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3 de maio de 2007

Agostinho Almeida Santos afirma, na Sé Velha, num encontro de empresários e gestores cristãos




"Não é possível" gerir os HUC com um corte orçamental de 58 milhões de euros


Agostinho Almeida Santos reafirmou no passado dia 27 de Abril que "não é possível" gerir os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) com um corte orçamental de 58 milhões de euros, motivo que o levou a pedir a demissão. "Espero que não seja a qualidade da prestação de cuidados de saúde que venha a sofrer", caso se mantenha o corte orçamental, disse o presidente demissionário do conselho de administração dos HUC, quando questionado sobre este aspecto pela assistência, após a conferência que proferiu no salão da Sé Velha, no âmbito do ciclo organizado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE).
Ao longo da conferência, que intitulou "A Medicina baseada na evidência: novo instrumento de gestão hospitalar", Agostinho Almeida Santos acentuou que apesar de os HUC terem cumprido, em 2006, os objectivos contratualizados com o Ministério de Saúde, não recebeu a verba de 36 milhões de euros relativa aos valores de convergência que lhe era devida: 25 milhões a que se somariam perto de 11 milhões, se as metas estipuladas fossem cumpridas.
"Os HUC terminaram o ano de 2006 com um défice de 36 milhões de euros, que seria de zero caso as verbas tivessem sido recebidas", afirmou Almeida Santos, acrescentando que para 2007, entre gastos e receitas, o contrato-programa previa um défice de 22 milhões de euros.
Durante a conferência, ao longo da qual apresentou diversos números relativos ao orçamento dos HUC em 2005 e 2006, o catedrático de Medicina enfatizou que no tocante à despesa com medicamentos, o aumento cifrou-se em 2,3%, abaixo do limite de 4% imposto pelo Governo.
De 2005 para 2006 os gastos do hospital aumentaram de 282 milhões de euros para 284. Apenas dois milhões de euros, considerou, lembrando que neste período houve um aumento substancial da produção e aumentaram os preços e as prestações sociais, entre outros factores que agravam a factura dos gastos.
"A saúde não tem preço, mas tem custos que têm que ser controlados", afirmou Almeida Santos, sublinhando que o conselho de administração a que presidiu teve que "definir estratégias".
Um campo onde é possível conter custos é na área do medicamento, evitando o desperdício, defendeu o catedrático, apontando como soluções "a pedagogia no dia-a-dia" e "a monitorização periódica da eficácia dos novos medicamentos, que não constam do formulário". Mas "a decisão clínica é complexa, porque estamos a falar de pessoas", admitiu o médico.
Na sua conferência, Almeida Santos afirmou que os HUC são "o maior hospital do país, quer os outros queiram ou não". Os HUC, disse, têm o maior número de camas, o maior número de doentes saídos (cerca de 47 mil), realizaram 35 mil cirurgias e são os segundos, a seguir a Hospital de S. João, no Porto, em número de consultas externas (470 mil).

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