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28 de janeiro de 2008

No Jubileu Episcopal de D. Albino Cleto


“ Lisboa chamo mãe!
A Coimbra chamo esposa!”


“À Diocese de Lisboa gosto de chamar mãe; a Coimbra chamo-lhe esposa. A ela entrego a minha vida. E sei que é sobretudo a esposa que torna feliz aquele que se lhe entregou. Obrigado, Coimbra!” Foi com estas palavras que o senhor D. Albino Cleto quis encerrar a sessão solene comemorativa do seu jubileu episcopal, que decorreu no Auditório da Reitoria da Universidade, no passado domingo, 27 de Janeiro.

Na mesa da presidência, o senhor D. Albino foi ladeado pelo vice-presidente da Conferência Episcopal. D. António Montes Moreira, pelo magnífico reitor da Universidade, Prof. Seabra Santos; pelo Governador Civil de Coimbra, Dr. Henrique Fernandes; pelo Presidente da Câmara Municipal, Dr. Carlos Encarnação; pelo vigário geral da Diocese, Mons. Leal Pedrosa; e pelo pró-vigário geral, Cónego João Lavrador. Em lugar destacado encontra-se o representante do Núncio Apostólico em Portugal, Mons. Luigi Roboberto Conat. Na assembleia, além de quase todos os bispos portugueses e das autoridades convidadas, encontravam-se familiares de D. Albino Cleto e várias centenas de leigos dos movimentos apostólicos e das paróquias da Diocese.

“sentimo-nos bem
com a sua presença”

A saudação inicial ao senhor D. Albino foi feita pelo seu vigário geral, Mons. Leal Pedrosa, afirmando que “estamos gratos a Deus pela sua presença nesta diocese de Coimbra, a qual muito tem recebido da sua generosidade pastoral e das sua simplicidade e alegria”.
Falando em nome de todos os presentes e de todos os fiéis da diocese. Mons. Leal dirigiu-se a D. Albino nestes termos: “Quero dizer-lhe que nos sentimos bem com a sua presença e que lhe estamos profundamente reconhecidos pela acção humana e pastoral que tem desenvolvido no meio de nós”.
Coube, de seguida, ao Cónego João Lavrador traçar o perfil de D. Albino e da sua actividade apostólica na Diocese de Coimbra.
Depois de referir alguns princípios sobre o ministério dos bispos, auferidos sobretudo dos antigos Padres da Igreja, o orador desceu ao terreno concreto da vivência de D. Albino como Pastor da Igreja conimbricense. E recordou a sua entrada, como bispo coadjutor, a 11 de Janeiro de 1998. “Logo desde do início – referiu – vimos na pessoa de D. Albino a riqueza da sua personalidade: perito em humanidade, com invulgares qualidades humanas e homem de Deus, porque na sua simplicidade e transparência de homem serrano, descobre-se no seu interior uma alma apaixonada por Jesus Cristo”.
Realçando alguns aspectos da sua actuação pastoral em Coimbra, o Cónego João Lavrador referiu, em primeiro lugar “o seu conhecimento directo de todos os homens e mulheres que pertencem à sua diocese”. “Não sei – acrescentou – se o senhor D. Albino conhece todos os seus diocesanos; mas tenho a certeza que conhece todos os fiéis mais responsáveis dos diversos sectores e serviços pastorais”. Verdade incontestada, porém, é a de “não haver ninguém na Diocese que não conheça o seu Bispo”.
De entre os vários campos de actividade (referiu a cultura, a comunicação social, a corresponsabilidade com a Igreja a nível nacional), o orador sublinhou “a dedicação do Bispo aos mais pobres e marginalizados”. Destacou, pois, “não só o empenho pessoal em acompanhar as diversas instituições que respondem aos mais desprotegidos da sociedade”, mas sobretudo “a sua visível preocupação pela pobreza tradicional” e “especialmente pelas novas formas de pobreza, determinadas pelas situações económicas e sociais do mundo de hoje”.
Depois, falou da relação ímpar que quase se pode palpar entre o Bispo e os seus padres. “Eu amos os meus padres” – colocou o orador na boca do prelado diocesano. E referiu que “o senhor Bispo sofre com cada um dos seus padres, quando surgem as dificuldades, e alegra-se com cada um deles na alegria do ministério vivido no dia a dia”. Neste âmbito referiu, com igual ênfase, “a sua paixão pela vocações de consagração”.
O orador terminou referenciado D. Albino como um homem de esperança. “É a esperança que o anima a discernir, no contexto onde desempenha o seu ministério, os sinais da vida”; “é a esperança que o sustenta na transformação dos próprios conflitos em ocasiões de crescimento”. E concluiu: “Quanta paciência (esperança) verificamos na sua actuação, D. Albino, ao longo destes anos, nunca abdicando do diálogo, da compreensão, sem transigir no essencial, mas sempre compreensivo nas fragilidades humanas”. Por tudo isto, “D. Albino, damos graças a Deus pelo bem que tem feito”.

