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30 de janeiro de 2009

Mensagem para o Dia do Consagrado 1 de Fevereiro de 2009

“PARA MIM, VIVER É CRISTO” (Fil 1, 21)
1.A Igreja escolhe como Dia dos Consagrados a festa litúrgica da Apresentação do Senhor no Templo.
O Evangelho deste dia coloca-nos diante de uma singular Família de Nazaré. Maria e José decididos a cumprir as prescrições religiosas da sua terra preparavam-se para apresentar Jesus no templo de Jerusalém.
Nesse momento marcado do tempo são surpreendidos por duas pessoas, de idade avançada, que aguardavam esta hora: um homem e uma mulher idosos, de olhar voltado para o futuro, capazes de perceber os sinais de Deus na vida e na história e disponíveis para testemunhar a presença libertadora de Deus na humanidade.

2. Naquele momento e naquele lugar, ainda que de forma discreta e silenciosa, é Deus o protagonista da história e o centro do acontecimento. Simeão e Ana apenas realçam o valor desta presença, o significado existencial e histórico da promessa divina cumprida e o sentido deste gesto de apresentação e de consagração de Jesus no templo santo de Deus.
Na génese e no coração de vidas oferecidas e dadas a Deus está sempre a consagração nas suas mais diversas formas. Também aqui a iniciativa divina tem sempre o seu lugar primordial.
Lembremos o que nos diz João Paulo II: “Na tradição da Igreja a vida consagrada é considerada como um singular e fecundo aprofundamento da consagração baptismal, visto que nela a união íntima com Cristo, já inaugurada no Baptismo, evolui para o dom de uma conformação expressa e realizada mais perfeitamente” … e é o Espírito “que forma e plasma o espírito dos que são chamados, configurando-os a Cristo”. Como Jesus, o consagrado(a) não tem outro bem além do Reino, outra família além da de Deus, outro projecto que não seja o do Pai.

3. Quem, melhor do que Paulo, discípulo chamado por Cristo e seduzido pelo Reino, conseguirá dizer com esta verdade e clareza: “para mim, viver é Cristo”?
Quem, melhor do que os consagrados(as) entregues a Deus para servir humanidade, afirmará diariamente com igual coerência e com a mesma autenticidade: “para mim, viver é Cristo”?
Que melhor escola de vocação, de perseverança e de santidade encontraremos do que esta em que Cristo é o nosso mestre e modelo?
O consagrado encontra, ao jeito dos discípulos de Jesus na escola do mestre, no silêncio contemplativo, na escuta atenta e orante da Palavra e na experiência intensa da missão a sua razão de ser e de viver.
Por outro lado, continua sempre um permanente inquieto na busca do mistério eterno de Deus que o ama e o escolheu desde sempre e para sempre.
O Ano Paulino convida-nos a ir ao coração deste mistério inesgotável de Deus, fonte de vocação, de consagração e de fidelidade e lugar de bênção e de graça donde nascem e florescem as novas vocações.
Sem esta dimensão contemplativa do mistério santo de Deus e da escuta atenta da Sua Palavra, origem do conhecimento e da vida em Cristo, força mobilizadora para a missão e dinamismo inspirador do amor à Igreja, como poderemos nós traduzir o Evangelho nas novas linguagens da cultura com “novo ardor, novo entusiasmo e novos métodos”?
Ao mergulhar no mistério de Deus, o consagrado(a) reencontra e refaz diariamente na sua vida e missão este amor original de Deus que o escolheu. Daí emerge igualmente no(a) consagrado(a) em cada manhã a liberdade, a disponibilidade e a abertura para a compreensão dos caminhos que urge percorrer para que “o Evangelho seja colocado na vanguarda do tempo” e na universalidade das culturas, como tão bem o soube fazer S. Paulo.
Que S. Paulo nos ajude a perceber e a viver nesta certeza de fé a alegria e a generosidade de consagrados(as) e a descobrir o sentido permanente de vidas dadas por amor onde o rosto da Igreja se faz mais belo e se torna mais eficaz a sua missão .

D. António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro e Presidente da Comissão

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