Órgão de tubos volta a encher de música a nave da igreja de Santa Cruz
O Bispo de Coimbra presidiu no passado domingo, dia da Exaltação de Santa Cruz, à Eucaristia da bênção e inauguração do órgão de tubos da igreja de Santa Cruz. O restauro do órgão custou centenas de milhares de euros e teve um apoio do Ministério da Cultura e da Câmara Municipal de Coimbra.
O órgão de tubos da Igreja de Santa Cruz surge inicialmente no século XVI, é alvo de acrescentos e melhorias e tem o seu apogeu no século XVIII. Nesta altura, conforme referiu D. Albino Cleto, foi ali fundada, com a bênção do Papa, uma academia de liturgia, para que o culto fosse mais belo e a música tivesse nele um lugar de relevo.
Diz-se que a música eleva o espírito e não faltam, nos textos litúrgicos, referências a cânticos ao Senhor: "Louvai ao Senhor ao som de trombetas, com instrumentos de cordas, com flautas e símbolos vibrantes", recordou o prelado na sua homilia.
D. Albino Cleto referiu que "o órgão e a música nos ajudam a rezar e a agradecer a Deus, mais do que a pedir, ajudam a pôr a alma a cantar, louvando e dando graças pelas maravilhas que criou".
Para o Bispo de Coimbra, "os cónegos procuraram santificar-se através da cultura, nomeadamente das letras, da arte e da música. Tornaram as celebrações litúrgicas mais emblemáticas e mais ricas ao som do canto e do órgão". "Era uma forma de interpretar a Bíblia", referiu perante centenas de fiéis.
Sob a batuta do maestro Fernando Taveira, a organista Inês Andrade estreou-se no renovado órgão de tubos. O Padre Anselmo Gaspar, pároco de Santa Cruz, agradeceu o momento a todos os que se empenharam no restauro daquela obra, desde a Direcção Regional de Cultura à Câmara Municipal de Coimbra e à Junta de Freguesia.
Depois desta primeira "aparição" numa celebração litúrgica – contribuir para que as missas sejam "mais belas e solenes" é o seu principal objectivo – o órgão voltará a ser tocado na próxima sexta-feira, pelas 21,30 horas, num concerto dado pela organista suíça Monika Henking. Será outro momento de "aliança entre a fé a cultura, que não se chocam, não se guerreiam, antes se completam", referiu o Padre Anselmo.
Miguel Cotrim
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