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24 de setembro de 2008

A Padroeira de Coimbra e o seu Mosteiro


Mário Nunes


Muitos conimbrinceses desconhecem, ainda, que a cidade de Coimbra escolheu dois padroeiros: D. Isabel de Aragão e S. Teotónio. Dois grandes santos pela grandeza do seu coração, pelo saber quantificado que possuíram, pelas obras sociais, religiosas, culturais e monumentais que nos legaram, e pelo prestígio, devoção e santidade que alcançaram ao longo da vida e depois da morte.
O dia 4 de Julho regista a data da morte da Rainha Santa Isabel, sendo feriado concelhio. O dia 18 de Fevereiro assinala a data da morte de S. Teotónio.
D. Isabel de Aragão deixou, como referimos, uma obra grandiosa que afirma o pendor da sua figura de mulher, de esposa e de santa. Sublinhamos, na herança que nos deixou, o que resta do antigo mosteiro de Santa Clara-a-Velha, a Igreja, templo revestido de originalidade nas suas conotações histórico-culturais e nas vicissitudes da sua história física, que se identifica como monumento emblemático e simultaneamente popular, provindo das fortes ligações, sobretudo, afectivas, que mantém com a Rainha Santa e com Inês de Castro, e que pela sobrevivência de séculos que o associou às cheias do Mondego, conferindo-lhe um desafio à imaginação, à investigação e ao estudo arqueológico, factores que lhe estão a devolver o valor de monumento único no País e de referência europeia.
Alguns episódios históricos e lendários que andam associados às vidas da Rainha Santa Isabel e de D. Inês de Castro tiveram por lugar este espaço, esta arquitectura gótica do início do século XIV, que ao longo dos séculos sofreu as investidas do Mondego e, gradualmente, se viu minguado nas suas funções. Do mosteiro, dos Paços e do Hospício restou, como dissemos, a Igreja, sagrada em 1330, e que logo no ano seguinte é inundada e com ela o túmulo de D. Isabel mandado fazer pela Rainha e para sua morada, depois da morte, ao catalão Mestre Pêro. O assoreamento fez-se sentir, continuamente, permitindo que qualquer enchente inundasse o mosteiro.
A degradação acentuou-se e perante a calamidade das cheias que persistiram e tornaram inabitável o mosteiro, as clarissas abandonaram-no, definitivamente, em 1677, dado que a área conventual era já um pântano insalubre, embora a igreja se mantivesse aberta ao culto. Esta, em 1910, foi classificada de monumento nacional para em 1925 ser arrendada ao Estado, que a adquiriu em 1976. Depois, em 1989 foi lançado um concurso de ideias para a valorização da Igreja. O projecto não foi executado.
Em 2004, o IPPAR lançou novo concurso de valorização do Mosteiro, concurso de arquitectura de que saiu vencedor o Atelier 15 do Prof. Doutor Alves da Costa.
O projecto arrancou em 2006. Desde a primeira hora o espaço respeitante à área do Mosteiro está sob a responsabilidade do arqueólogo Dr. Artur Corte-Real.
Tudo sob a bênção da Rainha Santa Isabel, Padroeira de Coimbra.

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