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12 de setembro de 2007

Segundo um estudo do Centro de Estudos Sociais

Pobreza em Coimbra aumenta

O desemprego tem contribuindo imenso para o aumento da pobreza na região. Coimbra é neste momento um dos distritos mais pobres de Portugal. Muitos dos desempregados não recebem qualquer subsídio…O Estado falha, uma vez mais, no apoio à família.
Muitos dos trabalhadores por conta de outrem recebem menos de 500 euros por mês que contribuiu também para a pobreza registada num estudo elaborado pelo Centro de Estudos Sociais. Para além dos números divulgados, o estudo apresenta propostas para a elaboração de um plano de desenvolvimento social estratégico em concertação com os actores institucionais e com os cidadãos. Segundo o sociólogo Pedro Hespanha, “a sociedade tem de olhar para a situação e parar de desqualificar os trabalhadores manuais e de sobrevalorizar os títulos académicos”. No mesmo sentido, o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza/Portugal, o Padre Jardim Moreira, fez um apelo à “coragem dos partidos”. “Temos de criar um novo paradigma social. Subsídio, rendimento mínimo e futebol são a «chapa batida» do império em ruína”, ironizou.

Entre 2000 e 2005, o número de desempregados no distrito aumentou 54 por cento entre os homens e 21 por cento entre as mulheres, revela um estudo do Centro de Estudos Sociais. Segundo os dados recentemente divulgados, a população feminina e os adultos dos 35 aos 54 anos são os mais afectados. O termo de contratos é apontado como motivo mais frequente da ruptura do vínculo laboral.
Em Soure, o desemprego masculino quase duplicou durante o período considerado, registando um aumento de 94 por cento. Por sua vez, entre as mulheres, é Mira o concelho que apresenta resultados mais críticos, com um acréscimo de 43 por cento no desemprego feminino, indica o estudo coordenado pelo investigador Pedro Hespanha.
Os resultados apontam também para a diminuição simultânea das ofertas de emprego e da taxa de preenchimento dos lugares disponíveis. De acordo com dados relativos a 2005, o número de colocações efectivas entre os desempregados registados no distrito situava-se nos 14 por cento, ficando por satisfazer cerca de 39 por cento das vagas.
Por outro lado, o estudo conclui que mais de metade dos desempregados não recebe qualquer subsídio decorrente da sua situação laboral. Em Dezembro de 2004, a percentagem média de subsidiados entre os homens atingia os 48,7 por cento, valor que decresce para os 41,9 por cento quando considerado o desemprego feminino.
Já no que respeita aos níveis de pobreza, os dados respeitantes a 2005 denunciam uma prevalência no distrito de situações de privação extrema superior à percentagem nacional. À data, existiam em Coimbra 8576 pessoas beneficiárias do Rendimento Social de Inserção (índice de pobreza extrema), perfazendo 1,9 por cento da população residente, valor que supera em quatro pontos percentuais o resultado nacional. Segundo o Centro Distrital da Segurança Social, metade desses subsidiados tem menos de 18 anos.

Miguel Cotrim


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