Na Carapinheira
Visita Pascal cumpre a tradição
Como noutras paróquias do concelho de Montemor-o-Velho, a visita pascal é uma tradição religiosa bem arreigada na comunidade cristã da Carapinheira. A cerimónia anual da “bênção da casa ou da família” é um hábito católico antigo que tem lugar no Domingo de Páscoa, Segunda-feira de Páscoa e no Domingo de Pascoela.
Antigamente era o pároco que fazia a visita pascal, mas desde há cerca de duas décadas, esta missão é confiada a um seminarista. Desde 2005, a paróquia da Carapinheira está confiada, “in solidum”, aos padres José Luís Ferreira e António Domingues, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, que, mantendo a tradição, este ano contam com o seminarista Paulo Serrano, da diocese de Évora, para a visita aos paroquianos.
Domingo de Páscoa e Segunda-feira de Páscoa, a terminar a eucaristia, o pároco apresentou à comunidade o grupo que ia fazer a visita, dizendo: “em nome desta comunidade cristã, ide visitar todos os paroquianos anunciando-lhes a Ressurreição do Senhor, dando-lhes as boas festas, exortando paz para todas as casas e abençoando as famílias”, delegando a missão da visita pascal ao seminarista. No fim da missa, ao som do repicar festivo dos sinos da igreja paroquial e do estalejar de foguetes a anunciar a saída do “compasso”, deu-se início a tão agradável quão exímia tradição. Domingo de Pascoela repete-se o ritual, terminando a visita pascal de 2008.
A comitiva é normalmente constituída por cinco pessoas ou “figuras” fundamentais: o ‘miúdo’ que segue à frente a tilintar a campainha, anunciando a aproximação do cortejo, o “mordomo” de opa vermelha, transportando a Cruz, o leigo da caldeira da água-benta, o leigo que recebe o “folar” e o prior com as vestes festivas. E lá vai o “compasso”, de casa em casa, desejando uma “Santa Páscoa” a todos os paroquianos, familiares e amigos.
A entrada de cada casa está geralmente embelezada com variadas flores, destacando-se o rosmaninho e o alecrim, que exalam um inebriante aroma; a casa está impecavelmente limpa, alindada e cheirosa; a família está reunida na sala, e aí se beija, com devoção, a cruz paroquial adornada e perfumada, enquanto o prior procede à bênção, para logo a seguir, por entre “boas-festas” e “aleluias”, cumprimentar e saudar, um a um, todos os membros da família e amigos. Depois da oferta do “folar” e de toda a gente ter beijado a cruz, na mesa coberta pela melhor toalha, são servidos os doces da época e as mais típicas comidas e bebidas para todos poderem confraternizar por breves momentos, momentos alegres e festivos, mas imperativamente breves, pois o “compasso” tem de prosseguir o itinerário habitual para entrar em todas as casas que o esperam de portas abertas.
Quando termina a visita pascal a toda a freguesia a comitiva recolhe à igreja paroquial, mais uma vez ao som festivo do repicar dos sinos intercalado com o estalejar de foguetes. Nesta data também é habitual os padrinhos presentearem os afilhados com o típico “folar” (um grande e saboroso bolo com ovos), retribuindo estes com as tradicionais amêndoas. Actualmente, o folar é substituído por dinheiro ou outras prendas. À volta deste ritual simples e significativo, de carácter religioso, que constitui o essencial da tradição, vieram juntar-se, através dos tempos, elementos de origem cultural e social, que enriquecem este costume ancestral e lhe emprestam o colorido e o ambiente alegre e festivo, próprios do dia de Páscoa.
Antigamente era o pároco que fazia a visita pascal, mas desde há cerca de duas décadas, esta missão é confiada a um seminarista. Desde 2005, a paróquia da Carapinheira está confiada, “in solidum”, aos padres José Luís Ferreira e António Domingues, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, que, mantendo a tradição, este ano contam com o seminarista Paulo Serrano, da diocese de Évora, para a visita aos paroquianos.
Domingo de Páscoa e Segunda-feira de Páscoa, a terminar a eucaristia, o pároco apresentou à comunidade o grupo que ia fazer a visita, dizendo: “em nome desta comunidade cristã, ide visitar todos os paroquianos anunciando-lhes a Ressurreição do Senhor, dando-lhes as boas festas, exortando paz para todas as casas e abençoando as famílias”, delegando a missão da visita pascal ao seminarista. No fim da missa, ao som do repicar festivo dos sinos da igreja paroquial e do estalejar de foguetes a anunciar a saída do “compasso”, deu-se início a tão agradável quão exímia tradição. Domingo de Pascoela repete-se o ritual, terminando a visita pascal de 2008.
A comitiva é normalmente constituída por cinco pessoas ou “figuras” fundamentais: o ‘miúdo’ que segue à frente a tilintar a campainha, anunciando a aproximação do cortejo, o “mordomo” de opa vermelha, transportando a Cruz, o leigo da caldeira da água-benta, o leigo que recebe o “folar” e o prior com as vestes festivas. E lá vai o “compasso”, de casa em casa, desejando uma “Santa Páscoa” a todos os paroquianos, familiares e amigos.
A entrada de cada casa está geralmente embelezada com variadas flores, destacando-se o rosmaninho e o alecrim, que exalam um inebriante aroma; a casa está impecavelmente limpa, alindada e cheirosa; a família está reunida na sala, e aí se beija, com devoção, a cruz paroquial adornada e perfumada, enquanto o prior procede à bênção, para logo a seguir, por entre “boas-festas” e “aleluias”, cumprimentar e saudar, um a um, todos os membros da família e amigos. Depois da oferta do “folar” e de toda a gente ter beijado a cruz, na mesa coberta pela melhor toalha, são servidos os doces da época e as mais típicas comidas e bebidas para todos poderem confraternizar por breves momentos, momentos alegres e festivos, mas imperativamente breves, pois o “compasso” tem de prosseguir o itinerário habitual para entrar em todas as casas que o esperam de portas abertas.
Quando termina a visita pascal a toda a freguesia a comitiva recolhe à igreja paroquial, mais uma vez ao som festivo do repicar dos sinos intercalado com o estalejar de foguetes. Nesta data também é habitual os padrinhos presentearem os afilhados com o típico “folar” (um grande e saboroso bolo com ovos), retribuindo estes com as tradicionais amêndoas. Actualmente, o folar é substituído por dinheiro ou outras prendas. À volta deste ritual simples e significativo, de carácter religioso, que constitui o essencial da tradição, vieram juntar-se, através dos tempos, elementos de origem cultural e social, que enriquecem este costume ancestral e lhe emprestam o colorido e o ambiente alegre e festivo, próprios do dia de Páscoa.
Aldo Aveiro
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