Oliveira do Hospital:
igreja de Lourosa vai ser alvo de recuperação
A igreja moçárabe de Lourosa vai ser alvo de obras de requalificação, num projecto avaliado em 450 mil euros. Esta igreja, que foi construída em 912, muito antes da fundação da nacionalidade, é monumento nacional desde 14 de Junho de 1916.
A Câmara de Oliveira do Hospital, através do seu Gabinete Técnico Local (GTL), tem projectado um plano de recuperação dos espaços envolventes. O presidente da autarquia revelou na passada semana à comunicação social que gostaria de comemorar os 1100 anos da construção da igreja com o "renovar daquele espaço magnífico".
O GTL já tem concluído o projecto, que foi enviado à Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, para aprovação, uma vez que o monumento é tutelado por este organismo e sem o seu parecer positivo não se pode efectuar qualquer tipo de obra. O projecto envolve várias componentes, como arruamentos, iluminação pública, instalação de uma rede de televisão por cabo, para retirar as antenas das habitações circundantes do monumento.
Há vários anos que aquele monumento nacional não é alvo de nenhum tipo de obra de requalificação. Mário Alves pretende também candidatar o projecto ao próximo quadro comunitário, o QREN.
"Esperemos que ao nível do QREN possamos encaixar uma candidatura para esta obra com financiamento a setenta e cinco por cento", realçou.
A Câmara "está disponível para entrar com a parte financeira nacional, desde que nos deixem fazer a candidatura ao QREN", sublinhou ainda o autarca.
Único templo
moçárabe do país
A construção da igreja de Lourosa pertence à época de Ordonho, rei da Galiza. A igreja de Lourosa é a única de estilo moçárabe existente em Portugal. Todos os historiadores que se têm ocupado do seu estudo atribuem o ano de 912 à sua construção, data mencionada em uma inscrição que nela se encontra.
O Papa Alexandre III, em 1179, com a bula "Manifestis Probatum", reconhece D. Afonso Henriques como rei, e o seu Estado, Portugal, como reino já a igreja de São Pedro de Lourosa tinha 257 anos.
A fúria transformadora, que destruiu várias outras igrejas dos séculos da reconquista, deixou que esta chegasse até aos dias de hoje, acrescentada embora de adições posteriores, mas respeitada nas suas linhas fundamentais primitivas.
Exemplar único de igreja pré-românica (moçárabe) em Portugal, apresenta estrutura típica de uma construção de três naves e cabeceira desenvolvida. Edifício muito reconstruído ao longo do tempo apresenta, mesmo assim características da heterogeneidade de influências culturais, artísticas e civilizacionais da época da primeira Reconquista.
O interior da igreja de Lourosa está dividido em três naves que apresentam uma particularidade notável quanto à sua extensão, pois a nave central é muito mais comprida que as naves laterais. Arcadas formadas de três arcos de ferradura separam, a cada lado, a nave central das naves laterais.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial