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18 de fevereiro de 2008

Conferências Quaresmais em S. José

Manuel Pureza e João Rebelo apelam à mudança de mentalidades das comunidades cristãs

José Manuel Pureza e João Rebelo abordaram o tema «Construir Comunidade numa sociedade em mudança». Dois políticos activos e comprometidos na Igreja, apelaram à uma mudança de mentalidades e atitudes das nossas comunidades cristãs.

“Nós na Igreja não somos uma comunidade de santos, somos uma comunidade de homens e mulheres, com defeitos, problemas e carências”. Esta afirmação foi proferida por José Manuel Pureza na primeira sessão de um ciclo de Conferências Quaresmais que decorre às quintas-feiras, no salão polivalente da igreja de S. José.
O Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra apelou à uma mudança de mentalidades das nossas comunidades paroquiais perante os desafios que são colocados pela sociedade. O conferencista referiu os diversos tipos de problemas que atravessam as comunidades – como o desemprego, a crise da família, as dificuldades económicas, etc. – “É com esta comunidade com a qual temos que saber trabalhar”, disse. Apontou como falha grave, o facto, das nossas comunidades paroquiais não saberem trabalhar com estas situações, “trabalham para dentro e não para fora”.
Por outro lado, criticou a “prevalência da doutrina sobre a vida”. Segundo Manuel Pureza, “dá-se muita importância à doutrina (conjunto de normas) sobre a vida das pessoas, que acaba no seu ponto de vista, por prejudicar a vida comunitária”.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, em resposta à provocação de Manuel Pureza, salientou a necessidade dos cristãos saberem aplicar essa doutrina. “Temos pessoas com apetências para a reflexão, outras para acção, agora todos temos que ter convicção e dedicação para construir verdadeiras comunidades”, salientou o autarca.
A massificação das nossas sociedades, principalmente, do meio urbano, dificulta também o trabalho comunitário. Para o dirigente do Bloco de Esquerda, “não há espaço para as pessoas se conhecerem e dialogarem”. “As comunidades estão preocupadas com a conservação social e ética e não têm capacidade para colocarem no sei delas dados novos”, realçou ainda o dirigente do Bloco de Esquerda.
Para João Rebelo, o “conceito de comunidade, num território como Coimbra, é um conceito difícil de definição”, disse, para explicar que “temos um conjunto de pessoas que não têm prática religiosa e não constroem comunidades”. João Rebelo fazia referência a um inquérito elaborado pela paróquia de S. José, em que concluía que cerca de 30 por cento dos fiéis que vão à missa, em S. José, não pertencem àquela paróquia.
João Rebelo criticou ainda o facto dos cristãos serem muito passivos, o que dificulta a construção de uma comunidade. “Somos muito críticos, mas somos muito pouco activos”, rematou o autarca.
Por fim, José Manuel Pureza deixou alguns desafios para as comunidades que queiram ter alguma presença activa no mundo: Acolhendo a diversidade, cultivar a proximidade e promover uma comunidade de vida e não de distância.
Quanto à João Rebelo, pediu que as comunidades reflectissem mais sobre a doutrina social da Igreja, que soubessem interpreta-la e aplicá-la.

No próximo dia 21 de Fevereiro, D. Albino Cleto vai abordar o tema “Construir Comunidade, integrada na Igreja diocesana e universal”. No dia 28 de Fevereiro, os conferencistas Padre Nuno Tovar (jesuíta) e o Padre João Paulo Vaz (Responsável pela Pastoral Juvenil da Diocese de Coimbra) vão abordar o tema «Construir Comunidade: Linguagem da fé para os jovens de hoje».


Miguel Cotrim

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