Cristãos e muçulmanos em Coimbra
- tema para conferências na Sé Velha
A convivência da religião cristã com a muçulmana ao longo dos séculos, quase sempre pacífica e tolerante, é o tema de um ciclo de conferências que vai decorrer na Sé Velha de Coimbra a partir de 9 de Maio.
As "Conferências do Claustro", que pretendem destacar o papel central da Sé Velha e de Coimbra no moçarabismo, começam com uma intervenção da docente universitária Luísa Azevedo sobre a influência dessa cultura na toponímia e na língua.
A segunda conferência será proferida pelo beneditino Geraldo Coelho, que abordará as questões ligadas à identidade religiosa, legislativa, jurídica, e a aculturação à civilização muçulmana.
"A convivência da religião cristã com a muçulmana está presente todos os dias nos nossos noticiários. Este não é um debate sobre os problemas do Iraque e Israel, mas o passado pode iluminar o que ainda hoje se sente e está em vivência", explicou à agência Lusa a historiadora Maria Helena da Cruz Coelho, coordenador das "Conferências do Claustro".
No entendimento desta professora da Faculdade de Letras de Coimbra, a Sé Velha é um dos exemplos da presença moçárabe pacífica, pois teve vários bispos moçárabes.
No período de governação da cidade pelo conde moçárabe D. Sesnando (1064-1092) viveu-se um período de grande tolerância, e chegou a nomear para Cabido da Sé o moçárabe D. Martin Simões, que a dirigiu para além do período do seu protector.
Segundo a docente, salvo um período no século VIII, aquando da fundação do Condado Portucalense e a nomeação de francos à frente da cidade por D. Henrique, e no período de dominação dos berberes Almorávidas e Almóadas, a convivência entre cristãos e moçárabes foi muito pacífica.
"Coimbra é uma cidade muito representativa e a Sé Velha é em si emblemática sobre as questões do moçarabismo que se vivem no seu interior", salientou.
Maria Helena da Cruz Coelho admitiu a possibilidade de após o primeiro ciclo de conferências se dedicar um segundo ao moçarabismo e à sua influência na arte.
O Mons. João Evangelista, pároco da Sé Velha, disse à agência Lusa que ao abordar-se esse período histórico realça-se igualmente o papel do templo na história da cidade e de Portugal.
1 Comentários:
Está muito bom toda a informação foi toda muito util.
Obrigado
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