Bancos Alimentares Contra a Fome: "nenhum pedido fica de fora"
- afirma José de Sousa, presidente do banco de Coimbra
O Estado não resolve todos os problemas sociais. E é por isso que existem - e sempre existiram - instituições de solidariedade social", afirma José de Sousa, presidente da Direcção do Banco Alimentar de Coimbra. Esta realidade, constatada por quem, no terreno, com outros voluntários, procura dar resposta a uma carência elementar, é o testemunho concreto de que a sociedade civil tem cada vez mais um importante papel e responsabilidade para assumir.
Fundado em 1997, o Banco Alimentar de Coimbra (BAC) assegura mensalmente a distribuição de alimentos a 62 instituições do distrito. Há ainda mais duas dezenas que, pontualmente, beneficiam da ajuda do BA. Cumprindo um dos princípios base desta obra, "a recolha é local, a distribuição é local".
Voluntário, tal como muitos outros que, diariamente, prescindem de parte do seu tempo livre a favor de uma causa maior, José de Sousa reconhece que a resposta do Banco Alimentar é, apesar de tudo, insuficiente para todas as solicitações.
Uma análise sustentada quer pelos pedidos das instituições quer pelos contactos individuais que são cada vez mais frequentes levam o responsável pelo BAC a concluir que "há um agravamento da situação económica dos portugueses, que leva cada vez mais instituições e pessoas a precisarem de ajuda".
O impacto da crise económica, vertida a nível social, reflecte-se nos pedidos de ajuda que, diariamente, chegam directamente ao BAC. "Sobretudo neste último ano, através do e-mail, há muitas pessoas a perguntarem como podem usufruir da nossa ajuda", explica José de Sousa.
Nenhum pedido fica sem resposta. "O Banco Alimentar vive sobretudo do voluntariado". É uma realidade inquestionável que, a cada momento, ganha maior consistência. Voluntariado na dádiva de produtos e voluntariado na dedicação ou no tempo livre que se coloca ao serviço da comunidade e de quem precisa.
Crise não espanta espírito solidário
Anualmente, são lançadas duas campanhas de recolha a nível nacional, com especial incidência nas grandes superfícies. Em Coimbra, a última destas acções decorreu em Dezembro último, contou com cerca de 1.500 voluntário e permitiu a recolha 87 toneladas de alimentos, traduzindo-se num aumento de 5,7 por cento em relação a 2007. Arroz, azeite, óleo, cereais, leite, conservas e outros produtos de longa duração é o que faz mais falta e quem dá, procura ir de encontro ao que é preciso.
Com a gratidão de quem sabe que esta preciosa ajuda da sociedade civil vai matar a fome a muita gente, José de Sousa afirma que "as pessoas estão mais receptivas e até mais solidárias, há uma grande generosidade".
Apesar de as campanhas de recolha contarem - felizmente - com um grande número de voluntários, que ajudam quer na recepção dos produtos quer na sua triagem e tratamento logístico, uma mão amiga e regular é sempre bem vinda. "Ser voluntário do Banco Alimentar não custa nada e precisamos, sobretudo, de quem possa ajudar-nos regularmente", alerta José de Sousa.
Nesta vertente como em todas as outras, o contributo depende da disponibilidade de cada um. Diariamente, durante a semana, ao sábado ou ao domingo, todos podem ajudar e são bem vindos. Um simples e-mail para ba.coimbra@bancoalimentar.pt , oferecendo a vontade de ajudar, de voluntariamente abdicar de um pouco do tempo próprio a favor dos outros, permitirá ao BAC continuar a ajudar aqueles que contam diariamente com a instituição.
In "Campeão das Províncias" - Geraldo Barros
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