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13 de novembro de 2006

Métodos de evangelização: Esperança para a renovação das paróquias

Se, por um lado, todos notamos que a Igreja perde todos os dias fieis, e que muitos dos seus membros não vivem a sua doutrina e até se opõem a ela, por outro lado, damo-nos conta cada vez mais que uma Igreja viva, dinâmica, ousada, destemida, jovem, embora minoritária, se levanta cheia de esperança e não fica na praia a olhar o vasto oceano, mas faz-se ao largo e avança com enorme confiança pelas águas alterosas deste mundo para lhe levar a Boa Notícia a que ele tem direito e espera. Quando imensas congregações religiosas parecem definhar por falta de vocações, nascem todos os dias comunidades novas, cheias de alegria e do dinamismo do Espírito e arrebatam atrás de si, imensos jovens tanto para o sacerdócio como para outras formas de vida consagrada. Anunciam-nos assim a esperança e dizem-nos que «o Espírito é Senhor que dá Vida e que renova todas as coisas.» Alguém presente no congresso de Bruxelas da nova evangelização me dizia: «Nunca pensei que ainda hoje houvesse tanto jovem sacerdote e jovens freiras. Pois eu contactei com centenas de sacerdotes de diversas Comunidades novas e de diversas Dioceses, e que advam um testemunho de alegria admirável. Outro sinal do Espírito é o surgimento de novos métodos de evangelização que frequentemente nascem no seio destas comunidades novas. Um desses métodos é o curso Alpha de que já aqui tenho falado. Não é dele que quero falar hoje, mas apenas aproveitar para dizer que com o início do ano pastoral várias paróquias da nossa Diocese se servem deste curso para a sua acção evangelizadora com bons frutos. Em Febres decorre um curso para casais adultos à quinta-feira. Em Vilamar, à sexta-feira, curso para jovens dos 21-28 anos. Os cursos ainda não chegaram ao fim e já começamos a ver a acção de Deus nas consciências, iluminando, trazendo alegria, provocando mudanças interiores que se reflectem na vivência exterior. O curso dos jovens, animado por uma equipa, também ela de casais jovens, tem feito que estes sejam os primeiros a amadurecer na fé e a tornarem-se cada vez mais claramente evangelizadores e destemidos diante dos outros no anúncio e no chamamento. É que quase todos os jovens que vêm fazer o curso são convidados pessoalmente pela equipa e por alguns outros jovens que acabam de fazer o curso, e eles hão-de estar convictos da importância de conhecer e amar a Cristo para convencerem outros jovens a se inscreverem no curso. E conseguem-no.
Outros cursos avançam muito bem em Cantanhede, agora com novas e maravilhosas instalações, S. Paulo de Frades e Eiras bem como a Lousã. Estes são os que na nossa Diocese tenho conhecimento.
Mas hoje gostava de falar de um outro método de evangelização que há muito tempo me seduzia. A participação num simpósio sobre evangelização na universidade Lateranense em Roma, onde se falou sobre vários métodos de evangelização modernos abordou também este que eu queria conhecer melhor… Chama-se células paroquiais de evangelização.
Uma equipa Italiana passou em Febres 3 dias formando uma equipa de 40 pessoas para lhe explicar como funcionava este método. As CPE são um meio de evangelização muito utilizado na Itália, e que partiu de Milão da paróquia de Santo Eustáquio, onde é pároco o Dom Pigi, o grande lançador em Itália das Células paroquias de evangelização.

O que são as células?
O termo “célula” é sugestivo, pois a Igreja de Cristo, como nos diz São Paulo, é um “corpo” (cf ICor 12, 27) e sabemos que o corpo humano é composto por milhares de pequenas unidades que se juntam para formar o corpo. Essas unidades são chamadas células. Um bebé começa por ser uma pequena célula no útero da sua mãe, então depois cresce e se multiplica em duas células. Estas duas se transformam em quatro, as quatro em oito e assim por diante.
Uma célula que cresce e se multiplica, transforma-se num corpo humano, vivo, saudável e maravilhoso! Assim a Igreja de Cristo deve crescer, pois este foi o mandato de Jesus: “Ide, e fazei discípulos”. (Mt 28,19)
Células de Evangelização, são então pequenos grupos, de no mínimo 3 pessoas e no máximo 12 pessoas, que crescem e se multiplicam-se à semelhança das células do corpo.

