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29 de fevereiro de 2008

Flores para S. Tomé


Mário Nunes*

Instalados algumas horas no paraíso terreal que é a nossa terra, onde a paz e a tranquilidade que ali se vivem, sustentam valores únicos que os homens ambicionam, e com a Natureza em plena pujança a revitalizar as árvores, as plantas, as aves, os animais e os insectos, prendemo-nos extasiados perante a beleza dos lírios roxos e brancos que festejam a chegada, brevemente, da Primavera. Nesta "prisão" encantadora do pensamento, que olha o extraordinário e belo cenário natural que se projecta na nossa frente e ao redor, transportamo-nos para a homilia de hoje, na Catedral Sé Nova, e para a sugestão enviada do altar pelo Cónego Sertório Martins. Sugestão que veio ao encontro da conversa que tivéramos, a passada semana, com o Cónego João Castelhano, quando nos explicou e ao Eng.º João Rebelo o conteúdo do diálogo havido com as crianças e os pais: poupem um euro por semana e contribuam com esse voluntário "sacrifício", para a felicidade de adolescentes e jovens de S. Tomé e Príncipe. Colaborem na iniciativa do pároco ali residente e oriundo da Diocese, que quer dar formação e futuro às crianças daquele país.
Após a conclusão do 1.º ciclo do ensino básico aquelas criaturas de Deus ficam entregues à sua sorte, porque não possuem apoios para estudar ou trabalhar. Acaba-se a escola, entram num ciclo ocioso, de desmoralização e desmobilização para enfrentar a vida, porque não existem estruturas e/ou instituições que as acompanhem.
Por isso, aquele sacerdote apercebeu-se que, sem ajuda externa, eterniza-se uma fase sequencial e continuada da vivência dos São Tomenses. Não continuam os estudos. O futuro promove, inquestionavelmente, a ociosidade – não têm possibilidade de ir mais além – e com ela a "calamidade" que resulta na pobreza, na miséria, na prostituição, no passar o tempo sem quaisquer horizontes de amanhã. Assim, se vai processando uma existência penosa, que a natureza pródiga suaviza, oferecendo frutos espontâneos que dão alguma energia ao estômago e possibilitam a continuação do ciclo ancestral, que é forçoso interromper.
O sacerdote apela à generosidade dos conimbricenses. E, quando se malbarata tanto bem e dinheiro, quando podemos, com um mínimo de esforço, partilhar uma boa e grande acção comunitária, vimos lembrar aquilo que é habitual sugerir: evite comprar um maço de tabaco por mês; beba menos um café diário; elimine, por uma semana, a compra de um bolo. Estas migalhas somadas correspondem a importante ajuda. E com esse pecúlio acumulado o nosso compatriota sacerdote consegue manter operacional a escola, para além da ex-4.ª classe, prodigalizando novas actividades escolares aos adolescentes e jovens, riquezas que lhes vão trazer oportunidades futuras, diferentes e, naturalmente, contribuir para lhes proporcionar outra qualidade de vida e apoiar o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.
As informações suplementares a este projecto podem ser recolhidas na Catedral da Sé Nova e/ou na Igreja de São José. Por isso, colabore nesta cruzada humanitária, educacional e cultural.

*(Vereador da Cultura
Câmara Municipal de Coimbra)

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