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21 de março de 2007

Inventariação da paróquia de São Bartolomeu


O dia 13 deste mês de Março assinala o termo da inventariação realizada na igreja e paróquia de São Bartolomeu, em Coimbra, com um total de 207 fichas.
Com uma porção territorial bastante diminuta, entre o Mondego, o Largo da Portagem e as várias ruas mais directas a Santa Cruz, dos Oleiros, Corvo, Corpo de Deus e Figueirinhas, aquela unidade pastoral data do século X, tendo tido uma sede arquitectonicamente medieval, no século XVIII substituída pela actual, localizada sobre a anterior, mas, de sentido oposto e a um nível alguns metros mais elevado, com entrada para a vulgarmente chamada Praça Velha.
Desses tempos recuados, são conhecidas as diversas estruturas construtivas, descobertas durante as campanhas arqueológicas de finais dos anos 70, pedaços capitelares românicos e as siglas coevas, visíveis em certos silhares, reaproveitados como quinais do edifício moderno, cuja primeira pedra foi lançada em 16 de Julho de 1756.
Além da retabulária, de talha dourada, das telas datadas e assinadas por Pascoal Parente, e de algumas peças de mobiliário, a servirem o culto, podem referir-se outros bens provindos de tempos anteriores, como um sino de epígrafe em gótico minúsculo, do século XVI, o conjunto de lanternas processionais, do século XVII, e certos paramentos, na maioria seiscentistas.
De facto, as sucessivas referências documentais, dos séculos X, XI e XII fazem supor uma grande actividade, posteriormente continuada e bem admissível para o arrabalde da cidade, porém, os dados materiais, chegados ao presente, só recuam à transição de Quatrocentos para Quinhentos, e, por vezes, inerentes às colegiadas e a épocas de maiores possibilidades económicas.
Pela extinção dessas instituições canónicas, em 29 de Março de 1854, e face à redução do número das paróquias citadinas, em 20 de Novembro seguinte, por Dom Manuel Bento Rodrigues, a Igreja de São Bartolomeu veio a receber património da de São Tiago, algum de excelente qualidade, datado e mencionando, até, o nome e os graus académicos do doador.
Mas, o conjunto de maior quantidade, também sugestivo pela representatividade, a par da notória beleza da execução, deve a própria salvaguarda, defesa e protecção à invulgar delicadeza estética e primoroso bom gosto do Reverendíssimo Senhor Padre Jorge Manuel de Salles Sousa Barbosa Camejo, quando ali exercia funções de Coadjutor paroquial.
Percorrendo esse vasto espólio assim valorizado, disposto em vitrinas, mísulas e suportes adequados, a multiplicidade de boas imagens setecentistas sobressai pela perfeição, bem como pela frequente repetitividade. Graças aos esclarecimentos prestados pelo mesmo Senhor Padre Jorge, a quem se presta reverente homenagem e profunda gratidão, quase todos provêm de ofertas e legados, devidos a paroquianas de famílias nobres ou aristocratas.
Em suma, são bastantes os bens patrimoniais, mesmo impressos, alguns a reclamarem urgentes medidas de restauro, a fim de se evitar a futura destruição, por motivos de agentes degenerativos, deveras danosos em esculturas lígneas, tão singulares quanto excepcionais, entre congéneres em calcário.


Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Coimbra

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