O primeiro padre diocesano
ordenado por D. Albino

Seguiram-se, no uso da palavra, um padre, uma religiosa e um leigo, todos representando o inteiro Povo de Deus. O Padre Nuno Santos, responsável pelo pré-seminário, foi o primeiro presbítero diocesano ordenado pelo senhor D. Albino. Foi ele, depois de um momento poético (recordando Mons. Nunes Pereira) afirmou que “falar pessoalmente de alguém não é fácil”. E acrescentou: “todavia, não posso deixar de dizer que sinto o meu Bispo como um irmão mais velho, (alguém) que está próximo e que ouve a minha partilha, a sugestão e a opinião”. Depois referiu que “falar do senhor D. Albino significa necessariamente falar da Diocese de Coimbra e, consequentemente, de cada um de nós”. Por isso, deixou algumas interpelações (oito, no todo), de que referimos algumas: “Somos uma grande escola de voluntariado, a maior da região” (e falar da generosidade de padres e, sobretudo, de leigos” que dão gratuitamente de si e do seu tempo”). Depois “somos uma diocese que tem um clero dedicado, generoso e empenhado em dar o seu melhor” (os demais idades numa entrega até ao fim).
Um terceiro aspecto referido é o desta Diocese “que vê com esperança todo um dinamismo vocacional”. Isto, a par, de alguns pontos deficitários: “somos uma diocese que ainda convive mal com as novas tecnologias, mormente com a Internet”; somos “uma diocese com poucos padres formados em áreas específicas da teologia e quase nenhuns leigos…por isso, precisamos de desafiar mais presbíteros e leigos a estudar mais profundamente a teologia”. Depois somos uma diocese que precisa de apostar ainda mais na valorização do seu riquíssimo património artístico”. E finalmente “somos uma diocese que tem dificuldade em parar para pensar”. De qualquer modo, não esqueçamos que “é nesta diocese que fazemos a experiência profunda da aliança”.

Um bispo que incentiva
a seguirmos Jesus Cristo

Em representação dos institutos de vida consagrada, falou a irmã Otília, da Congregação de S. José de Cluny (Colégio da Rainha Santa), afirmando que “é com profundo reconhecimento” que sente o senhor Bispo “vibrar no Dia do Consagrado, marcando com a sua presença, as suas reflexões profundas, as palavras de ânimo e coragem para continuarmos a seguir um Deus de Amor”.
Em nome dos leigos da Diocese falou o Prof. José Carlos Seabra que “excorde” começou por referir que o senhor D. Albino “é um pastor cordial da humanidade comum”. E logo acrescentou tratar-se de “um mestre disposto a orientar os leigos da sua diocese, um mestre pelo testemunho”. Recordou ainda, como leigo empenhado na Pastoral Universitária, que D. Albino “tem um capital de simpatia enorme entre os intelectuais da Universidade e da Diocese de Coimbra”. Referiu ainda o seu espírito de “tolerância que não se deve confundir com aceitação da laicidade”.

“É Coimbra, a minha esposa
que me torna feliz”

Momento breve foi o da entrega ao senhor D. Albino de uma lembrança por parte dos padres, dos religiosos e dos leigos da Diocese de Coimbra: as chaves de um automóvel. Nada de mais justo, para quem, nestes últimos dez anos, utilizou a sua viatura pessoal nas deslocações pastorais por toda a Diocese. Ouvimos, ali ao lado, que D. Albino merecia muito mais!
E foi o senhor Bispo quem terminou a sessão, agradecendo a oferta e a presença de todos. E declarou: “À diocese de Lisboa gosto de chamar mãe. A Coimbra chamo-lhe esposa, pois é a ela que entrego a minha vida”. E explicou: “É sobretudo a esposa que torna feliz aquele que se lhe entregou. Obrigado, Coimbra!” O agradecimento de D. Albino estendeu-se ainda a Manteigas, terra da sua naturalidade. “Foi a terra onde bebia a fé. Para ela, para a minha família basta um olhar, que mais, não é preciso”. Entre os amigos, com quem fez “esta feliz caminhada na estrada da vida”, D. Albino quis destacar “uma pessoa privilegiada da Universidade de Coimbra, o cardeal Doutor Gonçalves Cerejeira”; o “cardeal D. António Ribeiro que me distinguiu na sua escola”; e D. João Alves “que venero como mestre dos meus tempos de rapaz”.

“Um bispo que quer ser
profeta da esperança”

O segundo acto desta comemoração festiva do jubileu episcopal de D. Albino foi a celebração da Eucaristia na Sé Nova, que uma vez mais foi pequena para albergar todos os fiéis que quiseram participar. Rodeado de dezenas de bispos e presbíteros, com a participação de largas centenas de diocesanos, D. Albino presidiu à celebração. No momento oportuno, reflectindo sobre a Palavra de Deus ali proclamada, afirmou que “o bispo sabe, porque, tal como os apóstolos, assim o aprendeu de Cristo, que só por amor os homens se deixam atrair. E é Deus quem os atrai”.
Continuando a sua reflexão sobre a edificação da Igreja referiu que “importa preparar as pedras, que são vivas”. E acrescentou: “Escolhidas quando foram baptizadas, há-de o Bispo cuidar que estas pedras vivas sejam aparelhadas coma verdade do Credo, embelezadas com a santidade cristã, bem vivas pela graça dos sacramentos, bem unidas pela fé, pela esperança e pela argamassa do amor”.
Na sua alocução, D. Albino referiu ainda que “O Bispo tem de ser hoje um profeta da esperança”, daquela esperança que, como aponta o Papa Bento XVI, deve ser “ a certeza de que se mantém sempre aberta a porta por onde o mundo chega até Deus”.
A jornada jubilar terminou com um jantar em que todos participaram, como irmãos, à volta do Bispo, em todas as circunstâncias, é o sinal da unidade do Povo de Deus.

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