SEMANA DA UNIDADE DOS CRISTÃOS
"ORAI SEM CESSAR"
. Manuel Augusto Rodrigues
Celebra-se na próxima semana da unidade dos cristãos, de 18 a 25 de Janeiro, o primeiro centenário da sua criação. Foi, com efeito, em 1908 que Paul Wattson, padre anglicano e co-fundador da Fraternidade Franciscana da Reconciliação (Society of the Atonement) em Graymoor (Garrisson, Nova Iorque), inaugurou aquela iniciativa.
O texto bíblico escolhido para 2008 é extraído da 1.ª Epístola aos Tessalonicenses 5, 12a. 13b-18 em que Paulo pede aos cristãos desta comunidade: "orai sem cessar". O contexto diz assim: «Nós vos pedimos, irmãos: Vivei em paz entre vós. A isso vos exortamos, irmãos: corrigi aqueles que vivem de maneira desordenada, dai coragem aos que dela carecem, sustentai os fracos e que sejais pacientes para com todos. Cuidai para que ninguém retribua o mal com o mal, mas procurai sempre o bem entre vós e para com todos. Estai sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus».
Sabendo que a semente da desunião já está instalada na Igreja, Paulo fornece uma série de recomendações para que a paz seja recuperada: garantir a participação de todos e dar coragem aos que têm pouca; sustentar os fracos; ser paciente com todos; não pagar o mal com o mal, mas procurar sempre o bem, entre si e com todos; viver na alegria; orar sem cessar; dar graças em todas as circunstâncias. Termina com a afirmação de que agindo assim a comunidade vive segundo a vontade de Deus em Cristo Jesus.
O apelo a orar sem cessar faz parte desta lista de imperativos. Isto lembra-nos que a vida numa comunidade cristã só é possível através da vida de oração. Esta é parte integrante da vida dos fiéis, precisamente quando eles procuram manifestar a unidade que lhes é dada em Cristo. Trata-se de uma unidade que não se limita aos acordos doutrinais e às declarações oficiais, mas que se exprime em tudo o que contribui para a paz através de acções concretas que testemunham a unidade em Cristo e entre si e que a fazem crescer.
O ecumenismo espiritual deve ser uma preocupação do dia a dia dos cristãos. Não valem os esforços humanos sem a ajuda do Espírito Santo que a pode conceder como um dom. Leva a uma troca harmoniosa das dádivas espirituais concedidas por Deus que se completam entre si. Isto oferece-nos a possibilidade de ir além das nossas etiquetas confessionais, perseverando na direcção d’Aquele que é a origem de todo o bem. O que surpreende na oração é que a sua eficácia se verifica primeiro em nós mesmos. Ela modela a nossa mentalidade e o nosso coração quando procuramos traduzir na prática a prova verdadeira da sua autenticidade. O ecumenismo espiritual conduz-nos à purificação da memória histórica, encorajando-nos a enfrentar os graves acontecimentos do passado que geraram interpretações divergentes da sua própria natureza e origem. Podemos assim superar estas dificuldades que nos mantiveram na divisão. A finalidade do ecumenismo espiritual é a unidade dos cristãos que nos permite participar da missão para a glória de Deus.
Como se lê no texto preparatório: «Se os que crêem querem realmente seguir os passos de Jesus, eles devem trabalhar e orar para a unidade dos cristãos. Todavia, as Igreja têm visões diferentes da unidade visível pela qual nós oramos. Para alguns, a finalidade é alcançar uma unidade visível plena na qual as Igrejas seriam reunidas numa só comunidade de fé, oração, sacramentos e testemunho, onde as divisões seriam tomadas numa única comunidade e a vida estruturada segundo o mesmo modelo. Outros visam uma diversidade reconciliada na qual as Igrejas actuais trabalhariam juntas para oferecer ao mundo um testemunho coerente. Para outros, ainda, a unidade reside principalmente nos laços invisíveis que já nos unem ao Cristo e entre nós, e que depende muito da maneira pessoal de viver a sua fé no meio do mundo».
E ainda: «A oração pela unidade dos cristãos é, portanto, extremamente estimulante. É uma oração que provoca amadurecimento na nossa identidade pessoal, bem como na nossa identidade confessional. Em definitivo, isto significa renunciarmos à nossa visão de unidade para procurar melhor o que Deus quer para o seu povo. Todavia, isto não quer dizer que abandonaremos a nossa unicidade, pois a unidade exprime-se naturalmente na diversidade. A união na diversidade é ícone do mistério de comunhão amorosa que é a própria natureza do Deus Uno e Trino».
As reflexões propostas para a semana da unidade desenvolvem-se assim: no 1.º dia, é apresentada a unidade como dom e apelo endereçados à Igreja e pensa-se no que significa «orar sem cessar»; no 2.º dia, somos convidados a ter confiança em Deus e a dar-lhe graças quando trabalhamos e oramos pela unidade; no 3.º dia, a necessidade de uma conversão permanente do coração; no 4.º dia que se intitula «Orai sempre pela justiça» convidam-se os cristãos a ter coragem de orar sempre com o pensamento em Cristo: no 5.º dia, estar atentos aos diferentes ritmos e tempos dos nossos irmãos e irmãs; no 6.º dia, orar para que nos seja dada a graça de sermos instrumentos conscientes da obra de reconciliação com Deus; no 7.º dia, progredir juntos na oração e apreciar os diversos modos pelos quais os cristãos se dirigem a Deus. A meditação final convida ao compromisso de orar e procurar com todas as nossas forças a unidade e a paz que Deus quer para nós.
