Oratória Homenageia D. Albino Cleto
Mário Nunes
A Catedral da Sé Nova encheu-se de cidadãos para assistirem ao concerto de homenagem a D. Albino Cleto, Bispo de Coimbra, comemorativo das suas Bodas Episcopais. Um momento "único" e inolvidável graças ao carácter do texto em que foi escolhida a forma musical, a "Oratória". Um concerto deslumbrante e invulgar pelo número de elementos participantes na sua execução, mais de três centenas e, pela expressiva linguagem musical que abraçou, transportando para o público uma impressionante beleza e harmonia, um inquestionável fervor espiritual e a plena essência da finalidade presente na sua criação "Fátima, sinal de Esperança para a Humanidade".
Uma obra fabulosa, diremos monumental, que exaltou, sobremaneira, a mensagem divina de Nossa Senhora e moldou o templo sagrado, por hora e meia, no centro ecuménico de Fátima. Brilhante em toda a dimensão, este concerto conciliou a grandeza do espiritual com a magnificência da Catedral e com o expoente máximo da capacidade humana em criar uma obra de tamanha amplitude musical, expressamente elaborada para assinalar um acontecimento de valor universal.
O concerto a que tivemos o privilégio de assistir testemunhou, mais uma vez, que a Catedral de Coimbra aufere de condições excepcionais para grandes iniciativas culturais/religiosas/artísticas consentâneas com a missão para que foi edificada.
A Oratória com o número de participantes activos que apresentou, e que manteve em permanente elevação sentimental e espiritual, mesmo emocional, aqueles dois milhares de pessoas (muitos e muitos em pé a "declinarem" o frio que na noite de Sábado se fez sentir), só era viável em Coimbra, na Sé Nova. Somente naquele lugar era possível comungar da beleza infinita e da expressividade musical que provém da Oratória.
Um "palco" de surpreendente dimensão acarinhou uma moldura humana de coralistas, orquestra e solistas, que só por si, marcaram a grandiosidade do concerto. Um cenário maravilhoso que comungou exemplarmente da natureza artística e mística do espaço. Em primeiro plano, a orquestra com o instrumental de cordas, de sopro e de percussão, acolitados pelos solitas (5 crianças e 3 adultos), que na altura própria faziam ouvir as suas vozes, enquanto, no momento indicado apareciam os três pastorinhos com a Nossa Senhora e o Anjo da Paz. Em segundo plano, o Coro de elementos femininos e masculinos. A dirigir este inesquecível concerto, o Maestro, Mário Nascimento.
A Oratória, criada para encerrar o nonagésimo aniversário das Aparições do Anjo (1916) e de Nossa Senhora do Rosário (1917) aos três Pastorinhos de Aljustrel, foi estruturada no texto organizado pelo Padre António Aparício em colaboração com o Padre João Paulo Quelhas e teve a exuberante música do Padre António Cartageno. Nela sobressai o papel do Narrador, que narra os acontecimentos e interliga as diversas partes da acção, contando o essencial da história de Fátima com base nas Memórias I, da Irmã Lúcia, acrescidas, de pronunciamentos de João Paulo II, Papa ligado à Mensagem de Fátima e, ainda, do Responsório Breve das Laudes do dia 13 de Maio.
Impossível descrever neste texto o vivido e sentido. O silêncio de oiro, a concentração total para beber a musicalidade das vozes e dos instrumentos, o desenrolar dos momentos históricos ligados ao mundo e a Fátima no período descrito pelo texto da Oratória e dialogado entre o narrador e o coro, o ritmo lento ou vivo conforme a passagem da história, o enquadramento perfeito do tradicional com o moderno, exemplo do "Ave-Maria", do "Rogai por nós", a "explosão" e o "rufar" do instrumento de percussão, o crescendo contínuo das sucessivas progressões harmónicas, num caminhar para a mensagem de luz, de paz e de esperança para o mundo inteiro, trazida por Nossa Senhora, e o coroar da Aleluia, a 8 vozes, promoveram a apoteose final, e deixaram o público emocionado e agradecido que, de pé, aplaudiu com expressivos e prolongados aplausos.
Sublinhamos, a concluir, as brilhantes palavras de D. Albino Cleto: Coimbra e Fátima estão ligadas, para sempre, por raízes e valores que jamais morrem.
De parabéns estão os membros organizadores desta memorável iniciativa, onde sobressai o dinâmico impulsionador do concerto, Cónego João Castelhano, um homem de arrojado dinamismo e de inquestionável esperança no futuro, bem acompanhado, como referiu o nosso Bispo, pelo Cónego Sertório (pároco da Sé Nova), por outros sacerdotes e pelo Vigário-Geral da Diocese, Monsenhor Leal Pedrosa.
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