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2 de outubro de 2007

Nas Jornadas das Comunicações Sociais


Igreja exige aos jornalistas um olhar cristão sobre a realidade


A necessidade para um olhar cristão sobre a realidade marcou a conclusão dos trabalhos das Jornadas Nacionais das Comunicações Sociais que decorreram em Fátima, de 27 a 28 de Setembro.
Na conferência final, D. Manuel Clemente defendeu que a comunicação social católica deve preferir "competência à emoção e o aprofundamento à precipitação", não vendendo "nada nem ninguém", mesmo sob a pressão das "audiências".
Falando de "Um olhar de Igreja sobre a realidade", o Bispo do Porto indicou que, em várias situações, a liberdade religiosa ainda não está completamente assegurada, sendo muitas vezes confinada a um "âmbito individual".
Evitando polémicas directas com o governo, D. Manuel Clemente deixou um desafio aos participantes – "imaginemos que numa determinada sociedade" – passando a criticar situações em que a transmissão do legado religioso nas escolas é relegada para horários pouco viáveis ou em que ensino não-estatal tenha de ser pago por inteiro pelos pais.
Nestas referências indirectas não foi esquecido o caso do acompanhamento religioso e prisional ser reduzido a quem o pede, "excluindo qualquer espécie de proposta ou oferta que suscitasse tal pedido", ou a secundarização, no campo da ajuda ao próximo, de iniciativas confessionais.
"A comunicação social que se queira cristã e humanista deve estar atenta, esclarecer e eventualmente denunciar, no sentido de efectivar a liberdade religiosa para todos e cada um, como direito fundamental a ser considerado por práticas sociais e públicas correspondentes", indicou.
O presidente da Comissão Episcopal responsável pelo campo das Comunicações Sociais manifestou-se contra "qualquer teorização puramente formal ou ideológica que encare a sociedade, mesmo a sociedade política, como um aglomerado de entidades individuais abstractas".
A laicidade, defendeu, "não se garante pela abstracção das crenças e motivações dos cidadãos e grupos de cidadãos", mas "pela potenciação das respectivas partilhas", no espaço público e garantindo os direitos das minorias.
Perante uma sociedade com "muita falta de esperança", a comunicação social cristã não deve desistir "da política nem da cultura", evitando "fazer-se eco de pessimismos ou decepções sistemáticas em tal campo".
A Igreja, por isso, tem um olhar sobre a realidade que quer ser "contemplativo, activo e activador", que "soma muitos olhares e unifica perspectivas" e se refere "à pessoa humana e à sua realização pessoal e social".
Texto: CC/Ecclesia/Fotos: Miguel Cotrim

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