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29 de maio de 2008

A Verdade: Tesouro precioso sem dono


No julgamento de Cristo – o Homem Deus – o juiz Pilatos viu-se confrontado com esta difícil questão: o réu declarou-se culpado de dar testemunho da Verdade. Tal declaração, porém, em nada alterou para o desfecho do processo: a sua condenação à morte infame.
Será a verdade uma questão menor para os homens juízes? Terão os homens medo da Verdade? Fará algum sentido dizer que a verdade é só uma?
As crises do mundo adquirem mais ou menos importância conforme o seu contexto, a sua amplitude ou as consequências que acarretam. Poucos se dão conta que as crises humanas, todas sem excepção, têm todas que ver com a verdade ou a falta dela. É, no entanto, dificilmente se vislumbram, nos conflitos e nas guerras, nos assassínios e nas vinganças homicidas, vestígios de sensatez e de respeito pela VERDADE.
A sentença, maquiavélica que manda preparar a guerra para conseguir a paz, revela uma monstruosa aberração. A poderosa e rica indústria dos armamentos provoca e alimenta as guerras. A violência foi banida das escolas pela lei, mas a verdade é que ela está no coração das pessoas e reacende-se facilmente. A crise das famílias, a morte do amor, a exploração dos seres humanos, a fraude, a corrupção, surge todos os dias com evidentes sinais de desprezo pela verdade.
Estará a nossa geração condenada a ter de viver cada um com a sua verdade?
A verdade não está na proclamação dos direitos humanos sem referência aos deveres.
A verdade não está nas políticas anti pobreza de acabar com os pobres sem ter em conta os poderosos geradores de pobreza; os vícios, os ódios, a preguiça e os egoísmos.
A verdade não está nas políticas alinhadas, ideologias materialistas e edonistas que dificultam a liberdade religiosa e o culto de Deus.
Com estas e muitas outras situações semelhantes, a Verdade é substituída pela mentira ou pelo erro, pelas conveniências ou pela moda,
Como peregrinos da verdade, todos os homens deveriam empenhar-se na sua procura sem excluir à priori, como fazem alguns fanatizados as propostas da religião e do maior Bem da Humanidade toda. E saborear o poeta cristão que escreveu:
"Por isso, hei-de subir até à Vida,
Despedaçando o corpo na subida.
Por isso, hei-de gritar, de porta em porta,
A mentira das noites sem estrelas;
Hei-de fazer florir açucenas nos meus lábios;
Hei-de apertar a mão que me castiga;
E hei-de trazer, aqui, sobre os meus ombros,
A tua Cruz, Senhor!"

Mons. João Evangelista R. Jorge

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