O texto bíblico escolhido para 2008 é extraído da 1.ª Epístola aos Tessalonicenses 5, 12a. 13b-18 em que Paulo pede aos cristãos desta comunidade: "orai sem cessar". O contexto diz assim: «Nós vos pedimos, irmãos: Vivei em paz entre vós. A isso vos exortamos, irmãos: corrigi aqueles que vivem de maneira desordenada, dai coragem aos que dela carecem, sustentai os fracos e que sejais pacientes para com todos. Cuidai para que ninguém retribua o mal com o mal, mas procurai sempre o bem entre vós e para com todos. Estai sempre alegres, orai sem cessar, dai graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus».
Sabendo que a semente da desunião já está instalada na Igreja, Paulo fornece uma série de recomendações para que a paz seja recuperada: garantir a participação de todos e dar coragem aos que têm pouca; sustentar os fracos; ser paciente com todos; não pagar o mal com o mal, mas procurar sempre o bem, entre si e com todos; viver na alegria; orar sem cessar; dar graças em todas as circunstâncias. Termina com a afirmação de que agindo assim a comunidade vive segundo a vontade de Deus em Cristo Jesus.
O apelo a orar sem cessar faz parte desta lista de imperativos. Isto lembra-nos que a vida numa comunidade cristã só é possível através da vida de oração. Esta é parte integrante da vida dos fiéis, precisamente quando eles procuram manifestar a unidade que lhes é dada em Cristo. Trata-se de uma unidade que não se limita aos acordos doutrinais e às declarações oficiais, mas que se exprime em tudo o que contribui para a paz através de acções concretas que testemunham a unidade em Cristo e entre si e que a fazem crescer.
O ecumenismo espiritual deve ser uma preocupação do dia a dia dos cristãos. Não valem os esforços humanos sem a ajuda do Espírito Santo que a pode conceder como um dom. Leva a uma troca harmoniosa das dádivas espirituais concedidas por Deus que se completam entre si. Isto oferece-nos a possibilidade de ir além das nossas etiquetas confessionais, perseverando na direcção d’Aquele que é a origem de todo o bem. O que surpreende na oração é que a sua eficácia se verifica primeiro em nós mesmos. Ela modela a nossa mentalidade e o nosso coração quando procuramos traduzir na prática a prova verdadeira da sua autenticidade. O ecumenismo espiritual conduz-nos à purificação da memória histórica, encorajando-nos a enfrentar os graves acontecimentos do passado que geraram interpretações divergentes da sua própria natureza e origem. Podemos assim superar estas dificuldades que nos mantiveram na divisão. A finalidade do ecumenismo espiritual é a unidade dos cristãos que nos permite participar da missão para a glória de Deus.
Como se lê no texto preparatório: «Se os que crêem querem realmente seguir os passos de Jesus, eles devem trabalhar e orar para a unidade dos cristãos. Todavia, as Igreja têm visões diferentes da unidade visível pela qual nós oramos. Para alguns, a finalidade é alcançar uma unidade visível plena na qual as Igrejas seriam reunidas numa só comunidade de fé, oração, sacramentos e testemunho, onde as divisões seriam tomadas numa única comunidade e a vida estruturada segundo o mesmo modelo. Outros visam uma diversidade reconciliada na qual as Igrejas actuais trabalhariam juntas para oferecer ao mundo um testemunho coerente. Para outros, ainda, a unidade reside principalmente nos laços invisíveis que já nos unem ao Cristo e entre nós, e que depende muito da maneira pessoal de viver a sua fé no meio do mundo».
E ainda: «A oração pela unidade dos cristãos é, portanto, extremamente estimulante. É uma oração que provoca amadurecimento na nossa identidade pessoal, bem como na nossa identidade confessional. Em definitivo, isto significa renunciarmos à nossa visão de unidade para procurar melhor o que Deus quer para o seu povo. Todavia, isto não quer dizer que abandonaremos a nossa unicidade, pois a unidade exprime-se naturalmente na diversidade. A união na diversidade é ícone do mistério de comunhão amorosa que é a própria natureza do Deus Uno e Trino».
As reflexões propostas para a semana da unidade desenvolvem-se assim: no 1.º dia, é apresentada a unidade como dom e apelo endereçados à Igreja e pensa-se no que significa «orar sem cessar»; no 2.º dia, somos convidados a ter confiança em Deus e a dar-lhe graças quando trabalhamos e oramos pela unidade; no 3.º dia, a necessidade de uma conversão permanente do coração; no 4.º dia que se intitula «Orai sempre pela justiça» convidam-se os cristãos a ter coragem de orar sempre com o pensamento em Cristo: no 5.º dia, estar atentos aos diferentes ritmos e tempos dos nossos irmãos e irmãs; no 6.º dia, orar para que nos seja dada a graça de sermos instrumentos conscientes da obra de reconciliação com Deus; no 7.º dia, progredir juntos na oração e apreciar os diversos modos pelos quais os cristãos se dirigem a Deus. A meditação final convida ao compromisso de orar e procurar com todas as nossas forças a unidade e a paz que Deus quer para nós.
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