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15 de fevereiro de 2007

“Sim” venceu nas urnas “Não” quer vencer no compromisso


Apoiantes do "não" acreditam que o seu trabalho em prol da vida deve continuar
O "sim" à despenalização do aborto venceu o referendo do passado Domingo, ao contrário do que tinha acontecido em 1998. 59% dos votantes exprimiram o desejo de verem alterada a lei de forma a permitir que, até às dez semanas, a mulher possa interromper voluntariamente a gravidez, em estabelecimento legalmente autorizado.
A abstenção, na ordem dos 56, 4% impede que o resultado da consulta popular seja vinculativo, uma vez que mais de metade dos eleitores não se pronunciaram. No entanto, as forças políticas do país aceitaram consensualmente a inevitabilidade de fazer aprovar a lei pedida pelos portugueses. José Sócrates comprometeu-se a tratar o tema com carácter de urgência em sede parlamentar.
Analisando os resultados do dia 11, confirma-se um país dividido ao meio, com o Sul a favor do "sim" e uma grande parte do Norte a votar "não". O distrito de Coimbra respondeu claramente "sim" à despenalização do aborto, posição que juntou 63% dos votos expressos contra os 53% do referendo anterior. O melhor resultado percentual do "não" registou-se em Mira, destacando-se, no lado do "sim", a Figueira da Foz. No concelho de Coimbra os eleitores acederam às urnas de forma significativa feita a comparação com a média nacional, tendo a capital de distrito registado uma taxa de participação de 45%.
Os apoiantes do "não" afirmam que é fundamental não dar o seu trabalho por terminado. Nas palavras de Ana Maria Ramalheira, presidente da ADAV, "a responsabilidade agora ainda é maior" e para Barbosa de Melo, professor na Faculdade de Economia o apoio a mães e crianças em dificuldade "vai agora ser feito com mais vigor e mais ânimo".
D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, acredita que o elevado nível de abstenção no referendo estará também relacionado com a delicadeza da matéria, já que muitas pessoas, "custando-lhes votar ‘não’, também não quiseram dar um ‘sim’ ao que consideram uma liberalização facilitante". Sublinha que, como bispo, continuará a "pugnar pela defesa e valorização desta riqueza que é a vida", salientando "o altíssimo número e a qualidade de homens e mulheres que deram a cara pelo defesa da vida". D. Albino recorda aos cristãos que "não é a lei de um país que determina a vontade de Deus ou a conduta moral de um crente" e reafirma a importância de prestar auxílio a "mães desamparadas e a crianças que necessitam de quem lhes garanta a existência".

L.F.

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