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22 de fevereiro de 2008

No âmbito das Conferências Quaresmais:



Bispo de Coimbra apela à unidade e sacrifício das comunidades

Um dos adjectivos mais utilizados por D. Albino na conferência quaresmal foi o termo “unidade”. Para o Bispo de Coimbra, a Igreja hoje não vive muito esse espírito, é muito fechada dentro de si. Apelou em S. José, ao sacrifício das comunidades cristãs para combater problemas e carências. Mas antes desse apelo fez uma reflexão sobre a história da Igreja diocesana e universal.

“Construir Comunidade, integrada na Igreja diocesana e universal”, foi o tema abordado por D. Albino Cleto, na última quinta-feira, no ciclo de Conferências Quaresmais organizado pelas paróquias da cidade.
O Bispo de Coimbra apresentou uma reflexão sobre a história da constituição da Igreja universal. “Para a Igreja não existem fronteiras e países. Somos um só povo” – realçou D. Albino perante uma centena de participantes. “É constituída por um conjunto de pessoas, unidas na mesma fé, pertencentes a determinadas comunidades” – já foram chamadas freguesias e hoje mais conhecidas por paróquias. explicou o prelado. Paróquia, termo grego que significa casa, onde se reúnem os cristãos.
Nos primeiros séculos do cristianismo não existiam mapas da Igreja. Era difícil para um apóstolo ou para o seu coordenador (Pedro) saber quantas comunidades existiam, mas tinham os contactos. A seguir aos apóstolos, vêem os bispos. Como surgem os bispos? A Igreja não regista – esclarece D. Albino. Os bispos aparecem pelo forte crescimento da Igreja, tem o mesmo poder que os apóstolos, só não aceitaram a mesma designação, por uma questão de respeito, por terem sido os primeiros a conhecerem pessoalmente Jesus Cristo. “Cada bispo é autónomo e responsável pela comunidade que tem, mas não é dono”, referiu o prelado. Os bispos são irmãos do mesmo colégio, têm como obrigação ajudarem-se uns aos outros.
Nos primeiros tempos, os bispos começaram a sentir a necessidade de ajudantes. Assim surgem os diáconos, depois os presbíteros.
Ao explicar os primeiros concílios locais, D. Albino, referiu-se aos problemas doutrinais das comunidades, como por exemplo, dos baptismos das crianças feitos na Europa. Os bispos de África procuraram, junto do bispo de Roma, saber a razão dessa iniciativa. Ficaram a saber que o baptismo de crianças era administrado somente àquelas que tinham pais cristãos.
Quando um bispo se desliga da verdade dos outros, criam-se rupturas. Foi o que aconteceu ao longo da história do cristianismo, na Inglaterra, quando surgiu a Igreja Anglo-saxónica, na Alemanha, com os protestantes. Tudo que um bispo faça, é válido, mesmo que entre em ruptura com o Papa, esclareceu ainda D. Albino. “Eu, como bispo de Coimbra, tenho como obrigação de manter a unidade para os dois sentidos: com o meu irmão Bento XVI e com todos aqueles que se afastaram do Papa.
Quanto ao celibato, surge, porque houve a uma determinada altura, muitas pessoas a querem ser padres. E a Igreja acabou por escolher só alguns, aqueles que não eram casados, para serem sinal de Deus.
Quanto aos títulos para designarem as comunidades cristãs: aparecem “paróquia”, termo grego que significa casa e “freguesia”, era o significado dado aos filhos da Igreja (os cristãos) que viviam espalhados pelo meio rural e se reuniam na paróquia. Aparece a área administrativa de cada bispo, chamada “diocese”, termo do império romano, uma herança da influência de Constantino.
Nas paróquias, aparecem várias designações, que hoje corresponde tudo ao mesmo. Um “Abade” (monge responsável pela comunidade, onde, por vezes existia um mosteiro); o “Prior” (Padre responsável por um conjunto de padres); O “Reitor” (havia existência de um colégio) e o “pároco” (hoje, o termo mais apropriado para a designação do padre de uma determinada localidade).

“Hoje a Igreja tem que saber lidar com o efeito da globalização”, disse ainda o bispo de Coimbra. “A globalização tem efeitos positivos e negativos. Quanto aos efeitos positivos, a globalização traz-nos informação, defesa e denúncia das injustiças”, disse o prelado. Quanto aos efeitos negativos: “os pobres são os mais afectados porque querem ser como os ricos e tornam-se mais pobres…”
Um dos adjectivos mais utilizados por D. Albino na conferência quaresmal foi o termo “unidade”. Para o Bispo de Coimbra, a Igreja hoje não vive muito esse espírito, é muito fechada dentro de si, disse fazendo comparação dos números de missionários que a sua diocese tem em relação a Viana do Castelo ou Bragança.
A Pastoral Escolar é outra das preocupações de D. Albino, que segundo ele, “é uma lástima” pelo facto de não existir espírito de sacrifício. Fazendo alusão à sua visitita pastoral que está a efectuar à paróquia de S. José, disse que “não pode ser esta paróquia a resolver o problema da pobreza em Coimbra”. “Tem que haver um espírito de unidade entre todas as paróquias”, referiu.
O Bispo de Coimbra lamentou o facto das comunidades, hoje, falarem mais de si, do que Jesus Cristo. “Temos que nos juntar para mudar esta situação”, concluiu

No próximo dia 28 de Fevereiro, a próxima conferência quaresmal é dedicada aos jovens, subordinada ao tema: “Construir Comunidade_ Linguagem da fé para os jovens de hoje” e será apresentada pelos padres Nuno Tovar (jesuíta) e João Paulo Vaz. No dia 6 de Março, a conferência quaresmal terá como tema: “Construir Comunidade no amor: Casamento, que futuro?”, orientados pelo jesuíta Miguel Almeida e o casal Jacinta e João Paiva.



Miguel Cotrim

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