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26 de junho de 2007

Plano Estratégico para Coimbra


Padre Sousa alerta para
o esquecimento dos mais pobres


O futuro de Coimbra, como uma cidade média europeia, só pode acontecer com uma mudança de mentalidades. O padre António Sousa deixou alguns alertas para que rectifiquem o Plano Estratégico para Coimbra, não se esquecendo sobretudo dos mais pobres e dos idosos.


Estas declarações foram proferidas no passado dia 21 de Junho, na Casa Municipal da Cultura, no âmbito da primeira jornada acerca da discussão pública do Plano Estratégico para Coimbra.
"Coimbra tem mais emprego de consumo do que propriamente de produção", afirmou o pároco de Santa Clara. Para este sacerdote é necessário desenvolver a parte fabril. Mas, para isso, é necessário apostar na formação profissional. "Muitos fazem formação profissional só para receberem uns trocos", criticou, afirmando depois, que essa mentalidade tem que mudar.
Quanto ao ambiente, o sacerdote elogiou aquilo que o executivo fez no Vale das Flores, uma zona verde com parque desportivo para as crianças poderem brincar. Esse projecto poderia ser repetido em vários outros locais da nossa cidade. O padre António Sousa referiu mesmo à freguesia de Santa Clara, realidade que conhece bem como pároco e, disse que o laboratório astronómico deveria estar aberto ao público. "É uma pena, os conimbricenses não poderem usufruir daquele espaço verde", confessou. A cidade tem que saber aproveitar aquilo que tem e os responsáveis autarcas têm que ter criatividade.
No campo social, o pároco de Santa Clara disse que a qualidade de vida deve ser para todos. "Em Coimbra existe cada vez mais idosos isolados e há falta de instituições para os acolherem", afirmou no decorrer do fórum sobre «rendimento e qualidade de vida». "Coimbra é um dos concelhos do distrito com maior deficiência de instituições deste género", reconheceu o sacerdote, apontando as escolas primárias fechadas, como solução para futuros centros de convívio.
O padre António Sousa ainda alertou para o problema do alcoolismo existente na cidade, das vítimas de maus-tratos, das crianças monoparentais e das condições de habitabilidade de algumas famílias. Neste último aspecto, o pároco de Santa Clara reconheceu que na sua paróquia existem "pessoas a viverem em autênticas «ilhas», sem as mínimas condições de higiene". Se pretendem construir um Plano Estratégico para esta cidade não se podem esquecer de todas estas realidades que estão bem presentes no nosso dia a dia.
Para João Paulo Barbosa de Melo, o Plano Estratégico merece alguns reparos. "Para atrair e mobilizar investimento para Coimbra é necessário dotar a cidade de condições". Para este docente da Universidade de Coimbra é necessário uma maior aposta cultural e pôr as pessoas a falar inglês.
Quanto ao prof. Alves Faria, este "projecto tem uma lacuna muito grave: temos que construir uma cidade para todos e esse objectivo não está presente". No que consiste ao "rendimento e qualidade de vida, não podemos falar desta área se não falamos das populações, disse o docente da Universidade de Coimbra. "Queremos oferecer uma boa qualidade de vida às nossas populações ou queremos apenas atrair investimento e pessoas?", interpelou o professor. São coisas diferentes, mas podem-se completar, concluiu.
A discussão acerca do Plano Estratégico prosseguiu ontem com a realização de mais dois fóruns: Saúde» e «Turismo e Património».


Miguel Cotrim

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