Dia Nacional Vicentino comemorado em Coimbra
"Temos, hoje, dificuldades em recriar ou descobrir métodos para anunciar o Evangelho". A afirmação é do Padre Vítor Feytor Pinto que proferiu, em Coimbra, no passado dia 26 de Outubro, uma palestra sobre o tema "As Conferências Vicentinas e a Nova Evangelização". A paróquia de S. José foi o local, este ano, escolhido para comemorar o Dia Nacional Vicentino. Até porque foi nesta paróquia que três Conferências Vicentinas se uniram para concretizar um projecto em comum – o Centro de Acolhimento João Paulo II. Com sede própria, inaugurada em Junho de 2005 pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, este centro desenvolve inúmeras actividades de apoio a famílias e pessoas carenciadas da cidade, ultrapassando já as 600 famílias apoiadas. Neste momento tem a funcionar um Curso de Gestão e Economia doméstica, com 25 participantes e outras iniciativas ainda em fase de organização.
Para o presidente do Secretariado Nacional da Pastoral da Saúde, o papel do laicado é fundamental no desenvolvimento de toda a acção evangelizadora. "O leigo tem que estar presente, consciente e atento à sua comunidade", afirmou perante duas centenas de vicentinos presentes. Para o Padre Vítor Feytor Pinto, toda a Pastoral da caridade deve ser criativa – devem-se reinventar novas formas de agir e de evangelizar. "Os vicentinos têm por obrigação de levar à prática a mensagem de Frederico Ozanan", o fundador da Sociedade de S. Vicente de Paulo, que foi para muitos a razão da esperança.
O Padre Vítor Feytor Pinto confessou que foi em Coimbra e com o seu pai que ao longo de toda a sua vida de vicentino, que descobriu a vocação sacerdotal. Enquanto jovem, acompanhou por diversas vezes, o pai, na visita aos doentes e aos pobres da zona da Sé Velha.
A Sociedade de S. Vicente de Paulo foi fundada em 23 de Abril de 1833 por um grupo de 7 jovens universitários, liderado por Antoine Fréderic Ozanam, estudante de Direito na Sarbonne, então apenas com 20 anos de idade. A Sociedade de S. Vicente de Paulo, no primeiro ano designada de Sociedade da Caridade -, surgiu para dar resposta às críticas com que os estudantes ateus atacavam os estudantes católicos: "os cristãos não praticam o que pregam. Onde estão as sua
obras de caridade?"
Ozanam e os seus seis amigos, adoptando por patrono S. Vicente de Paulo, o Pai da caridade (que viveu entre 1580 e 1660 praticando uma solidariedade activa durante toda a sua vida), começaram então a procurar os pobres, visitando-os levando-lhes alimentos, roupas, ajuda, dedicação e a Palavra de Deus. É isso que os cerca de 1 milhão de vicentinos de 138 países, dos quais cerca de 13 mil em Portugal, continuam hoje a praticar.
Antes da celebração eucarística, presidida por D. Albino Cleto, foram homenageados os vicentinos com 25 e 50 anos de serviço voluntariado em prol dos mais necessitados. Também na cerimónia foram distinguidos os párocos que acompanham as conferências vicentinas da Diocese de Coimbra.
Miguel Cotrim
(Texto e Foto)
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