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4 de dezembro de 2008

Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) reuniu em Bragança

-"O Governo não apoia a imprensa regional"


Nos dias 28 e 29 de Novembro decorreu em Bragança o VII Congresso da AIC, onde foi debatido o tema "Vencer impactos". Estiveram presentes oito dezenas de representantes dos diversos jornais e outras publicações de inspiração cristã. Na sessão final, a Associação prestou uma justa homenagem a três dos seus fundadores, entre os quais o Cónego Adriano Santo, cujo perfil foi traçado pelo nosso director, A. Jesus Ramos (ver o texto seguinte).


O corte do porte pago tornou as assinaturas de “tal forma pesadas que muitos leitores cancelaram as assinaturas dos jornais regionais”. O padre Salvador Santos, presidente da AIC, fez notar ao representante do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Berhan da Costa, presente no encerramento do 7º Congresso da AIC, que os jornais são “um vínculo à terra dos portugueses na diáspora e motor da língua e cultura portuguesas ficaram desprotegidos”.
“Se o governo não mudar a política para o sector ficará na história como negativo para a imprensa regional” sublinhou o padre Salvador Santos na sessão de encerramento do Congresso da AIC, em Bragança.
O presidente da AIC afirmou ser necessário o reconhecimento estatal do serviço público que os jornais regionais prestam. “Pedimos que cumpra o protocolo assinado com as associações para a distribuição equitativa da publicidade e mantenha o incentivo à leitura para que não se perca a ligação dos imigrantes de 2ª e 3ª geração à cultura dos seus pais”.
Um sinal de uma clara diminuição da leitura vem sendo sentido desde que o governo baixou de 95% para 45% a comparticipação no porte pago. “Os associados da AIC perderam leitores nacionais e estrangeiros. A redução do porte pago obrigou à alteração da periodicidade e deu origem à redução de tiragens”.
O padre Salvador Santos indicou ainda que 57 publicações associadas da AIC encerraram.
Este é o 7º Congresso realizado, mas o primeiro sem apoios económicos do Estado, com excepção do apoio na publicação das actas.
O representante do Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Berhan da Costa que dirige o Gabinete de apoio aos meios de comunicação social afirma que o organismo que tutela está neste momento a desenvolver uma avaliação das políticas prosseguidas. “Quero fazer isso de forma muito séria e criteriosa”.
Pedro Berhan da Costa apontou três vertentes no trabalho do gabinete de apoio aos meios de comunicação social. “Contacto com os meios de comunicação, apoio ao ministro da tutela na definição das políticas e representação do Estado português em alguns fóruns”.
Em declarações à Agência Ecclesia, Pedro Berhan da Costa frisou que a imprensa regional “presta um serviço público que não queremos apagar”, garantindo que as políticas “estão para servir o interesse público, que não tem de ser antagónico dos interesses privados”.
D. Manuel Clemente, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, referiu que a aldeia global não dispensa ainda a aldeia, “para sermos alguém com raiz”. Por isso as reivindicações da AIC foram sublinhadas pelo também Bispo do Porto.
“A imprensa regional informa, interpreta localmente as ideias e planos. Se a inspiração for cristã a exigência e o compromisso estarão presentes. Nada se estabelece sem subsidariedade autentica”, referiu o também Bispo do Porto, manifestando um “respeito pela imprensa de inspiração cristã”.
“Não podemos desistir da imprensa que continua a perseguir a inspiração cristã, com criatividade para resolver os obstáculos que enfrenta”.
D. Manuel Clemente apontou ainda que muitos cidadãos não são cristãos, “mas herdaram uma matriz cristã para a sua conduta social. A imprensa de inspiração cristã é um elo aquém e além fronteiras, não apenas para matar saudades, mas para fazer da saudade, algo de vivo e criador”.

Colocam-se à imprensa regional, e nomeadamente à de inspiração cristã, neste período de crise económica e social, vários desafios que devem assentar em estratégias de actuação a vários níveis: maior profissionalismo, melhoria das estruturas técnicas, comerciais, de marketing e de administração, melhoria dos produtos em termos de apresentação estética e de conteúdo.
Neste repensar de estratégias, os leitores devem ser a prioridade, sobretudo os mais jovens, garante do futuro da imprensa. Daí a importância da aposta: nas novas tecnologias, na digitalização e na formação dos profissionais nas novas linguagens de comunicação, possibilitando um jornalismo cívico e de proximidade em que os leitores colaboram na elaboração de conteúdos e onde se concebe a comunicação como um diálogo.
Um dos maiores desafios actuais que se colocam à imprensa regional é a cooperação entre os vários títulos, que promova a complementaridade, respeitando a identidade de cada publicação, fomentando um maior fortalecimento e impacto da imprensa de inspiração cristã.
É unanimemente aceite que a imprensa e o digital são parceiros e não concorrentes, pelo que se impõe o acompanhamento da marcha imposta pelo digital, com a adaptação a esta nova realidade. Daí a necessidade de se pensarem os projectos em rede, de se rentabilizarem recursos e de uma programação numa escala mais ampla.
Neste VII Congresso, a AIC homenageou: os Cónegos Adriano Santo e José Vieira e o jornalista Inocêncio Pereira, expressando-lhes todo o reconhecimento da associação pelo trabalho e dedicação ao serviço da imprensa cristã.

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