Para quando um busto de Pai Américo em Coimbra?
A. Borges de Carvalho
E agora quem vem repor a verdade e a justiça que alguns teimaram em romper e denegrir até aos altos? Quem vem gritar as falsas atoardas que se apregoaram sobre a casa do Gaiato? Será a notícia do canto fundeiro dos jornais (a televisão não sei o que disse...) anunciando que foi arquivado por "fraqueza de indícios" o processo sobre abusos na Casa do Gaiato, que apaga as gritarias volumosas de certa imprensa?
Os mundanos actuam assim e satisfazem os seus instintos maldizentes rebuscando ou forjando notícias escandalosas. Os Padres da Rua mais uma vez tiveram que se apoiar na Palavra que brilhou nas trevas: "Eu venci o mundo. Se me perseguiram a mim, também vos hão-de perseguir a vos".
Aquém é que não custa ver-se metido, injustamente, dentro do arame farpado? (A Casa do Gaiato que Pai Américo apelidou de "porta Aberta"!).
Para lá da sentença dos tribunais há a sentença da história, proclamada pelo povo simples e humilde que a escreve sem engano. O povo sabe onde é que ainda se aprende a educação e o trabalho
Entendam os senhores e senhoras que deram largas à sua paranóia que os catecismos de Pai Américo são mais complexos e exigentes e diferentes daqueles que andam a ler algumas cabeças ocas e tenebrosas da nossa praça. Pai Américo andou muito tempo à procura do Divino, e essa procura séria, passou necessariamente pela liberdade de amar (educar é amar!) e descobriu então que ter Fé é interrogar livremente o imenso mistério de Deus e daí partir para adoptar filhos diferentes. Aqui é que está.
Porque a Humanidade como ele escreveu, tem a suas fraquezas, mas não é massa falida.
Coimbra que foi berço da Obra da Rua, sentindo um dia, a tristeza pela injustiça que alguns perpetraram conta a obra de um verdadeiro filho inocente e heróico há-de acordar para entronizar numa praça decente a figura do Padre Américo. Ele foi a voz que se levantou a favor dos filhos de ninguém protelando os cobardes e os tímidos que têm pecado contra a inteligência e contra a verdade, por comodismo ou bajulação.
"Ai Porto, Porto, quão tarde te conheci"-exclamou um dia Pai Américo!...
A gente quando começa a comparar Coimbra com o Porto desabafa tristeza. O Porto é Porto e Coimbra nas suas tamanquinhas vaidosas, hipercrítica, parece que mirrou na generosidade. Será verdade? Talvez não. Coimbra nunca fechou as portas aos Padres da Rua e aos seus gaiatos. Cafés e casas particulares acolhiam os vendedores do jornal e pagavam-no com dinheiro e sorrisos. Pois bem que desperte agora para erguer um busto condigno ao bondoso recoveiro dos pobres. Já é tempo!
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