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15 de maio de 2007

Novo vigor e impulso missionário,precisa a Igreja nos nossos dias!


Por Armando Duarte

Assim o acaba de defender Bento XVI, na viagem ao Brasil. Esta mesma dinâmica pode, e deve, aplicar-se à Igreja que está em Coimbra, numa altura em que se faz avaliação do Plano Pastoral Diocesano, com vista ao relançamento do próximo, e na semana que antecede o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Com esse objectivo, gostaria de partilhar algumas ideias mestras, que ajudem a situar-nos.
Curiosamente há, na história da Igreja, algumas etapas marcantes regulares do impulso evangelizador, que nos fazem pensar. Tudo aconteceu, a partir da fonte e lançamento do desafio evangelizador que Jesus Cristo, o protagonista de sempre, fez aos Doze, há dois mil anos, e a que se consagraram, num recanto do império romano, a Judeia, e lançando as redes ao mar da Galileia. Desde então a Semente é lançada, gerando ricos e diversificados frutos. Por volta do século V, a missão prossegue junto dos povos bárbaros e germânicos, tendo conquistado o coração do centro da Europa. Cerca do ano mil, são os povos eslavos que se abrem para a fé cristã. Aos mil e quinhentos anos é a descoberta do novo mundo, acompanhada da evangelização bem marcante, que continua a dar frutos nos nossos dias. Detendo-nos apenas no que aos portugueses, e aos conimbricenses em particular, diz respeito, demo-nos conta de que o Brasil é simplesmente o maior país do mundo, a abraçar a fé católica, não esquecendo África, em franco florescimento evangelizador, e o Oriente, sonho dos portugueses, e realidade duma Igreja que cresce espantosamente. Afinal, estamos a verificar que, de África e do Brasil, surgem os novos evangelizadores, que vêm lançar desafios às nossas comunidades e à forma como vivemos hoje a missão.
Naturalmente, não deve espantar que João Paulo II, no dealbar do novo século e milénio, desafie a Igreja a voltar a insuflar as velas de outras caravelas, com o sopro ou as rajadas de vento do Espírito, para dar continuidade à faina e lançar a Semente, com novos conteúdos, novos métodos e novo ardor. Mais do que uma visão cíclica, importa perceber que está aí um mundo novo, em mudança constante, com novos terrenos, novos ambientes, outros espaços e possibilidades. Não ignorando a variedade de instrumentos, com excelentes potencialidades, importa não insistir cansativamente no uso das ferramentas tradicionais, que têm o seu lugar, aliadas à corajosa e audaz decisão do emprego das novas técnicas e meios, inter mirifica, que seria culpável diante do Senhor não utilizar. Os meios de comunicação social são o principal instrumento de informação e formação, como bem sabemos. Mais do que isso, são desafios, hoje mais que nunca, a integrar a mensagem salvífica na «nova cultura».
Por isso mesmo, este apostolado de vanguarda lança um desafio para a educação. À Escola, à Família, à Igreja…, aos educadores, aos pastores, às crianças…, no uso apropriado, crítico, que exige a formação no exercício da liberdade, lembra o Papa na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais. Diante deste imperativo, não podemos permanecer medrosos, sem confiança, à beira do mar. O Mestre continua como timoneiro da barca, manda fazer-nos ao mar alto! A sementeira continua. O Espírito é quem dá vida à Semente e faz com que frutifique.
Ao largo!

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