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24 de abril de 2008

Inventariação da Paróquia de Ançã


José Eduardo Reis Coutinho

A 17 deste mês, ficou concluída a inventariação da paróquia de Ançã, com um total de 74 fichas e o inerente fundo fotográfico, da matriz e das capelas, cuja tarefa contou com a prestável presença do senhor Maurício Teixeira Geria.
O 1º marquês de Cascais e 6º conde de Monsanto, Dom Álvaro Pires de Castro, foi donatário da vila e, com o afastamento de Dom Afonso VI, para cá foi desterrado, vindo a falecer em 1674 e sendo sepultado na capela-mor da igreja paroquial.
Por força desses acontecimentos, a referida casa marquesal interessou-se pela localidade, procedendo a numerosos melhoramentos e beneficências, patentes em diversos empreendimentos, por vezes assinalados com as respectivas armas heráldicas: o escudo, de seis arruelas, sob a coroa de marquês.
Entre nobilitadas tradições e sã convivência local, é demasiado pouco o património ainda conservado, tendo-se verificado a falta de qualquer exemplar de paramentaria, de livro antigo, de castiçais (nas várias feituras de talha, estanho e bronze), lampadários e, até, de bons objectos de prata, bem como alguma imaginária religiosa, que o Doutor António Nogueira Gonçalves menciona no Inventário do Distrito de Coimbra, publicado em 1953.
Tão estranhos desaparecimentos devem-se, na verdade, às muitas alienações desses bens, há décadas atrás, pelo então titular da sede paroquial, a troco de adquirir alfaias novas: meras vulgaridades!
Deste modo, aquelas desatinadas atitudes e delapidações deixaram uma parcela patrimonial, composta, maioritariamente, de retabulária, em talha e calcário, e de imagens bastantes interessantes, das quais fica determinada a percentagem de 55, 4 para as esculturas em calcário e 44, 6 para as de madeira.
Efectivamente, a produção escultórica mostra obras da melhor concepção, recuando ao século XV, e pela delicadeza de pormenores, numa técnica, mestria e perfeição visíveis em tratamentos anatómicos, caracteriológicos, sumptuários e naturalísticos, de considerável importância harmónica, peremptoriamente qualificadora das excelentes realizações esculpidas, segundo a longa prática conimbricense, em pedra calcária desta região de Ançã.

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