Como crescem as células?
Através da evangelização. Cada membro da célula, evangeliza uma ou mais pessoas do seu relacionamento quotidiano, na linguagem das células chama-se (oikos) trazendo-as para a célula, então dá-se o crescimento multiplicando-se ou através de implantação de novos núcleos celulares. Essa multiplicação faz-se do seguinte modo: Uma célula quando ultrapassa o número ideal de participantes (12 pessoas) multiplica-se em 2 ou 3 novas células. Os animadores auxiliares da célula (mãe) serão os líderes das novas células (filhas).
A célula é um grupo de irmãos que cresce em conjunto na vida cristã. E que tem os seguintes objectivos: Louvor em conjunto, evangelização , comunhão fraterna, formação, ( em cada reunião é dado um tema que depois é aprofundado por todos) serviço fraterno, cada membro da célula aprende a servir os seus irmãos num serviço de caridade.

Para nós, na unidade pastoral formada por Febres, Vilamar, S. Caetano e Corticeiro. As Células paroquiais de evangelização foram criadas para servir de complemento ao curso Alpha. Logo que o curso Alpha acaba, nós vemos aqueles que seria bom convidar a passarem para co-animadores do curso alpha até se tornarem animadores durante 2 a 3 anos. Aos outros propomos-lhe, ou que entrem nalgum grupo já formado na paróquia ( vários vão para o grupo de oração que entretanto cresceu imenso com muita gente nova), ou então, (e será um grande número), que entrem numa célula paroquial de evangelização. O sistema das células é talvez a melhor forma de integração paroquial, porque a célula leva a amar a comunidade paroquial, a interessar-se por ela e a servi-la.

O Acolhimento a as Missões Paroquiais:
Mas num mundo materialista como o nosso e que parece afastar-se cada vez mais da fé da Igreja não é fácil a aceitação imediata para fazer um curso Alpha ou entrar numa célula paroquial de evangelização. Por isso, o terreno tem de se preparar de muitas formas. Uma dessas formas mais eficazes é o bom acolhimento que se pode fazer na paróquia àqueles que andando distantes, e que, de vez em quando, vêm ao cartório para pedir serviços. Muitos têm aceite aí mesmo fazer proximamente um curso Alpha. Outra forma são as missões paroquiais. Neste momento está a decorrer mais uma missão paroquial em Febres, Vilamar, S. Caetano e Corticeiro de Cima com a duração de 20 dias, realizada por missionárias da Palavra, congregação mexicana já em Portugal, e que tem como carisma dar a conhecer a Bíblia de muitas maneiras. (outra congregação nova nascida no século XX e já presente em todos os países da América Latina com imensas vocações.) O que têm de diferente doutras missões mais antigas é que elas não estão á espera que sejam as pessoas que venham à Igreja, mas vão elas ao encontro das pessoas através de um porta a porta sistemático, levando consigo paroquianos que estejam livres e que se queiram associar a elas. Pelo que vou vendo os paroquianos vêm sempre contentes e, com vontade de voltarem no dia seguinte e quantas vezes for preciso. O acolhimento das pessoas, está a ser muito bom, embora haja sempre pessoas que aproveitem para fazer as suas críticas á Igreja o que é natural.
À noite, depois dos encontros porta a porta, fazem-se encontros de formação bíblica, para as quais as pessoas foram convidadas individualmente.
A messe é grande…e não chega um método para responder às sensibilidades dos cristãos. Há muitos que nunca aceitarão fazer um curso Alpha, mas já aceitam entrar numa célula paroquial de evangelização ou num grupo sócio-caritativo, o importante é que hajam várias propostas para que o maior número possível possa avançar.

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