Em dia de Aniversário
As (minhas) notas da semana
1. Fazer oitenta e cinco, de boa saúde, é uma graça de Deus!
Bastava esta afirmação, no pórtico deste número de aniversário, para todos entenderem que é de mãos erguidas que celebramos esta data festiva.
Gostava, no entanto, de, como actual responsável pela publicação, deixar duas notas de reflexão, porque sei que um órgão de comunicação social tem história, tem responsabilidades no tempo presente, e tem uma acção perspectivada para o futuro.
Bastava esta afirmação, no pórtico deste número de aniversário, para todos entenderem que é de mãos erguidas que celebramos esta data festiva.
Gostava, no entanto, de, como actual responsável pela publicação, deixar duas notas de reflexão, porque sei que um órgão de comunicação social tem história, tem responsabilidades no tempo presente, e tem uma acção perspectivada para o futuro.
2. A história todos a conhecemos, desde o longínquo ano de 1922. Portugal vivia, então, um período conturbado, saído da primeira república, anticlerical, de tonalidade irreligiosa, mas sem grandes perspectivas de capacitar uma atitude de mudança. As ideias políticas e sociais estavam, naquele tempo, muito à frente da capacidade de realização. Proclamava-se a democracia, mas sentia-se, a cada momento, a incapacidade de traduzir em actos o desejo de o povo viver melhor, de sentir que, entre o velho e o novo, valia a pena apostar no futuro. Mostravam-se novos valores, como o da liberdade e, longinquamente, o da tolerância, mas sem qualquer apoio ou garantia de êxito que não remetesse para o passado.
Foi neste fundo panorâmico de cores incertas e pouco definidas que nasceu o "Correio", apostado em travar combate por valores que não passam com o tempo, nem morrem com o ligeiro mudar de opiniões ocasionais.
Foi neste fundo panorâmico de cores incertas e pouco definidas que nasceu o "Correio", apostado em travar combate por valores que não passam com o tempo, nem morrem com o ligeiro mudar de opiniões ocasionais.
3. Isso mesmo. O "Correio", tal como no passado, quer continuar, agora, a terçar armas pelos valores que, às vezes mudando de nome, são os que sempre estão na base de qualquer sociedade que se proclama equilibrada e segura. Antes de mais, o valor da verdade! Eu sei que, aqueles que me lêem estavam à espera que eu pusesse à frente de todos, pelo menos um dos princípios proclamados pelos arautos do mundo liberal: a fraternidade, a igualdade ou a liberdade. Antes desses, a verdade! Porque eu penso que a fraternidade não é fraterna se não for verdadeira, nem a liberdade se manifesta livre se não tiver como base o eterno princípio da verdade que não mente, que não se desmente e que não deixa atrás de si qualquer traço de confusão com o que não possa ser verdadeiro.
4. Todos me dirão que a teoria está, no nosso caso, acima da prática. E, "eu pecador me confesso"! Mas este bater com a mão no peito não significa que não estejamos atentos à viagem que agora começa e que nos levará aos tempos futuros.
Aqui, no "Correio", desde o director ao administrador, passando pelos redactores e por todos os outros que colaboram na saída do semanário, todos estamos convencidos que o futuro passa por aqui. Todos sabemos que a Igreja (que integramos de modo livre e responsável) não se realiza em qualquer tempo de história sem um projecto de comunicação. Todos sabemos que Paulo, se agora fosse apóstolo, não dispensaria os meios de chegar a todas as pessoas através da palavra escrita, da reportagem, da entrevista ou da imagem. Todos sabemos que o próprio Jesus Cristo, em vez de entregar à transmissão oral o testamento das bem-aventuranças, teria proclamado ao mundo os fundamentos da alegria perene e duradoira num meio qualquer de comunicação social. Bem-aventurados os que ouvem, os que escutam, os que vêem, os que lêem a minha palavra!
5. Nesta linha de pensamento, completar oitenta e cinco anos não é um peso, embora seja uma responsabilidade. Sobretudo, é um momento de graça!
A. Jesus Ramos
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