzir a luz e iluminar; estes candeeiros apresentam ainda como acessórios, a pinça (para puxar o morrão, impedindo que saia fumo ou cheiro), o protector de vento, o espevitador e o apagador".
Nesta noite, os candeeiros acompanham todo o cortejo processional, dando luz e brilho ao mesmo, fazendo a trasladação da imagem do Senhor dos Passos da Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora da Assunção) para a Igreja da Misericórdia, numa lógica que personifica a caminho do Horto no Monte das Oliveiras. Porém, este ano, a forte ventania que se fez sentir impediu que os candeeiros prosseguissem "dando luz". Só mesmo junto da Igreja da Misericórdia alguns candeeiros se acenderam.
No domingo, após a Recitação do Terço e do Sermão do Pretório, na Igreja da Misericórdia, o pano caiu deixando a descoberto a imagem do "Senhor dos Passos", Verónica, Madalena e S. João Evangelista. Momento, em que a Verónica cantou, em latim: "O vós omnes qui transitis per viam atendite et videte si est dolor sicut dolor meus" (Ó Vós todos que passais pela via – caminho – Olhai e vede se há dor igual à minha dor), causando uma certa emoção aos mais sensíveis. Inicia-se a procissão que, percorrendo o trajecto habitual, vai celebrando alguns episódios da caminhada de Jesus até à sua Morte, onde se ouve o cântico da Verónica, destacando-se o Sermão do Encontro e o Sermão do Calvário. A festividade terminou com nova procissão, chamada "da Soledade" da Igreja Matriz para a Igreja do Convento da Natividade, transportando a Virgem Mãe, após a Morte de Cristo. Particularmente, na Procissão da Soledade, os Irmãos da Misericórdia que levam opas pretas, colocam a romeira sobre a cabeça, símbolo de luto e solidariedade para com a Mãe de Jesus. Os actos litúrgicos foram presididos pelo padre Élcio dos Santos, auxiliado pelos padres Martinho de Sousa e Lucas Pio, enquanto os sermões foram proferidos pelo padre Carlos Eduardo Cavallieri (com funções paroquiais em Itália), todos do Instituto Fraternidade Jesus Salvador, da Diocese de Santo Amaro-S.Paulo-Brasil. As procissões foram acompanhadas pela Filarmónica 25 de Setembro de Montemor-o-Velho.
A celebração do Senhor dos Passos resulta de uma parceria da Santa Casa da Misericórdia e da Comissão Fabriqueira da Igreja, em colaboração com os movimentos litúrgicos e apoio da comunidade.
Aldo Aveiro
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