Meios de comunicação: um bem ou um mal?
Por Miguel Cotrim
Celebra-se no próximo domingo, o Dia Mundial das Comunicações Sociais. O Papa Bento XVI faz incidir a sua reflexão deste ano no problema dos média e as crianças. Qualquer que seja o tema do Dia, o que se impõe é educar para o uso destes meios.
"Um grande bem ou um grande mal nos pode advir do uso dos meios de comunicação social: é a nós que compete usá-los para finalidades positivas e de modo correcto, ou para finalidades negativas e de modo incorrecto".
Ao reflectir sobre esta mensagem, veio-me ao pensamento o caso de Madeleine MCCann, a menina que desapareceu há duas semanas no Algarve. Não é propriamente o caso de Madeleine que pretendo partilhar com o leitor, mas sim a cobertura mediática dado a este caso. Não há memória de um caso tão mediático de um desaparecimento de uma criança em Portugal. Gostaria que outros casos, como do desaparecimento de Rui Miguel e Rui Pereira tivessem tido o mesmo critério dos média.
A pequena Madeleine entrou-nos todos os dias nas nossas casas. Sabíamos todo o decorrer das investigações até ao momento, em que a polícia judiciária deu por encerradas as buscas. Aí a Sky News decidiu deixar de fazer o que normalmente faz bem: dar notícias. A estação de televisão britânica pôs no ar uma reportagem de propaganda contra a polícia portuguesa. Os tablóides ingleses seguiram o mesmo caminho, ou pior ainda. Fizeram a exploração sentimental até a exaustão. Foram desenterrar todos os desaparecimentos que houve em Portugal e juntaram ainda o processo de pedofilia na Casa Pia. Tiveram o cuidado de seleccionar as imagens e depoimentos, sobre critérios que devem envergonhar qualquer jornalista que respeite a ética da sua profissão.
As palavras de apreço pelas autoridades portuguesas dos pais de Madeleine não tiveram qualquer referência nos meios de comunicação social ingleses.
A Sky News, tantas vezes apontada como um modelo jornalístico em Portugal não olhou a meios para reforçar as conclusões acusatórias que tirou sobre um caso que nada tem de diferente dos milhares que acontecem todos os anos em Inglaterra e no mundo. Conclusões injustas e desonestas por parte dos nossos colegas britânicos.
O caso não deixa de ser grave. De Inglaterra chegam-nos todos os anos, desde há décadas, muitos turistas que procuram o Algarve para passar férias. Notícias destas podem derrubar o trabalho de muitos anos elaborado no sector do turismo e ter repercussões económicas inimagináveis.
Como diz o Papa Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais: "A qualidade e a liberdade dos média estão cada vez mais ameaçados pelo apetite económico dos grandes grupos industriais e mediáticos que, esfomeados, espreitam centenas de milhares de utilizadores, habitantes deslumbrados, dum ciberespaço imaterial".
Todos nós, profissionais da comunicação social, sentimos que algo não vai bem no funcionamento deste sistema de produção da informação. Onde está a honestidade de quem utiliza esta ferramenta?
Assim, "urge rever a importância da formação e educação dos cidadãos para o uso crítico dos média, com uma livre e responsável participação na construção dum maior diálogo, conhecimento, solidariedade e paz ao serviço da compreensão entre pessoas e entre povos", diz ainda o Papa na sua longa mensagem destinada essencialmente aos proprietários e profissionais do sector.
Convém possuirmos, sempre, um olhar crítico sobre a informação que consumimos dada a quantidade de informação que hoje é produzida. Reconheço que não é tarefa fácil. Eu próprio sinto isso. Basta apenas saber seleccioná-la.
"Um grande bem ou um grande mal nos pode advir do uso dos meios de comunicação social: é a nós que compete usá-los para finalidades positivas e de modo correcto, ou para finalidades negativas e de modo incorrecto".
Ao reflectir sobre esta mensagem, veio-me ao pensamento o caso de Madeleine MCCann, a menina que desapareceu há duas semanas no Algarve. Não é propriamente o caso de Madeleine que pretendo partilhar com o leitor, mas sim a cobertura mediática dado a este caso. Não há memória de um caso tão mediático de um desaparecimento de uma criança em Portugal. Gostaria que outros casos, como do desaparecimento de Rui Miguel e Rui Pereira tivessem tido o mesmo critério dos média.
A pequena Madeleine entrou-nos todos os dias nas nossas casas. Sabíamos todo o decorrer das investigações até ao momento, em que a polícia judiciária deu por encerradas as buscas. Aí a Sky News decidiu deixar de fazer o que normalmente faz bem: dar notícias. A estação de televisão britânica pôs no ar uma reportagem de propaganda contra a polícia portuguesa. Os tablóides ingleses seguiram o mesmo caminho, ou pior ainda. Fizeram a exploração sentimental até a exaustão. Foram desenterrar todos os desaparecimentos que houve em Portugal e juntaram ainda o processo de pedofilia na Casa Pia. Tiveram o cuidado de seleccionar as imagens e depoimentos, sobre critérios que devem envergonhar qualquer jornalista que respeite a ética da sua profissão.
As palavras de apreço pelas autoridades portuguesas dos pais de Madeleine não tiveram qualquer referência nos meios de comunicação social ingleses.
A Sky News, tantas vezes apontada como um modelo jornalístico em Portugal não olhou a meios para reforçar as conclusões acusatórias que tirou sobre um caso que nada tem de diferente dos milhares que acontecem todos os anos em Inglaterra e no mundo. Conclusões injustas e desonestas por parte dos nossos colegas britânicos.
O caso não deixa de ser grave. De Inglaterra chegam-nos todos os anos, desde há décadas, muitos turistas que procuram o Algarve para passar férias. Notícias destas podem derrubar o trabalho de muitos anos elaborado no sector do turismo e ter repercussões económicas inimagináveis.
Como diz o Papa Bento XVI na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais: "A qualidade e a liberdade dos média estão cada vez mais ameaçados pelo apetite económico dos grandes grupos industriais e mediáticos que, esfomeados, espreitam centenas de milhares de utilizadores, habitantes deslumbrados, dum ciberespaço imaterial".
Todos nós, profissionais da comunicação social, sentimos que algo não vai bem no funcionamento deste sistema de produção da informação. Onde está a honestidade de quem utiliza esta ferramenta?
Assim, "urge rever a importância da formação e educação dos cidadãos para o uso crítico dos média, com uma livre e responsável participação na construção dum maior diálogo, conhecimento, solidariedade e paz ao serviço da compreensão entre pessoas e entre povos", diz ainda o Papa na sua longa mensagem destinada essencialmente aos proprietários e profissionais do sector.
Convém possuirmos, sempre, um olhar crítico sobre a informação que consumimos dada a quantidade de informação que hoje é produzida. Reconheço que não é tarefa fácil. Eu próprio sinto isso. Basta apenas saber seleccioná-la.
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